caraliteraria 02/02/2024
E sobrou todos porque ninguém morreu. Infelizmente!!!
Se o meu desânimo para continuar a ler os livros da Sarah tinha se mostrado
presente ao final do segundo livro de Crescent City, com o lançamento do
terceiro livro da série, esse desânimo passou para uma animação. Uma pena,
porque a queda para a decepção foi gigante.
Após os acontecimentos finais do segundo livro, Bryce cai no mundo de
Prithyan, vulgo o mundo de Corte de Espinhos e Rosas, outra série da autora.
E poderia ser tudo ótimo para desenvolver a questão de explorar a
descendência dos feéricos num mundo até então desconhecido para ela. Se
não fosse os acontecimentos mal-feitos que permaneceram no mundo de
Midgard e que contribuíram para o não desenvolvimento dos acontecimentos
no mundo de ACOTAR, que PASMEM, tinha um peso enorme para a
descoberta da origem dos Asteri e dos feéricos
Não posso negar que estava bastante ansiosa com esse croosover,
considerando que ACOTAR é sim uma série que tenho um pouco de apego
pelos personagens. Mas é notável que a introdução do mundo de ACOTAR no
universo de CCITY foi para último plano, sendo que não faz sentido nenhum
uma autora escrever 400 páginas da Bryce em outro planeta e deixá-la esse
tempo todo numa caverna vendo a história toda dos feéricos ser compartilhada
por um HOLOGRAMA! Isso poderia ser uma piada de mal gosto, mas até o
problema linguístico foi resolvido com uma simples pílula mágica, tipo? Tudo
bem que já estamos carecas de saber sobre o mundo de ACOTAR, mas a
Bryce claramente NÃO sabe.
Outro ponto que me deixou bastante incomodada, é como a SJM teve a
coragem de fazer o Rhysand confiar nas palavras de uma estrangeira de outro
mundo só para não invadir os pensamentos alheios. Ele é literalmente o cara
que escondeu uma cidade, um povo inteiro por 50 anos da Amarantha e agora
que uma possível ameaça, uma garota com uma espada muito pertinente e
com uma tatuagem de poder imenso nas costas cai no mundo dele, ele não faz
nada para proteger o próprio povo? A autora ainda teve zero noção de
descrever momentos ridículos onde os personagens ficavam apavorados com
a aproximação dele quando estava em momentos críticos de decisão.
OIIIIIIIIIIIII???????? Em que mundo um ?Ih, o Rhysand tá vindo, ein? deveria
ser aplicado quando se sabe que a imensidão do poder do Rhysand faz com
que ele simplesmente surja nos lugares? Isso não faz sentido nenhum.
É como se a Sarah tivesse esquecido dos livros que escreveu e colocado
qualquer coisa apenas para ser pertinente para as descobertas, o que não me
choca tanto, até porque ela ainda usufrui do mundo de ACOTAR como
repositório de armas e enciclopédia ambulante. É só abrir um portal e ?Opa!
Mais uma info, vou comentar no meu twitter?.
O problema desse desenvolvimento é simples e puro: A captura do Hunt e do
Ruhn.
Esse problema atrapalhou demais para que os acontecimentos no outro mundo
fossem naturais, porque se eles foram capturados, a morte seria o destino
deles e pronto. Talvez o que pudesse ter contribuído para um desenvolvimento
melhor era os três caírem em Prithyan, o que na minha opinião causaria um
impacto muito mais significativo. A SJM não escreveu nem um comentário
sobre a semelhança entre o Rhysand e o Ruhn, não fez ninguém de ACOTAR
ficar chocado com isso. IMAGINA O FANSERVICE QUE ELA ME FARIA SE
FIZESSE ISSO!
Outro problema que se formou nesse livro foi o relacionamento Bryce e Hunt.
Parceiros que nem parecem parceiros. A Bryce com decisões idiotas, o
reencontro ridículo e sem graça, e ambos brigando por questões bestas. Eles
simplesmente nem parecem que estavam universos longe um do outro. É como
se um tivesse ido na padaria comprar pão e o outro estivesse em casa
esperando o café. Cadê a emoção? O desespero que o laço de parceria
esticado pela distância quer reivindicar? É a mesma autora de Casa de Terra e
Sangue? Hm, acho que ela foi substituída.
Como nem tudo é ladeira abaixo, confesso que achei o desenvolvimento do
Ithan bom, trouxe uma importância para o personagem que eu não achei que
precisava. No entanto, PIOR MATILHA DE TODAS NÉKKKKKKKKKK Não teve
nem uma cena tal qual vingadores da matilha agindo, isso pra mim é uma
vergonha. Não precisava de uma cena de todos sendo bonzinho com o Ithan,
mas ao menos fazendo o mínimo para salvar Midgard, sabe.
Eu posso até reclamar de livros grandes demais, mas se for pra ser bem-feito,
esse livro precisaria ser um pouco maior em SENTIDO e menos em enrolação
e cenas desnecessárias. No fim a autora achou que iria fazer um grande
mousse, e no final ele... azedou. É uma pena que a história ainda terá uma
continuação, porque se esse ainda não foi o fim depois do final fechado
(tirando o pior furo de roteiro de todos) e bonitinho de alguns personagens,
Deus me livre qual outra versão dos valg de Trono de Vidro que essa autora vai
enfiar pra causar discórdia.
SPOILERS GRANDES A SEGUIR:
A morte de algum personagem já era esperada, a ressureição também. Mas
colocar a CHEFE da Bryce pra ter o poder de ressuscitar ela foi a coisa mais
engraçada que eu li, principalmente porque após a troca de longitude de vida, a
mulher virou pó e a SJM tentou criar uma cena cômica com um personagem
insinuando a LIMPEZA DA POEIRA! TIPOOOOOOOOOKKKKKKKKKKK, A
SJM simplesmente apontou a desimportância da personagem para outras
pessoas desse jeitinho mesmo. E não, não é engraçado no bom sentido.
O furo de roteiro em questão é a cena incompleta do Tharion com a Dragoa de
fogo que a autora simplesmente ignora e não finaliza. Eu fiquei??
A SJM escreveu o Hunt expulsando as duendes da sala pra ele poder transar
com a Bryce em cima da mesa, nessa eu realmente soltei de mão.
As referências a Trono de Vidro foram legais, principalmente porque trouxe
uma informação sobre as marcas de Wyrd, coisa que infelizmente a Sarah não
nos deu resposta na série.