tpainaway 11/09/2024
E se eu chegar lá no alto e encontrar tudo?
"Trabalho não é sonho. É objetivo. Se você sonha com uma carreira, ela fica sempre naquela parte do cérebro onde tudo é bonito e dá certo o tempo todo. E trabalho é meio a meio. Metade é pesadelo também. Sonho tem que ser aquelas coisas que você quer fazer por você. Aquilo que você pensa antes de dormir para acalmar a mente. Aqueles cenários onde tudo dá certo porque não tem como dar errado."
Eu sou completamente obcecada pelos livros do Vitor e amo a forma como eles sempre me confortam. O Vitor me traz o conforto, a calmaria na hora em que minha cabeça mais decide me dar desconforto. Eu cresci, como o Junior, em uma casa disfuncional onde sonhos são só objetivos tolos, minha voz não é ouvida e qualquer demonstração de afeto é fraqueza. Passei anos, assim como o Junior, colocando na cabeça que eu precisava fazer as coisas por mim e ainda assim, buscando pessoas que tentassem me salvar, que me curasse ou apenas me fizesse se sentir amada, assim como ele também me frustrei e descontei na pessoas a quebra de expectativa de que no momento que eu mais precisasse a pessoa estaria disposta a largar tudo pra mim, assim como eu fazia todas as vezes que precisavam. Quando a gente cresce sem amor, passamos a vida atrás de recuperar anos de rejeição familiar. A gente nunca sabe a hora de se sentar em paz e se descobrir, as vezes até tem medo disso e esse medo vem com o preço de você perder oportunidades, desistir de coisas, viver no automático e só porque precisa sobreviver. Eu também não fiz vestibular, também deixei que o que eu sentia por outra pessoa fosse maior do que era permitido que eu sentisse, assim como o Junior, eu me perdi e é difícil se encontrar uma vez que você nunca descobriu o que você pode ser, é mais difícil ainda quando você sente raiva do que foi e ódio de quem você é. A gente sabe que tudo que a gente perde é um passo para aquilo que a gente precisa, mas ninguém nunca nos prepara pra frustração, pra perda. Quando a gente cresce sem apoio, a gente cresce sem perspectiva, nos damos uma idade até onde aguentariamos, Junior pensou que não passaria dos vinte anos e relata estar a dez anos vencendo. Viver também é vitória, quando não temos nada ao que se apegar, a gente se apega no mínimo. Crescer sem perspectiva é triste, viver só pelo agora também é. Crescer esperando se sentir amado e mesmo sendo amado, não sentir o suficiente, machuca a gente também e consequentemente nós machucamos nossos parceiros e nos tornamos egoístas, viver pelo passado é a única forma que enxergamos de viver, pq não existe futuro. Não acreditar em si mesmo, é a mesma coisa de se abandonar, de não viver e se perder. Eu amo as histórias do Vitor por ele me entender sem nem perceber, as histórias dele não são sobre romance, amor, são superações, são sobre você sobreviver aos dias, conseguir vencer a vida e não vencer na vida. Eu amo o Vitor e mais uma vez eu me apeguei a mais um livro dele. No final, ser amado não é a coisa mais importante mas é a única coisa que nos importa. Obrigada por preencher um espaço vazio no meu coração com suas histórias, Vitor. Entendo que a vida é para ser vivida a partir de mim mesma e do que eu amo e você entende que não é fácil fazer isso, mas agradeço por esse livro pois me tirou a cabeça do lugar, li ele em um momento propício e eu prometo continuar tentando. Eu li pensando que ia encontrar um romance épico e na verdade, não. Nada nunca é sobre o amor romântico né? O amor romântico é o que menos importa mas é o que a gente mais precisa. Vitor, você é tipo uma figura paterna, materna e tudo familiar para mim. Eu amei essa história.