A Mão Esquerda da Escuridão

A Mão Esquerda da Escuridão Ursula K. Le Guin...




Resenhas - A Mão Esquerda da Escuridão


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Aymee 11/01/2022

Premissa boa, pouco desenvolvida
Quando li a sinopse fiquei muito interessada em como a autora desenvolveria a questão de gênero nessa sociedade. Mas senti que o tema foi pouco explorado. Talvez ela não quisesse tornar isso o foco central do livro, sendo apenas uma característica dos Gethenianos, em meio a uma trama maior. Mas a "trama maior" foi extremamente maçante, com narração arrastada e sem sentido. As melhores partes, para mim, foram os capítulos que apresentavam conceitos e histórias paralelas.
Outra crítica, que foi levantada por outros leitores e que consta na nota dos editores, foi o uso dos pronomes masculinos para designar membros de uma espécie que seriam não-binários. Talvez na época em que a autora escreveu ela não tenha pensado em como isso alteraria nossa visão da obra e agora as editoras não tenham a liberdade para alterar esses fatores. Mas é difícil não imaginar Estraven como um homem quando a todo momento o pronome "ele" é utilizado, o imaginar Argaven também como homem sendo chamado de "rei". O papel da mulher também era quase inexistente ou então visto como algo pejorativo, quando algum personagem se comportava de forma inesperada/reprovável.
Esperava mais.
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YisraelC 10/01/2022

Foi interessante a raça que a autora criou e a forma como esse povo lida com questões sobre sexo, religião, cultura, etc. Porém apesar disso, a estória não me chamou atenção, e achei muitas páginas desnecessárias de acontecimentos que para mim não foram relevantes, mesmo eu sei, fazendo parte da estória. Enfim, não funcionou muito bem para mim a estória, mas foi interessante analisar a visão que a autora criou sobre sexo, sexualidade e religião.
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João Pedro 05/01/2022

Clássico definitivo de ficção científica
Quando se cruza com um clássico, se reconhece. “A mão esquerda da escuridão” é um clássico definitivo da literatura de ficção científica, e uma leitura da obra é suficiente para entender os porquês. Para além de uma trama intergaláctica de forte dimensão política, Le Guin sustenta a proeza de, a partir de uma sociedade alienígena inventada, questionar os limites de gênero cultivados em nossa própria sociedade.

É por meio de Genly Ai, um ser humano do que equivaleria, em um distante futuro, ao planeta Terra, e de sua missão diplomática ao planeta Gethen, que somos apresentados a seres próximos de nós, mas que guardam a peculiar diferença de serem desprovidos de gênero: seu sexo só se define em determinado período, restando a completa indefinição de gênero na maior parte de suas vidas. O estranhamento de ser não apenas um ser alienígena, mas também o único no planeta a sustentar seu sexo de modo perene, se prova um dos grandes desafios de Genly Ai em sua missão, que se somam aos seus próprios conflitos internos em tentar se entender e se comunicar diante de uma sociedade em que o masculino e o feminino não definem vidas.

Lenta em determinadas passagens, vale a pena investir na leitura, que se prova forte em indagar o que nos define além do que se tem por gênero, além de ser uma engenhosa obra dotada de aspectos políticos e filosóficos.

“Vi então novamente, e de uma vez por todas, o que sempre tivera medo de ver e vinha fingindo não ver nele: que ele era uma mulher, assim como era um homem. Qualquer necessidade de explicar as origens desse medo desapareceu junto com o próprio medo; o que me restou, finalmente, foi a aceitação dele tal como era. Até então eu o rejeitara, recusara-lhe sua própria realidade. (...) ele tinha sido o único a me aceitar inteiramente como ser humano: que havia gostado de mim como pessoa, e me oferecera completa lealdade. E que, portanto, exigira de mim o mesmo grau de reconhecimento, de aceitação. Eu não estivera disposto a lhe oferecer isto. Tinha sentido medo de fazê-lo. Não queria oferecer minha confiança, minha amizade a um homem que era mulher, uma mulher que era homem.” (p. 246)
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Victor.mcrv 30/12/2021

O quê falar dessa escritora
Essa mulher é genial e falo isso toda vez que leio um livro dela, sempre com temas sensíveis que mexem com as emoções de um jeito espetacular. Uma dica é que este pode ser um ótimo livro pra conhecer a autora.
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Carla Verçoza 26/12/2021

Esta foi mais uma releitura de um livro favorito que fiz esse ano. E se manteve sendo favorito!
A forma como Ursula cria todo um novo universo, no planeta Gethen, é brilhante.
A primeira metade do livro pode ser um pouco mais lenta, pois há toda a ambientação e detalhes de construção e entendimento do planeta e seus moradores, mas eu não achei cansativo. Do meio pra frente a leitura cresce e praticamente não há pausas.
Os capítulos sobre a prisão, a fuga, toda a jornada, são bons demais, os dialógos dos dois personagens, os pensamentos, medos, o clima, tudo está lá com perfeição.
O livro levanta muitas questões, como poder, gênero (e além do gênero), relações políticas e humanas.
Sensacional!
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Mialle @mialleverso 22/12/2021

Quando comecei este livro, li o começo dele umas três vezes antes de desistir de entender os vários nomes que são jogados na cara do leitor. Então fui lendo e aí foi passando o estranhamento, ainda tinha um monte de nome complicado de entender o que significavam, mas os personagens iam movimentando a história e os nomes ficavam em segundo plano.

A Mão Esquerda da Escuridão é sobre um emissário de uma aliança interplanetária que vai até o planeta Inverno (ou Gethen) para convencer os líderes de lá a se juntarem a tal aliança, mas acontece que lá não é um lugar tão convencional para o emissário.

Um planeta novo e costumes novos, mas um dos principais pontos de Inverno (além do frio e da neve) é que seu povo não tem gênero. Não existe masculino e feminino.

Ursula trabalha um livro incrível sobre como é uma sociedade que não é afetada por papéis impostos a gêneros, não é um lugar utópico, mas claramente é bem diferente do que o emissário estaria acostumado num mundo tão dividido entre homens e mulheres e seus lugares.

Não foi meu livro favorito e nem foi o mais fácil de ler dela, muita descrição de neve, frio e gelo e outras coisas. O protagonista não é uma pessoa carismática e foi um livro um pouco cansativo, mas no final valeu muito a pena.
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carolinadevermelho 22/11/2021

Muito diferente de qualquer coisa que eu já tenha lido
É indiscutível o quão brilhante a Ursula Le Guin foi ao escrever esse livro. A história traz debates importantíssimos e muitas vezes me vi pensando bastante sobre o mundo no qual vivemos, os papéis de gênero, o que a sociedade faz com os ?indesejados?, o que significa patriotismo e no que isso implica, entre outros questionamentos muito pertinentes. Porém a história não me cativou, e por pouco eu quase desisti perto do final, mais ou menos na terça desta semana. Gostei da experiência da leitura conjunta com a Mell, porém não criei um vínculo com o livro, os personagens, mesmo triste pelo final de um que eu mais chegava perto de gostar. Enfim, recomendo a leitura porque entendo que não funcionou comigo mas pode cativar muitos outros leitores, como até já cativou. Não pretendo fazer resenha, mas fica aqui esse comentário a respeito.
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Carol 11/11/2021

Bom não gostei, foi uma leitura difícil de fazer não me prendeu em nada, achava umas partes muito complicadas de compreensão e confesso que se não fosse o clube de leitura que faço parte eu teria abandonado essa leitura sem dúvidas, começo a achar que ficção científica não é minha praia pq são muito complexos pra minha cabeça kkk
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Ursa_Menor 11/11/2021

Demorei muito pra terminar esse livro porque eu simplesmente não saía do lugar. Não é um livro ruim, eu só acho que não é um livro pra mim, é muito arrastado no começo, demorei dias pra passar dos 20% e ele só se desenrola de forma mais rápida lá pra os 60% do livro. Ainda assim, a narrativa volta a ficar lenta, parada, nada muda ou se desenvolve para o enredo se deslocar. Outra coisa que me incomodou foi o excesso de descrições desnecessárias, como por exemplo dois parágrafos (de tamanho considerável) utilizados para descrever a neve e a forma como uma máquina de limpar neve a removia da estrada. Tinha necessidade? Não acrescentou nada na história o fato do leitor saber como a máquina realiza o seu trabalho com toda essa preocupação em descrever, se torna cansativo. O que eu mais achei interessante nesse livro é a forma como a autora desenrolou as jogadas políticas, as tramas e as emboscadas nas quais o protagonista se encontra são muito boas e muito bem feitas, assim como toda a questão de gênero e dos seres neutros, ou hermafroditas como é descrito no livro. Tenho vontade de tentar ler outra obra da autora porque houve pontos na narrativa que gostei bastante, apesar de achar que esse livro não funcionou muito bem pra mim.
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Letícia Goliczevski Medeiros 07/11/2021

Queria ter gostado mais
O principal motivo de eu não ter dado 5 estrelas é que o livro tem umas partes muito arrastadas. Até uns 50% a história estava andando devagar, mas até aí tudo bem, eu estava com paciência. A partir daí várias coisas começaram a acontecer, eu não conseguia parar de ler e lá por 80% os personagens começaram uma viagem e desanimei demais. Essa última parte tinha trechos extensos falando sobre os lugares por onde eles passavam (que eu não conseguia visualizar direito) e sobre as condições climáticas, com alguns intervalos de diálogos interessantes, mas ainda sim foi muito cansativo.
Entendo a importância desse livro (principalmente considerando a época em que foi lançado) e das discussões que ele traz. Ele tem vários pontos positivos (que não vou ficar listando aqui pq outras resenhas já fizeram isso) e acho uma leitura bastante válida, mas não funcionou tão bem comigo. Espero ter mais sorte com outros livros da autora, inclusive aceito recomendações.
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Marcus 02/11/2021

O ser humano de verdade, sem rótulos
Fiquei pensando desde que acabei a leitura no que eu poderia escrever em uma resenha que resumisse minha experiência com esse livro, que vinha lendo há quase 3 meses. Fiquei até com um pouco de preguiça, porque não conseguia imaginar algo curto ou direto; o que eu não imaginava quando comecei a leitura. Achava que seria rápida por ser um livro curto, pouco menos de 300 páginas.

A história não é muito complexa. Genly Ai é um enviado do Ekumen, uma união de planetas que compartilham recursos e conhecimentos entre si, que pousa no planeta Gethen, também chamado de Inverno, com a missão de convencê-lo a se unir aos outros mundos. No entanto, dois fatores complicam muito que tal aliança se forme, por conta da forma que ambos tornam a vida dos gethenianos tão diferente: o ambiente hostil e gelado e a biologia dos nativos, todos andróginos. Há duas grandes nações, uma solitária e orgulhosa, a outra burocrática e suspeita. O clima perigoso e as relações sociais tão distantes reforçam em Genly a sensação do que ele é, um alienígena.

Apesar do mundo tão interessante e das sociedades tão bem construídas, o que mais me chamou atenção no livro foi a forma que, aos poucos, a autora usou dessas nações e personagens para discutir os temas que desejava, não de forma prolixa, mas calculada, fazendo com que a maior parte do tempo gasto na minha leitura fosse depois de o livro ser fechado. Uma motivação da Ursula para escrever esse livro foi a pergunta que fez a si mesma: "O que é ser mulher", mas a sensação que tive enquanto lia e depois que terminei o livro foi de que ela perguntava: "O que é o ser humano, além do gênero?". E com gênero, não apenas a ideia de homem e mulher, mas tudo que é afetado pela existência do mesmo, ou seja, toda a identidade de alguém e suas relações sociais, de o que e quanto alguém come numa refeição à forma que sua sociedade se organiza, uma vez que essa é o primeiro rótulo colocado em alguém, a primeira pergunta feita sobre um bebê recém nascido.

Sem esses rótulos, o que nos une e divide, o que nos move, quem somos nós? O que sobra? Acho que isso é o que o livro tenta perguntar ao leitor do único ao fim.
João Pedro 07/11/2021minha estante
Excelente sua reflexão, Marcus. O que é o ser humano, além do gênero? Concluí a leitura ontem e ainda sigo refletindo sobre.


Marcus 07/11/2021minha estante
Muito obrigado! É realmente uma leitura muito reflexiva, o livro fica com a gente por muito tempo depois da "leitura" em si.




KiraLunna 12/10/2021

Gostei muito desse livro! Confesso que estava um pouco receosa com a sinopse, mas no fim eu gostei bastante. Acho que a autora soube trabalhar muito bem as relações políticas entre os dois países centrais. Inclusive gostei mais do trabalho com a trama política do que do trabalho sobre a questão de gênero em si. Acho que dava para tratar essa questão de maneira mais real (achei os comentários do protogonista em relação a isso um pouco sem sentido). Achei, também, que às vezes faltaram algumas explicações ou explanações sobre o planeta e seus habitantes; e que a quantidade de nomes não explicados confunde um pouco quem lê, mas não prejudica o entendimento da história. Gostei principalmente de como a autora constrói uma trama que nos faz criar expectativas e depois questionar o por quê de esperarmos que certas coisas aconteçam, me fazendo refletir sobre como o meu contexto social molda o que eu vejo e como eu vejo, me deixou mais atenta às minhas limitações de perspectiva, e isso é o que mais levo do livro e da discussão com o clube! Dei 4/5, pois é um livro que fala muito ao não falar.
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Agnaldo Alexandre 11/10/2021

Um tema necessário
Muitas pessoas, não familiarizados com o tema, acreditam que a ficção científica é sobre o futuro, sobre o espaço ou raças alienígenas, ou pelo menos muitas pessoas esperam que seja assim. Porém, a ficção científica é sobre as possibilidades futuras, sobre o ser humano, suas interações e sua sociedade.
Assim, a FC é um estudo das ciências sociais, das relações humanas e de como nos comportamos diante de nós, nossos semelhante e a natureza.

A mão esquerda da escuridão é um livro que não trata de uma raça alienígena, de um planeta com seres diferentes de nós, mas de uma sociedade em que não se olha para um indivíduo por seu gênero, mas sim por sua capacidade e põe sua competência. A autora nos mostra quais as consequências de uma sociedade sem preconceitos, sem machismo e dominada pelo patriarcado.

Uma excelente leitura, direta, mas que não entrega tudo, deixam para o leitor interpretar certos pontos.
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