lohany 31/08/2016
Pior cachorro do mundo
Emocionante e verdadeiro são elogios que se encaixam perfeitamente para Marley e Eu. O livro é um não-ficção escrito por John Grogan que conta a história do "pior cachorro do mundo". John é jornalista, casado com Jenny, uma comentarista de cinema. Os dois eram recém-casados, felizes e viviam em uma charmosa casa na Flórida, mas sua esposa não sabia se seria uma boa mãe porque tinha matado uma plantinha depois de irrigá-la ao extremo.
Para testar seu instinto materno ela resolveu adotar um cachorro e casal encontra uma fazenda que vende animais. Eles se apaixonam por filhotes de labradores e escolhem um deles pra levar para casa levando em conta a mãe dócil e calma que eles tinham conhecido. Mas, quando estão deixando a propriedade eles conhecem o "pai" daquele filhote e o que viram foi um enorme cachorro que mais parecia um monstro. Os dois rezaram para que aquele lindo filhote não tivesse puxado seu "pai".
E como eles estavam enganados...Marley cresceu, ficou enorme, desobediente, ansioso e neurótico. Mas, tinha um grande coração e sempre estava por perto beijando e babando em todas as pessoas. O livro é um relato de John sobre a vida que teve ao lado do cachorro, mas também com boas histórias sobre sua vida familiar.
Com Marley em casa Jenny percebeu que poderia ser uma ótima mãe e os dois tentaram ter um filho, mas não foi nada fácil. Foram muitas tentativas e foi um desgaste emocional para o casal. É interessante acompanhar esse depoimento do autor, pois muitos casais passam por uma situação assim. Enquanto eles tentavam ter o primeiro filho, Marley dava mais trabalho que recém nascido. Ele até consegue ser expulso de uma classe para adestramento de cães.
A primeira gravidez de Jenny foi muito comemorada, mas ela sofreu um aborto nos primeiros meses. Tempos depois ela engravidou novamente e após 9 meses deu à luz a Patrick. No começo eles tem receio de que Marley possa fazer algum mal a criança, no entanto, ele agiu como um defensor do bebê e sempre se aproximava de forma tranquila e brincalhona. Muitas vezes eles foram censurados por deixar os filhos tão próximos de um cachorro "ameaçador" como Marley. Os dois ainda tiveram o Conor e a Collen.
Marley era um cão indisciplinado, que mexia no lixo, babava pela casa, subia nas pessoas, destruía sapatos, tapetes e colchões. Mas, sendo bem clichê, ele tinha um grande coração. Ele era extremamente eufórico e tinha tanto medo de tempestades que era capaz de abrir buracos nas paredes da garagem.
"Como qualquer relacionamento, este tinha seu preço. E acabamos aceitando este preço em troca da alegria, diversão, proteção e companheirismo que ele nos proporcionava. Poderíamos ter comprado um iate com o que gastamos com nosso cachorro e tudo que ele destruiu. Mas, me pergunto: quantos iates ficam esperando junto à porta o dia inteiro até você voltar?"
O final é triste e meus olhos encheram de lágrimas, mas o livro faz você pensar no seu bichinho de estimação que está sempre ao seu lado precisando apenas de um pouco de carinho. Muitos cachorros são indisciplinados e até chatos, mas te amam sem pedir nada em troca.
A única ressalva que faço sobre a narrativa é que achei o texto um pouco apressado em alguns momentos da história e muitas vezes ele deu prioridade a assuntos totalmente aleatórios quando poderia abordar outros pontos da narrativa. No entanto, o livro é indicado para quem quer uma leitura leve, despretensiosa e emocionante. Se você tem um cachorrinho fique com o lencinho ao lado.