A Sonata a Kreutzer

A Sonata a Kreutzer Leon Tolstói




Resenhas - A Sonata a Kreutzer


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Vi Fonseca 07/12/2022

"A Sonata a Kreutzer"- Liev Tolstói
Bom, não sei se apenas 5 livros são suficientes para tornar um autor, seu favorito, mas certamente, foram suficientes para mim. Este é o quinto livro de Tolstói que leio, e a cada leitura me apaixono mais por suas obras.

Nessa obra, o enfoque está no matrimônio e no sentimento de posse (aflorado pela religião, pela sociedade e pela moral da época) que o marido têm de sua esposa. A narrativa, dizem, é um tanto quanto autobiográfica e revela determinados pensamentos de Tolstói.
A história passa-se em um vagão de trem, onde os personagens estão discutindo sobre um tema vigente na época: o direito ao divórcio e a ocupação das mulheres em cargos de mais destaque na sociedade.
Durante, esse primeiro período vemos um narrador que se abstém de comentar mas que observa com astúcia cada opinião defendida. Inicia-se um debate, um tanto aflorado, sobre os temas acima citados. E um dos ocupantes do vagão (o personagem da história) conta, em um ímpeto de fúria e raiva, que matou sua mulher.
Dá-se então, início à segunda parte da narrativa, onde este personagem começa à contar ao narrador como matou sua mulher e que sentimentos o levaram à isso.

É evidente para o leitor atento, que ao assasinato tratado no conto, hoje em dia dá-se o nome de "feminicídio".
Muitos leitores não simpatizam com a obra, eu como mulher, senti-me profundamente afetada e abalada com os comentários proferidos pelo personagem principal. Por se tratar de uma obra do século XIX, alguns temas abordados são completamente atuais, como em todas as obras de Tolstói.
Incomodou-me o pensamento pessimista do personagem em relação ao amor e ao matrimônio e os pensamentos em relação ao papel da mulher na sociedade, mas eles, na verdade só transmitem ao leitor o pensamento vigente à época.

"Veja o que freia em toda parte o movimento da humanidade para frente. As mulheres."
"O senhor vê que a mulher é um instrumento de prazer."
"O maior veneno está na corrupção das pessoas, das mulheres principalmente."
"Não, ela não é gente! É uma cadela, uma cadela."

Ademais, o livro me lembrou vagamente Dom Casmurro e se ainda nos sentimos abalados por narrativas como essa é porque o machismo ainda se faz muito presente em nossa sociedade.
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Manu5 18/11/2022

Amei
É estranho gostar desse personagem, por tudo que ele fez, porém no decorrer da narrativa a gente conhece muito desse personagem e acaba se identificando com alguns pensamentos dele, deixando claro que o que ele fez é horrível.
Mais uma vez tolstói dando aula sobre amor e casamento.
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Jamyle Dionísio 21/08/2022

Um Tolstoi possível
Tolstoi é mais conhecido por Guerra e Paz e Anna Karenina, duas verdadeiras listas telefônicas (entreguei minha idade agora) que todo mundo adora dizer que leu, mas não leu.

Trago aqui um Tolstoi possível: Sonata a Kreutzer. São 105 páginas intensas cheias de opiniões polêmicas sobre o casamento no século XIX e um crime ?passional?.

A Sonata a Kreutzer, de Beethoven, não deu só o título ao livro, mas também o ritmo. Uma sonata começa com um movimento rápido: o livro começa com um diálogo acalorado entre desconhecidos em um trem. Depois ganha certa lentidão: um dos passageiro confessa um crime e passa a contar a sua história. Por fim, o ritmo se intensifica e chegamos ao ápice da narrativa e, por fim, a conclusão.

A polêmica do livro se deve às críticas ao casamento convencional, um modelo fadado não só ao fracasso, mas à tragédia, segundo o narrador. Apesar de ser um livro do século XIX, algumas discussões relativas ao papel da mulher são ainda interessantes e mesmo atuais.

Pozdnichev, que conta a sua história, me fez pensar muito em Dom Casmurro, com suas teorias sobre a fidelidade da esposa. Mas Pozdnichev é um Bentinho russo, vamos lembrar, e toma outros rumos. Ainda assim, suas justificativas, crenças e ilusões poderiam ser ouvidas ainda hoje numa roda de bar, no escritório ou no ônibus.



@chadepalavra
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Nicole Pazzini 03/08/2022

Que livro! A narrativa flui muito bem, em alguns momentos, as falas são de revirar o estômago, mas conseguimos captar a essência do pensamento do personagem sobre o casamento, sobre a mulher, a honra e a posse. Um livro rápido de ler e que vale muito a pena, tendo em vista que nos traz grandes reflexões sobre as relações conjugais.
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Davi 29/07/2022

Sonata a Kreutzer
Um Tolstói quase platônico, na medida em que usa do diálogo como o meio pelo qual almas - com crenças distintas - se comunicam. Obs: não recomendado para militantes feministas, a menos que estejam dispostas à uma alfinetada com bom humor.
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Getulio.Paulino 13/07/2022

Obra controversa
Publicada em 1891, A sonata a Kreutzer é uma das obras mais controversas de Tolstói. A novela é praticamente um monólogo do personagem Pózdnichev, no qual ele narra a longa crise de seu casamento, que culminou no assassinato da própria esposa. Além da descrição do crime em si ? que é citado logo no começo do livro ? a polêmica de A sonata a Kreutzer também decorre do fato de Tolstói ter usado seu personagem, que é absolutamente detestável, para expôr algumas de suas ideias mais radicais, principalmente aquelas que dizem respeito às mulheres. Pózdnichev as vê, basicamente, como criaturas superficiais e manipuladoras, que usam a sensualidade para alcançar seus objetivos. Pra ele, todos os matrimônios estão fadados ao fracasso e o sexo é sempre pecaminoso.
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carolmureb 14/02/2022

Tolstói consegue manter uma narrativa instigante que nos coloca na mesma exaltação e angústia do marido "traído". Ainda que seja perceptível sua implicância com médicos e uma visão limitada e superada da sexualidade, há em sua reflexão questões que devem continuar incomodando.
*
"Na cidade, um homem pode viver cem anos e nem perceber que já morreu e apodreceu há muito. Não há tempo para alguém examinar a si mesmo, está tudo ocupado" p. 62.
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Bottonlina 25/01/2022

Misoginia, mas péra! Termina o livro!
Foi difícil de ler algumas passagens com comentários horríveis sobre a mulher, sua virgindade e fidelidade. Porém, recomendo que leia até o fim. É interessante.
O surgimento do assassino, a justificativa sobre o desejo e a tentação. O corpo da mulher sendo posto como alvo de malicia e arma de "benefícios".
Você terá ranço por um certo personagem, porém no fim, terá diversos questionamentos a se fazer.
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dandara 11/01/2022

A Sonata a Kreutzer
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?No julgamento, decidiu-se que fui um marido enganado e que matei defendendo a minha honra maculada.?

? o nome desse romance foi inspirado na composição de Beethoven. basicamente, o músico criou uma sonata (melodia desenvolvida para instrumentos solistas) voltada ao piano e ao violino. ele dedicou, a princípio, a um violinista, mas parece que rolou ?tretinha? entre os dois; isso fez com que, no fim, a sonata fosse destinada a um outro renomado violinista, Rodolphe Kreutzer.
? obs: a partir do meio para o final do livro, lê-lo escutando essa sonata me fez imergir mais e mais na narrativa. recomendo!

? sendo esse meu primeiro contato com uma obra do Tolstói, talvez minhas observações não sejam tão completas, mas, sinceramente, não tenho o que reclamar de sua escrita. a leitura é muito fluida e instigante, principalmente escutando a sonata; parece que Beethoven premeditou que essa obra existiria (rsrs). enfim, o autor soube conduzir, magistralmente, todo o caos (e a depravação, diga-se de passagem) que tomava conta da mente do protagonista. além disso, trouxe pautas extremamente polêmicas para a época e vergonhosamente atuais, como a visão do matrimônio, da mulher e do homem perante a sociedade.
? obs: é válido ressaltar que o livro foi publicado em 1889 e, após todo o escândalo que repercutiu, chegou a ser proibido nos EUA.

? agora, sem mais delongas, vamos ao que mais interessa. a história se passa em uma viagem de trem. inicialmente, os passageiros, em um determinado momento, começam a discutir acerca do adultério, do amor e de como é comum a ausência dele no casamento, até porque, naquele período, matrimônios arranjados faziam-se presentes na sociedade. durante o debate, um dos viajantes declara que matou sua mulher. ao longo da narrativa, esse passageiro conta toda sua trajetória (de uma maneira extremamente pessimista), os conflitos e a suspeita de traição que ele tinha até o dia do assassinato de sua esposa.

? é realmente frustrante perceber que todo o problema que o casal vivia poderia ser resolvido com um divórcio. além disso, é mais frustrante ainda notar que, atualmente, assim como o protagonista, muitos homens acreditam e usam uma suspeita de adultério como pretexto para tirar a vida de suas mulheres. sabemos que a possessividade e o desejo de dominar é disfarçado por esse discurso de traição. no fim, um homem que cometeu um feminicídio foi liberto por defender sua ?honra maculada?. bizarro, né?

? mas, sério, como é quase um monólogo, você imerge na mente do protagonista e chega a cogitar que ele realmente foi enganado por sua companheira (lembra ?Dom Casmurro?). no fim, nunca saberemos o que de fato aconteceu.

? portanto, devo reforçar que ?A Sonata a Kreutzer? é um livro de época, que apresenta como as pessoas pensavam acerca dessas pautas. então, se você gosta de entender os paradigmas que vivemos hoje, vale super a leitura. ademais, embora eu não concorde com inúmeros posicionamentos e a história faça o leitor sentir repulsa do protagonista, achei incrível imergir no abismo caótico que é a mente humana.


? ????: 4.5 ? ? ? ?
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Luisa 04/02/2022minha estante
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José Marcos 06/01/2022

Me arrebatou do início ao fim. Que livro! Que novela! Agora entendi a grandeza artística de Tolstói. Entrou pro rol dos meus escritores favoritos. Não há o que explicar. Só há um conselho: leia.
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Carolina Zaghi 27/12/2021

Li muito rapidinho e acho que não entendi muita coisa. De qualquer forma é bom para passar o tempo. O começo do diálogo me deixou um pouco desconfortável.
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Isa 27/12/2021

Infidelidade
O livro de Tolstói torna-se uma trama de infidelidade não apenas matrimonial entre um casal, mas como nós humanos nos traímos diariamente acreditando no amor.

O amor, como diz o protagonista, tem prazo de validade. A mulher se resume apenas a um instrumento de prazer.

Um livro que embrulha o estômago, mas que não deixa de ser atual em sua escrita ágil e enriquecimento de personagens.

Seja da senhora que tenta (em vão) ser ouvida no trem, seja pela vontade quase de um pecador com um padre, de nosso protagonista contando seu crime.
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