Vi 03/09/2024
Retrato de uma geração
Patti smith, escolhe não somente falar
de seus sentimentos, mas também fazer o retrato de uma época de mudanças culturais e o seu amadurecimento vide a isso. ela te leva para a nova york dos anos 60-70, agitada e cheia de pessoas que viriam a ser famosas, recontando com muito carinho e delicadeza sua relação com o artista robert mappletorpe, que transitou entre vários espectros do amor.
a arte, em todas as suas formas, permeia a vida de patti e era justamente ela que permeava também a relação dos dois.
enquanto lemos, conseguimos sentir o quanto ela é cara a eles.
uma das coisas mais bonitas que achei, além do carinho e amor de toda a relação, foi a importância que eles davam aos objetos. cada objeto era tratado como especial e único em suas vidas. nesse sentido, a leitura também é muito visual.
a partir dos objetos, conseguimos compor as cenas que ela descreve, como por exemplo cada peça de roupa utilizada nas fotos das capas de seus albums musicais.
a arte era realmente algo palpável e ela fala sobre isso, sobre o processo criativo de seus desenhos, poemas, colagens, fotografias, até chegar á música. foi realmente um romance de formação, em que você acompanha toda a trajetória de uma patti smith ainda novinha, até quem ela se tornou hoje. mas, foi também, uma homenagem a robert mappletorpe, feita com um olhar muito gentil de alguém que vai sempre ama-lo.