Adriana1451 29/04/2024Um clássico de respeitoLi o exemplar de 2023, com 446 páginas
Uma breve sinopse
“Neste que é um dos maiores clássicos da literatura, o prestigiado autor narra a incrível e triste história dos Buendía – a estirpe de solitários para a qual não será dada “uma segunda oportunidade sobre a terra” e apresenta o maravilhoso universo da fictícia Macondo, onde se passa o romance. É lá que acompanhamos diversas gerações dessa família, assim como a ascensão e a queda do vilarejo. Para além dos artifícios técnicos e das influências literárias que transbordam do livro, ainda vemos em suas páginas o que por muitos é considerado uma autêntica enciclopédia do imaginário, num estilo que consagrou o colombiano como um dos maiores autores do século XX.”
Eu li a primeira vez esse livro, ainda jovem, e lembro que na época, o achei denso e cansativo; abril foi o mês que escolhi para relê-lo e, devo confessar, foi a melhor coisa que fiz. Muitas pessoas fogem de livros clássicos, talvez por acharem que os clássicos são intocáveis, sagrados, livres de julgamentos, sei lá… ainda bem que não pensei assim, porque aqui estou hoje, trazendo pra vocês, uma resenha que tentei ao máximo descomplicar, muito embora Cem Anos de Solidão, seja um livros mesclado de alegorias, misticismos e muita realidade.
O livro narra a saga dos Buendías, uma família colombiana, primeiros fundadores de um vilarejo chamado Macondo, ao longo de sete gerações. Para mim, o primeiro desafio da leitura, começa aí: identificar quem é quem na família, já que os nomes se repetem ao longo de toda a história.
A narrativa é em terceira pessoa, mas ao mesmo tempo bem intimista, quase como se o leitor fizesse parte de cada acontecimento. Aí destaco a maestria de Gabriel, na utilização das palavras que mesmo para sendo utilizadas para narrar fatos grotescos de toda sorte, para mim ressoavam como pura poesia.
O enredo mostra os pormenores de uma dinâmica familiar que não é exposta para que nós, leitores, os julguemos, mas simplesmente, porque eles assim o são.
O vilarejo fictício no qual toda a história acontece, Macondo, e que foi construído baseado nas reminiscências de infância do autor é a representação da Colômbia. Então, todas as guerras, conflitos, prosperidades, repressão militar, miséria, enfim, tudo o que se passava em Macondo, fruto de um descaso do governo e do abandono pelas outras grandes nações, tiveram coro nas palavras do autor que construiu uma narrativa forte, crua e emocionante.
Em Macondo o impossível é rotina, pode-se chover por mais de quatro anos; pode-se conviver com fantasmas, mitos e memórias; pode-se completar mais de cem anos de vida, com uma lucidez invejável…
Em relação aos Buendías, a história já começa com um relacionamento cosanguíneo e que ao longo das gerações, se repetem algumas vezes.
Os homens da família seguem um padrão linear de identificação, que associam o nome ao temperamento; já as mulheres, são elas que movimentam e sustentam a trama, são a espinha dorsal da história.
É praticamente impossível resenhar Cem Anos de Solidão de forma justa. Não há palavras ou argumentos que eu use, que fará jus à riqueza e poesia da trama. Então, findo aqui meu olhar sobre este romance desejosa de que meu olhar como leitora resenhista tenha sido imparcial, muito embora sei que falhei nesta tarefa, sem sombra de dúvidas, porque não consegui separar meu coração, um momento sequer, durante a análise do livro.
Acho que todos deveriam ler, afinal, como eu disse, é um clássico de respeito.