Marcos-1771 02/02/2024
Cem anos de Buendía
"O mundo terá acabado de se foder, no dia em que os homens viajarem de primeira classe e a literatura no vagão de carga."
Buendía. Todos temos semelhanças com essa louca família. Demorei mais de um ano para ler esse livro, as vezes se tornou arrastado, principalmente pelo fato dos nomes dos personagens serem quase iguais. Mas quando entendi o propósito do livro, ele se tornou fantástico.
José Arcádio e Amaranta Iguarán, primos, se casam e começam uma estirpe que viveria por 100 anos. 100 anos de solidão. Todos os personagens são interessantes, todos sofrem da solidão, loucos amores, ou uma vida sem amor, a guerra. E como Gabo fala, as mulheres nesse livro são fortes, heróicas.
?A solidão é a minha companheira mais fiel. Ela nunca me abandonou, mesmo nos momentos mais difíceis.?
Macondo. Uma cidade fundada por um sonho de viver uma boa vida. A cidade passa pelo progresso, guerra, a industrialização americana, uma chuva interminável, uma pandemia sonífera, muita morte, o regresso, a decadência.
Um livro que trata sobre as inúmeras facetas do amor.
?Amar é sofrer. Para evitar o sofrimento, não se deve amar. Mas, então, você sofre por não amar.?
Um livro que trata sobre a guerra e o quanto, nós, latinos americanos sofremos com ideias merdas vindas de fora e implantadas aqui. Além de tratar muito bem a busca do poder.
Um livro que fala sobre a morte, e como ela inevitavelmente vai acontecer com todos.
"As pessoas não morrem quando deixam de existir, mas sim quando ninguém mais se lembra delas.?
A solidão, e a memória. Todos morreremos sós, o livro descreve muito bem sobre a solidão que todos nós passamos. E como a nossa memória é crucial nesse momento, pois ela é a nossa única companheira na solidão. A solidão é um sentimento e processo que viveremos, então devemos vivê-la, e sobretudo, compartilhá-la, pois ela pode matar.
"A vida não é o que vivemos, mas sim o que recordamos e como recordamos para contá-la.?