Isaque 15/04/2023
Uma solidão enraizada.
Magistral! Essa é a palavra que uso com a intenção de externar um pouco do sentimento que a obra-prima, intitulada Cem Anos de Solidão, desencadeou em mim. No entanto, existem algumas outras que gostaria mesmo de evidenciar: completa, sublime, grandiosa, delicada e insigne.
Aqui, o autor Gabriel García Márquez traz a todo tempo a crueza e a amplidão, interior e para o mundo, do ser humano nas suas falas, sentimentos, relacionamentos interpessoais, comoções, desejos, vivências, ligações e medos, todos eles cambiantes à solidão. Tratando de temas cotidianos com tanta sensibilidade, nos obriga a mensurar os conceitos e percepções da arte da assimilação abrangente para o definimos como "corriqueiro".
Os personagens são humanos, palpáveis, intensos; a narrativa é linda e repleta de uma poesia acústica que, ouso dizer, me exerceu um certo tipo de arrebatamento. A escrita é fascinante, sedutora. Desde as primeiras frases me encontrei deslumbrado, fisgado por aquelas palavras tão grandes e, ao mesmo tempo, tão misteriosas, recônditas. Me encontrei exposto a uma das tantas possibilidades que a literatura dispõe de mudar a visão que temos dos relacionamentos interpessoais e dos traços perpetuantes pelas gerações.
Ainda estou digerindo, assimilando, contrapondo os fatos, mas posso afirmar que, ao ler Cem anos de Solidão, fui tocado pela genialidade do Gabriel. Com certeza, essa é uma das minhas obras favoritas da vida; persistirá em mim a natureza da admiração de um leitor apaixonado para com um autor que fez história.