Nickie Dias 11/12/2023
Me senti naquele barco!
Sempre tive vontade de ler esse livro, mas ficava adiando, imaginando que não teria paciência para ler um livro inteiro sobre um velho e um peixe.
Mas, ainda bem que eu li! Hemingway consegue em menos de 200 páginas o que muitos autores não consegue em 400 prender o leitor do início ao fim, alimentando nossa expectativa e esperança.
Com uma narrativa simples, fluída e cheio de metáforas, acompanhamos a história de Santiago um velho pescador que está há 84 dias sem conseguir pescar um peixe.
Logo no início fiquei penalizada com a escassez que Santiago vivia:
??Não existia nenhuma rede e o garoto se lembrava muito bem de quando a tinham vendido. Mas esta era uma cena que repetiam todos os dias. Também não havia nenhuma panela de arroz com peixe e o garoto também sabia disso...?
Após ler esse trecho, fiquei com o coração apertado. Entretanto, o carinho e a atenção do jovem Manolin com o velho pescador me cativou e trouxe aquele calorzinho no peito.
E quando chegou a hora do velho pescador partir para o mar, pensei, pronto é agora que vou ficar entediada. Mas em nenhum momento isso aconteceu, pelo contrário, o autor me levou a embarcar junto com o Santiago, através dessa narrativa vívida e emocionante. Fiquei o tempo todo e se?
O autor foi intercalando os pensamentos do pescador com seus monólogos, ora consigo mesmo, ora com a natureza a sua volta. Durante a história o velho ficou cada vez mais próximo do peixe, se referindo a ele como irmão.
Uma história carregada de reflexões sobre a vida, a fé, a perseverança, a resiliência, a amizade. Mas também sobre o orgulho, a ousadia do homem de se achar superior a qualquer ser vivo, porque é racional e as consequências de suas escolhas para si e para os outros.
Uma história que vou carregar comigo por muito tempo.