@eusoudanivieira 11/08/2023
O velho e o mar
Tudo indicava que seria mais um ?causo? de pescador.
não fosse a idade de santiago...
não fosse a devoção de manolin...
não fosse o peixe.
tudo tão simples.
tão direto.
onde cada coisa é o que é, sem floreios...
uma prosa deveras objetiva mas que fica reverberando.
não sei aí, se você que me lê já leu, mas aqui... aqui ficou.
o velho e o mar, para mim, foi das narrativas mais concisas entre os clássicos que tenho lido ultimamente.
não é um livro de reviravoltas, por mais que seja isso que me percebi esperando ?ocorrer no decorrer? dele.
sabe, você se pega torcendo por santiago.
você deseja que ele atinja seu objetivo.
sente suas dores.
se apodera de suas limitações.
sonha seu sonho.
reflete tanto a partir de um velho, um peixe e o mar.
veja:
velho, podemos ser todos.
peixe pode ser qualquer um.
mas o mar... o mar não.
o mar é sempre o mesmo: como a vida (essa féla da ?pota? louca).
o peixe, nossas atribulações.
santiago, todos nós.
e ainda tem o menino manolin, que vem como os pequenos respiros em forma de sossego e carinho que temos durante nossa jornada.
acho que toda essa simbologia tornou meu ?pós-leitura? tão reflexivo... de um modo fascinante até!
e, quanto mais penso sobre, novas interpretações surgem aqui nessa cabecinha...
como ondas em um mar revolto.
a história de vida de santiago é profundamente comovente:
tantas vezes em jornadas solitárias, tendo como companhia suas lutas físicas e, como se isso já não bastasse, suas lutas mentais -
como é que não se envolve com um personagem desses?
como não se torna empático com um personagem cheio de altos e baixos (como nós?), cheio de resiliência (nem todos nós)?
acho que é pelo teor tão íntimo-realista desse livro que ele figura como um clássico da literatura.
ainda não consigo dizer de outros livros de hemingway com propriedade pois só li este.
mas te garanto que é por conta deste que eu desejo conhecer outros dos seus.
me conta se você já leu.
o que achou.
se algo te tocou durante ou depois da leitura.
te espero