Thaís Aguiar 23/07/2023
?Mas o homem não foi feito para a derrota - disse. Um homem pode ser destruído, mas não derrotado.?
Um livro emocionante que pode ter vários significados, dependendo de quem o leia e do momento em que se está na própria vida. O velho e o mar é uma história sobre a luta para sobreviver em meio às adversidades da vida e como, na verdade, a vida não nos dá muitas opções a não ser a de ser resiliente e segurar firme ao barco que nos leva para onde o vento sopra com mais força.
O velho Santiago está sem pescar um único peixe há 84 dias e vive uma vida miserável em Cuba, tendo como única companhia um menino que o visita todos os dias, levando comida e jornais. Até que o velho Santiago decide ir ao mar tentar a sorte pela octogésima quinta vez e se depara com um adversário à sua altura, um peixe enorme, maior que sua própria embarcação, incansável e que o leva para alto-mar com incrível resistência.
O velho pescador reconhece o valor do peixe, respeita-o, admira-o, tem pena e conversa com ele, enquanto trava uma batalha contra o cansaço, a fome e a própria velhice para conseguir matá-lo. Completamente sozinho, trava diálogos com seu próprio inconsciente, nos lembrando que, em muitos momentos da vida, não teremos mais ninguém para contar além de nós mesmos e, pelo menos durante algum tempo, isso deve ser o bastante para continuar seguindo em frente.
Santiago olha para os próprios ferimentos com ternura e otimismo, não se deixa adormecer e sempre dá tudo de si quando a situação pede que seja o mais forte que puder. Não possui grandes ambições, nem grandes expectativas no geral, apenas sonha em voltar para sua cama e deitar em cima dos jornais que servem de almofadas, para poder descansar as mãos e o corpo exaustos. Gostaria de poder comprar um pouco de sorte, ele diz, mas mesmo sem sorte, é preciso continuar.
Belíssimo livro!