Marcelo.Castro 18/01/2023
Big Mac com fritas
Toda vez que eu venho resenhar um livro do King é sempre a mesma coisa: não tem como esconder minha fascinação e idolatria por tudo que ele produz. E, dessa vez, ainda estou diante de um gênero que eu sou particularmente apaixonado: os contos. Junte tudo isso e o resultado é previsível: simplesmente adorei! Sobre os 4 contos em si. O primeiro é fantástico, bem estruturado, não dá para largar a leitura. O segundo, talvez pelo tema, talvez pelo final, não me agradou muito. O terceiro perdeu um pouco pra mim por causa da cronologia um pouco confusa, mas do meio pro final ganha fôlego e me agradou mais. E o quarto, e último, pode se dizer que é puro suco de King. Por fim, temos o posfácio, em que King conta suas conversas com seu editor, e de como ele acabou sendo rotulado como o mestre do terror. E de fato, se não nos quatro, mas pelo menos em 3 dos contos temos de forma inegável o componente do suspense, terror e sobrenatural. Mas mais do que isso, como toda história do King, nós temos sempre uma viagem e reflexão sobre o ato de escrever, sobre o ato se contar histórias, e no fim, para o leitor atento e fiel isso se sobressai. Como ele próprio afirma, sua prosa não é requintada, rebuscada, técnica. Ele é o "Big Mac com fritas" da indústria literária. Mas são histórias para quem gosta de histórias. São uma porta para outras realidades (algumas assustadoramente fantásticas, outras assustadoramente reais). Então deixe seus preconceitos de lado, abra essa porta, e sirva-se de seu Big Mac, com uma generosa porção de fritas, com um milk shake para acompanhar, e divirta-se (muito) com tudo que esse mestre tem para nos contar.