Perto Do Coração Selvagem

Perto Do Coração Selvagem Clarice Lispector




Resenhas - Perto Do Coração Selvagem


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daphnemerces 04/04/2022

primeiro da clarice
meu primeiro livro lido da clarice e coincidentemente o primeiro lançado dela hehe. fiquei chocada com essa informação pq ela dominava muito

acredito que em algum momento do livro alguém conseguiu se reconhecer e se ver na Joana (eu em vários momentos), tão tocante e angustiante vc poder ter a sensação de um sentimento escrito por alguém anos atrás.

com ctz lerei outros dela!! bom demais :)
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Italo 01/04/2022

Perto do coração selvagem
Em 'Perto do Coração Selvagem', primeiro livro de Clarice Lispector, somos enfrentados por uma mente tão livre que se aprisiona na própria liberdade. Há uma narrativa que faz da lógica sentimento e, desse sentimento, pare-se lógica febril; é e não é linear ao mesmo tempo, é efusiva, cálida e, por vezes, angustiante: não se lhe sai sem se estar um pouco calejado.

"É que tudo o que eu tenho não se pode dar. Nem tomar. Eu mesma posso morrer de sede diante de mim"
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Bellelivros 31/03/2022

A linguagem introspectiva e enigmática do romance nos possibilita diferentes interpretações. Ela é recheada de fluxos de pensamentos e flashbacks. Não é uma leitura fluida como 'A Hora da Estrela', o que pode não ser uma leitura tão prazerosa e de fácil compreensão para todos nos dias atuais, mas interessantíssima para o contexto histórico da época.

Em 'Perto do Coração Selvagem', primeira obra de Clarice, mergulhamos no selvagem coração de Joana. Uma personagem que desfaz os esteriótipos femininos da época. Joana é uma mulher de índole duvidosa - assume sua afeição pela maldade -, não era bonita, não tinha apreço pelo casamento e era livre, vivia sem se importar com os valores morais.
Joana possuia um "Q" de psicopatia - era fria e sentia repulsa ao contato humano - mas por outro lado, a maldade de Joana também pode ser questionada. Afinal, quais atitudes definem tal atributo?
Joana não era uma mulher movida pela violência, mas sim, pela rebeldia em não compreender o que é o ser humano. Se analisarmos o cenário histórico; o patriarcado vivido na época, os impactos do fim da segunda guerra mundial, o seu sentimento de repulsa, seus conflitos e a sua depressão não são incompreensíveis.

"Depois que se é feliz o que acontece?" questionava Joana, desde criança.
O ápice da felicidade de uma mulher era o seu casamento, assim a sociedade definia.
Joana cresceu sem receber afeto, foi abandonada e rodeada por ensinamentos machistas presentes em falas do pai, da tia, do marido etc.

VÍBORA, assim era chamada pela tia. VÍBORA, assim foi chamada por Otávio ao descobrir que Joana sabia de sua traição. VÍBORA, o animal que induziu Eva, a primeira mulher, a comer do fruto proibido, VÍBORA, assim era Eva, a mulher, ao entregar o fruto proibido ao Adão, o homem, o santo.
VÍBORA, assim é chamada a mulher que questiona, que enfrenta, que vive sem a dependência do homem e da religião.
"Vinde a mim, Deus (...) chamo por vós das profundezas chamo por vós... (...)" clamava Joana por se sentir sozinha, por não ser compreendida, por não se enquadrar nos padrões como Lídia se enquadrava e era aceita.
Mas, por fim, Joana chega a conclusão de que não quer nenhum Deus, a ela basta a si própria. "Não era mulher, ela existia e o que havia dentro dela eram movimentos erguendo-a sempre em transição".
Joana termina o livro divorciando-se de seu marido, relacionando-se rapidamente com outro homem e seguindo a sua vida em uma viagem ao mar pelo autoconhecimento.
E aqui deixo a célebre frase que diz muito sobre Joana "Liberdade é pouco. O que desejo ainda não tem nome."

'Perto do Coração Selvagem ' é a quebra do estigma social que permeia o universo feminino.
Uma obra complexa, impossível de ser totalmente detalhada em uma resenha. Merece muito ser lida.
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sopadebanana 31/03/2022

Perfeito
Esse livro veio na hora certa e eu realmente amei ler cada pedacinho dele. Claramente Clarice Lispector era uma gênia além de seu tempo
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Cindy 30/03/2022

Complexidade pura!
Minha experiência lendo Perto do coração selvagem se assemelha com a que tive lendo Paixão segundo GH. A complexidade e inteligência que a autora escreve me deixa muito perdida e às vezes desanimada com a leitura porque não consigo aproveitar a obra por "inteira". Fui tomada de um turbilhão de sensações e questionamentos que me impedem, de certa forma, ter uma opinião mais pontual sobre a obra. Clarice sempre me deixa desconfortável comigo mesma com as suas personagens, porque faz uma apresentação simultânea de complexidade da personalidade e a simplicidade da história, é uma mistura que permite tantas divagações em uma única frase. As decisões chamaram muito a minha atenção por estarem carregadas de sinestesia, de alguma forma elas faziam sentido e integravam com mais profundidade com o fato narrado, o pensamento, a memória e entre outros exemplos. Clarice é um verdadeiro desafio, mas que sempre estou disposta a aceitar.
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Mel ð¯ 27/03/2022

O retrato de uma mente livre
Esse romance de formação é uma busca pela definição do que é ser humano, ser mulher, ser vivo. Uma narrativa feita de pensamentos, sentimentos, sensações e observações de uma mente livre e autoreflexiva que não cansa de se descobrir. Passamos, nesse livro, pela vida de Joana como ela mesma a passou: buscando dolorosamente sentir a consistência da vida.
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bibi1985 25/03/2022

Como sempre, Clarice Lispector
Tudo que Clarice escreveu eu amo, alguns amo mais outros menos. Gostei muito desse livro em particular, me fez refletir muito sobre minha infância e sobre quem sou hoje, além é claro, de me fazer pensar sobre como nosso lado mais feio também pode ser nosso lado mais bonito.
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Vi 15/03/2022

a clarice lispector é minha escritora fav e isso não é segredo MAS isso aqui me pegou de um jeito que eu pensei nesse livro durante todo o tempo em que não consegui estar lendo ele. extremamente delicado mas ao mesmo tempo uma avalanche.
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gabibs 14/03/2022

muito profundo pro meu cérebro entender metade das coisas que essa mulher fala mas genuinamente uma das escritas mais lindas que eu já li na vida
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Lilian.Araujo 10/03/2022

Romance inaugural de Clarice
Comecei a ler ?Perto do Coração Selvagem? por dois motivos: queria saber de já havia alcançado maturidade literária para ler Clarice; queria ler o seu romance inaugural, porque minha única leitura dela havia sido ?A hora da estrela?, nos tempos da escola.

Continuo sem saber se adquiri maturidade literária para decifrar Clarice, e me pergunto, ao mesmo tempo: ela queria ser decifrada? Ou sua escrita em fluxo de consciência pretendia que o leitor, ao lê-la, fizesse o seu próprio fluxo de consciência, que não necessariamente precisaria ser idêntico ao da autora?

A impressão que tenho é que não é preciso entender os justos motivos de Clarice, mas ir com ela no barco que adentra a nossa própria consciência, decifrando o que tem ali que é similar a Joana.

E eu fui nesse barco, fluindo, encontrando muita dificuldade, porque há sentimentos e sensações nossas que nem mesmo nós conhecemos, e causa espanto quando nos deparamos com eles.

Precisei parar a leitura antes de alcançar a metade do livro e recomeçar do zero. Isso se deu mais precisamente no capítulo do banho de Joana!

Joana?Joana era mesmo má e víbora? Ou Joana é uma faceta reprimida de cada mulher vivente? Me encontrei tantas vezes na maldade de Joana. E então concluí para mim mesmo: aquilo que o mundo chama de maldade numa mulher talvez seja aquilo que ela tem coragem de verbalizar, enquanto pensa, sem temer ser julgada. A maioria de nós silencia, porque falar seria ir de encontro a um padrão que nós e dito para seguir. E se a nós nos recusarmos? Seremos, então, todas más?
Lilian.Araujo 10/03/2022minha estante
O título me traz reflexões feitas na leitura de ?Mulheres que correm com os lobos?, a partir das constatações da autora, com nome parecido ao de Clarice: Clarissa! Clarissa entende a natureza selvagem da mulher como sua essência primitiva, sem adestramento ou domesticação. Quando passamos pelo processo da domesticação, perdemos os instintos, passamos a corresponder ao padrão e ao que esperam de nós, mesmo que isso signifique um rompimento com nossa essência e nossa psique saudável e natural. Estar perto do coração selvagem não seria, então, se manter perto do coração que preserva a própria essência primitiva, aquele que não se domestica, não se deixa adestrar? O coração selvagem é o de Joana, a própria mulher instintiva, selvagem, primitiva, porque é capaz de preservar a si. Essa mulher é rejeitada pela sociedade. Não a querem, porque sua maldade lhe leva a assumir quem é, a impele a ser e fazer grandes coisas não desejadas pela faceta do poder que tem cara e sexo definidos: de homem.




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Bea 02/03/2022

Simplesmente Clarisse
?Queria saber: depois que se é feliz o que acontece? O que vem depois??
?Liberdade é pouco. O que desejo ainda não tem nome?
Poderia escrever inúmeras passagens da obra das quais me tocaram, me chamaram atenção e que resume bem quem é a escritora Clarisse e como esse livro é e do que ele trata, inclusive o título ?Perto do coração selvagem? após finalizar a leitura e ter alguns momentos de reflexão entendemos que ele também explica a história.
Morte, especialmente.
Foi o primeiro livro que li da autora, já conhecia e tinha muita vontade de ler alguns anos atrás e na escola estudamos sua obra ?A hora da estrela? achei fantástica, mas também não cheguei a ler, além disso minha querida é grande professora de literatura nos passou um documentário da Clarisse Lispector, ele me fez ficar ainda mais encantada por ela, mas somente agora aproveitei o Kindle unlimited para ler esse livro, seu romance de estreia, e com certeza comprarei o livro físico para estar em minha estante e eu ler novamente. Apesar de sentir um pouco de dificuldade na leitura por ser um pouco diferente do que estou habituada, ela conseguiu me fisgar e me conectar intimamente a personagem principal e, claro, um pouquinho dos outros também. Recomendo a leitura, para alguns pode ser chato devido a escrita, mas para os outros será uma experiência marcante de Clarisse e com várias reflexões no decorrer da leitura.
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Arruda 01/03/2022

Sem decepções !!!
Que experiência maravilhosa !
Somos apresentados a personagem Joana, que acompanharemos desde sua infância até sua fase adulta. Temos também a forte percepção de que a protagonista não é vazia em momento algum da história.
Vemos que desde sua infância já era uma pessoa reflexiva e questionadora, e esse sentimento apenas foi se fortalecendo ao longo de sua vida.
O livro traz muitas emoções fortes e reflexões interessantíssimas, e na minha opinião, não deixou a desejar. Embarcamos junto com Joana em uma longa jornada a procura do ser, do amor, do sentido das coisas, de si mesma e principalmente da liberdade.
Apenas leiam esse primeiro romance publicado da autora, ele é simplesmente perfeito !
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Isis Porto 16/02/2022

Joana é impulsiva, destemida e não sabe o que é moral, não gosta de pessoas bondosas e que são sentimentais, ela sente-se deslocada do mundo, não consegue pertencer ao lugar que vive. Conhecemos ela a partir de suas lembranças, sabemos seus desejos, pensamentos íntimos. Ela é órfã e vai morar com seus tios, mas quando eles conhecem quem é Joana decidem que vão deixá-la em um internato e é lá que ela vive até se tornar adulta. Os capítulos são intercalados, não temos uma linha do tempo contínua, é um verdadeiro passeio na mente da Joana, como realmente é a mente humana, nossos pensamentos são de acordo com o momento, nossas lembranças não seguem a ordem dos acontecimentos, vamos lembrando de uma de ontem, outro de 10 anos atrás e outra de 2 anos, Esse livro me surpreendeu, eu tinha uma imagem diferente da Clarice por conta de um livro que li antes e que não gostei nada, mas esse fez com que eu dê mais oportunidades aos livros dela.
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