Memorial de Maria Moura

Memorial de Maria Moura Rachel de Queiroz




Resenhas - Memorial de Maria Moura


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Crowe 02/04/2020

Um retrato da pobreza e coragem do povo nordestino.
Um bom livro, é bem divertido a forma que a autora durante o livro dedica diversos capítulos a cada personagem, permitindo a nos leitores observamos vários pontos de vista, absorvendo assim a trama de uma forma melhor. Está história me forneceu informações da vida e pensamento do povo nordestino do século XIX que eu não conhecia. Além disso, retrata a coragem e os sacrifícios de Maria Moura, aquela que tinha corpo de mulher e coragem de homem, comandando sozinha a sua "cabroeira" pelo sertão afora. Porém, apesar de sua dureza e força encontrou sua fraqueza e sua perdição no amor.
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Clau 09/04/2020

A força da mulher nordestina
A cearense Rachel de Queiroz sempre foi uma mulher bem à frente de seu tempo. Em seu livro Memorial de Maria Moura, a autora nos apresentou o cenário do Nordeste brasileiro no século XX, evidenciando as características da mulher nordestina, sua força e determinação. Maria Moura, personagem simples do campo, vítima de abuso sexual por parte do padrasto, toma atitudes drásticas após o assassinato de sua mãe e deixa de ser moça submissa, revelando um forte temperamento... Nordeste, amor, ódio, cobiça, vingança, romance...
Meu clássico favorito.
Super recomendo.
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João Ferro 05/05/2020

Bom, mas faltou alguma coisa
Memorial de Maria Moura é um romance de Rachel de Queiroz escrito em 1992. A Autora, depois de um lapso de mais ou menos cinquenta anos sem escrever romances, lançou a obra. Trata-se de uma trama regionalista descrita em primeira pessoa por diversos narradores: a personagem principal, Maria Moura, Tonho, Irineu, Marialva e Beato Romano. Trata-se de um recurso polifônico (como se fossem vários contadores de histórias), por meio do qual a mesma estória é contada por diversos narradores, imiscuídos em seu psicológico e seus pontos de vista.
Esses narradores contam a saga de Maria Moura, uma jovem sertaneja do final do século XIX (Brasil Império) que se torna órfã e é assediada, depois da morte de sua mãe, por familiares (Irineu, Tonho e Firma – os Marias Pretas) e pelo próprio padrasto, com quem tem sua primeira experiência sexual, para que ceda a propriedade de suas terras, chamadas de “Limoeiro”. Maria Moura, ameaçada por todos os lados e acuada, em vez de se apresentar como moça indefesa e neutralizada, insurge-se, formando um bando e praticando assaltos. Seu maior objetivo é encontrar as terras que eram de propriedade de seus ancestrais, localizadas na Serra dos Padres, e lá construir uma casa forte, explorar a terra, acumular riqueza e, enfim, ter segurança, sem se sujeitar a homem nenhum e a familiares.
O bando de Maria Moura se torna famoso e sua figura, a de uma mulher à frente de um grupo armado masculino, se torna referência para pessoas excluídas da sociedade como escravos, criminosos (o Beato Romano, por exemplo) e toda a espécie de marginalizados. Bem assim, o Poder de Maria Moura cresce a cada saque, a cada assalto, e ela se torna famosa em seu contexto territorial.
Quando enfim se estabelece, Maria Moura é convidada a dar guarida a um almofadinha, filho de um fazendeiro, o Cirino, um rapaz mal caráter. Por Cirino, Maria Moura se apaixona e expõe um lado frágil e inseguro, baqueado pelo amor, por trás de uma mulher forte e insurgente, que, até Cirino, não se submetia a homem nenhum.
Desse modo, Rachel aborda em seu romance vários nuances psicológicos dos personagens, por meio de uma linguagem clara, coloquial e que prende o leitor, mostrando-se, indubitavelmente, um livro gostoso de ler. Além do lado psicológico e humano dos personagens, a obra trata de feminismo, brutalidade e preconceitos. Uma leitura gostosa, sem dúvidas.
Apear disso, da notoriedade da autora e da linguagem leve, acredito que Memorial de Maria Moura apresenta um grande descompasso narrativo. Os maiores vilões da história, Irineu, Tonho e Firma se perdem bruscamente, dando lugar a um forasteiro, o Cirino, que se torna o amor e ódio de Moura numa relação amorosa bem piegas e sem sentido. Da virada brusca entre os vilões, Rachel contextualiza Cirino em uma situação que pega o leitor de surpresa e torna maçantes os capítulos finais. Por causa disso, a força da personagem Maria Moura desfalece e ela vai se tornando insossa, encardida. A trama, a meu ver, termina sem dizer a que veio, como se fosse uma rede não finalizada. Torna-se uma história que vai do tudo a lugar nenhum. Por causa dessa quebra no roteiro, Memorial de Maria Moura torna-se um livro bom no início, mas que perde o fio da meada e possui um final, que me perdoe quem discordar, fraco.
Mais feliz foi a adaptação feita pela Rede Globo na década de 90, apresentando Glória Pires como Maria Moura. Na adaptação, a Globo correlacionou os eixos da história, dando mais emoção e sentido ao transcorrer dos fatos.
Diante disso tudo, Memorial de Maria Moura é um bom livro, mas, com todo respeito à imortal Rachel, não me fez refletir nem ter vontade de relê-lo. Para mim, livros excelentes se fazem aqueles que obrigam o leitor a pensar mais e ver o mundo de outras formas. Temas caros como o feminismo, o preconceito e machismo poderiam ter sido mais bem explorados por Rachel. Mesmo assim, recomendo a leitura.

site: @leitorbolado
Karamaru 25/01/2021minha estante
Excelente resenha. Tive essa sensação




Manu 25/08/2020

Sou bem suspeita pra falar da literatura nacional, pois simplesmente amo! E além do mais, envolvendo uma protagonista feminina.
Maria Moura incorpora uma mulher forte e emponderada em boa parte da narrativa, ainda mais se levar em conta à época da ambientação da história: em meados de 1850, antes mesmo da abolição da escravidão.
A história me prendeu do começo ao fim, com as descrições dos momentos de ação e, principalmente pelo formato da narração: em que cada capítulo é dedicado ou a Maria Moura, ou ao Beato romano ou a Marialva, no qual eles narram em primeira pessoa suas vivências.
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Fernanda.Zaccaria 21/10/2020

Um bom livro
História de cangaço, cheia de aventuras, com os "cabras" fazendo roubo nas estradas, mas com uma diferença: eles são liderados por uma mulher.
Maria Moura é uma mulher forte, de palavra, que fez sua história e sua riqueza com muita dificuldade mas também com muito sucesso, conquistando o respeito de todos.
Ela era uma menina que vivia com sua mãe e um padrasto. Com a morte da mãe, o padrasto passa a se "engraçar" com a enteada, que não oferece resistência mas que não suporta o padrasto. Quando ele exige que ela assine um documento para lhe passar a herança da mãe, Maria Moura resolve dar um fim nele (mas não com as próprias mãos).
Com essa primeira morte começa a história de Maria Moura, que a partir de então passa a ter muita dificuldade para defender o que é seu, tendo que chegar até a pôr fogo na própria fazenda para que os primos não tomem posse dela.
Ela parte então em busca de uma terra que era de seu avô e que está "abandonada" para começar seu legado. Durante sua história ela vai reunindo mais e mais "cabras", que a ajudam nas emboscadas nas estradas para roubar animais, riquezas, e principalmente armas. Assim ela se torna conhecida na região, provocando medo e, ao mesmo tempo, respeito nos moradores locais.
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Mari 19/01/2021

Escrevendo com os pés, porque com as mãos, estou aplaudindo
Rachel de Queiroz foi a primeira escritora brasileira a ser realmente reconhecida. Aos 20 anos, surpreendeu público e crítica ao escrever uma história sobre a seca no Nordeste, "O Quinze", que ainda é seu romance mais famoso, porque não imaginavam que uma mulher conseguisse escrever tão bem sobre um tema tão sério e, ainda mais, sendo tão jovem. Mas, Rachel não parou por aí, continuou escrevendo livros de grande sucesso, como "As Três Marias" e "Memorial de Maria Moura". Este último, talvez tenha sido seu último grande romance. E, que livro, que obra-prima! Por esse livro, a senhora Rachel não merece Palmas não, merece é o Tocantins inteiro. O que mais gostei nele foi sua capacidade de prender o leitor, principalmente, quando começa a chegar no final. Pelo menos foi assim comigo, não conseguia parar de lê-lo por nada nesse mundo.

Logo, percebe-se que só uma mulher nordestina e guerreira poderia ter escrito tal romance, pois é exatamente isso que sua protagonista, Maria Moura, é. Quer dizer, Dona Moura, pois ninguém diz seu nome sem lhe mostrar respeito. Ainda jovem, ela ficou órfã de pai e mãe e ainda foi abusada pelo padrasto, Liberato, um pilantra que queria lhe usar para ficar com suas terras. Por isso, ela teve que mandar um homem matá-lo, mas antes, ela foi se confessar ao Padre José Maria, nem ela sabe exatamente o porquê, porém, essa confissão ligaria os seus destinos.

Como se não bastasse tudo isso, ainda lhe aparecem os primos Tonho e Irineu, tentando lhe roubar as terras, alegando que eram deles, pode até ser que fossem deles mesmo, mas ninguém ia tirar Maria Moura de sua casa. Eles tentaram assustá-la e sequestrá-la, chegando lá com um monte de homem armado, contudo foram recebidos com um intenso tiroteio. Aproveitando a confusão, ela ainda incendiou a própria casa antes de fugir com seus homens, para não deixar nada para aqueles dois. Cortou os cabelos, vestiu as roupas do pai e, assim, morreu a sinhazinha e nasceu Dona Moura. Aos poucos, foi conseguindo mais homens, mais armas, mais munição, mais cavalos e mais poder, tornando-se temida na região.

Achei muito interessante a forma como Rachel divide o livro, porque os capítulos são dedicados a personagens específicos que narram seu ponto de vista da história de forma não linear. Apesar de não ser uma técnica inovadora, por ser muito comum em livros de fantasia, seu uso no livro me surpreendeu, já que ainda não a tinha visto ainda em livros mais sérios. Por isso, pode-se concluir que o livro possui 3 personagens principais: Dona Maria Moura, Padre José Maria e Marialva, a prima de Maria Moura, que é mantida presa pelos irmãos, Tonho e Irineu, e pela cunhada, Firma, para impedir que ela se case e que o marido cobre sua parte nas terras. Porém, a protagonista mesmo é Dona Maria Moura, não só por ser a dona da maior quantidade de capítulos, mas também, porque a história dos outros personagens acaba girando ao redor da sua própria.

Além disso, como a história se passa no meio do século XIX, há a presença da escravidão e Rachel não perde a oportunidade de criticar o racismo.

"Eu sentia (e sinto ainda) que não nasci pra coisa pequena. Quero ser gente. Quero falar com os grandes de igual para igual. Quero ter riqueza! A minha casa, o meu gado, as minhas terras largas. A minha cabroeira me garantindo...
Quero que ninguém diga alto o nome de Maria Moura sem guardar respeito. E que ninguém fale com Maria Moura ? seja fazendeiro, doutor ou padre, sem ser de chapéu na mão."
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Andressa 22/01/2021

Incrível!
Literatura brasileira que deveria ser leitura obrigatória. Que escrita muito bem feita, muito bem elaborada. Rachel de Queiroz é incrível. Recomendo muito que todos leiam!
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02/10/2021

Uma mulher forte
Quer uma obra com personagens femininas fortes? Então toma! Aliás, isso não é nada surpreendente vindo da primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, a autora Rachel de Queiroz.

Aqui acompanhamos a trajetória da personagem Maria Moura que após ficar órfã de pai e mãe, briga com os primos pela sua terra como herança. Disposta a não entregar a sua casa aos primos, ela a incendeia e foge para começar uma vida nova. Maria Moura construí o próprio império. Mas mesmo sendo uma mulher poderosa e forte, ela se mostra humana e suas fraquezas são reveladas após uma paixão.

Fiquei encantada com esse clássico! A personagem é forte, mas também é humana, com suas próprias vulnerabilidades. Os personagens são muito bem construídos, só não gostei tanto do final, mas a obra em si dá para entender porque ela é um clássico. Não é uma obra para ser devorada e sim apreciada aos poucos.

"Além do mais, eu tinha horror a casamento. Um homem mandando em mim, imagine; logo eu, acostumada desde anos a mandar em qualquer homem que me chegasse perto." (p. 350).

Para essa e outras resenhas, siga: @livros_e_linhas
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Gerson 18/10/2021

Surpreendente
Como essa história me surpreendeu, iniciei a leitura achando que a historia ia ser lenta e devagar, mas fui surpreendido. Foi uma leitura rápida, fluida, totalmente envolvente, onde, Maria Moura uma mulher a frente do seu tempo, decide sobreviver em meio a turbulência que sua vida se torna após um acontecimento trágico. Ela não se deixa abater, com atitudes coerentes e as vezes nem tanto, segue seu caminho em busca de sobrevivência. Senti falta de alguns personagens que apareciam no decorrer da história e depois desapareciam. Maria Moura, Marinalva, Beato Romano, todas as histórias desenvolvidas são envolventes e se conectam de alguma forma. Memorial de Maria Moura é um livro com uma representatividade feminina muito forte, com um excelente desenvolvimento dos personagens e que levanta muitos questionamentos que nos fazem refletir sobre muitos aspectos. Uma leitura necessária...
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Giovanna_ 25/11/2021

??
Não tenho nem o que dizer desse livrooo. Amei tudo, amei a ambientação, amei os personagens, amei a Maria Moura! Acho que a alternância de personagem em cada capítulo deixa tudo muito fluido, gostei de todos eles. É um livro que se passa no nordeste oitocentista, e a Dona Moura é uma mulher órfã, que comanda um bando de homens conhecidos seus para tomar posse de umas terras que herdou do avô, muito longe no sertão. A trajetória deles é bem legal de ver, e sinceramente não fiquei com vontade de acabar o livro tão cedo, foram 500 páginas que passaram rapidinho ?
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@eudeviaestarlendo 20/04/2022

Aqui temos três histórias e três protagonistas Maria Moura, Marialva e o padre José Maria de Sousa Lima ou Beato Romano.

Toda a história de Moura, Marialva e Beato vai se contando no passado, separadamente.
Até que essas histórias se cruzam, encontrando-se com Maria Moura em sua casa forte no presente.

?Quem ler Maria Moura não ousa dizer que ela é um personagem fictício, não é à toa que ganhou o Prêmio Jabuti de Ficção do ano de 1993 e um seriado. Maria Moura é real! De carne e osso, cheia de desejo, ambição, de ódio, de vingança, de generosidade e amor, como qualquer outra mulher de carne e osso.

?Maria Moura vai além da sua autora, (que por sinal, deve ser louvada e agraciada.) Maria Moura sai do livro e caminha com suas próprias pernas aonde quer que ela queira ir. Ela transcende o tempo e o espaço. Maria Moura é o que toda mulher quer ser em seu íntimo; destemida, confiante, ousada. Aqui, nesta história há tanta coragem dentro dessa mulher, há aventuras, estratégias, amor, tragédias e medos. Foi a minha melhor leitura do ano.
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Ivana 16/06/2022

A destemida Maria Moura
Memorial de Maria Moura é um livro rico, com uma personagem central por vezes surpreendente. Maria Moura, uma jovem mulher que aprendeu desde cedo a lutar pelo que quer, destemida, e que não se permite ser passada pra trás por ninguém, mas que mesmo com essa força se colocará em situações que tende a questionar a si mesma e seu poder diante do ardil, como qualquer mulher forte diante das armadilhas do amor. Outros personagens, como sua família nas Marias Pretas e o Beato Romano vem pra complementar esse universo duro onde a terra e a religiosidade reinam. Os costumes sertanejos são amplamente apresentados neste livro, que apresenta uma personagem central, com algumas histórias secundárias que tendem a ser complementar no decorrer do livro. A crítica que se faz é que a personagem principal insistentemente precisa agir de forma masculina para demonstrar seu poder e sua feminilidade é vista como fraqueza. Outrossim, o ambiente de sua família, que é tão importante no início, é deixado de lado no decorrer do livro, após alguns encontros importantes entre personagens.
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