Primeiras Estórias

Primeiras Estórias João Guimarães Rosa




Resenhas - Primeiras Estórias


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marce.thv 05/02/2023

"A 3° margem do rio"
Sei que muitos pegaram para ler unicamente esse conto, mas o livro como um todo trás consigo vários contos que nos fazem pensar por horas a fim. A 3° margem do rio fala sobre o esquecimento, o isolamento e digo até mesmo o que seria uma busca pelo desconhecido, que talvez não valha tanto a pena ser buscado tão veementemente assim..contudo, é a minha obra favorita do Guimarães Rosa, e tenho certeza que a narrativa nós permite fazer várias interpretações diferentes.
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Analice.CalaAa 26/12/2022

Que obra-prima da literatura!! A forma com que Guimarães Rosa faz o uso do português é fantástica. Eu amei ?A terceira margem do rio?, que conto maravilhoso! Dá vontade de reler várias vezes de tão precioso.
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luisa302 15/12/2022

não cheguei a ler o livro todo, só uns contos para escola. uns eu amei muito e outros eu não entedi caralhas por isso 3 estrelas kkkk
Geovana.Esther 15/12/2022minha estante
Acho que é o curso normal de ler Guimarães Rosa, alguns contos só "traduzindo" pra entender, mas gosto doq já li dele.


mariana.rgs 04/04/2023minha estante
KKKKKK




Moacir 19/11/2022

Muitas vidas, muitas histórias
Como um livro de contos há aqui histórias diversas, diversificadas, onde se percebe a pena desse autor sertanejo, de grandes sertões. Algumas famigeradas, não se ofenda, outras nem tanto assim. Dentre as ouvidas e contadas por diversos há suspenses como "Famigerado" e "A Terceira Margem do Rio", bem como outra menos proseada, "Luas-de-Mel"; tem ainda a profunda sensibilidade da invisível "A Benfazeja". Necessita-se releituras para que se compreenda melhor outras tantas e nem tantas assim. Muitas vidas desfilam por esses rincões de Primeiras Estórias.
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Gabriel Oliveira 05/11/2022

Um Guimarães Rosa breve
Os contos curtos de Guimarães Rosa reunidos nessa obra são chamados de estórias, palavra que deriva da língua inglesa para denominar os contos e relatos breves, geralmente de tradição oral, folclórica.

Para quem já leu Grande Sertão Veredas ou Sagarana, não há muito de novidade nessa obra aqui. Na verdade, acho que esse livro é bem menos conhecido justamente por conta de um padrão que se repete nos contos, e que parece mostrar a intenção não tão explícita do autor: é uma obra mais experimental.

O prefácio de Paulo Rônai é extenso e bastante analítico, e ilumina muita coisa do que irá vir. Ali o famoso tradutor húngaro já deixa claro que vamos encontrar contos que, além de sua linguagem completamente inventiva, possuem um enredo que não privilegia o clímax, que termina em apaziguamento e resignação. Isso pode ser um defeito para os acostumados com plot-twists, mas não tira o mérito da obra.

O maior defeito, para mim, de Primeiras Estórias, é um certo ar de laboratório que os contos possuem aqui. Tenho a sensação de que Rosa estava escrevendo e guardando todos esses textos como espécies de rascunhos, onde uma obra seria carregada num certo elemento (por exemplo, linguagem pedante) enquanto outra seria carregada pelo humor; outra, seria mais puxada para o drama existencial.

É essa a sensação que dá quando você coloca lado a lado obras como Famigerado e A terceira margem do rio. São obras super desiguais. Aliás, tirando o segundo conto citado, o livro perde quase toda a sua potência.
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Daniel 23/10/2022

Meu primeiro Guimarães Rosa
Sempre tive receio de ler Guimarães Rosa, pois, assim como James Joyce, imaginava que não tiraria o devido proveito de sua obra sem uma necessária maturidade como leitor. Eu estava certo. Mas fui pegando o jeito no caminho. Li e reli trechos que me foram incompreensíveis, e entendi que certas estórias eram melhor entendidas numa segunda leitura.
A minha impressão é que a leitura à primeira vista tem sua dinâmica interrompida por palavras "roseanas" que te forçam a LER a palavra sílaba por sílaba; o que contrária o processo da leitura normal, onde nosso cérebro traduz palavras inteiras sem interrupção e sem perder o fio. Contribui também para isso a pontuação e os destaques que ele utiliza, onde vírgulas e pontos, um ou dois, e itálico etc, seguem mais uma estrutura estética que normativa.
Enfim, quebrou minha cabeça e me tirou do conforto. Mas eu gostei. Gostei a ponto de querer mais. Gostei a ponto de me pegar interrompendo a leitura pra admirar uma simples sentença aqui e outra ali, de tão bonitas que soavam a poesia - como tenho certeza, era sua intenção. (Obs: prefiro não referenciar o modernismo ou outro movimento literário por desconhecimento meu.)
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CSK 12/10/2022

Não tenho nem oq dizer...depois de Drummond, Guimarães é minha outra paixão.
São 21 contos que nos transportam para universos paralelos e sem dúvida geniais de Rosa.
Leitura obrigatória.
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Maria22510 14/08/2022

Amor de Índio
Primeiras Estórias é o primeiro livro de contos (ou estórias) que eu me lembro de ler por vontade própria.
Minha motivação foi a escrita do autor, um dos meus favoritos, pois na verdade nunca tive muita afinidade com este gênero.
No entanto, a primeira metade do livro me surpreendeu positivamente, cada estória me cativou pela forma com que Guimarães Rosa usa as palavras, compondo poesias dentro da narração.
A segunda metade do livro li de forma mais arrastada, até pela dificuldade que esta leitura impõe.
Chegando ao final, me senti orgulhosa por ter conseguido terminar e aproveitar essa grande obra. Minhas estórias favoritas foram "As Margens da Alegria", "A Terceira Margem do Rio", "A Benfazeja" e "Os cimos". Mais uma vez, enlevada pelo seu talento, te digo: Obrigada, grande João Guimarães Rosa.

Trilha Sonora: Amor de Índio - Gabriel Sater e João Carlos Martins (Sax Cover).
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Tiago 13/08/2022

A Terceira Margem do Rio
O mistério está às voltas em cada conto do livro. Em A Terceira Margem do Rio, um dos particularmente prediletos da coletânea e de todos os outros contos que já li, é o mistério o que mais atravessa a narrativa. É sobre esse conto que teço aqui meu comentário. Um rio é fundo, é dito pelo narrador, e a leitura de quem lê esse conto, se também não o for, vai morrer no raso. Os elementos simbólicos da narrativa precisam ser considerados: um rio tem duas margens - a de um lado e a de outro. Mas o rio do conto tem três: nessa terceira margem é onde vai o pai do narrador. Essa figura que fica estável diante do rio, que é coisa que tem um movimento contínuo. Concordo com alguns comentadores do conto quando afirmam que a ida do pai para a terceira margem do rio é rodeada de um mistério tão grande tal qual uma espécie de morte. E o filho que perpetuamente vai visita-lo sem sucesso de chamar sua atenção, até o dia em que propõe ficar no lugar do pai, nos põe a nós, leitores, diante do irremediável fato de que a morte é uma experiência intransferível, única para cada sujeito, e absolutamente rodeada de mistério. Dentro da morte não há o que entender, visto que não é o entendimento ou nada mais o que irá importar - o mesmo ocorre com a terceira margem, esse lugar para onde foi o pai.

Os parentes do filho, narrador do conto, tomam cada um o seu rumo: casam-se, vão morar com outros parentes. Menos ele. Sua devoção ao pai, seu luto insuperável causam nele uma incompreensível culpa que fica implícita ao leitor. Os anos passam e o filho já não é outra coisa senão sua culpa, sua devoção. Até que o segundo grande momento do conto ocorre: o filho propõe um lugar possível que ele possa ocupar na vida: o de entrar na canoa no lugar do pai. É quando o pai parece aceitar a proposta, acena e está voltando da terceira margem que o filho não suporta de terror; corre, retrocede. Sabe ali que o lugar do pai não pode ser ocupado. Se não for o lugar do pai que será ocupado, que lugar resta a ele? Ao fim do conto, há uma identificação ao próprio rio que corre, que leva, que segue seu fluxo.

Na clínica, nesse meu ofício de psicólogo, não é raro ouvir dos filhos enlutados um empuxo a ocupar na família o lugar dos pais mortos. Ocupa-lo não é sem sofrimento, pois esse movimento acarreta uma via direta, por identificação, que os liga ao parente que partiu para a "terceira margem do rio". Como passar a desejar um lugar para si? É essa a grande tarefa de cada um. Mesmo que não seja diante da morte dos pais, ocupar para si um lugar é enfrentar certo mistério que sustenta o viver. É construir para si a própria canoa, identificar-se não com a figura estática do rio, mas com o rio mesmo, com sua correnteza que leva, com seu fluxo.
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Luiz993 27/07/2022

O melhor e o pior de Guimarães
A obra reúne 21 contos de Guimarães Rosa. Não se enveredam por esplêndidas facetas literárias em rompantes de genialidade; os contos não explodem em grandes mistérios com desfechos magníficos, não. São até simples, mas mesmo na simplicidade, Guimarães é diferenciado.
Até o momento em minha leitura rosiana é o livro mais fraco, porém aquele que me deu de seus melhores personagens, a genial Brejeirinha no conto "Partida do Audaz Navegante". Não é superestimar a concepção de um gênio na figura de uma criança simples. Crianças, de maneira geral são sensíveis às emoções, e essa Brejeirinha foi sensacional em suas maluquices de contação de histórias, que, de uma delas promoveu a união de um casal que não via um palmo à frente do nariz para perceber o que a vida sempre se esmera em dar condições que aconteça: o amor. Foi genial.
Tiago 13/08/2022minha estante
Com dizer que não há grandes mistérios e que os contos são simples diante de A Terceira Margem do Rio? A Menina de Lá também é mistério puro.


Luiz993 21/09/2022minha estante
A tão polêmica "A Terceira Margem do Rio" tem um enredo elementar, previsível, ao meu ver. Para mim é claríssimo. "A Menina de Lá" é uma fofura, parece sinistro, mas é simples como uma ida à venda da esquina comprar um doce. Não são mistérios construídos ao longo da obra numa apoteose de sua elucidação como em outras obras, não.
Mas são percepções, ninguém é igual a ninguém. Para mim, esta é a obra mais simplória do gênio.




Ana 16/06/2022

Simplesmente encantador
A maneira como o autor escreve possui tamanha suavidade e regionalismo que torna a leitura tão gostosa quanto uma conversa com alguém mais velho que tem infinitas histórias para contar.
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Hilton Neves 15/05/2022

Muito publicitário se inspirou em seus trocadilhos e diabruras com as palavras! A escrita de Rosa nos remete ao geito do Mauro Beting comentar na TV ou às letras das canções dos Engenheiros do Hawaii! Foi menos geográfico que Sagarana e mais psico-analítico das personagens das estórias. A Terceira Margem do Rio foi meu favorito.
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Lucasrevoredoleal 04/05/2022

Riquíssimo, Profundo e Belíssimo
Dizem bastante que é difícil entender Guimarães. Ao início corroborei essa ideia. Só que o mais difícil é entender nós mesmos - nossos sentimentos,paixões?

Guimarães consegue, em suas estórias, traduzir a alma dos personagens e, entendendo-os, acabamos que conhecendo nós mesmos.

É uma literatura pra ser revisitada e se emocionar sempre - o que é inevitável.

Estou muito ansioso pelas próximas visitas e obras do autor que irei ler ( que vai ser o ?Grande Sertão?).

E se pensam em ler Guimarães, não fiquem em dúvida, só leiam.
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