Leila 04/11/2024Carrie, a Estranha me surpreendeu, confesso, não apenas pela intensidade com que retrata o terror psicológico, mas pela profundidade com que aborda temas como o fanatismo religioso e o impacto devastador do bullying. Embora eu não costume ler livros do gênero nesta fase da minha trajetória como leitora, a obra conseguiu me cativar por tocar em uma questão que sempre me interessa: como a religiosidade abusiva e extrema pode desfigurar vidas e gerar traumas irreparáveis.
A protagonista, Carrie White, é uma jovem atormentada pela mãe religiosa e opressora, além de sofrer constantes abusos e humilhações por parte dos colegas. King utiliza a telecinese de Carrie como um elemento que intensifica o drama e permite que o trauma reprimido dela exploda de forma quase catártica, algo que infelizmente não ocorre na realidade. Ao dotar Carrie desse poder, o autor torna visível e palpável a dor interna da personagem, expondo uma violência emocional que tantas pessoas, como ela, sofrem e na maioria das vezes não conseguem expressar.
Enfim, foi uma boa leitura e considerando que Carrie foi o primeiro livro de King, fiquei surpresa com a habilidade com que ele constrói o suspense e a crítica social de forma envolvente. Isso justifica o sucesso que ele alcançou, ainda que eu mesma não seja particularmente fã do autor, porém tiro o chapéu e declaro que ele realmente tem alguns livros que são verdadeiras obras primas como o Iluminado e À espera de um milagre, por exemplo.
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