Resenhas - Madame Bovary

Adriana1161 08/05/2021

Vida burguesa
Livro considerado a primeira obra-prima da ficção realista, foi visto como imoral. É cheio de ironias, faz constantes críticas à religião e aos costumes burgueses.
É um romance escandaloso e irônico, protagonizado por uma mulher entediada com o casamento, a maternidade e a vida provinciana burguesa em toda a sua mediocridade. Enredo batido, mas desenvolvimento não trivial. Ela é feliz, sem culpa, é levada a trair devido ao "amargor da existência".
Críticas à religião e aos costumes burgueses, cheio de ironias.
As descrições são perfeitas, evidenciando a estética, imagens simbólicas. Emma é entediada e deslumbrada.
Personagens: Emma, Charles, Rodolphe, Leon, Homais, Lhereux
Local: Rouen e região - primeira metade do século XIX

Mia 07/05/2021

Um dos melhores livros de todos os tempos, e um dos meus preferidos. Eu defendo a Emma de todo meu coração, todo mundo deveria ler. Impossível não se identificar com pelo menos uma personagem.

Debs 05/05/2021

Madame Bovary ces't moi
Madame Bovary, publicado pela primeira vez no ano de 1856, é considerado pioneiro dentre os romances realistas. ( movimento que predominou na França, necessidade de retratar a vida, os problemas e costumes das classes média e baixa não inspirada em modelos do passado)

Levou a criação do termo bovarismo na psicológia, o bovarismo consiste em uma alteração do sentido da realidade, na qual uma pessoa possui uma deturpada autoimagem, se considera outra (de características grandiosas e admiráveis), que não é. Em termos mais gerais, o bovarismo faz referência ao estado de insatisfação crônica de um ser humano, produzido pelo contraste entre suas ilusões e aspirações (que geralmente são desproporcionadas tendo em conta suas próprias possibilidades) e a realidade frustrante.

Flaubert foi julgado, acusado por ofensa á moral e a religião, pelo tratamento cru que deu ao adultério e as críticas ao clero e a burguesia.

Flaubert era fruto do romantismo que não podia deixar impune

Como crítica social, nesta obra é perceptível o direcionamento claro do autor à classe burguesa, da qual ele mesmo fazia parte, sem negar. Esta ?involuntária? participação na sociedade de consumo que se formava no sec. XIX impulsionada pela Revolução Industrial que produzia, produzia, produzia... ?criando? necessidades pessoais de consumo leva Flaubert a criticar sua dependência econômica e social nesse meio. Emma, além de sonhadora, é uma mulher insatisfeita, mesmo não lhe faltando nada e tendo a possibilidade de comprar o que achar necessário, ela afoga a família em dívidas feitas ao longo da trama. É exatamente nesse comportamento que percebemos a crítica de Flaubert, se ele declarou ser Emma Bovary, assim como a personagem ele se viu escravo do consumo. Na verdade, esta personagem representa a rejeição do autor aos burgueses materialistas de sua época.

Críticas ao romantismo, Ema é sonhadora, irrealista, iludi-se na ideia do romance perfeito, no entanto vive uma vida que considera rotineira e medíocre.

tinha sonhos sofisticados e o marido não conseguia satisfaze-la em nada.

Repudiava o marido

Paixões intensas fora do casamento para satisfazer seus anseios, mas frustra-se até mesmo nessas. Almejava uma vida diferente, que nunca conhecera. "Sua vida era fria como um celeiro com a claraboia apontada para o norte, e o tédio, aranha silenciosa,tecia sua teia, á sombra, em todos os recantos de seu coração"

Sucede a morte, narrada da forma mais violenta e crua possível. O marido fica arrazado, não se conforma. Louco e sem entender o motivo de tanta desgraça tem um ataque e falece, também. E o romance acaba com a vida voltando ao normal para os protagonistas: Justin, arrependido, frequentando o cemitério; o vigário com seus afazeres na paróquia e o boticário, este cada vez mais pretencioso e segundo as próprias palavras do autor ?... Acabam de condercorá-lo com a cruz de honra.?

Flaubert é extremamente detalhista, como exemplo, a descrição da morte de Ema, lenta e dolorosa, a frieza daqueles que estavam assistindo. O único que sentiu sua morte foi o marido

Flaubert queria provar que o romantismo não passava de uma manifestação de loucura na literatura. Então, encarnou Emma como representante dessa loucura, e não havia maior loucura do que uma mulher casada cometer adultério por insatisfação sexual extrema. O romantismo se acometera de furor literário, desbragamento das letras, portanto deveria ser superado pelo seu reverso, espécie de escritura materialista, para acompanhar o naturalismo, ambos influenciados pelo cientificismo nascente, pos iluminista. E assim tornou-se o embrião do que voga hoje na literatura: o veracismo.

Emma Bovary é praticamente trucidada pelos próprios amantes, pela sociedade, pela estupidez, pela esperteza de alguns de seus algozes (os personagens Lhereux e Guillaumin), sua única saída é recorrer ao suicídio, por arsênico, que a leva a sofrer como Cristo na cruz ? Cristo esse ironizado pelo autor na pessoa do boticário Homais e mediocremente defendido pelo vigário, Sr.Bornisien.

Enfim, desce a cortina. E a vida vai continuar, como se nada houvesse acontecido

Mary 05/05/2021

Avaliação da história
Livro de época né... Para quem gosta de uma história da época do realismo. Bom, vocabulário da época, trata de assuntos que não eram comuns de serem abordados. Traição, suicídio, casamento de interresse...

Pri | @biblio.faga 03/05/2021

O tempo passa e nada se mantém ileso a esse seu capricho; as coisas mudam e até mesmo as palavras se transformam...

Por exemplo, carpe diem (do latim: aproveite o dia), expressão tão querida nos anos 2000, repentinamente, caiu no desuso e foi substituída por #YOLO (You Only Live Once | você só vive uma vez).

Independente do termo que se use, o debate quanto ao hedonismo nunca saiu verdadeiramente de moda.

O romance “Madame Bovary” (1856), do francês Gustave Flaubert, entre outros tantos temas, explora com muita precisão as consequências dos caprichos humanos desprendidos na busca da realização da tão sonhada [e aparente inalcançável] felicidade.

Emma, nossa anti-heroína conhecida por ser adúltera, revela-se uma mulher mimada e caprichosa, leviana com tudo que não diz respeito direto a sua própria satisfação. Vive em função de buscar a vida e o amor plenos que lhe foram prometidos nos romances que devorava na época do internato.

Dela nasce o bovarismo, termo utilizado na psicologia para o poder atribuído ao homem de conceber-se outro; a tendência que certos indivíduos apresentam de fugir da realidade e imaginar para si uma personalidade e condições de vida que não possuem, passando a agir como se as possuíssem.

Contudo, como muitas das coisas tem o seu lado positivo, o comportamento questionável de Emma é um excelente contraponto com a amabilidade e a pequenez quase doentias do seu marido, Charles Bovary.

Ademais, muitas de suas inquietações são causadas por seu evidente desgosto com as ínfimas possibilidades que a vida fornecia aos indivíduos do sexo feminino; debate que jamais deixará de ser propício ou relevante.

Polêmico, desde o seu lançamento, o livro “envelheceu” super bem, rendendo uma leitura prazerosa e deveras instigante, apresentando-se como um belo exemplo do movimento do realismo.

site: https://www.instagram.com/biblio.faga/

marigifs 21/04/2021

É um livro fora da minha zona de conforto que resolvi investir pela forma que meu antigo professor de literatura falava dele. Um clássico do realismo em que Flaubert aborda temas como o adultério, suicídio e critica a idealização exorbitante dos relacionamentos amorosos. O começo do livro é bem cansativo mas logo vai prendendo a sua atenção e quando menos espera já está envolvido com a história. Gostei muito do livro e fiquei extremamente surpresa com final, não esperava essa sequência de acontecimentos!!!!!! Recomendo muito essa leitura mas não esperem um final felizkkkkkk caos

Rayra.Luiza 19/04/2021

Madame Bovary
Vou ser bem sincera, não é uma leitura fácil!
A personagem principal é irritante, indecisa, parece procurar nas pessoas algo que ela mesma inventou, e que não existe, mas mesmo assim não deixa de ser uma história boa, ela mostra bem a tristeza da personagem, o seu desespero e seu decaimento nas dívidas.
Não é um dos meus favoritos mas eu também não desgostei da leitura

Bruno 17/04/2021

Um dos melhores modelos do realismo.
Em Madame Bovary, Gustave Flaubert apresenta um enredo de uma surpreendente riqueza de detalhes e com personagens cujo psicológico é destrinchado até as entranhas. De maneira semelhante a Machado de Assis, o autor não perdoa ninguém: de devotos à ciência a religiosos, de burgueses a artistas, até mesmo o mais simples dos personagens, todos viram motivo de sátira.
Na obra também fica clara a oposição entre realismo e romantismo, aquela que tanto ensinam nas escolas, e a idealização é questionada de forma solene: por trás das boas ações e das virtudes, sempre se escondem interesses secundários.
É um livro interessantíssimo, escrito por um romancista extraordinário.

Camila 12/04/2021

Madame Bovary - Gustave Flaubert
Madame Bovary foi escrito em 1857 por Gustave Flaubert e é uma das maiores obras da literatura francesa. Um livro pouco convencional para sua época, no qual retrata uma personagens cheias de camadas e até mesmo um certo mistério.

Emma Bovary é a personagem principal da história. Ela é uma jovem do campo e cheia de sonhos voltados a vida burguesa da época. Mesmo fazendo um bom casamento, que lhe proporcionava algumas regalias, Emma buscava uma vida mais animada e apaixonante, se entregando dessa forma a relacionamentos furtivos que pudessem preencher o vazio que sentia.

O livro critica a idealização do amor e de forma realista traz à tona alguns assuntos polêmicos para época.

Renata Rezende 12/04/2021

Não é sobre uma mulher adúltera, como dizem...
É sobre uma mulher mimada, cheia de caprichos, a quem nada satisfaz, a quem por pouco tempo as coisas entretêm. O problema de Ema não é apenas o adultério, ela é leviana em todas as outras partes da vida.

O livro é bonito porque se passa numa época onde tudo é romântico. Mas a história é penosa e o final, triste demais.

Renatinha 12/04/2021

A busca pela felicidade inalcançável
O autor mostra a constante insatisfação da protagonista, Emma, que buscava, a finco, por sua felicidade plena. Tal insatisfação, leva-a um fim trágico afetando, consequentemente, a vida daqueles que a amavam.

Sambook 12/04/2021

Uma ótima experiência!!
Demorei a ler e achei que o problema era o livro, mas não, era eu mesma que estava de ressaca haha
Um livro lindo, cheio de camadas a ser descoberto. Com certeza será uma amada releitura em um futuro próximo. Emma tinha um amor pela leitura, mas na minha opinião ela lia muito e acabou lendo errado. Queria colocar em prática o que lia, queria VIVER aqueles romances apaixonantes e acabou apenas se frustrando com amantes que não correspondiam suas expectativas. Enfim, Emma quem decidiu o seu próprio destino!

Bia 08/04/2021

O mundo não merece madame Bovary
Eu vi em Emma um pouco de cada mulher que ama uma história romântica, que aspira encontrar o seu amor, e que vai ser perfeito.
Mas ela (assim como todos nós) vive no mundo real, um mundo que não é tão agradável quanto gostaria. Onde é casada com uma pessoa que não ama, leva uma vida que não gosta, e acaba fazendo coisas que não são bem vistas.

Não culpo o Sr. Bovary, coitado, ele também vivia no mundo real e achava viver num pote de purpurina, amando uma mulher que não o amava.

Os fins trágicos são os melhores, o problema é que são trágicos

Iara LA 08/04/2021

Fuga da realidade
Emma, a segunda esposa de Charles Bovary, um médico sem grandes ambições e que gostava da vida provinciana, vivia em um mundo construído a partir de suas fantasias derivadas dos livros que lera quando no internato. Ela vivia insatisfeita com o casamento e sofria de problemas nervosos mas era o centro da vida de Charles. Ele fazia todas as suas vontades, apesar de não conseguir satisfazê-la. Após ter uma filha quando desejava um menino, a insatisfação de Madame Bovary torna-se ainda maior. Para tentar escapar do tédio cotidiano ela sonha, se torna amante de Rodolfo, e depois de Leon e tem frequentes arroubos consumistas.
Madame Bovary é uma mulher que comanda a sua própria vida e busca satisfazer suas vontades e desejos em uma época em que o único modo de viver de uma burguesa seria dedicar-se à sua família.
Flaubert apresenta dois personagens que não conseguem viver a realidade, Emma e Charles não se veem e não enxergam o mundo real no qual vivem. Cada um com seus sonhos e desejos criam universos paralelos para que a vida não desmorone. Ela por ansiar demasiadamente a vida imaginada busca experimentar a vida dentro de todas as possibilidades. Ele por ser tão pacato e fraco, daqueles que aceitam o que a vida lhe apresenta, sem força para mudar o curso de sua vida após casar com a mulher que amava quer a todo custo mantê-la.

O livro tem uma leitura fácil, que me prendeu a partir da primeira frase. A medida que a história se desenrola vai se tornando mais envolvente. Dividido em três partes o ritmo é agradável e até mesmo as descrições são prazerosas de serem lida. A última parte ganha um ritmo acelerado que só se tranquiliza nos últimos momentos.