Resenhas - Jogo Perigoso

Rusbis 12/01/2011

O que dizer sobre o livro?
"Jogo Perigoso" é um dos livros mais odiados pelos fãs de Stephen King. Você deve estar pensando aí: "Mas que péssimo jeito de se começar uma resenha, assim eu não vou ler mesmo". Calma. Este é um fato incontestável em meio aos fãs de King. Mas, isso tem um motivo. "Jogo Perigoso" veio na época "trash" do autor. Ele lançava seus livros mais sanguinários e violentos neste momento. Terror sobrenatural, terror sangrento e tudo o que os fãs mais esperavam dele. Daí, ele me veio com "Jogo Perigoso" e jogou um balde de água fria em seus leitores ávidos por mais terror. Todos ficaram desapontados com a história do livro, que ficava toda voltada apenas para Jessie Burlingame e seu sofrimento.
Mas, tenho que discordar de todos os fãs de King que acham "Jogo Perigoso" ruim. A obra é fantástica. Mesmo não tendo um monstro prestes a sair do ármário ou coisa parecida, este foi um dos livros de terror que mais me deixou imprecionado pelo simples fato de que, tudo o que está nele pode acontecer com qualquer um (bem, qualquer um que seja dado à fazer jogos sexuais em casas de campo afastadas do resto da civilização).

Quais os destaques do livro?
Com certeza a personagem Jessie e suas "conciências". A moça fica tão corroída pela situação que começa a ficar "doidinha da silva" e criar conciências e personalidades multiplas para afastar os horrores que a cercam. Os momentos que essas outras personalidades entram em ação com seu falatório na cabeça de Jessie são um show à parte. Temos Ruth, uma antiga amiga de escola de Jessie, que é cheia de personalidade e a "voz chega-de-papo", definição usada pela própria personagem, que é totalmente revoltada com o mundo e não é acostumada a "engolir sapos". Temos a Esposinha Perfeita, que é o retrato da perfeição e da meiguice, mesmo que isso signifique abaixar a cabeça para injustiças ou até mesmo coisas erradas (muito erradas mesmo). Temos tambem Bobrinha que é a personalidade infantil de Jessie, cheia de traumas, medos, inseguranças e inocência que a afligia quando criança.
Outro grande destaque do livro é o clima. Não, calma aí, não estou falando do clima do tempo nem nada parecido. Estou me referindo à atmosfera e densidade do clima que King consegue passar na história. Você sente do início ao fim tensão e agonia ao redor, engolindo tudo, inclusive Jessie que se desespera com sua situação, e até mesmo nós, os leitores da obra, que vamos ficando cada vez mais desconfortáveis juntamente com Jessie. O cara é incrível. Como ele consegue isso??? Quando crescer, quero ser igual ele!!!

Quais os pontos negativos do livro?
Para mim, "Jogo Perigoso" teve pouquíssimos pontos negativos já que a história é tão original que interessante que fica difícil fazer algo ruim nela. Mas, a maioria das pessoas vai notar um certo desconforto e achar ruim com o fato de que toda a história se passa em apenas um ambiente, o livro todo na casa de campo dos Burlingame, mais especificamente no quarto do casal. E o fato de que o livro tem apenas uma personagem (se formos ignorar as conciências de Jessie) tambem pode aborrecer alguns leitores. Mas, o que pode ser um defeito para uns se torna qualidade para outros, como para mim, que achei estes fatos sacadas muito inteligentes que mostram como King consegue ter controle sobre situações que muitos escritores se descabelariam para desenvolver.

Concluindo:
"Jogo Perigoso", para mim foi uma grande surpresa. Não esperava nada do livro, depois de taaantas (e bota tantas nisso) resenhas e críticas negativas. Mas, a obra se mostrou de qualidade extrema e uma criatividade que até hoje nunca vi igual. Com certeza um dos melhores livros que li este ano.

Tatiane554 11/02/2022

Angustiante!
Que leitura forte!!
O livro trás uma agonia muito grandee,fiquei com uma aflição absurda, em vários momentos me senti mal . É uma leitura difícil de parar tanto no sentido de vc querer ler logo para acabar com isso,como vc querer ver o que vai acontecer, pois automaticamente se colocamos no lugar da Jessie algemada naquela cama, com seus traumas assombrosos do passado ,e tudo acontecendo! Tem que ter muito estômago para essa leitura,pois além de ser uma leitura forte ,possui alguns gatilhos que podem ser prejudiciais para algumas pessoas!

Francisco 10/09/2021

Um complemento a Dolores Claiborne nível seis estrelas
Jessie e Gerald Burlingame, um advogado empresarial bem sucedido são casados há cerca de dezessete anos, moram em Portland, no Maine e estão em uma fase difícil de seu relacionamento conjugal. Afim de sanar esse problema, decidem viajar para uma casa no lago Kashwakamak e "apimentar" a relação em um jogo sexual onde Jessie está atada à cama.

Com Jessie amarrada à cama, seu esposo Gerald sofre um ataque cardíaco e morre. Então Jessie passa a "ouvir" vozes em sua cabeça e ao mesmo tempo tem que enfrentar fome, sede e sobretudo lembrar grandes traumas de infância que envolvem seu pai e seu irmão nos anos 1960 e frustrações de sua juventude e vida adulta. Em adição surge um horror psicológico com visões de um assassino em série necrófilo chamado Raymond Joubert que sempre visita a casa do lago durante a noite.

Publicado em 1992, esse livro tem uma relação com um outro livro de King publicado no mesmo ano intitulado "Dolores Claiborne" em razão das duas histórias se passarem durante um eclipse total ocorrido no Maine e trazerem mulheres em crise. Um ponto negativo para alguns talvez seja a ambientação claustrofóbica e opressora construída que aos poucos torna-se angustiante. Algo que me chamou bastante a atenção é que nesse livro King traz o ponto de vista de um cachorro faminto em relação a Jessie (algo ao estilo de Jack London).

Stephen King escreveu mais de sessenta livros e entre esses há alguns ruins, outros razoavelmente bons e outro muito bons. Ele está entre um dos meus escritores favoritos e posso afirmar que em "Jogo Perigoso" (Gerald's Game) há uma premissa interessante com um desenvolvimento e um desfecho ainda melhores. Com certeza é um livro cuja avaliação deveria ser superior a cinco estrelas e que recomendaria a quem aprecia um bom suspense com um toque de horror psicológico.

Eder 24/09/2013

Jogo Perigoso - Stephen King
Jogo Perigoso é um livro, para dizer o mínimo, diferente das demais obras de Stephen King. Pelo menos dentre os que eu tive oportunidade de ler, até então. Ambientado quase que integralmente em um quarto de uma casa de verão, o livro narra a história de Jessie Burlingame, que durante um jogo sexual, assiste seu marido falecer vítima de um ataque cardíaco, com ela estando presa à cama, algemada e sozinha.

A partir de então, a mente da protagonista parece sofrer um colapso, se dividindo em múltiplas personalidades, que passam a interagir entre si, resultando em diálogos bastante interessantes. Este colapso faz com que Jessie passe a recordar fatos de seu passado que sua mente tentou suprimir, mas que em alguma parte, ficaram gravados a ferro. Lembranças dolorosas de uma infância perdida juntamente com a inocência.

A julgar pela nota média do Skoob, posso perceber que este não é um dos livros mais adorados de Stephen King. Até consigo entender, pois o horror expresso na obra não tem nada de sobrenatural, pendendo mais para um horror psicológico. Aquele que existe dentro de cada ser humano, enraizado lá no fundo da mente, em um lugar reservado para memórias que gostaríamos de nunca mais lembrar.

Em Jogo Perigoso, King, como de costume, abusa do sadismo, sem medo de despertar o asco no leitor, como por exemplo, na passagem em que o cachorrinho Príncipe invade a casa para se alimentar. É chocante! Ainda mais para quem tem estômago fraco. Porém, mais chocante ainda é o passado de Jessie, que vai se descortinando à medida que suas memórias afloram, enquanto está presa à cama. Um passado, infelizmente, com uma história tão comum a muitas pessoas na vida real.

Posso afirmar, sem medo, que Jogo Perigoso foi o livro de King que mais me perturbou, até hoje. Suei frio em muitos momentos e quase acabei com minhas unhas durante a leitura devido à aicmofobia. E este livro tem passagens realmente torturantes para quem sofre com isso. Mesmo assim, ler este livro me mostrou o quanto eu gosto de King, afinal, não conheço muitos autores que façam com que o simples ato de pegar um copo de água da cabeceira da cama se torne um dos momentos mais agonizantes em um livro.

O desfecho deu o toque final para que eu o considerasse um dos meus livros favoritos. Quase sempre os finais de King me deixam com a sensação de que faltou algo. Este, pelo contrário, apenas me confirmou a excelência do que eu acabara de ler.

Gustavo Rodrigues 27/09/2021

Dos livros que já li do King, acho que esse é o que tem a premissa mais ousada e bizarra. Tive medo de ser um pouco entediante, por se passar numa perspectiva única e não ter nenhum (ou quase nenhum) gancho pra diálogo, mas S.K conseguiu contornar essa situação usando artifícios magistrais.

Se tem uma palavra que descreve esse livro é: claustrofóbico. É quase impossível você não se sentir na pele da Jessie e ficar desesperado sem saber como (e se) ela vai conseguir escapar das algemas e sair daquele quarto desgraçado. Pra piorar ela acaba entrando em uma confusão mental absurda, que piora toda a situação, fazendo-a reviver um acontecimento traumatizante do passado. Acho que é justamente aqui que o King consegue dar um "algo a mais" ao livro.

S.K não poupou palavras pra descrever tudo que acontece, então é um livro bem pesado em relação a vários assuntos fortes. Tem que ter estômago.

Mais um do mestre que leio e recomendo. ??

Ceecii 25/03/2021

Jogo da insistência
Jogo Perigoso é um livro muito difícil de ser lido. Sempre depois de ler um pouco eu pensava que Stephen King estava mais preocupado em cumprir uma espécie de desafio (imagina criar um livro que se passa em um único lugar, não, uma única cena, ah, e ele tem que ter mais de 350 páginas) do que realmente escrever algo que o levou a fama de mestre.

Se tem uma das coisas que mais me deixou revoltada foi o desenrolar e toda uma reflexão exagerada de mais de 50 páginas apenas sobre um copo de água(não é spoiler, poderia até ser aqui, mas como sabemos essa mulher algemada não irá para lugar nenhum), sério, tudo bem que SK consegue atrair atenção até com 300 páginas de como fazer miojo usando seu toque sombrio, mas é necessário?

Eu não poderia esperar muita coisa de uma mulher algemada num quarto e sozinha, né? Não mesmo e não foi isso que me fez dar 2.5 estrelas. O motivo de eu estar decepcionada não foi SK quebrar o padrão em comparação com os outros, mas de descrever em muitos momentos com muitas páginas coisas que não acrescentam em nada. Foram quase 50 páginas se não me engano só pro copo d'água (to pasma com isso), o final foi o pior de todos que já li na minha vida por gastar quase 60 páginas só pra complementar algo que já tinha tido um fim e também por algo que você não tinha o menor interesse (porque já sabia o que era) em saber.

Em contrapartida devo ressaltar que Jogo Perigoso é um livro que nos faz refletir sobre assuntos muito delicados e que muitas vezes estão ao nosso redor e não damos a importância merecida. Alguns o consideram até pesado, já eu vejo que alguns desses critérios que o torna pesado são realidades cruas e cruéis. Por mais que o livro tenha seus contras, também tem seus prós: a questão da sobrevivência, a escrita do rei, o suspense psicológico (não considero terror),... Falar mais que isso é dar spoiler, mas se quiser, podemos conversar sobre o livro.

Regis2020 11/08/2022

Imersivo e aterrorizante...
Jessie Mahout vai passar um fim de semana ao lado do marido Gerald em uma casa de veraneio do casal, localizada no lago Kashwakamak. Durante uma brincadeira sexual, Gerald prende Jessie com algemas na cama. Porém, ela desiste do jogo, diz ao marido que não quer mais fazer sexo naquele momento, mas? Ele recusa-se a remover as algemas. Em um acesso de raiva, Jessie dá um chute no marido, que, ao mesmo tempo tem um infarto fulminante e cai morto no chão.

Esse jogo, para ele era excitante e estimulante, para ela não passava de humilhação, talvez tenha tido curiosidade nos primeiros, ocorridos há anos, mas agora não sentia nada, se não vontade de encerrar com essa humilhante faceta de sua vida. O jogo, para ele era o auge de sua vida sexual, mas nela causava pesadelos e questionamentos.

O livro mostra Solidão, dificuldade de se comunicar e de se locomover, os traumas da infância, o medo, as maiores angústias de uma mulher. Mostra o quanto as mulheres se submetem aos desejos masculinos, muitas das vezes se anulando sexualmente e fazendo coisas que as enojam e causam paura, apenas para manter a "chama do amor acesa".
As discussões travadas com vozes internas na mente de Jesse, demostram muito bem toda essa desarmonia com o querer fazer, e o fazer para agradar.
Mostra também a falta de compreensão por parte de Gerald, e o quanto para ele é importante ser o dominador, para aplacar sua pequenez e sua falta de controle sobre seus traumas passados.

O final do livro deixa muito a desejar, mas isso não apaga todos os questionamentos que a história levanta e como a leitura é envolvente e aterrorizante.
Ponto para a escrita maravilhosa do autor, que te coloca na mente da personagem e que te faz questionar tudo junto com ela, e também temer por seu destino.

Adorei o livro e mesmo tendo visto o filme antes de fazer essa leitura, ainda senti como se fosse o primeiro contato com o material de tão imersiva que a escrita do autor é.
Recomendo com certeza essa leitura.

antiyousocial 14/04/2021

Eu já não esperava muita coisa mesmo, mas foi pior do que eu imaginava.
Para começar, são mais de 300 páginas de história, que se passam em um único cômodo, com uma personagem apenas. Isso resulta em descrições desnecessárias e longas e extensas reflexões sobre coisas triviais que não acrescentam nada à história.
A situação que inicia o livro é mais um pano de fundo para Jessie revisitar seus traumas, e essa é a característica mais interessante do livro, o que me fez continuar lendo, mesmo quando toda a lentidão me desanimou. Embora eu tenha sentido pouco apreço pela Jessie do presente, sua versão apresentada nos flashbacks me pareceu ser mais bem construída do que a atual. Afinal, nunca chegamos a saber quem é Jessie Burlingame além do acúmulo de traumas e frustrações.
Eu poderia ter relevado tudo isso, mas o que me fez não gostar definitivamente do livro foi o final incongruente, que não fez muito sentido pra mim se colocado em meio a todas as situações que ocorreram no decorrer da história.

Fernanda 16/06/2022

Que livro!
Pesado? Sim. Não é uma leitura para todos.
Um misto de sensações que te prende do início ao fim.
Jessie, vive momentos de aflição, horror, angústia e terror algemada em um quarto.
É impossível você não ficar desesperado durante a leitura sem saber se Jessie irá escapar ou não daquela desgraça.

Super recomendo.

Bruno G. Guimarães 26/10/2020

Agoniante...
Agoniante é a palavra que, para mim, melhor descreve esse livro.
Como leitor, me senti agoniado praticamente o livro todo. O autor consegue exprimir uma angústia psicológica impensável do início ao fim do livro. A maneira com que “brinca” com as emoções da protagonista, fazendo um malabarismo de esperança, desesperança e abandono completo é surreal.
Foi, literalmente, a primeira vez que “senti” dor ao ler uma passagem. A medida com que lia, sentia, de alguma maneira, a dor física da personagem. A descrição de atos e ações foi, para mim, tão vívida, que realmente pude sentir aquilo na pele.
Se você você gosta de tormento psicológico, vai amar o livro.

Nat 02/07/2017

50 tons do King
Um casal de meia idade vai passar um final de semana em uma casa isolada para esquentar o relacionamento. No entanto, enquanto Jessie está algemada na cama, Gerald sofre um enfarto e morre. A partir daí, entramos na cabeça dessa esposa que fará o possível para sair dessa situação desesperadora.
A história é bastante angustiante e claustrofóbica. Descobrimos todos os monstros que atormentam Jessie e vemos situações normais se tornarem assustadoras, bem ao estilo do Stephen King.
O começo do livro te da a falsa impressão que será um livro erótico, ao estilo 50 tons de cinza, mas isso logo passa. O desenvolvimento do livro é bom, te prende, faz você não querer parar de ler, mas o mesmo não ocorre com o final. Se o livro falasse somente desse período dentro da casa de campo, teria gostado bem mais. O final, para mim, foi desnecessário e não muito convincente.

site: https://www.youtube.com/c/PilhadeLeituradaNat

Campos 19/10/2020

Projeto Relendo King
Como quem me acompanha sabe, venho nesse projeto de reler as obras do King, a minha missão da vez foi Jogo Perigoso, uma obra que tinha lido faz muito tempo, e que o único fato que me lembrava era da história do cachorrinho, que tem um final trágico. De resto o livro acabou sendo muito do que lembrava, um ritmo arrastado, pouca ação, e algumas cenas de maior tensão, que faziam você acelerar e depois cenas mornas que faziam você largar o livro e sofrer para voltar.

Eduardo 11/12/2016

Suspense psicológico dos bons.
Não sei qual a implicância com este livro. Um excelente suspense psicológico. É extraordinário como o King consegue tirar uma boa história praticamente do nada. O que pode acontecer com uma mulher algemada à uma cama, no meio do nada? Aparentemente, muita coisa. Uma sensação de angústia toma conta do leitor durante todo o livro, sensação semelhante tive quando li Misery. Aquele ambiente de confinamento e o sentimento de que não há saída. Um livro muito bom do King que é subestimado pelos leitores.

Raphael 01/10/2014

Bom, não vou entrar em detalhes sobre o enredo (li este livro há vários anos), vou apenas tentar explicar o porquê de "Jogo Perigoso" ser meu livro preferido do Stephen King. Confesso, no entanto, que minha relação com este autor poderia ser classificada como incomum. Não gosto, por exemplo, de "Dança da Morte", um de seus maiores sucessos. Mas voltemos ao "Jogo Perigoso".

Tenho uma profunda admiração pela temática do horror. Seja no cinema, na literatura ou em qualquer outro tipo de manifestação artística. O motivo eu não sei dizer ao certo, mas acredito que (ao lado de obras dramáticas) são as que mais mexem com a emoção de quem imerge nessas coisas. No entanto, sejamos honestos, é praticamente impossível encontrar um livro que nos cause medo. O que conseguimos, de fato, encontrar em livros de horror, pelo menos naqueles bem sucedidos com a sua proposta, são algumas sensações, digamos, parecidas com medo. Desconforto acho que é a melhor palavra para definir o que eu to querendo dizer, inquietação. E "jogo perigoso" causa um profundo desconforto no leitor, causa inquietação, incômodo. É impressionante a forma como o autor insere o leitor nas aflições, dores, angústias e coisas afins que acontecem com a protagonista, Jessie. Não tem como ficar alheio ao que está sendo contado na história, o leitor vai sofrer junto com ela.

A Jessie, diga-se, por um determinado motivo, encontra-se algemada numa cama, sozinha, em sua casa de campo. Não entrarei em pormenores mas, após dias, a solidão lhe corrói o pensamento, a sede e as dores físicas castigam seu corpo e, não obstante, o anoitecer lhe traz uma situação perturbadora causadora de medo e aflição (há ou não alguém no quarto com ela?), e o leitor vai sentir tudo isso junto com a personagem. Exceto, naturalmente, as dores físicas. Por outro lado, veja que curioso, este livro me provocou tamanha imersão que eu consegui sentir sede junto com a protagonista enquanto ela sofria perto de um copo de água sem conseguir alcançá-lo. Nunca em minha vida de leitor eu tive uma imersão tão profunda quanto eu tive com a leitura de Jogo Perigoso.

No mais, em determinado momento, vai acontecer algo bem marcante entre Jessie criança e seu pai durante um eclipse. Outra vez imersão. E que imersão, diga-se. Espantosa. Quem leu sabe do que estou falando. E se quem leu não se sentiu "imerso" durante o episódio do eclipse devo dizer que você leu errado. Que experiência! Ficou meio vago né? deve-se ler o livro. Enfim, talvez eu não tenha sido muito claro, mas a intenção é essa mesmo. A minha relação com o livro foi bem particular e inefável. A intenção aqui é fazer com que você esqueça as críticas (sim, este livro foi muito criticado, por incrível que pareça) e dê uma chance para "Jogo Perigoso". Quem sabe você não seja um leitor exótico de Stephen King assim como eu.

Ricardo.Rincon 12/07/2021

Decepcionante
Pela primeira vez eu tenho uma decepção com o King.
Não consegui me conectar com a história desse livro.
Mas mais pra frente eu posso ler ele novamente, para ver se mudo minha opinião.