Anna1899 13/11/2024
Meu momento Lady Whistledown...
Ainda não posso acreditar que li essa pepita do romance histórico (e da Netflix), mas aqui estamos.
E o que dizer dessa obra de Julia Quinn que, se nada mais, abriu as metafóricas portas georgianas para o universo dos irmãos Bridgerton?
Bom, como sabemos, O Duque e Eu apresenta o romance apaixonado e tumultuado entre Daphne Bridgerton e Simon Basset, o Duque de Hastings. Este, devo dizer, se encaixa bem na categoria do interesse amoroso atormentado, marcado por cicatrizes emocionais indeléveis e portador de uma beleza avassaladora (nas palavras da própria autora). Nas minhas palavras, portanto, acho o Simon "ok". E admito que não sei muito bem o motivo. Simplesmente não fui capaz de me conectar com o personagem. Quem sabe? Talvez eu tivesse me apaixonado por ele, se não fosse pela exaustiva e insuportável Daphne Bridgerton.
Embora o livro tenha uma base sólida no romance histórico (o que amo), a personagem da Daphne foi difícil de superar. E não no bom sentido. As altas doses de infantilidade gritante e descarada manipulação no que diz respeito à Srta. Bridgerton me causaram profunda exaustão. A forma como ela lidou com seu relacionamento com Simon me deixou tão desconfortável, quase ao ponto das lágrimas. Quem me conhece sabe que eu costumo me apegar com devera facilidade às personagens principais. Porém, seu modo egocêntrico de agir e pensar tornou impossível sentir simpatia por ela. No fim, o romance entre os dois foi totalmente ofuscado pelo meu crescente "ranço", e fiquei relutante em torcer por eles, mesmo que o pobre Simon tenha sido capaz de permanecer ao lado dela (louvável). Eu, em seu lugar, teria fugido para as colinas, sem sombra de dúvidas.
A trama segue com os clichês habituais do gênero, o qual admito não estar muito familiarizada. Mas que me agrada de toda forma. Fico fascinada pela mera ideia da arquitetura georgiana luxuosa, do estilo de vida sofisticado da nobreza britânica da época, paisagens bucólicas e românticas, etc. Há de se aplaudir o talento da autora em criar esses cenários com a sua escrita, embora eu mesma fique em dúvida se a verdadeira responsável por essas imagens mentais não seja a série lançada pela Netflix. De fato, não me recordo de ter lido qualquer passagem com tamanha riqueza de detalhes. Apesar disso, a escrita não desagradou.
Falando da história em si, temo que esta não foi capaz de fazer justiça às minhas expectativas. Enquanto não há nada essencialmente errado, creio que a falta de conexão emocional com Daphne tornou difícil me importar muito com o enredo, e consequentemente com o desfecho, no fim das contas. Embora eu sempre aprecie um bom final feliz, admito que fiquei indiferente à resolução de Daphne e Simon.
Inacreditavelmente, não acredito que esta seja uma leitura perdida. O universo dos Bridgerton continua a me encantar de igual forma. A atmosfera do século XIX e a promessa de um futuro cheio de romances "Bridgerton" foram suficientes para me manter (ao menos um pouco) interessada durante a totalidade do livro. E quem sabe? Talvez O Visconde Que Me Amava me surpreenda positivamente, agora que as expectativas dessa autora foram amainadas ???????