Fernando1853 11/10/2024
Único
"Mas também há, finalmente, coisas que o homem tem medo de desvendar até a si próprio, e, em cada homem honesto, acumula-se um número bastante considerável de coisas no gênero."
Memórias do Subsolo é a obra mais indescritível que já li, indescritível em diversos sentidos. No livro, nos é apresentado um narrador anônimo que mostra sua visão verdadeira e sincera sobre tudo que é presente ao seu redor, e, justamente por esse motivo, percebemos o quão confusa e complexa é sua mente. Suas opiniões acerca da sociedade fazem com que percebemos que sua existência é inegavelmente mórbida, criada apenas para conceituar e distinguir o que é certo e errado para ele, o que é intelectual e ignorante para ele. Porém, ao longo da leitura, nos conectamos com o ponto de vista do narrador e notamos a presença de inúmeras situações descritas pelo mesmo em nossa realidade, fazendo com que compreendemos a concepção de forma inexpressiva.
Em suas últimas páginas, um curto romance é revelado. Dostoiévski demonstra o orgulho de si mesmo e sua batalha contra sua própria persona, confirmando e, ao mesmo tempo, negando sentimentos ali presentes que o autor descreve sentir. Esse caso acaba se tornando extremamente difícil e árduo para se enfrentar, nos mostrando exatamente como aquele indivíduo se acha tão desprezível ao ponto de se odiar e se amar simultaneamente.
Memórias do Subsolo é um livro que merece ser lido aproveitando cada pedaço, cada linha, cada palavra, e, se no final você não entendeu a mensagem transmitida, releia quantas vezes for necessário.