A peste

A peste Albert Camus




Resenhas - A Peste


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Priscilla.Silva 22/02/2021

A peste
O livro retrata uma cidade onde a peste se instaurou e que teve que ser fechada e separada do resto do mundo.
Modificou-se toda a sociedade e sua rotina. Pessoas se separaram de seus familiares, os doentes eram colocados em quarentenas...
Lembra muito o que estamos passando recentemente, com pessoas querendo dar seu jeito para saírem da quarentena, outras não acreditando e a busca contínua por uma solução, mesmo que não comprovada.
O autor tenta repassar como se torna os relacionamentos entre as pessoas, a cumplicidade e o medo.
Gostei do livro, mas comigo a leitura não fluiu, os nomes dos personagens às vezes são muito parecidos, o que me fazia ficar um pouco perdida. Mas no geral gostei do livro.
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rgallo 10/02/2021

Revivendo o passado
Leitura cheia de altos e baixos. Muita coisa me fez relacionar com o que estamos vivendo hoje. Embora seja sofrido os resultados da peste, encontraremos a paz e o crescimento como humano.
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carolina 29/01/2021

Absurdo
Assim como uma das características principais de Camus, a obra traz também o absurdo, a falta da necessidade de sentido. Esse livro é maravilhoso, trata sobre a endemia de peste bubônica numa cidade pequena da Argélia, chamada Orã e narra o cotidiano dos concidadãos afetados pela péste, traz um olhar sensível, terno e perturbador.
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Bruno Martins 28/01/2021

Filosofia de um Poeta
A forma como o escritor francês aborda alguns problemas humanos com tamanha sensibilidade, chega a ser apaixonante, quais os reais problemas do coração humano? Que é a vida?Qualquer um que deseja pensar nas relações íntimas do mundo humano deveria ler este livro, é uma leitura que faz o leitor rever concepções em seu íntimo, tanto no que tange a seus objetivos de vida e existência, quanto no olhar ao outro.
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Victor Dantas 19/01/2021

“A Peste” em tempos de Corona Vírus. #36
Quando a realidade escreve a ficção.
Já dizia Milton Santos, que para compreender qualquer fato social é necessário, sobretudo, considerar a totalidade, sendo esta marcada e expressada em tempos e espaços distintos, e produzida a partir do sistema de objetos, técnicas e ações.

Dito isso, ao se deparar com a realidade do ano de 2020, em que eclodiu a pandemia Covid-19, muito se discutiu além dos efeitos e consequências, os valores humanos, individuais ou coletivos, que foram colocados em cheque diante da realidade atual. Uma das vertentes que foram utilizadas para fazer a leitura desse momento, foi a Arte. A arte como um todo.

Sendo assim, a arte literária, foi uma das mais utilizadas, principalmente a ficção, em destaque para as obras de ficção científica e as obras distópicas. Nós recorremos a José Saramago, com “O Ensaio sobre Cegueira”, nós recorremos a Gabriel García Marquez, com “O Amor nos tempos do Cólera”, ao Albert Camus, com “A Peste”, e dentre obras que trataram de discutir sobre flagelos e a crise da humanidade.

Eu, particularmente, recorri a obra de Albert Camus. Tomo agora a liberdade de fazer uma análise não só da obra em si, mas tentar a partir dela fazer uma leitura (pessoal) da realidade, em qual eu também estou vivenciando.

Publicada em 1947, “A Peste”, trata-se de uma obra alegórica onde o Albert Camus discute, metaforiza e associa a invasão das tropas alemãs na França, durante o período nazista, com uma epidemia que assola a cidade de Orã na Argélia, sendo este o enredo principal da obra.

A filosofia aqui inserida é a do absurdo. Pensamento central do Camus que inicia em “O Estrangeiro” (1942), e está presente em toda sua obra. No entanto, em “A Peste”, o Albert Camus insere uma nova ideia: o absurdo é universal.

O núcleo principal de personagens é formado por: Rieux, o médico; Tarrou e Rambert, os jornalistas; Joseph Grand, funcionário público.

Narrado em 3ª pessoa, e aqui destaco o quão perspicaz é o narrador dessa história, somos apresentados inicialmente, a cidade litorânea de Orã na Argélia, que segundo o narrador é “uma cidade comum e não passa de uma prefeitura francesa na costa argelina” (pg. 9).

É importante lembrarmos que a Argélia foi colônia francesa durante décadas, e só teve sua independência declarada no ano 1962, tendo sido antecedida pela Guerra Argelina (1954-1962).

A partir daí, acompanhamos o cotidiano do médico Rieux, que tem uma rotina comum a todo profissional de saúde. Um dia, ao sair do seu apartamento em direção ao hospital, Rieux se depara no corredor com um rato morto.

Esse acontecimento, causa uma inquietação no médico, quando ele percebe que nas ruas da cidade, as pessoas começam a comentar sobre a incidência repentina de vários ratos mortos, tanto dentro de casa quanto nas calçadas.

Os ratos tomam a cidade. A situação se torna alarmante quando, em uma semana mais de 6 mil ratos são encontrados mortos, e incinerados pela a vigilância sanitária da cidade, mas a coisa não para por aí.
Dias depois, começam a se manifestar na cidade casos de febres, vômitos, furúnculos e manchas no corpo.

Como toda epidemia é precedida de dúvidas, ceticismo, tanto por parte dos governantes quanto da população, os casos vão aumentando gradativamente até que se instaura na cidade o estado de pânico entre a população.

O pânico se torna uma realidade. Os casos se tornam uma epidemia.
Declara-se estado de Peste. Quarentena.

E é partir disso que a história se desenrola, e tudo acontece. Entramos em contato com o caos, a crise, o medo, o egoísmo, a morte... o absurdo.

A cada página que eu virava eu me deparava não só com a sociedade de Orã, mas com a sociedade do mundo, do Brasil. Eu me deparava não só com a Peste de 1947, mas com a pandemia Covid-19 de 2020.

É assustador e ao mesmo tempo incrível, como a arte consegue capturar e externalizar a realidade de uma forma muito palpável, sensitivo, a ponto de fazer com que a gente confunda, ou melhor, una a arte e realidade, em uma dimensão “transliteral”.

Muitos disseram que o Albert Camus foi visionário, e talvez tenha sido realmente, no entanto, ao meu ver, ele foi visionário não por prever uma peste, afinal, estamos falando de uma obra alegórica, mas visionário por compreender e criticar uma sociedade regida pelos interesses individuais, pelo fetiche do poder, pelo darwinismo social, e ao final, fazer uma síntese de que em tempos de crise e falência da humanidade a peste é social, muito mais que sanitária.

“Havia os sentimentos comuns, como a separação ou o medo, mas continuavam a colocar em primeiro lugar as preocupações pessoais. Ninguém aceitara ainda verdadeiramente a doença. A Maior parte era sobretudo sensível ao que perturbava os seus hábitos ou atingia seus interesses. Impacientavam-se, irritavam-se e esses não são sentimentos que se possa contrapor à peste. A primeira reação, por exemplo, era culpar as autoridades” (pg. 77).

Ao ler essa obra em janeiro de 2021, no meio de uma pandemia que já completa 1 ano, inserida em uma sociedade higienista, materialista, excludente e individualista, em qual debate central tem sido “salvar vidas ou salvar a economia?”, pude perceber que ideia do Albert Camus ao dizer que “O mal que existe no mundo provém quase sempre da ignorância...” (pg. 125), é mais que verídica. É expressiva. Vivida.

Por fim, finalizo com uma citação dentre as inúmeras que essa obra possuí, e que nos leva a reflexão:
“O que é natural é o micróbio. O resto – a saúde, a integridade, a pureza, se quiser – é um efeito da vontade, de uma vontade que não deve jamais se deter” (pg. 236).

Leia. Confronte-se.

Playlist inspirada no livro:
We Never Change - Coldplay
Epiphany - Taylor Swift
To Be Human - Marina and Diamonds
Chained to the Rhythm - Katy Perry
Hard Times - Paramore
When the World Was At War We Kepting Dancing - Lana Del Rey

Thales 19/01/2021minha estante
Dois craques, Camus e você! O diálogo de certas obras, como essa, com o momento atual é um assombro mas mostra que a humanidade insiste nos mesmos erros reiteradamente. Será que um dia a gente aprende? ?


Alexandra.Sophia 19/01/2021minha estante
?????


Victor Dantas 19/01/2021minha estante
Thales, pois é, exatamente isso! Kkrying.


Aline Michele 20/01/2021minha estante
Uau que resenha magnífica, adorei!


Victor Dantas 20/01/2021minha estante
Oi Ale, obrigado :)




Jhon 18/01/2021

É muito bizarro pensar que nessa situação atual de isolamento social esse livro esteja sendo ressignificado e pensado na nossa realidade de pandemia. E isso realmente fica evidente com a leitura, porque a maneira como a peste se instaura e reações à ela vão se mostrando (tanto no plano individual, quanto no institucional/governamental), os afetos e eventos decorridos do isolamento, fora da narrativa, tornam-se mais palpáveis. Mas talvez essas interpretações sejam efeito de um acidente histórico que coincidiu com o enredo do livro, pois, no fundo, acredito que a proposta de Camus apenas aparentemente seja abordar as vicissitudes da implementação de uma quarentena perante uma crise pandêmica. Isso porque a história opera segundo representações e alegorias que precisam da nossa interpretação para a construção de um sentido mais ou menos coeso. Eu não consegui criar um significado muito evidente do livro, então acho que vai levar um tempo.

Apesar de ter achado interessante, essa não foi uma leitura tranquila. Pra mim a escrita seca/objetiva e as personagens tão engessadas das histórias de Camus dificultam demais a fluidez da narrativa, então foi meio arrastada. Mas eu sei que esses são elementos escolhidos conscientemente por ele e buscam atingir um efeito específico no leitor, só particularmente não curto muito.
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Laura 17/01/2021

O homem absurdo
O homem absurdo de Camus retorna nessa obra! Assim como em O Estrangeiro, o autor narra a estória do ponto de vista de um homem alheio ao sentimentalismo individualista. É uma narrativa crua, assim como a óptica existencial proposta. Camus, como sempre, é bem sucedido em garantir ao leitor a imersão no mundo em questão. Você se sente como um verdadeiro cidadão de Orã, acompanhando de perto as angustias causadas pela peste.

Recomendo a leitura o mais breve possível! Será impossível não lincar semelhanças da ficção com a nossa realidade assolada pelo vírus Covid-19. Uma obra atemporal, não tenho dúvidas de que mais do que nunca, encontra um espelho na nossa realidade. Um espelho fidedigno, angustiante, real e na busca de refletir esperança para quem nele olha.
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Arthur 15/01/2021

Qual a sua postura diante do absurdo?
Não sou um especialista em Camus, e penso que é importante deixar claro desde já. A impressão que tenho é que os seus livros são sempre muito mais profundos do que parecem.
Dito isso, "A Peste" narra uma epidemia misteriosa na cidade de Orã, na Argélia - ainda colônia da França. É adiantado, até na própria orelha do livro, que a peste epidêmica em questão é uma alegoria à invasão nazista na França durante a Segunda Guerra.
Camus é conhecido como o filósofo do absurdo, e penso que aqui o absurdo é justamente a proliferação do ideal extremista, metaforizado como a doença.
O desenvolvimento do enredo e das personagens nos coloca diante de alguns dilemas. O primeiro, da nossa reação diante do avanço do absurdo, e/ou da morte - e da diferença dessa relação quando a morte (ou a catástrofe) está distante ou quando é iminente. A famosa citação de Niemöller ("um dia levaram meu vizinho") vem logo à mente.
O segundo é a necessidade de organização para enfrentamento e resistência a algo que põe a população em risco: seja esse risco proveniente de um avanço fascista, seja proveniente de uma epidemia.
O terceiro para mim fica claro na reflexão de um determinado personagem sobre a possibilidade de ser uma espécie de "assassino passivo", diante da possibilidade de contribuir com a proliferação da doença de acordo com o seu comportamento, ou seja, a noção de responsabilidade.
Por fim, a própria História (ciência) nos mostra que as pestes podem adormecer por anos, mas ciclicamente soerguem seus ratos para que voltem a espalhá-la. A vigilância constante é necessária, embora a alegria ao se livrar dela também o seja.
Ler esse livro durante a pandemia do coronavirus e, especificamente, durante o colapso que presenciamos no Amazonas mexeu muito comigo. Merece uma releitura mais serena em outro momento, embora foi oportuno e por vezes a cultura deva sim chocar.
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Luana 12/01/2021

Este livro tem duas vertentes de entendimento: a situação da peste, enquanto doença, a qual podemos associar ao atual cenário pandêmico em que vivemos e a analogia que é feita da peste com o nazismo. Camus foi muito sutil e preciso nessa analogia. Percebemos a familiaridade dos eventos que ocorrem no livro aos acontecimentos vividos na época do nazismo. A ideia do bacilo da peste ao regime totalitário, como algo que está ai nos permeando, esperando qualquer um que ?queira" instaurar um regime desse em algum lugar. Ainda mais porque a humanidade parece se esquecer da própria história, de toda a destruição que esses regimes causam. Isso é tão palpável no livro, que ao lê-lo, temos a impressão de estarmos vivendo algo assim e pela fragilidade em que se encontra nossa democracia, nós ligamos o alerta.
Quanto à vertente relacionada à peste propriamente dita, Camus consegue, com maestria, nos fazer refletir sobre aspectos inerentes à existência humana, como: a luta pela sobrevivência, a esperança que ora se vai, ora ressurge e a morte. O tema da morte sempre nos faz refletir, traz à tona os nosso limites, o entendimento de como a nossa vida é frágil. É um livro para se ficar remoendo por um bom tempo e para relê-lo sempre que possível. Vale muito a pena.
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Lua 09/01/2021

Sensacional
Com certeza um livro que eu levarei pro resto da vida.
É extremamente reflexivo principalmente na atualidade por estarmos vivendo uma pandemia.
Com certeza um livro atemporal.
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Homerogoncalves 04/01/2021

Uma obra reflexiva
Apesar de trazer um assunto contemporâneo e por isso ter escolhido a leitura, o livro embrenha-se em diversos temas de relevância moral e existencial que trazem a tona mais do que uma simples luta pela vida, mas uma luta pelo sentido de uma vida no limite da miséria humana.

A conflagrada vida de personagens comuns, divididos pelas individualidade e a doação a causa enreda uma estória em drama.
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Cân 03/01/2021

Tema atual
Apesar de falar da peste, o livro nos traz boas reflexões sobre o momento em que estamos vivenciando com a Covid 19. Recomendo a leitura.
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Lisiane.Dutra 30/12/2020

Bom
Esse foi o "must read" de 2020. Pra quem está passando por uma pandemia vale a leitura.
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Adriel.Macedo 22/12/2020

Quem são os ratos que trazem a Peste?
É curioso como ao ler "A Peste" em plena pandemia do COVID-19 faz a gente pensar; mas o livro é muito mais do que apenas a história de uma vila atacada pela peste bubônica; É um retrato, segundo alguns, do nazismo que Camus viu de perto.

Quem for ler o livro pode observar que cada personagem representa uma instituição e a Peste faz com o personagem o mesmo que o nazismo fez com a instituição.

No entanto, mesmo que você não leia o livro com esse background histórico, A Peste de Camus ainda é uma excelente história do terror de uma epidemia mortal.
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