A peste

A peste Albert Camus




Resenhas - A Peste


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Leticia 03/08/2020

A Peste, ficção que retrata uma situação de epidemia na cidade de Oran, na Argélia. A cidade é assolada por uma peste, e é colocada em estado de sítio. A obra permite inúmeros paralelos com a nossa realidade, e as semelhanças são tantas que parece que o autor está retratando o Brasil de hoje.

A narrativa do autor é fluida, e nem se percebe o correr das páginas. Contudo, a obra me despertou uma série de sentimentos que me fez delongar na leitura, me gerou um certo mal-estar. Talvez não seja a melhor leitura para aqueles que estão bastante sensíveis a situação atual.
Por ser uma obra que está em bastante destaque, iniciei a leitura com muitas expectativas, e acabei um pouco frustrada. Não quero dizer que o livro seja ruim, o que realmente seria uma mentira, mas não foi uma leitura que me impressionou. Considero uma leitura pertinente e interessante.
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Joyce.Stefany 30/07/2020

E se de repente sua cidade fosse abatida por uma epidemia de peste bulbônica? O romance de Camus nos retrata minunciósamente a vida dos concidadões de uma pequena cidade argelina atingida por este mal. Dentro dos portões selados de Orã vidas são marcadas, seja pelo sofrimento que a doença traz ou pela felicidade em transpô-la.

A Peste traz consigo diversas reflexões; sobre a vida, a morte, o afeto e a solidão; como também as motivações do homem, o exílio, as revoltas individuais e coletivas; povo e o governo. Camus nos traduz as angústias presentes no coração humano diante da extrema adversidade, e lembra da necessidade de aceitar os absurdos da realidade, pois quando todo sentido se vai, só nos resta solidariedade. Esta por sinal muito bem retratada pelo Dr. Rieux.

Muito direto o autor não poupa palavras ao descrever as particularidades do flagelo; suas descrições dos doentes e das necessidades nos faz sentir como se estivessemos ali presentes com os personagens, sentindo toda sua dor, falta e marasmo.

Como o próprio narrador conclui: "decidiu, então, redigir esta narrativa, para não ser daqueles que se calam, para depor a favor dessas vítimas da peste, para deixar uma lembrança da injustiça e da violência que lhes tinham sido feitas e para dizer simplesmente o que se aprende no meio dos flagelos: que há nos homens mais coisas a admirar que coisas a desprezar."

Camus deixa claro que quando se trata da natureza e do homem, nada é certo e constante a ponto de manter a ilusão de comodidade: "o bacilo da peste não morre nunca (...) que viria talvez o dia em que, para desgraça e ensinamento dos homens, a peste acordaria.". O que é extremanente realista, pois são estas poucas certezas da vida; a morte e a doença.

A Peste é acima de tudo o retratação contundente de uma comunidade em meio à uma crise epidêmica, acredito que não há momento melhor para ter lido do que agora. Passagens que refletem sobre o coletivo como também as dores individuais, tudo foi de grande ajuda para compreender melhor o que estamos vivendo hoje com a pandemia de Covid-19.

Um trecho da obra que me marcou muito foi o momento em que Rambert, que estava focado em fazer todo o possível para buscar sua felicidade fora da cidade, consulta Rieux e o médico o conforta de que não é vergonha escolher a felicidade, ao que o jornalista o devolve "Sim, mas pode haver vergonha em ser feliz sozinho.". E passa a contribuir para com a comunidade.
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Raquel 29/07/2020

Bom, mas não cativou
Acredito que não há época melhor para ler esse livro do que agora (pandemia de covid).

A estória é interessante, o autor descreve bem o que se passa entre os personagens e como a vida deles muda com a epidemia. Entretanto, possui um estilo "arrastado" que não me prendeu.

Recomendo o livro, apesar de não ter me cativado.
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Exusiaco 28/07/2020

Dizer que esse romance é oportuno nesses tempos de pandemia é chover no molhado.

Camus se vale de uma epidemia de cólera que dizimou Oran em 1849 e a transpõe para a década de 40 na maneira de uma peste bubônica metaforizando a ocupação nazista na França e também os males do colonialismo na Argélia. Atualmente a obra se faz mais literal.

Camus extrai e reflete, a partir do flagelo, os elementos angustiantes caros ao seu existencialismo característico.

O modo como tal flagelo impacta as relações humanas em torno de afetos, ausência, exílio, amor e solidariedade.

As discussões existenciais entre Dr. Rieux e Tarrou são as mais notáveis no que tange a Deus e em como dar crédito a um criador que permite que crianças sofram abismalmente. Um Deus que nos exila e nos larga ao sabor das intempéries mais pestilentas...

Dr. Rieux parte do particular, do principio de que somos, cada um a sua maneira, uma ínfima parte de um todo no que devemos focar tão somente no papel dessa parte que nos cabe no mundo, cumprindo-o dignamente e combatendo cada um nos limites do seu quadrado.

Tarrou, ao contrário, visa o geral, o todo, tem uma vocação de santo, uma grande abstração o norteia e o faz querer abraçar a humanidade como um todo, em busca da paz total, o que o faz chegar a um esgotamento final.

O pior do dogma cristão é representado no crescente fanatismo do padre Paneloux no decorrer da epidemia na obra.

Dr. Rieux conduz a narrativa e pondera com grande lucidez as sucessivas angústias das personagens provenientes do absurdo da peste. O absurdo é um conceito caro na filosofia de Camus.

Num paralelo com o Brasil atual, podemos pensar num duplo flagelo, o do bolsonarismo com seu pacote negacionista, miliciano e obscurantista e o da pandemia do coronavírus propriamente dita. Duas pestes desgraçadas nos afligindo sem dó nem piedade.
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Larissa963 26/07/2020

Que final!!!
Foi um livro que li pra um trabalho, e no início meio que fui empurrando por achar chato, muita narração e pouco diálogo, o que torna a leitura mais densa e lenta. Mas o último capítulo foi um senhor capítulo, um final surpreendente, de muita reflexão. Tivemos um final "feliz", mas não pra todo mundo e o jeito que conta esse final, de quando tudo acaba e a vida está voltando ao "normal" é tão brutal, tão surpreendente.
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Rinaldo 25/07/2020

A Peste e os nossos dias
Lido no momento complicadíssimo da nossa história, por várias vezes a sensação é que Camus estava descrevendo a situação atual da pandemia de coronavírus.
Há uma interessante abordagem sobre a existência de Deus e o problema do mal. O personagem principal se debate entre fé e ação dando ênfase à ação e descartando Deus, infelizmente.
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Lari 24/07/2020

Apesar de não ter muitas páginas, a leitura é intensa e muitas vezes paralela com a situação de pandemia atual. Definitivamente valeu a pena ler.
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Mi 24/07/2020

Este livro me acompanhou por alguns anos e decidi lê-lo justamente durante a pandemia. Fluiu muito mais rápido e foi uma experiência muito válida.
Acompanhar a narrativa, me fez refletir sobre vários aspectos, desde convívio social, amizade x solidão, evolução da medicina, não evolução da política, entre outros.
Recomendo!
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Daniele.Couto 23/07/2020

A escrita do Camus é maravilhosa, porém pode ser um livro bem denso considerando o momento de incertezas em que estamos passando. O autor aqui aborda vários aspectos políticos, os preço fabulosos em que eram ofertados a alimentação e os itens de necessidade básica, fazendo com que as famílias mais pobres passassem grandes dificuldades, o que não é diferente dos tempos atuais! Entre outros temas, o autor fala de perda, solidão e empatia. Um livrão!
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fredec 21/07/2020

Romance Histórico Filosófico
ítulo sugestivo. Foi meu primeiro livro do escritor e filósofo Albert Camus e COM CERTEZA vou ler mais. Uma delícia de leitura, apesar de se tratar de um tema que, no atual momento, pode ser um pouco pesado. Camus narra uma história com começo, meio e fim, porém com passagens filosóficas as vezes mais densas de acordo com o desenvolvimento de alguns personagens.

A Peste, publicado em 1947, conta a história de uma cidade que foi assolada por uma doença misteriosa, que dizimou grande parte da população local. Pela forma como as coisas acontecem, imediatamente vem a peste bubônica à cabeça. Mas por incrença que parível, foi escrito como uma espécie de analogia à ocupação nazista na França. Interessante né? Porém, se pedisse pra desenhar, não podia melhor representar em detalhes tudo que está acontecendo no mundo agora. Desde as preocupações com hospitais lotados e poucos recursos (o que é óbvio) até os negacionistas e/ou irresponsáveis que fazem festa e desobedecem as regras como se não estivesse acontecendo nada (não tão óbvio pra mim, pelo menos não até antes do Corona Vírus).

Aborda ainda as consequências psicológicas em diferentes tipos de pessoas, a dificuldade da distância da família (a Peste no livro se concentrou em uma única cidade) e as diferentes formas de ajudar ao próximo de acordo com a ocupação profissional (ou desocupação) de cada um. O mais interessante no livro pra mim e que ficou bastante evidente, foi a forma como interagem os personagens principais, com pensamentos e posturas tão diferentes mas que conseguem se respeitar e a se entender na discordância, fazendo a coisa acontecer juntos. Essa parte foi a única que não encontrei paralelo com a realidade atual, mas tem mais sentido quando se pensa na forma como terminou a segunda guerra.

site: instagram.com/fredecs
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Isabela Zamboni | @resenhasalacarte 21/07/2020

Necessário!
A Peste, de Albert Camus, é um livro para ser digerido aos poucos. Comecei a ler faz alguns anos, após ter terminado o incrível O Estrangeiro, mas não consegui dar continuidade. Retomei em janeiro deste ano, mas parei novamente. O mais bizarro é que comecei essa leitura um pouco antes da pandemia do novo Coronavírus! Inclusive, quando começaram as quarentenas pelo mundo afora, lembrei na hora da obra de Camus e retomei a leitura (mais uma vez!). Por ser um clássico difícil de digerir — não por ser ruim, mas por ser intenso — não consegui engrenar, mas agora a curiosidade foi mais forte.

A epidemia na cidade de Orã, Argélia, passa-se na década de 1940, mas seus efeitos são muito similares com o que vivemos hoje. Em diversos trechos fiquei chocada com a similaridade dos acontecimentos, até mesmo da reação dos personagens com o alastramento da doença.

As reflexões de A Peste são recorrentes nas obras de Camus, como o amor, o exílio, a revolta e principalmente o absurdo da existência. Podemos ver isso em O Mito de Sísifo e em O Estrangeiro, bem como em outros textos. Neste livro, Camus traz a percepção do individual sobre o coletivo; o modo como as pessoas veem seus cotidianos as unem e fortalecem, mas também as corroem. A peste é uma constante ameaça, não somente à saúde dos indivíduos, mas aos seus direitos humanos fundamentais.

O narrador da história, revelado somente ao final do livro, tenta ater-se somente às suas percepções e aos contatos que manteve com os infectados pela peste. Ao conduzir o relato, conhecemos não somente as aflições e sofrimentos dos cidadãos de Orã, exilados e em medo constante, mas também as percepções de determinados personagens.

Em boa parte da narrativa acompanhamos a perspectiva do Dr. Rieux, o médico que desde o início precisa vencer o cansaço e a dor para cuidar dos enfermos. Também acompanhamos as trajetórias do jornalista Raymond Rambert; o viajante Jean Tarrou; o funcionário da prefeitura Joseph Grand; o desempregado Cottard; o Padre Paneloux, entre outros.

Sob a percepção desses homens que tentam a todo custo lidar com essas aflições, Camus conduz o livro que ficaria marcado como um dos maiores clássicos de todos os tempos.

{Resenha completa no blog!}

site: https://resenhasalacarte.com.br/resenha/a-peste-albert-camus/
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Ana Aymoré 20/07/2020

A peste que mata e o viver empestado
O que pode a ficção nos ensinar sobre a vida? Transitando, há um bom tempo, entre as veredas da literatura e da história, por gosto e por ofício, muitas vezes voltei a essa questão, seja para ensinar, seja para aprender sempre um pouco mais. E a cada dia mais me convenço que a evasão da realidade empírica, que é o primeiro movimento proporcionado pela leitura de uma obra literária, é, ou deveria ser, completado pelo movimento de retorno à essa mesma dimensão da nossa experiência, do vivido e do testemunhado. Mas retornamos ao nosso destino, como os heróis dos contos de fada, munidos de um talismã ou uma bússola: a literatura, que talvez não tenha o poder de transformar diretamente o mundo, tem, em contrapartida, o poder de nos transformar.
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Mesmo instintivamente sabemos disso, e por isso temos a necessidade vital das histórias inventadas. Desde que a covid19 deixou de ser o eco distante de um flagelo exótico, e passou a pautar nosso cotidiano, o interesse por livros que tratam, de forma mais ou menos realista, das epidemias e suas consequências para nós como indivíduos e como corpo coletivo, dispararam. Entre eles, é claro, A peste de Camus, publicada originalmente em 1947, teve uma ascensão imediata ao primeiro lugar - curiosamente, seguido de um romance fundamentalmente alegórico, que é o Ensaio sobre a cegueira, de Saramago.
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Acontece que, como em todo grande título da literatura, o romance de Camus nos fala sobre o flagelo que se espalha sobre uma comunidade e sobre suas consequências mais diretas, todas elas percebidas diretamente por nós hoje - a dor, o luto, o medo, o sentimento de exílio, a sensação de aprisionamento, a espera incessante, o desamparo, a perda da noção de tempo, a saudade de pessoas e lugares, a crise econômica, as conversas de estátuas dos rostos mascarados - mas também, ao fazer a crônica de uma peste fictícia, nos provê de outras formas de significação sobre o que é viver (na acepção de Tarrou, uma das mais belas personagens do romance) "empestado", e sobre como escaparmos às pestes mais duradouras e contínuas, que matam o nosso espírito: "Pouco a pouco o doutor se dissolvia no grande corpo uivante, ia percebendo que aquele grito, pelo menos em parte, era também dele. Todos haviam padecido juntos, na carne, e na alma, férias difíceis, exílio sem remédio e uma sede nunca satisfeita. Entre pilhas de mortos, campainhas de ambulâncias, avisos do que se convencionou chamar destino, marchas aflitas e enormes revoltas nos corações, um grande rumor persistia em correr e alertar aqueles seres atônitos, dizendo-lhes que era preciso achar a verdadeira pátria."
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Ana 20/07/2020

Pandemia e peste
Nada como ler este livro no meio de uma pandemia global. Camus sempre excelente.
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Ariela 19/07/2020

Temática interessante, mas falta enredo.
Considerando a temática do livro, ler esse livro durante a pandemia ou até mesmo para alguém que já passou por uma, traz uma visão muito mais rica da história e gera reflexões e comparações com a realidade.
No meu ponto de vista, o livro não tem um enredo forte, o que torna a leitura um pouco arrastada. Apesar de começar muito bem, cada capítulo se torna mais "parado" e a leitura fica cada vez mais "chata". Mas eu me pergunto se essa realmente não foi a intenção do autor, dado o contexto da epidemia.
Apesar da leitura arrastada, o livro conta com vários diálogos interessantes e faz uma ótima análise psicológica das personagens, mostrando a evolução de cada uma delas no decorrer da epidemia.
Acho uma leitura válida, considerando a pandemia que vivemos e a quarentena que muitos de nós teve que vivenciar. Nesse contexto, o livro sugere várias perspectivas da situação.
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Letícia 18/07/2020

A solidariedade no meio do caos?
Que é um texto excelente, disso não tenho dúvidas!
Mas foi um livro que não me prendeu do tipo que preciso ler sempre para descobrir os próximos acontecimentos.
Foi meu primeiro contato com o autor, pode ser isso também!
Mas independentemente das ressalvas, gostei de poder mergulhar na cidade de Orã e me sentir parte daquela população. O sufocamento, os distúrbios mentais, a peste, o isolamento, o negacionismo, tudo que estamos vivendo na atualidade. Aí reside o mérito do texto e de seu autor, quando nos coloca com personagens dentro da história por ele contada.
Há também possibilidade de outras leituras alegóricas como o Nazismo que estava contaminando toda a Europa e por assim dizer também a França - uma França colaboracionista diga-se de passagem.
É um texto que pretendo revisitar em outro momento!
Deixo aqui minha recomendação e pretendo ler outros livros do autor!
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