Caique Henry 23/05/2023
O absurdo como condição humana.
Camus ao longo de sua vida pensou e escreveu sobre o absurdo, em suas reflexões ele expõe o máximo do absurdo em relação à existência humana. Mas o que seria esse absurdismo?
Diante do mito de Sísifo, Camus análise a sua tragédia como uma condição humana imutável ?de acordo com a mitologia grega, Sísifo teria sido castigado pelos deuses a carregar uma pedra até o alto de uma montanha, e quando chegasse no topo a pedra rolaria morro abaixo, tendo então de repetir essa atividade inútil diariamente, por todos os dias de sua vida ? diante disso, Camus diz que o mito representa a nossa vida, onde seguimos uma rotina, onde fazemos atividades repetidas que muita das vezes são inúteis. Pensando nisso, Camus versa sobre a aceitação dessa sentença, ?é preciso imaginar Sísifo feliz?.
É preciso aceitar o absurdo da vida, não como algo determinado mas como uma condição da viva vivida. Estamos jogados ao absurdo ? a morte, ao trauma, a alegria, ao medo, a vida. O absurdo não é apresentado como uma saída à um mundo sem unidade e sem verdades, mas a aceitação desta ausência de sentido
Então temos ?A peste?, que relata a história da cidade de Oran, na Argélia, no qual fora devastado por uma peste, da qual seus cidadãos encontram-se impotentes diante deste fenômeno. Camus, aqui, versa sobre essa condição de aceitar o absurdo e seus fenômenos. Mas entenda que o absurdismo coloca em conflito o homem e sua relação com o mundo, sendo um conflito constante de aceitação e revolta.
Portanto, Albert cria Dr.Riux, que seria a personificação desse homem em conflito, desse homem que jogado ao absurdo aceita sua condição mas revolta-se diante dela. Riux entende a sua impotência diante do flagelo, e observa seus concidadãos tentando escapar daquela condição. Mas ao mesmo tempo se revolta, da sua incompetência, das mortes que passam por suas mãos.
O flagelo é inevitável, ele está aqui, ali e em todo lugar, é preciso aceitar-lo. Mas a dor, a morte as feridas que ele causa é de se revoltar. Estamos, portanto, condenados a essa condição de HOMEM X MUNDO.
?O bacilo da peste não morre nem desaparece nunca, pode ficar dezenas de anos adormecido nos móveis e na roupa (?). E sabia, também, que viria talvez o dia em que, para desgraça e ensinamento dos homens, a peste acordaria os seus ratos e os mandaria morrer numa cidade feliz?
Ler ?A peste? é viajar em reflexões, é perceber um mar de metáforas e quem as vezes aquilo que foi dito, nem sempre é o que está escrito. ?A peste? é complexo mas ao mesmo tempo fácil de perceber suas nuances. ?A peste? é arte que te fisga e no final te joga no mundo de maneira diferente. Tu não serás o mesmo a partir daqui.