Angústia

Angústia Graciliano Ramos




Resenhas - Angústia


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Guilherme 12/01/2022

Li em algum lugar que esse livro era uma espécie de crime e castigo brasileiro, e esse comentário foi o que me fez pegar para relê-lo depois de quase 10 anos. Sem entrar nos méritos técnicos ou acadêmicos em torno dessa comparação ousada, Angústia me trouxe sentimentos parecidos com a leitura do clássico russo, sentimentos que eu só encontrei lendo esses dois livros.
A atmosfera opressiva, a incompatibilidade social, o inferno mental e emocional, a falta de dinheiro, os comportamentos auto-destrutivos, são apenas algumas das características compartilhadas dos dois protagonistas e das duas histórias.
Um belo livro.
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Maju 11/01/2022

Clássicos são clássicos
É bastante notável porque alguns são considerados geniais, e Graciliano é um desses que consegue estampar a Angústia página a página, numa narrativa densa e insone.
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Van 08/01/2022

Comecei a ler angústia só por ser uma leitura obrigatória do vestibular e desmotivada pq tinha ouvido falar que era um livro cansativo (e algumas partes são mesmo, por isso tirei 1,5), mas me surpreendeu pq em geral o livro me prendeu e tem algumas partes absurdamente boas e nada cansativas, vale muito a pena ler!
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Leticia2513 31/12/2021

"Enfim desejava matar um homem que me roubava o sono."
luís é um personagem medíocre, sozinho e que vive uma "vida de sururu". quando se apaixona por marina, essa paixão se transforma em obsessão. a narrativa, a partir desse momento, se torna confusa, desgovernada, beirando a insanidade. na minha opinião, isso foi um ponto positivo, mas não deixou de ser difícil de ler. tenho certeza que esse livro possui camadas que eu não entendi, mas é muito bom
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Duda 29/12/2021

Razoável
Entendo a genialidade do livro, mas ele definitivamente não é pra mim.
A forma como a narrativa escrita em fluxos de memória e a autopunição do final são interessantes. O personagem principal é insuportável, não passa uma página sem chamar a Marina de puta (pse, ridículo).
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Adriana1090 27/12/2021

Angústia
"Passo diante de uma livraria, olho com desgosto as vitrinas, tenho a impressão de que se acham ali pessoas exibindo títulos e preços nos rostos, vendendo-se. É uma espécie de prostituição. Um sujeito chega, atenta, encolhendo os ombros ou estirando o beiço, naqueles desconhecidos que se amontoam por detrás do vidro. Outro larga uma opinião à toa. Basbaques escutam, saem. E os autores, resignados, mostram as letras e os algarismos, oferecendo-se como as mulheres da rua da Lama."
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13marcioricardo 24/12/2021

Feliz Natal Meus Amigos Skoobers ??
Tal como as drogas ou o álcool também o amor e a paixão nos deixa fora de nós. Quando essa paixão não é correspondida e a dose é forte demais adoecemos. O que era belo e desejável se torna a nossa ruína, a nossa obsessão, a nossa angústia. Achei este livro bastante parecido com São Bernardo, outra obra do autor. O mesmo tom, o mesmo tipo de protagonista; rude, seco, com a alma cheia de calos e a mente muito, muito perturbada.
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Thais.Carvalho 18/12/2021

Comida a história de Luiz, que nasceu no interior de Alagoas. Órfão, passou ainda criança para Maceió, onde trabalhava como servidor público. Se apaixona pela vizinha Marina e você uma vida de ciúmes. O livro não tem capítulos, é escrito em um fluxo constante e reflete toda a angústia da personagem.
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duddi 11/12/2021

li pra fuvest e não gostei. leitura arrastada, a história não tem nada de muito intrigante e o luís é extremamente inconveniente.
gostei das características mais ocultas da narrativa, como a ambientação, a figura do banheiro, a referenciação, o papel dos ratos, e como isso é bem tecido com o caráter da história. e o fato de ser circular também é fascinante.
mas num todo, não me prendeu. muitas páginas de pura enrolação.
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Maria 09/12/2021

"Afinal já nem sabemos o que é bom e o que é ruim, tão embotados vivemos".
Me sinto mal por dar só duas estrelas pra esse livro, mas a questão é que eu não senti absolutamente nada lendo ele. Não sei se foi porque ainda não tenho maturidade ou por qualquer que seja o motivo, mas eu demorei 1 mês pra ler ele e não gostei. Nas últimas partes fiz leitura dinâmica porque eu não aguentava mais me enrolar na leitura.
A real é que eu acho que não teve história nesse livro. Claro, a gente acompanha a vida do Luís e o que acontece nela, só que não tem nada de muito... não sei, tipo, interessante? A leitura é realmente angustiante porque você não sabe o que fazer. Me pareceu basicamente uma sucessão de fatos, como se fosse um diário, só que sem propósito. E eu entendo que era assim que o Luís se sentia, mas mesmo assim me pareceu uma história sem nada. Algo até raso, talvez? Sei lá. Me sinto mal achando isso porque quem sabe tenha sido esse o objetivo do autor e tal. Mas enfim. É isso.
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matheusliteratura 08/12/2021

Angústia
Luís é um homem frustrado com a vida: pobre, sem mulheres, sem grandes amigos. Até que conhece Marina. Vizinha jovem, com cabelos de fogo e sonhos de luxo.

Os dois se envolvem sem sentimento, ele movido por tesão, ela por interesse e tinha tudo para funcionar. O problema foi Julião Tavares.

Conhecido de Luís da Silva, rico e de família tradicional, Julião seduz Marina que logo cai nos braços do homem, sendo grandemente paparicada com presentes. Luís? Esse começa a enlouquecer, tomado pelo ciúme ? e pela vergonha de mais uma frustração.

O novo casal não prospera. Ela, grávida, aborta o filho. Ele, rico e solteiro, encontra uma nova jovem para apagar os desejos. E Luís, com o desejo de vingança grande e uma loucura crescente, passa a seguir o rival até o dia em que tem uma oportunidade

De que? Ora, de matá-lo! Com uma corda dada por seu Ivo, estrangula Julião numa madrugada após o bacharel sair de uma visita à mais nova pretendente.

Aqui a loucura se completa e o livro embarca num fluxo de consciência em que passado, presente e realidade se misturam e fica difícil distinguir o que é cada coisa.

Sou suspeito para falar desse livro, é um dos meus favoritos, assim como o autor. A leitura causa em nós sensações de angústia (título muito bem dado, aliás), seja pelas inserções de memórias do narrador da infância e juventude, seja da história principal. Mostra ambientes muito violentos, duros.

A infância na fazenda do avô, o velho Trajano, com histórias dos jagunços e vaqueiros, e da decadência do poder da família Silva ao próprio dia a dia do próprio Luís, marcado pela exploração dos grandes, dos poderosos, sobre os pobres.

É um livro de linguagem seca, típica de Graciliano, com uma história dura mas em nada absurda. É um livro que eu adoro, recomendo a leitura para todos mas esteja pronto para sofrer, não é uma leitura agradável mas é, sem dúvidas, maravilhosa.
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Atila.Carlos 26/11/2021

De fato: ANGUSTIANTE
Um livro de lembranças em primeira pessoa, contado de forma densa, dispersas e únicas. O livro começa com o autor contando seus devaneios ordinários, ou podemos dizer, suas mazelas diárias. Logo a história discorre para a infância do narrador, chegando até sua idade adulta. A partir daí grande parte dessa história é lembrada em um único ano na vida do personagem principal, até ele cometer algo pelo qual justifica o título.

É notória a forma progressiva das perturbações e angústias do narrador, ao ponto de a própria leitura de fazer enlouquecer junto. O final pode parecer sem sentido, contudo, a história continua no começo do livro.

E é nesse looping infinito que se faz presente a maestria de Graciliano, neste livro que é considerado a versão brasileira de Crime e Castigo, de Dostoievski. Pra quem já leu o livro do romancista russo, cuidado com as comparações. Nada diminui a genialidade desta obra, considerando a proposta do mesmo.
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Lia 25/11/2021

A leitura é lenta mas não é enrolada, porque a escrita é mais formal, diferente do que estou acostumada. Li para a Fuvest e com certeza vou reler, por ser um livro profundo.
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jota 20/11/2021

ÓTIMO: romance de Graciliano traz loucura e crime, sofrimento e ódio em Alagoas. É Dostoievski em Maceió? Talvez...
Lido entre 06 e 18/11/2021.

Logo nas primeiras páginas de Angústia (1936) o leitor já fica com a sensação de estar diante de uma obra-prima de nossa literatura. Eu mais ainda, já que se trata da releitura de um livro de Graciliano Ramos (1892-1953), como fiz recentemente com Infância (1945), porque pouco me lembrava dessas importantes obras, lidas há algum tempo. Aqui, o funcionário publico alagoano Luís da Silva – trinta e poucos anos, nas horas vagas e noturnas jornalista e escritor –, homem de origens rurais, continuamente presentes em sua memória, é o narrador e personagem central do romance.

Luís é um sujeito angustiado, de mente agitada, desassossegada, que impressiona profundamente o leitor com seus devaneios, delírios, inquietações e aflições, enquanto vai lembrando fatos recentes de sua vida (quer dizer, passados por volta de 1930) e também de sua história mais antiga, suas memórias dos tempos de criança. O problema para o leitor é que isso vem tudo junto e misturado: uma frase pode fazer bruscamente a passagem de um assunto para outro, de um tempo para outro, e imediatamente retornar ao que era tratado antes, no presente. É verdade que ninguém vai se perder na leitura, mas isso a complica um tanto, penso.

Esse processo de construção do livro, que intercala a grande narrativa (a vida e as memórias de Luís) com as micronarrativas (um pedaço de corda, uma cobra que se enrola no pescoço de um roceiro, ratos roendo livros pela casa etc.) – além de outras observações interessantes sobre Angústia – é muito bem explicado no posfácio de Silviano Santiago, presente nesta edição da Record de 2019, que tenho em mãos. Para ele, o livro do escritor alagoano faz parte de certo momento das letras brasileiras em que também se destacaram dois outros livros ligados a temas urbanos, num país que ainda era bastante rural. Eles são: O Amanuense Belmiro (1937), do mineiro Ciro dos Anjos, e Caminhos Cruzados (1935), do gaúcho Érico Veríssimo. Mas ao mesmo tempo a leitura de Angústia também pode nos transportar para a Rússia, para as páginas de Crime e Castigo, de Dostoievski.

E isso pode ser verificado através de diversas teses e estudos que relacionam os dois autores, facilmente encontráveis na internet. Octavio de Faria, que escreveu um pequeno ensaio intitulado Graciliano Ramos e o Sentido do Humano, que serve de posfácio a Infância, mas acreditava ser Angústia o melhor livro dele, já associava os dois autores através de uma citação do russo: “Pode, porém, um homem que se conhece a si mesmo, estimar-se, mesmo um pouco que seja?” Luís da Silva despreza a si próprio, é um homem permanentemente angustiado, tem enorme dificuldade de manter laços de amizade ou amor. Como escreve Santiago, “Laço é morte. Pedaços de corda e corpos de cobras pululam pelo romance. (...) A solidão é o estado natural do narrador/personagem, isto porque a aproximação do outro corrompe”.

Marina, por quem Luís se apaixonara, depois é por ele chamada de puta. Julião Tavares, seu conhecido, com quem Marina se relaciona agora mereceria morrer enforcado... E, de volta a Faria, ele destaca a continuidade entre Infância e Angústia: “Tudo aquilo que vinha sendo represado nele [Luís], a luta entre o menino e o homem, entre o pai e o filho [tudo que lemos em Infância]; depois, entre o regional e o universal, o objetivo e o subjetivo, o particular e o humano, como que explode nessa verdadeira orquestração de loucura e crime, de sofrimento e ódio: Angústia.” O livro de Graciliano Ramos é tudo isso, pois. E um pouco mais, a depender de cada leitor...
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