A Ilíada

A Ilíada Homero...




Resenhas - Ilíada


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Erika 02/09/2019

Eu preferiria a Ilíada a toda uma prateleira de relatórios de guerra da Idade de Bronze, por mais exatos que fossem.
Não vou discorrer acerca do enredo, pois acredito ser uma história já muito conhecida. Ilíada é o primeiro livro que se tem conhecimento na literatura ocidental. Daí a importância de se ler tal obra. Grande parte dos livros que leio traz referências retiradas daqui, desde citações de deuses até batalhas épicas, passando por grandes atos heróicos e afins. E ainda uma imensidão de detalhes que acredito somente ser possível captar com releituras. Ilíada é digna de estudo, e não me considero apta a dizer nada mais profundo.

Sobre a edição da Penguin, traduzida pelo português Frederico Lourenço, é considerada a mais fluida. Não estou acostumada a ler versos, e escolhi essa tradução para minha primeira incursão, pois não me sentia tão segura. A edição traz uma lista de personagens, e textos introdutórios muito bons. Foi bem tranquilo, juro! Pode parecer presunção de minha parte, mas sinto que subi uns degrauzinhos como leitora após essa leitura. E partirei para Odisseia.
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Viik 25/08/2019

Intricante
Confesso que essa leitura me deu trabalb, bem mais trabalho que Odisséia, mas valeu muito a pena, foi uma leitura complexa, mas boa. Um dia terei que reler por que muitas das coisas são complicadas de entender, mas esta tudo bem porque a segunda vez é sempre a melhor e sei disso por experiencia propria.
Mas uma pequena comparação, existe muitas mudanças entre livro e filme, mas a que mais me irritou foi que o principe que leva a Helena, na verdade se chama alexandre e Paris é um soldado de alta patente, isso me irritou muito, mas eu supero. Literatura classica nem sempre é ruim.
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Fernando Lafaiete 08/03/2019

Ilíada: "Análise, percepções e leitura comparativa"
******************************NÃO contém spoiler******************************

Parar para analisar e resenhar uma obra de tamanha importância universal como "Ilíada" de Homero, que colaborou não apenas para a formação literária, como para formação cultural, intelectual e civilizatória, é uma tarefa a que me disponho sem a intenção de me afirmar como alguém capaz de destrinchar um monumento de tamanha complexidade analítica, como a primeira obra da literatura ocidental aqui supracitada. Apenas desejo dividir algumas percepções (meramente pessoais) e alguns resultados reflexivos, provenientes de algumas pesquisas referentes ao meu processo de leitura.

"Ilíada" muito antes de sua narrativa em si, já levanta uma questão interessante e muito semelhante com a questão Shakespeariana. Questão esta, atrelada a existência ou não do criador da obra. Seria Homero a representação unilateral de vários poetas (os cantores responsáveis pela disseminação de histórias em forma oral, chamados de aedos) ou seria ele de fato alguém que existiu? Pra alguns teóricos e críticos literários, tal questão se torna irrelevante quanto comparada com a importância da obra em si. Afirmação a qual discordo, já que encaro tal ponto de interrogação como de importância significativa para o processo de compreensão/aceitação do que se lê, devido a diversos pontos chaves da narrativa que se contradizem entre si, e que se vista como pontos de vista diversos que foram sendo alterados ao longo dos anos de uma pessoa para outra, se torna algo mais aceitável e verossímil, o que não acontecerá se você enxergar a obra como a filha de um único criador.

Mas do que se trata "Ilíada"?

Após escolher Afrodite como a deusa mais linda entre todas, Páris, filho de Príamo, rei de Troia, acaba ganhando da deusa o presente na forma do amor de Helena, esposa de Menelau, rei de Esparta, a qual em um ato de loucura acaba aceitando fugir com ele para Troia. O que acarreta em uma guerra, onde Menelau exige a devolução de sua infiel esposa; a mulher mais linda de todas, cuja beleza se assemelha a uma divindade.

"Não é ignomínia que Troianos e Aqueus de belas cnêmides
sofram durante tanto tempo dores por causa de uma mulher destas!
Maravilhosamente se assemelha ela à deusas imortais.
Mas apesar de ela ser quem é, que regresse nas naus;
que aqui não fique como flagelo para nós e nossos filhos."

Através deste acontecimento e do embate do que se fazer em relação a isso, conhecemos Aquiles, o protagonista, o principal herói grego, que após um embate com seu superior (ironicamente também por causa de mulher), acaba se negando a participar da guerra, apresentando desta maneira, o início do plot principal de "Ilíada", a ira de Aquiles, que irá moldar todo o resto da história e que irá culminar em um final bastante interessante sobre redenção, compaixão e fé. Preciso frisar também que o foco não é a guerra de Troia. O foco é narrar um fato ocorrido no nono ano da guerra, fato este que dura apenas 54 dias. Um fato pequeno perto dos dez anos de guerra. 

Canta, ó deusa, a cólera de Aquiles, o Pelida
(mortífera!, que tantas dores trouxe aos Aqueus
ficando seus corpos como presa para cães e aves
de rapina, enquanto se cumpria a vontade de Zeus),
desde o momento em que primeiro se desentenderam
o Atrida, soberano dos homens, e o divino Aquiles

Trata-se um poema épico que apresenta tradições, atos heroicos e a solidificação dos cantos orais em forma visual, na intenção de registrar e salvar conhecimentos culturais de uma época. Sempre levando em consideração a importância de questões como a glorificação heroica, impacto de nossas ações e decisões sobre outrem, a dubiedade do bem e do mal na visão humana meramente intrínseca e o o equilíbrio do livre arbítrio quando encaramos o impacto divino sobre nossas ações.

É uma narrativa não linear, repleta de digressões, construção de versos imersivos, e recheada de referências mitológicas. Escrita no grego arcaico, traz peso histórico e mistura deuses com mortais em uma jornada trágica, irônica e cômica, o que a transforma em uma obra de metaficção, onde o autor brinca com "fatos históricos" e ficcionais.

Eu achei os pontos cômicos e as contradições através de diálogos, empecilhos difíceis de serem superados. Não me importei muito com os personagens em si, a não ser em dois grandes pontos narrativos, sendo na verdade, os mais famosos quando se trata de "Ilíada". Os deuses como manipuladores, que tratam os mortais como peças de xadrez, são chatos e interessantes na mesma proporção. Aquiles é um personagem que desperta em nós diversos tipos de sentimentos (o que é bom) e Heitor seu grande arqui-inimigo, filho do rei de Troia e irmão de Páris, a mesma coisa. Gostei, mas esperava bem mais. Mas desta vez não sei se a culpada foi de fato a expectativa.

A dificuldade de se ler uma obra como essa, dependerá da edição e da tradução que escolher. Eu a li quase toda na edição da Companhia das Letras, traduzida por Frederico Mendes, em versos livres. Mas li e estudei também mais três edições fazendo leitura comparativa. O que posso dizer é que achei "Ilíada" uma obra bem acessível e de fácil compreensão. Lógico que se você nunca leu uma epopeia antes, não conhece os deuses gregos e tem dificuldades com obras cuja linguagem é um pouco mais rebuscada, terá sim um pouco mais de dificuldade. Aconselho a escolherem traduções livres que apresentem o texto em prosa. Pois trazem mais clareza, maior fluidez e uma facilidade ainda maior quanto a compreensão do conteúdo textual. Indico como uma primeira incursão. Como primeiro contato com a obra e não como leitura definitiva.

Exemplos de edições e traduções:

Início de Ilíada:

Edição Editora Companhia das Letras (Penguin) - Tradução: Frederico Lourenço

(Versos livres - Tradução Premiada, mas que não segue a métrica original)


Canta, ó deusa, a cólera de Aquiles, o Pelida
(mortífera!, que tantas dores trouxe os Aqueus
e tantas almas valentes de heróis lançou no Hades,
ficando seus corpos como presa para cães e aves
de rapina, enquanto se cumpria a vontade de Zeus)
desde o momento em que primeiro se desentenderam
o Atrida, soberano dos homens, e o divino Aquiles

***

Edição Editora Benvirá - Tradução: Haroldo de Campos

(Tradução criativa - o autor insere neologismo e conteúdo inexistente na obra original com a intenção de melhorar o texto, mas sem perder a essência Homérica) ***Sou 100% contra traduções criativas, acho um desserviço. Portanto, esta é a tradução que mais me incomoda. No trecho abaixo vocês não perceberão muita diferença, acredito eu. Mas acreditem, ao longo da leitura, elas aparecem e são muitas.***

A ira, Deusa, celebra do Peleio Aquiles,
o irado desvario, que aos Aqueus tantas penas
trouxe, e incontáveis almas arrojou no Hades
de valentes, de heróis, espólio para os cães,
pasto de aves rapaces: fez-se a lei de Zeus; 
desde que por primeiro a discórdia apartou
o Atreide, chefe de homens, e o divino Aquiles.

***

Edição da Editora Nova Fronteira - Tradução: Carlos Alberto Nunes

(Tradução com tratamento mais histórico, esvaziamento literário e "conexão direta" com a obra original. Possui mini-textos introdutórios de  contextualização do assunto retratado antes do início de cada canto. Linguagem facilitada e texto em prosa)

Canta-me a Cólera — ó deusa! — funesta de Aquiles Pelida,
causa que foi de os Aquivos sofrerem trabalhos sem conta
e de baixarem para o Hades as almas de heróis numerosos
e esclarecidos, ficando eles próprios aos cães atirados
e como pasto das aves. Cumpriu-se de Zeus o desígnio
desde o princípio em que os dois, em discórdia, ficaram cindidos,
o de Atreu filho, senhor de guerreiros, e Aquiles divino.

***

Edição da Editora Berlendis & Vertcchia Editores - Tradução: Manoel Odorico Mendes

(Tradução mais elogiada e considerada a mais difícil. Uma das primeiras realizadas  e que mais se aproxima do espírito poético e  da sonoridade Homérica. Comparada a outras traduções, esta está no topo e é colocada lado a lado com traduções consagradas feitas em outros idiomas)

Canta-me, ó deusa, do Peleio Aquiles
A ira tenaz, que, lutuosa aos Gregos,
Verdes no Orco lançou mil fortes almas,
Corpos de heróis a cães e abutres pasto:
Lei foi de Jove, em rixa ao discordarem
O de homens chefe e o Mirmidon divino.

***

Pesquisem e vejam qual edição mais lhe agradam e com qual sua leitura fluirá melhor. A única que eu de fato não indico, é a traduzida por Haroldo de Campos. Encaro a tradução realizada por ele como uma mutilação que mais empobrece do que enriquece a obra. 
ROBERTO662 08/03/2019minha estante
Que baita resenha. Estudei A Odisséia e Ilíada quando estava na faculdade, depois disso nunca mais peguei neles para ler. Mas confesso que não sou um grande fã de narrativa em versos, até prefiro A odisséia kkk. Mas os feitos heróicos são de uma grandeza extrema, os detalhes, a construção de mundo. É realmente um grande livro.


Fernando Lafaiete 08/03/2019minha estante
Pois é Junior... é um baita livro, mas que me deixou com a sensação de que faltou alguma coisa. Acho a importância de se ler obras como essa, de um nível imensurável. Pretende reler algum dia? E que bom que gostou da resenha, ela deu trabalho. Rrsrs


ROBERTO662 08/03/2019minha estante
Reler não sei. Talvez uma versão adaptada. Ou quem sabe para estudar mesmo.


Andressa M 08/03/2019minha estante
Resenha excelente. Gostei muito das comparações entre as traduções, também. Vou ficar bem atenta a isso quando for escolher minha edição para leitura.


Fernando Lafaiete 08/03/2019minha estante
Obrigado Dessa! Eu realmente acho importante você verificar as traduções antes de iniciar a leitura. Em casos de obras como essa, dependendo da tradução você corre o risco de perder muito da essência poética. E Junior, melhor aguardar então você se animar para ler novamente nem que seja apenas para estudo. Porque lendo alguma versão adaptada você perderá praticamente tudo da obra. Acredito que tal leitura não te acrescentaria quase nada.


ROBERTO662 09/03/2019minha estante
Problemas de livros adaptados kkk concordo com você.




Fabiana.Amorim 03/03/2019

Aconselhamento para os iniciantes na Ilíada
Não se engane, não venha com muita sede ao pote. A Ilíada é uma obra que exige uma preparação prévia para a sua lida. Exige paciência e concentração. É, sem dúvida, um desafio literário.

Se o desejo de ler este grande clássico surgiu no seu coração, parabéns! Você é um leitor muito especial.

Você pode ter lido outros clássicos da mitologia grega, é até muito aconselhável. Ainda assim, estude antes a genealogia dos deuses e semi-deuses. Trace uma árvore das famílias. Isto será muito importante. Um dicionário mitológico também é interessante ter.

Escolha uma boa edição do livro com rodapés e outras informações importantes que o auxiliem na leitura.

Gostei de ler, embora não seja uma leitura fácil pelas descrições da guerra e das famílias dos heróis.

Boa sorte!
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Thiago.Struzani 20/02/2019

Leitura difícil
É bem difícil de entender, todavia, é um clássico da literatura mundial.
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Mateus.Peruzzo 07/02/2019

Clássico
A obra é totalmente diferente de qualquer livro que já li. Ela é envolvente e extremamente detalhada, seja sobre batalhas durante a guerra ou mesmo o sentimento dos Deuses em relação aos seus diletos. A escrita é bem arcaica, o que enriquece muito o vocabulário do leitor. É possível entender melhor os conceitos e valores que estimulavam e influenciavam os gregos e troianos da época, as noções dos mesmos sobre Honra, Glória, a Morte e os Deuses. Diferentemente dos filmes e séries, é claramente perceptível a influencia que os Deuses tiveram e como as suas vontades guiaram e rumo da guerra. Nota-se também que os moradores do Olimpo têm seus defeitos e qualidades, assim como os heróis do poema, Aquiles e Heitor.
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Arthur Sayão 02/01/2019

Fúria e trapaças
Não só da fúria de Aquiles é feita a primeira obra escrita (pelo que se conhece) das civilizações ocidentais. Repleta de batalhas sangrentas, personagens ilustres, suas árvores genealógicas e muita cultura, a Ilíada de Homero é mais do que um grande poema épico, é considerada a bíblia helênica. Importantíssima, junto com a Odisseia, na consolidação dos deuses e dos costumes helênicos daquela época.
Recheada de muita mitologia, os humanos (aqueus=dânaos=gregos e troianos=dárdanos) parecem mais peças em um tabuleiro de xadrez jogado pelos orgulhosos deuses do Olimpo. Sacrifícios olímpicos e humanos, fúria, tramóias e também códigos de conduta da época fazem parte das complexas personalidades dos deuses e dos grandes líderes entre os aqueus e troianos. Você se surpreende com o sarcasmo entre os guerreiros e excessivos (sem ser chato, muito pelo contrário) rompantes de "mimimi" de guerreiros fabulosos como Aquiles, Agamenon e Páris (mas Aquiles ganha disparado no charminho). É com essa riqueza dramática impressionante e milenar que a faz importante referência para uma infinidade de representações artísticas atuais.

Essa tradução do português Frederico Lourenço traz uma leitura agradável e uma introdução rica para o leitor se ambientar no mundo mitológico da era do bronze.
Leitura imprescindível. Entrou na lista de meus livros preferidos.
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Biblioteca Álvaro Guerra 20/12/2018

" Como os portões do Hades me é odioso aquele homem que esconde uma coisa na mente, mas diz outra. "

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788520936825
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Fabriele0 19/10/2018

Ilíada
O jovem troiano Páris,rapta a esposa de Menelau,espartano,dando início assim um conflito entre espartanos e troiania que penduraria durante 10 anos. A guerra de tróia.
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Rafael G 05/09/2018

Ler a Ilíada foi diferente. Por um lado as batalhas ficam extremamente monótonas depois de um tempo, mas a poesia, os nuances e a poderosa resolução do livro, entre outras coisas, justificam a posição do livro como um dos maiores clássicos da literatura ocidental. Seus ?defeitos? para o leitor moderno podem ser explicados pelos quase três mil anos que separam a obra dos dias atuais.
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BIANCA4132 27/07/2018

Um Clássico indispensavel.
< RESENHA DA LUZ LITERÁRIA >


I
Trama: O livro relata o nono ano da guerra entre gregos e troianos. Nele, encontramos diversos diálogos entre divindades e suas interferências nas batalhas, detalhes dessas e suas consequências. Encontramos estórias do incrível Agamenón, do forte Aquiles e do venerável e forte Heitor. Com escrita complexa e por ser uma junção de diversos contos, o livro não flui tão bem em alguns momentos, portanto indico que pesquisem antes sobre a Guerra de Troia para que possam compreender seus versos. ?

O livro ensina: Aprendi que á mágoa que carregamos apenas prejudica a nós mesmos e muitas vezes a quem mais amamos.


Ponto negativo: Mesmo sendo um livro complexo, há um ponto negativo mínimo: alguns cantos não atraem a atenção do leitor por conter detalhes desnecessários.


Visão geral: O livro encanta. Mesmo conhecendo a estória, ele nos mostra detalhes importantes dos personagens e de como eram as batalhas na antiguidade. A maneira como os deuses estão sempre intervindo nos atrai para a mitologia grega, e a forma de escrita nos faz sair da zona de conforto para compreender diálogos complexos e linguagens formais, bem como a cultura grega da época.

Instagram: @luz.literaria
Anderson.Sipriano 29/07/2018minha estante
Ctrl+V Ctrl+V kkkk


BIANCA4132 29/07/2018minha estante
A resenha é minha.




Leila de Carvalho e Gonçalves 12/07/2018

Fúria Sangrenta
Obra-prima da literatura universal, "Ilíada" tem como cenário um curto período da Guerra de Troia, um ano antes de seu desfecho. Seu título deriva do grego "Ilion" que significa Troia.

Trata-se de um longo poema épico, dividido em 24 cantos, atribuído a Homero cuja existência jamais foi confirmada. Aliás, o próprio conflito também pode não ter ocorrido, todavia, ele apresenta fundamento histórico, baseado na disputa territorial de uma região rica em estanho.

Tendo como palco as constantes batalhas para resgatar Helena, esposa do rei de Esparta, raptada pelo príncipe de Troia, seu principal protagonista é Aquiles, popularmente conhecido pela única parte vulnerável de seu corpo: o calcanhar. Ele é a personificação do ideal grego: um guerreiro belo e invencível, brutal contra seus inimigos, mas capaz de qualquer sacrifício por quem ama.

A história apresenta a vingança desse herói, fundamental para rumo da guerra. Ela tem início, quando Agamenon, comandante das tropas gregas, toma para si Briseida, sua escrava e amante. Sentindo-se traído, ele resolve desertar, mas volta atrás em represália a morte de seu melhor amigo, Pátroclo. Seu alvo é o assassino, Heitor, príncipe de Tróia.

Por sinal, a natureza da relação entre Aquiles e Pátroclo sempre dividiu opiniões. Nesse poema, os dois guerreiros nutrem apenas uma sólida amizade, no entanto, sob o ponto de vista cultural, um relacionamento homoerótico não pode ser descartado, aliás, algo tratado com naturalidade na Grécia Clássica.

Criada ou compilada durante o final do século VIII a.C., em versos hexâmetros dactílicos que facilitavam a transmissão oral antes do advento da escrita, a obra não só descarta o livre arbítrio como apresenta um curioso duelo entre os deuses do Olimpo que defendem sem maiores escrúpulos seus protegidos.

Para finalizar, uma curiosidade: Shakespeare também escreveu sobre a guerra entre gregos e troianos. Destituída de heroísmo, a peça trata de ciúme e infidelidade e apresenta uma versão muito diferente da história de Homero. Chamada "Troilo e Créssida", o nome da protagonista é uma variante de Briseida, a tal escrava de Aquiles tomada por Agamenon. Recomendo como leitura complementar, especialmente, porque esse texto vem ganhando destaque aos olhos dos estudiosos, graças a sua ousadia para o século XVII.
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