O Amante de Lady Chatterley

O Amante de Lady Chatterley D. H. Lawrence




Resenhas - O Amante de Lady Chatterley


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Marcos.Santos 21/05/2020

De longe, o amante de Lady Chatterley é o melhor romance que já li. Foi surpreendente e muito gratificante ler umas histórias tão bem inscrita e com as melhores descrições que eu já vi em um livro. As cenas picantes são um ponto importante do livro, porém, o debate social é outro ponto impactante no livro, levando-me, várias vezes durante a leitura, a parar de ler, para refletir, sobre aquilo que estava sendo mencionado.
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Grazi 12/05/2020

Um livro bem diferente do que se imagina.
Quando começa a leitura, tanto pelo nome como pelas indicações, dar a ideia de um livro que trata apenas de um adultério de uma lady entediada.
Ao longo da leitura, o livro se mostra uma crítica social as convenções da época, ao novo cenário do pós guerra, falência dos "castelos" e a entrada da revolução industrial.
Segundo o autor, o romance de Lady Chatterley
e Mellors e uma busca pela época antiga, antes da revolução industrial ( que segundo o autor gerou a perda da vida e do divertimento básico; também fala da busca desenfreada pelo dinheiro dos homens modernos) onde o homem dava valor ao culto do feminino sua graça e ternura e ao masculino em sua virilidade, uma volta ao paganismo em outras palavras.
Gostei bastante desse livro, me surpreendeu e muito os temas abordados.
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Linne3 11/04/2020

Intrigante
O Amante de Lady Chatterley - D. H. Lawrence

Quando um casamento é mantido a base de manipulações e convencionalismos, somente o amor puro e carnal é capaz de resgatar o indivíduo da infelicidade. Lady Chatterley finalmente conhece esse amor, que antes lhe era apresentado como algo ridículo e impróprio, e então se liberta de sir Clifford, um homem manipulador e fraco de carácter.

Leitura super indicada!
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09/01/2020

O Amante de Lady Chatterley - D. H. Lawrence.
Essa edição de O Amante de Lady Chaterlley, além da história em si é composta por uma introdução de quase 40 páginas, depois da história há um texto do autor chamado “A propósito de ‘O Amante de Lady Chatterley’”, Cronologia e para aqueles que gostam de geografia e querem se situar na história há dois mapas com explicações sobre os lugares que ele cita.
A introdução é importante para que nos situemos no tempo da história, o que estava acontecendo na época e como a sociedade funcionava.
Em “A propósito de ‘O Amante de Lady Chatterley’” o autor dá uma explicação sobre as edições piratas na época e também sua visão sobre sexo e casamento. O que nos aprofunda mais no entendimento do livro, que foi escrito em 1928 e proibido na Inglaterra e nos Estados Unidos. Foi publicado nesses países em 1960 após uma disputa judicial das editoras que tinham interesse na publicação.
O livro é bastante descritivo e nos conta como Lady Chatterley se envolve tão profundamente com um homem de classe social inferior, um escândalo na época, o que a leva a se entregar tanto. Ao mesmo tempo fala da situação econômica, onde a industrialização vai acabando com as minas de carvão, fonte de trabalho dos moradores da localidade em questão.
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Lethycia Dias 09/11/2019

Chato e sem sentido
Constance é uma jovem de família moderna, filha de intelectuais e cheia de liberdades. Casada com um aristocrata que se tornou paraplégico após um ferimento de guerra, ela vive absolutamente entediada na propriedade do marido, Clifford, em uma região mineradora da Inglaterra, durante os anos 1920. O casamento parece ter perdido o sentido, já que eles não podem ter filhos.
Aconselhada pelo próprio pai a arranjar um amante, Constance tem um caso curto com um amigo de Clifford que passa uma temporada em sua casa, mas permanece entediada, até que inicia um novo relacionamento com o guarda-caça da propriedade, Mellors, um homem solitário, que, apesar de ter tido boa educação, prefere se comportar de forma grosseira.
Eu imaginei encontrar nesse livro algo semelhante a "Madame Bovary" e "Anna Kariênina", protagonizados por mulheres marcantes que também traíram seus maridos, e que nos dão o que pensar sobre sociedades repressoras ao comportamento feminino. Não sei bem o que encontrei. "O amante de Lady Chatterley" é um livro sem propósito, que não parece nem um romance e nem um livro erótico, e que, ao contrário dos outros dois, não é nada atemporal.
A narrativa lenta mergulha nos sentimentos e pensamentos de Constance, mas para mim foi impossível compreendê-la ou ter empatia por ela. É curioso como ela se apaixona por Mellors, depois de se satisfazer sexualmente. Mais curioso ainda é os dois se tornarem um casal, se desde o início a interação entre eles é fria e rude e nada muda nisso até que eles fazem sexo. Foi difícil torcer por um casal que não me convencia, e mais difícil ainda ler páginas e mais páginas sobre como Mellors é um homem maravilhoso só porque é bom na cama, se fora dela, é um sujeito insuportável.
Insuportáveis também são os diálogos entre Clifford e seus amigos, entre Lady Chatterley e a enfermeira que cuida de seu marido, entre Constance e Mellors. O livro está repleto de diálogos longos e sem sentido nenhum, que não criam tensão, não fazem os personagens tomarem decisões, não fazem sentir nada, não levam a nada.
E se não gostei do amante, tampouco gostei de Constance, que fica deslumbrada com esse homem. A consolidação de sua felicidade, que vem apenas da satisfação sexual e da ideia de ter um filho de seu amante sem se preocupar nem um pouco com as consequências disso em uma sociedade conservadora, parece vir de uma ideia muito machista e irreal do autor sobre o que uma mulher poderia sonhar e desejar. Por fim, detestei também o marido, Clifford, que se comporta o tempo inteiro como uma criança mimada.
A experiência que tive com essa leitura foi péssima. Achei um livro irritante, chato e sem sentido nenhum.

site: https://www.instagram.com/p/B4n0aJCDELa/
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livrodebolso 14/10/2019

"Caro Clifford, lamento dizer que o que você previu aconteceu. Eu me apaixonei por outro homem, e espero que você conceda o divórcio", foram as palavras de Connie - ou Constance Chatterley, para seu marido, após muito sofrer.
O livro se passa logo depois da guerra, em que Clifford sofrera um acidente, perdendo o movimento de todo o corpo, da cintura para baixo. Perdendo também toda a sua masculinidade (lembrando a época em que fora escrito: um deficiente físico era tido como um inválido), suas funções sexuais.
Sua esposa se esforçou, foi dedicada, paciente e amorosa, mas não conseguiu escapar do terrível tédio que acomete as mulheres casadas que não se relacionam com seus maridos, causando-lhe uma doença da alma, onde nada a fazia melhorar, nada a interessava. Connie perdia a vontade de viver.
Foi seu pai primeiro, e depois o próprio companheiro que deram a ela a sugestão de procurar um namorado, possibilitando a chegada de um filho, que poderia curá-la de sua doença. Ela até tentou, com um hóspede de sua casa, escritor de peças de teatro, e animou-se por um tempo, mas não o bastante.
Foi apenas quando, ao ver o couteiro de Clifford tomando banho ao ar livre que se sentiu atraída, e finalmente conseguiu voltar à vida.
Um homem de baixo nível social, empregado do marido, morando em uma cabana, braçal, com um sotaque característico, foi o escolhido de Connie para ser o pai de seu filho. E enquanto eles protagonizavam as cenas de romance mais realistas e sem pudor já escritas, Clifford falava e falava sobre o quanto desprezava as minorias, os trabalhadores, o quanto o herdeiro que assumiria deveria partir de um homem digno, segundo suas próprias diretrizes.
O propósito de Lawrence era provocar essa reflexão, quebrar o tabu que envolve a sociedade, provando que o amor e o sexo se separaram há muito tempo. Além disso, dissertar sobre as diferenças que o dinheiro causa no desejo que as pessoas sentem, e no amor, se houver algum.
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Zé - #lerateondepuder 06/08/2019

O Amante de Lady Chatterley
Imagine uma obra que falava abertamente sobre amor e descrevia o sexo nos mínimos detalhes, só que no início do século XX, em uma Inglaterra pós Eduardiana, ainda com ares tradicionalistas, onde o sistema de classes sociais era extremamente rígido? Este é o contexto do clássico O Amante de Lady Chatterley, de autoria de David Herbert Lawrence, escrito em 1928 e, por conta de preconceituosa sociedade da época, somente publicado e vendido livremente, muitos anos à frente.

A história se baseia em uma jovem mulher que vivia sua mocidade plenamente com suas aventuras amorosas, até a eclosão da Grande Guerra, quando conhece e se casa com um rapaz de títulos da nobreza inglesa, que vai combater naquele grande confronto, dele retornando paraplégico. A trama, incialmente, se concentra na descrição do relacionamento e vida conjugal infeliz, sem amor e sem vida sexual por conta das limitações físicas do marido, até que esta Lady se interessa por um dos empregados da propriedade e passa a viver às escondidas um natural e adorável caso extraconjugal, que vai se intensificando, chegando ao momento em que estes enamorados tomem, a todo custo, a decisão de ignorar as convenções sociais da época e tentar se separar de seus respectivos cônjuges, para viverem a comunhão de uma autêntica vida amorosa, em que pese o escândalo desta relação de classes sociais tão distintas, aos olhos da maioria.

Dentre os principais personagens destaca-se a Lady Constance Chatterley, conhecida por Connie, uma mulher à frente do seu tempo, iniciada na vida sexual já em sua juventude e filha de pais ligados ao mundo da arte e cultura, que irá conhecer e contrair matrimônio com o importante Sir Clifford Chatterley, tradicional herdeiro da mansão Wragby na região de atividade mineradora de Tevershal, nas Midlands inglesas. Clifford é uma pessoa que não acredita no amor carnal, mas prioriza a relação espiritual do casamento, ainda mais por conta da sua então condição física assexuada. É um perfeito lorde inglês autor de contos literários e gerente das atividades em suas minas.

Na união dos Chatterley irá interferir sobremaneira o empregado e guarda-caça, Oliver Mellors, homem de origem humilde, mas que tem certo letramento e que combatera como oficial na 1ª Guerra, dela também retornando assolado por uma pneumonia que lhe rendera uma pensão. A trama irá contar com a enfermeira Sr.ª Ivy Bolton, a quem são reservados os cuidados mais íntimos e básicos do inválido Lorde Clifford, até mesmo suas confidências. Ainda há a presença em certas passagens de Hilda, a irmã separada e confidente de Coonie, e seu pai Sir Malcolm Reid, pintor bem conhecido da Academia Real, ambos familiares que participam e apoiam todas as decisões de Lady Chatterley.

O livro passa ao mesmo tempo a frieza e tristeza de um casamento formal, em contraponto às experiências carnais de amantes que se completam com a paixão no seu sentido mais único e íntimo. Há diversas falas sobre a diferença de classe e, principalmente, do preconceito. Clifford, em uma passagem, tripudia sobre os operários que trabalham nas minas de suas terras, depois que assume efetivamente sua gestão, comparando seus trabalhadores aos simplórios escravos de Nero. Entretanto, os personagens são descritos de uma forma bem realista, bem ao estilo da vida como ela é. A busca pelo prazer sensual, ligado a forma de transcender rumo à espiritualidade é um dos grandes motes dessa leitura.

Preconceito e tabu resumem bem a história, principalmente este último, que chocará os leitores pelo relato preciso das cenas obscenas e dos termos chulos utilizados pelo autor, certamente impropérios para época. Não se pode desconsiderar o relato notório da solidão e tristeza dos protagonistas. Tanto Clifford como Mellors têm suas restrições evidentemente físicas, mas como todo ser humano, e assim como Connie, têm necessidades instintivas e espirituais. Mas, a grande mensagem talvez seja a de que o amor verdadeiro entre homem e mulher vale a pena e supera todos os óbices.

A questão da publicação do livro é bem relevante, uma vez que Lawrence, seu autor, só vai conseguir publicá-lo em Florença, de forma bem confidencial. Várias edições sem autorização do autor consideradas como piratas foram vendidas em outros países, principalmente nos Estados Unidos, passando por 32 anos de vida ilegal, até que houve um julgamento formal, para daí ser publicado legalmente na Inglaterra, somente nos idos de 1960.

Quanto ao autor, D. H. Lawrence Lawrence sofria de tuberculose e por isso era impotente, tendo casado com Frida, que o traia frequentemente, sem muito a esconder. Era uma personalidade controversa, muitas vezes tido como misógino, que deixou, na verdade, um relato da guerra dos sexos da época. Parece que este pretendia apresentar um verdadeiro manifesto em favor do aspecto sensual e das paixões, além da visão feminina neste contexto.

Por fim, esta resenha se baseou em uma versão e-book da Editora Penguin – Companhia das Lestras, cujas datas e edição não são descritas, sendo escolhida por ser um romance clássico não tão conhecido e de fácil leitura, uma vez que os termos não são tão eruditos, ou seja, uma boa oportunidade para refletir sobre as relações pessoais, as convenções sociais próprias da condição humana. Há, pelo menos, três adaptações para filme e poderá ser encontrado o livro físico para venda entre R$ 25,00 e R$ 35,00, havendo a opção de baixar a versão digital em: http://lelivros.love/book/download-o-amante-de-lady-chatterley-lawrence-d-h-em-epub-mobi-e-pdf/.

site: https://lerateondepuder.blogspot.com/
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Carla 28/07/2019

Muito mais do que sobre o amor
Nessa obra, minha primeira experiência com Lawrence, conheci um autor ousado, crítico e bom contador de histórias.

A julgar pelo nome, entendemos que o livro vai abordar uma história de amor extraconjugal. De fato, há isso no livro, mas ele serve apenas como pano de fundo para o autor abordar questões bem mais profundas a respeito da sociedade da época (e que tbm serve para a atual): a industrialização pós 1°guerra, a coisificação do trabalhador, o vazio das vidas aristocráticas, o direito à liberdade, ao amor e à felicidade.

Por meio dos pensamentos e dos lindos e profundos diálogos, Lawrence se questiona o que é o amor, o sexo, a liberdade, a felicidade.

Há uma centralização do sexo na sua história, a utilização de termos chulos (Para a época e não tanto para hoje), descrições meio embaçadas de atos sexuais e, isso, fez o livro ser proibido, censurado, banido.

Mas acho que foi um pretexto dos ofendidos. Acho que o que doeu mesmo foi o desnudar das vidas vazias e sem sentido dos donos de terra em seus casamentos sem amor e suas vidas sem tesão.

Lawrence, a partir da voz de seus personagens, criticou essas estéreis vidas que se limitavam a acumular dinheiro e a fingir afeto.

Infelizmente, as questões que Lawrence faz nesse livro ainda não foram respondidas, mesmo quase 100 anos depois. O acúmulo de capital, a coisificação dos homens e a falta de liberdade em viver ainda nos atormentam pq ainda é o dinheiro que rege o mundo. Lawrence nos avisa que isso não é vida, mas ainda não nos livramos dessa roleta viciada em que tudo torna a se voltar para o dinheiro e o trabalhador nunca acerta no número em que apostou a sua felicidade.
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Lavinia 01/03/2019

"O Amante de Lady Chatterley", D. H. Lawrence
"O Amante de Lady Chatterley" acompanha Constance Reid (Connie), que, casada com um homem de classe alta, começa a ter um caso com o couteiro que trabalha na propriedade do marido. O livro causou muita polêmica na época por conta de suas cenas de sexo explícitas e uso de palavras consideradas "chulas".

O livro, lançado confidencialmente em 1928 na Itália, por muito tempo foi lido por meio de cópias piratas. A obra foi publicada no Reino Unido apenas em 1960, quando foi o tema de um julgamento de obscenidade, o qual a editora Penguin venceu ao provar seu valor literário.

Primeiramente, fiquei surpresa com a quantidade de conteúdo erótico no livro, então se você gosta de romances "hot" tipo "50 Tons", olha só, você pode ler um clássico da literatura. Além disso, o assunto do sexo aparece por toda a obra até mesmo com os personagens falando sobre o tema de forma bem aberta. Outra grande questão do livro são as diferenças de classe, que é um assunto muito discutido durante a obra e representa um maior impedimento para o relacionamento do casal principal do que o fato de ambos serem casados.

Gostei da maior parte do desenvolvimento do romance, que é crível e intenso, mas não ao ponto de ser meloso. Teve alguns momentos que me incomodaram como alguns comentários sobre o papel da mulher que já estão defasados, mas até que Connie é uma personagem feminina muito interessante e ousada para a época, com sua busca por uma liberdade que ela nem mesmo sabia definir.

Eu tenho esse livro na minha estante há um bom tempo, tentei lê-lo quando era mais nova e não consegui continuar. Mas agora foi um bom momento, apesar de ter descrições e diálogos um tanto chatos de ler, que muitas vezes me pareciam encheção de linguiça, no geral é um bom livro.

site: @sobrepaginas (instagram)
Zé - #lerateondepuder 20/07/2019minha estante
Comecei a lê-lo e sua resenha foi bem motivadora. São essas minhas expectativas.




Leandro Moura 17/07/2018

Uma tarefa inglória avaliar esse livro!
Na edição em que eu estou lendo (Cia. das Letras/Penguin), o livro acaba na página 470 e, depois disso, temos até a página 517 um texto do próprio autor meio que explicando quais as intenções dele com a obra.

Então...

Vai ser uma tarefa bastante inglória avaliar este livro. Quando eu comecei a ler, eu imaginei que iria inevitavelmente amar ou odiar este livro - sem meios termos. Contra todas as minhas expectativas, terminei o livro com sentimentos ambivalentes. Não sei dizer com plena convicção se eu acho este livro uma obra-prima absolutamente genial, ou se acho um amontoado de besteiras com alguns poucos momentos inspirados - ou se eu acho que são ambos ao mesmo tempo. Eu já sabia desde o começo que o DHL tinha crenças muito fortes - e polêmicas - e ele obviamente iria expôs-las no livro de forma mais chocante possível, mas no final eu achei que boa parte do livro se desenvolveu de forma ora arrastada, ora repetitiva e panfletária em excesso. Eu realmente tenho que lamentar muito, pq o DHL é um argumentador excelente. Articulado, sensato, sabe se expressar bem. Chego até a concordar com muitas das coisas que ele diz. No entanto, quando ele tá no seu melhor ponto, ele repentinamente parece perder o rumo do raciocínio e começa a falar um festival de besteiras, como: respeitar o ritmo das estações, das estrelas e dos equinócios (???); relações homossexuais são sempre secundárias; o casamento precisa ser fálico - e várias outras baboseiras do tipo. Seria delírio de tuberculoso?

Enfim, seja lá qual for a explicação, e antes de qualquer problematização que eu possa fazer a respeito das falas ridículas e sem noção do autor, eu vejo "O Amante de Lady Chartelley" , em seus momentos inspirados, como uma grande crítica à tecnologia, à ganância desenfreada e à falta de afetos nas relações. Só por esses três pontos posso dizer que o livro continua plenamente atual - aliás, eu fico pensando o que será que o DHL iria pensar desse mundo das redes sociais e dos smartphones? Seria um pós-pós-apocalipse para ele? Infelizmente, nunca iremos saber...

PS: Não, não achei o livro tão pornográfico assim. Talvez para a época em que foi escrito tenha causado grande choque, mas hj em dia, em que tudo está tão banalizado, não acredito que muita gente se atraia pela cantilena do "sexo com ternura". Pobre Lawrence, deve estar se revirando no túmulo, mas quem sabe este livro não inspire alguém de alguma forma? Nunca se sabe, não é mesmo?
Marselle Urman 31/08/2020minha estante
Leandro, você conhece o autor bem melhor que eu. Concordo com a crítica às frases nonsense/aleatórias, mas segue uma pergunta sincera : o quanto de sua dualidade entre amar e odiar o livro foi influenciada por ter lido o relato do próprio DHL? Eu, particularmente, amo essa narrativa - críticas à parte, claro. A mim, parece que ele conseguiu desenvolver muito bem sua estrada principal, embora desviando por trilhas às vezes. O que mais gosto é, creio, do quanto é uma estória pragmática.




Leila de Carvalho e Gonçalves 13/07/2018

Indecente E Nocivo Para A Juventude?
Em 1960, foi realizado num tribunal londrino o julgamento de um dos mais polêmicos romances do século XX. Trata-se de O Amante de Lady Chatterley, escrito por H. D. Lawrence em 1928. Absolvido da acusação de indecente e nocivo para a juventude, finalmente o livro pode ser liberado para venda na Inglaterra, apesar de já circular em edições estrangeiras ou piratas há décadas.

Na comemoração do cinquentenário da sentença, o periódico "The Guardian" avaliou o episódio como "um marco simbólico da primeira batalha moral entre as forças humanitárias liberais e um conservadorismo decadente, abrindo caminho para discussões decisivas sobre as leis do divórcio, homossexualidade, aborto, o fim da pena de morte e da censura."

Sem dúvida, tamanha importância não se deve ao propagado viés "pornográfico" da obra, menos polêmico desde a crescente banalização do assunto, ou por conta do relacionamento amoroso entre uma aristocrata casada, Lady Constance Chatterley, e um guarda-caças chamado Oliver Mellors. Sua força reside nas ideias de Lawrence sobre sexo ? a despeito do parco conhecimento sobre o prazer feminino ? e a procura pela completa felicidade física e psicológica. Outro ponto relevante é seu contexto histórico, ao abordar as trágicas consequências da Primeira Guerra, o declínio do Império britânico e a dificuldade da nobreza adaptar-se a essa nova realidade. Aliás, é curioso o tom trágico da protagonista que parece prever um segundo conflito mundial.

Com respeito a essa edição, mais uma vez, a parceria da Penguin com a Companhia das Letras faz a alegria dos leitores. Acerta tanto na versão escolhida, a última das três escritas pelo autor, como na inclusão de vários extras (artigos, comentários e notas) que auxiliam na melhor compreensão da história.

Porém, a premiada tradução de Sérgio Flaksman tem gerado controvérsias. Particularmente, gostei do "caipirês" adotado para registrar a fala de Mellors, um inglês interiorano, assim como a escolha de não abrandar toda e qualquer "obscenidade" que foi traduzida literalmente para o português.

Finalmente, é inegável a semelhança da história com o próprio casamento de Lawrence que, debilitado pela tuberculose, fazia vista grossa às aventuras da mulher.
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Carol.Ortiz 30/05/2018

O Amante de Lady Chatterley – uma visão do “poliamor” no início do século XX
Olá, leitores! Falaremos, hoje, sobre um grande livro polêmico escrito no início do século XX. D.H.Lawrence produziu essa obra em meados dos anos 20 e, desde sempre, foi um livro recheado de polêmicas. Suas cenas de sexo e uso de vocabulário “pesado” censuraram a história, o que fez com que seu lançamento oficial ocorresse somente em 1960 (época em que a sociedade estava menos fechada ao puritanismo).

O cenário é o lar da família Chatterley. Constance e Clifford são casados e, após um acidente de guerra, o marido retorna paraplégico para casa. O casal, rico e com um alto grau de instrução, vive uma vida confortável e Constance, embora tenha todas as desavenças a seu favor, nunca abandonou Clifford.

Um terceiro personagem aparece e rouba a cena quando a moça se interessa por ele. Oliver, empregado da fazenda, e Constance vivem um tórrido caso de amor e sexo. É este o ponto que chocou a época. Além de descrever as cenas de sexo, D.H.Lawrence ousou a insinuar os protótipos de uma história de amor fora dos padrões sociais: o possível primeiro caso de poliamor na literatura. Clifford ama Constance, permanece casado, é bem provável que saiba do relacionamento dela e aceite, sabe que a incapacidade de manter uma relação sexual com ela a deixa frustrada, se dedica ao conforto da esposa e leva sua vida sem maiores problemas. Constance ama Clifford, o marido, cuida e o ajuda em todas as suas dificuldades, é uma mulher presente e mantém o casamento, entretanto, ela também ama Oliver, o amante, com quem se sente viva e “vadiamente” amada. Oliver sabe que Constance e Clifford são um casal e, mesmo sendo o terceiro na história, respeita o sentimento de todos. Há um acordo implícito entre as partes e a busca da felicidade sem julgamentos e hipocrisias, o que faz do livro uma obra fascinante. (há algumas reviravoltas, mas deixo para o leitor descobrir).

A curiosa consequência da publicação do livro foi que a sociedade da época se chocou com tanta violência moral aos padrões éticos da época. “Como seres humanos conseguem viver num mundo tão pervertido? “ – essa era a indignação. Entretanto, Lawrence abordou um assunto muito mais cruel e injusto nessa mesma obra: as diferenças de classes sociais e seus benefícios. Muito mais obsceno é saber que uma pessoa vive na miséria enquanto poucos se beneficiam com o excesso, do que saber que um tórrido caso de amor sexual pode ser exibido como uma poesia, mas poucos perceberam esse escândalo na história.

“Muito aprendeu naquela breve noite de Verão. Teria pensado que uma mulher morreria de vergonha. Em vez disso, a vergonha morreu. A vergonha que é medo: a funda vergonha orgânica, o velho, o velho medo físico que reside agachado nas raízes do corpo que é nosso, e só o fogo sensual pode afugentar, finalmente desperto e destroçado pela investida fálica do homem, levando-a a ir até ao coração da sua própria selva….Uma mulher tem de viver a sua vida, ou vivê-la a arrepender-se de não a ter vivido.”

Leiam e tirem suas conclusões.

site: http://www.ojornalzinho.com.br/2018/05/16/o-amante-de-lady-chatterley-uma-visao-do-poliamor-no-inicio-do-seculo-xx/
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