S. Bernardo

S. Bernardo Graciliano Ramos




Resenhas - São Bernardo


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juliocmofc 19/07/2024

MAIS UMA VEZ IMPACTADO PELA ESCRITA DO GRACILIANO RAMOS
Se em ?Vidas Secas? acompanhamos as dificuldades e os percalços da vida de uma pobre família de migrantes, em ?S. Bernardo? conheceremos a trajetória de vida de Paulo Honório.

São Bernardo é o nome da fazenda adquirida por Paulo Honório. Local onde, de fato, o seu império ascendeu e rendeu-lhe o status de poderoso fazendeiro.

De origem pobre, Honório, narra toda a sua trajetória e seus percalços vividos no sertão alagoano do século XX. Um protagonista rude, Inescrupuloso e explorador.

? "A culpa foi minha, ou antes, a culpa foi desta vida agreste, que me deu uma alma agreste."

A escrita é carregada de regionalismos e flui bem, caso o leitor já tenha experienciado a leitura de ?Vidas Secas, do mesmo autor.

Pra mim, foi uma grata surpresa o romance com toques de Dom Casmurro, envolvendo Paulo Honório e Madalena. Bem diferente do que eu esperava.

Com criticas sociais precisas e inúmeros trechos que provocam ótimas reflexões, temos aqui uma obra ATEMPORAL. Palavra essa que, na minha opinião, posso considerar ?sinônimo? de Graciliano Ramos.
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_eurobeitinhuuu_ 19/07/2024

A culpa foi desta vida agreste, que me deu uma alma agreste.
Acabo de ler um dos melhores livros de toda a minha vida. Foi uma obra q me fez entender melhor a figura mais desconhecida e incompreensível q já tive contanto em toda a minha passagem, até então, pela existência: o meu pai.

Tendo os meus pais se separado desde muito cedo, não construí minha visão a respeito dele em base doq eu vi, mas sim doq me era falado, pela minha mãe e meu tio, a respeito dele. Eram tantos fatos contraditórios e histórias inacreditáveis para uma pessoa só q era praticamente impossível concebê-lo com coerência. Por mais q, desde então, ele não tenha sido ausente, em todos os momentos q nos encontrávamos, eu não sentia qualquer tipo de conexão. Tudo q ele sabia fazer no pouco tempo em q passávamos juntos era falar como me amava e me dar lições de moral, q eram reutilizadas de todos esses encontros. Tudo isso só me fazia sentir cada vez mais distante dele, por toda essa forma repetitiva de se comunicar cmg. Quem me dera se eu tivesse compreensão, desde aquele tempo, doq tudo aquilo significava.

Ler o esclarecimento final de Paulo Honório a respeito de toda a sua brutalidade e de seu egoísmo, e da forma tão injusta que isso tudo se instalou em sua personalidade, e de que maneira isso trouxe tanto sofrimento a ele, sem que ele pudesse ter a escolha de querer isso ou não, foi algo que, ao mesmo tempo que partiu meu coração, explodiu a minha cabeça. Os paralelos com meu pai estão todos ali, e ao analisar isso, tudo se fez tão claro...

Toda aquela repetição de meu pai soa agr para mim como se fossem desesperadas tentativas de estabelecer uma ligação cmg, mas q seu pouco estudo e brutalidade, intrínsecos a sua trajetória de vida sofrida, onde a desconfiança smp teve q andar ao seu lado, impediam de alcançar (assim como Paulo Honório para aqueles q amava).

Dps de terminar de ler o livro, liguei para o meu pai. Tivemos uma boa conversa, e terminei falando-lhe um "eu te amo", que deve ter sido um dos mais sinceros q eu já dei na minha vida.

Isso tudo me faz refletir sobre como a literatura é uma coisa extraordinária, de fato. Ela lhe oferece respostas para as perguntas q vc menos espera solucionar, te fazendo entender q seus problemas não são tão pessoais assim. A universalidade do sofrimento é algo q pouco se passa na nossa cabeça. De vez em quando, vc pode até já ter as soluções para essas dúvidas, mas enquanto isso não tocar seu coração, de forma q incite a sua transformação, nada ocorrerá. Eu até podia falar pra mim mesmo q o meu pai me amava muito e q eu devia valorizar isso, pois nós só damos valor pras coisas qnd as perdemos, mas nunca a minha compreensão conseguiu enxergar oq levava o meu pai a ser como ele era, e isso era oq ainda me separava dele. Os livros expandem seu horizonte de consciência, de maneira q vc passe a enxergar um mundo q se perdia aos seus olhos.

Paulo Honório não é só um personagem isolado e complexo criado pelo incomparável Graciliano Ramos. Também não é somente, por um acaso, uma figura que me lembrou meu pai e me fez entendê-lo melhor. Paulo Honório é reflexo de toda uma multidão que, até hoje, sofre por conta de sua vida agreste, que lhe deu uma alma agreste. A dificuldade de estabelecer ligação com aqueles q ama é só um dos muitos dramas intrínsecos a essa condição sofrível. Conforme vamos avançando na leitura, Paulo Honório, com sua animosidade e sua linguagem simples, vai se estabelecendo como um respeitável porta-voz dessa luta miserável.

Infelizmente, a maioria das pessoas, atualmente, escolhe ler livros irrelevantes, q apenas proporcionam entretenimento, sem conceder o conhecimento; a mudança. Sendo assim, fica o meu apelo: leiam livros bons, clássicos, aqueles q todo mundo fala pra ler antes de morrer. Esses são os que compõem, verdadeiramente, a literatura da qual todo mundo fala de forma apaixonada. Esses são os que, verdadeiramente, irão te aperfeiçoar e amadurecer. A vida é curta dms pra gastá-la lendo lixo, e, às vezes, vc pode acabar descobrindo isso tarde demais...
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carlosmanoelt 19/07/2024minha estante
??




Weslley.Lima 16/07/2024

Paulo Honório
S. Bernardo
Que livro do 🤬 #$%!&
O final totalmente diferente do que imagina que é.
Tão simples a escrita mas vc tem que captar tanta coisa pra poder ver.
Me lembra uma relação real, vidas secas tem isso tmb mas esse o sofrimento passa de pano de fundo. É como se esse fosse alguém tentando dar voz a consciência e o pano de fundo é uma crítica ao modo de vida e vidas secas fosse o contrário. Vidas secas mata a cobra e esconde o pau já S. Bernardo corta a cobra numa faca toda caprichada de de enfeite de cutelaria
Porém S. Bernardo é uma coisa totalmente diferente, é um bicho domésticado mas ainda é bicho. Vidas secas tá mais pra um bicho feral já de tantos ficar no mato, ele nem sabe oq é mato só vive. S. Bernardo é uma tentativa de tentar traduzir isso mas já que meio que só dá pra falar com firmeza das coisas que passou ele traduz o de dentro, o "de fora" não tem como traduzir.
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Luverissimo 14/07/2024

Me impactou!
U-A-U esse livro me surpreendeu muito! É um choque de realidade, e deu para sentir no íntimo as expressões da natureza humana. Nossa como as escolhas nos moldam, e como a cultura e a criação nos influenciam no modo como agimos e pensamos, e como enxergamos os outros. Achei genial essa linguagem mais "oral" do caboclo. Esse livro merece ser lido juntamente com Vidas Secas, porque os dois mostram os dois pontos de vista, opostos mas que se complementam.
E que evolução de Caetés para essa obra, realmente Graciliano é um baita autor!
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Carol 11/07/2024

Dom Casmurro Nordestino
O começo do livro é muito bom: os personagens são cativantes e bem construídos, o regionalismo é cativante, as reflexões políticas são interessantes.
No entanto quando se envereda em ser uma versão de Dom Casmurro o livro se torna maçante e chato. Se tivesse pelo menos sido narrado por Madalena, uma mulher a frente de seu tempo que tem um final surpreendente e compreensível, acredito que teria chances de ser 5 estrelinhas. Ainda assim, vale a leitura, Graciliano Ramos sempre vale!
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shes_heavy 10/07/2024

Dom Casmurro 2.0
Óbvio, tem personalidade, um ambiente novo e pautas políticas extras. Mas a comparação é inevitável. O grande problema disso é que, apesar de ser um baita livro, não é Machado de Assis.

O que mais grita nessa comparação para mim é a falta de virtuosismo do Bruxo do Cosme Velho em culminar beleza, humor, crítica e dúvida com tanta inteligência.

Assim, mesmo sendo um baita livro com características próprias o suficiente para não ser necessariamente uma simples repaginação, a mim, está simplesmente à sombra de Dom Casmurro.
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Lorrayne20 05/07/2024

Paulo Honório
Falar bem a verdade, li meio empurrado, mas por conta da mocinha, decidi dar mais uma chance para S.Bernardo, e não me arrependi, apesar de ser meio puxado, eu me interessei de fato pela história, e o quanto um amor, um carinho, o que ele pode fazer com o homem. E todos a volta que circunda.
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Eduardo 03/07/2024

Uma leitura extremamente fluida marcada pelo regionalismo extremo em algumas partes.
Um Tom melancólico, com muitas partes em tons dramáticos dos acontecimentos de sua vida. Mas em geral é um bom livro pra conhecer mais afundo Graciliano.
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bella 02/07/2024

Quem tem aspirações individuais jamais entenderá uma luta coletiva.
Assim como a maioria dos clássicos que reli esse ano, no primeiro contato tinha achado infinitamente mais legal. dessa vez, apesar de ter gostado ainda, não fez meu olho brilhar tanto. achei interessante esse regionalismo bem suave pq não me desanimou com o vocabulário, muito pelo contrário, tiveram ditados até bem engraçados que eu não tinha me dado conta da outra vez. a história em si não me agradou muito, talvez por causa do nosso narrador que é assumidamente problemático, possessivo e ranzinza. se tivesse um "são bernardo 2" narrado pela Madalena, acredito que seria muito mais interessante. achei extremamente plausível a coitada preferir morrer do que conviver com o paulo honório. não julgo, faria o mesmo. queria que fosse mencionado mais vezes, e talvez de outras maneiras, o panaroma político da época. ideologicamente, tem alguns personagens que salvam o enredo nesse sentido.
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Mariana 15/06/2024

Um bom causo
Uma histórico legal de ler. Nesse livro os regionalismos não são difíceis de entender, leitura é fluía.
Gostei de conhecer mais uma história do escritor.
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Karini.Couto 12/06/2024

Em S. Bernardo temos uma narrativa composta de uma tensão primorosamente rudida, trazendo infortúnios da vida de Paulo Honório, homem de origem humilde que acaba por materializar suas aspirações de enriquecimento na vida ao tornar-se um poderoso fazendeiro no sertão alagoano. Contudo, seu percurso de sucesso material é vincado pelo menosprezo ao bem-estar dos que estão em seu caminho.

Uma obra atemporal, nos trazendo a imagem do interior brasileiro rico culturalmente e cujo regionalismo pontuado nos trouxe Paulo Honório tendo sua riqueza cravada em trabalho e sangue, nos fazendo refletir em questionamentos sobre moralidade, justiça, e outros pontos, incluindo divagações que fiz sobre bom ou mal, certo ou errado, amor ou desamor, solidão e solitude.

As edições da Global são lindas. Estou encantada!

site: https://instagram.com/alempaginas
Naaah1 12/06/2024minha estante
Tenho vontade de ler esse ,a história é boa ,mas a leitura é difícil


Karini.Couto 21/06/2024minha estante
Não é uma leitura fácil, concordo.




roque-la 04/06/2024

Graciliano ramos é gênio
Li para a minha prova de português e achei muuito muito bom, no começo não entendia nada mas depois peguei o ritmo.

tenho muitas opniões mas não vou conseguir pôr por escrito, enfim! espero que eu tire uma nota boa nessa prova. viva a literatura alagoana
roque-la 04/06/2024minha estante
esse aplicativo vai de mal a pior, o final da minha resenha dizia:
obs. fascinante as passagens metalinguísticas do livro.




regis49 02/06/2024

Comecei a ler por causa da faculdade, mas tava quase desistindo. Sinceramente ele é MUITO chato "ain ele é solitário" ele é chato!!! A coitada da mulher preferindo MORRRER do que ficar com ele 🤬 #$%!& . A linguagem é ótima, mas ele é tão tão chato que só queria acabar para n ler mais.
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Araujo20 02/06/2024

A terra e a loucura
A obra de Graciliano é, de fato, atemporal. A sutileza de sua escrita regionalista, o retrato do interior brasileiro e dos costumes vigentes dão um toque único á São Bernardo. Essa é a história de Paulo Honório, um fazendeiro que enriqueceu através de trabalho e sangue. Um homem que possui todos os defeitos morais mais graves, mas narra sua biografia se colocando como justo, bom e normal. Essa também é a história de Madalena, uma mulher inteligente demais para sua época. Uma professora que não tem voz no romance, a quem conhecemos apenas pela boca de Paulo. Sobretudo, essa é a história da fazenda São Bernardo e do apelo da terra na década de 30.
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