S. Bernardo

S. Bernardo Graciliano Ramos




Resenhas - São Bernardo


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Stefany 10/03/2024

Graci graci
Tem coisas que esse cara escreve que me faz perceber a grandiosidade da mente do ser humano. talvez não num geral, mas do graciliano com certeza. eu sempre tenho a tendencia a ler livros clássicos e sentir no fundo do meu coração que não estou entendendo nada, e esse nao foi diferente, ate pq ele tem uma coisinha cômica no meio que me pegava de surpresa e eu nao sabia se tinha lido certo ou nao, entao ficava voltando atras pra ver se era isso mesmo, mas não conseguia ter outra interpretação, entao fiquei o livro inteiro assim.
ate que eu parei de dar risada.
cara, que odio desse maluco. acho que foi a sensação mais perto que eu tive do que nos chamamos de dar chance pra feio e ele começar a te tratar como se fosse bonito, ou quando vc cai no papo daquele cara engracadinho e quando ve ja ta apaixonada. acho que esse livro me resume bem a frase de john green de a culpa é das estrelas (?) i fell in love like you fell asleep: slowly, and then all at once.
nao sei em qual momento que eu comecei a sentir que o livro era mto mais do que eu estava pensando, mas acho que foi o capitulo 19 (que meu professor maravilhoso luis bueno me avisou que era o meio do livro) e parece que eu acordei. tudo fazia sentido, as sensacoes eram mais fortes e quando eu dava uma risadinha eu parava e pensava Caramba. o que isso significa?? e quando ele começou a falar de uma monstruosidade na aparência dele mesmo, eu vi uma sensibilidade masculina em um personagem do campo que NUNCA tinha visto na vida. nada relacionado à fome, à sede ou à seca, mas simplesmente se sentir um monstro como pessoa a ponto de se ver como um. nunca, nunca pensei que seria Paulo Honório que me faria perceber esse lado dele. esse livro tem tantas coisas e como eu terminei hoje ainda acho que não consigo entender bem meus sentimentos mas, pra variar, é mais uma obra de arte do graciliano e meu deus como eu sou feliz por ler esse homem. foda!!!
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Sena 22/02/2024

Paulo Honório, coronel e dono da fazenda S. Bernardo resolve, aos 50 anos, escrever suas memórias numa confusão de presente e passado numa linguagem rústica de pessoa pouca afeita as palavras e livros. Numa época onde o fim do coronelismo estava perto do fim e às portas da revolução de 1930 somos lavados aos conflitos internos e psicológicos do narrador.
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gabzete 21/02/2024minha estante
Eu amo Graciliano Ramos. Queria ler esse também


Rebeca 22/02/2024minha estante
esse é bom, recomendo!




JAQUELINE.ARGOLO 18/02/2024

Uma trajetória existencial
Ao ler a obra, fiquei pensando se foram os percalços da vida que transformaram Paulo Honório num homem frio e calculista; imagino que não - ou esse seria o destino da maioria dos homens.
O livro apresenta a sua narrativa biográfica, tendo como plano de fundo os reveses do Nordeste brasileiro do período. Nele, o narrador-personagem relembra a sua vida (da sua progressiva ascensão até a decadência) e sobre seu relacionamento com Madalena - permitindo ao personagem reflexão sobre seus erros.
Recomendo!
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Choquei.amo-te 17/02/2024

Leitura envolvente simples e fluída, o livro te agarra de um jeito surreal, o desenvolvimento da narrativa é mt bem construída e objetiva, vale a pena a leitura e nss, que personagem lazarento.
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thina.exe 12/02/2024

O clima árido do nordeste traduzido para uma vida
Li S. Bernardo sem expectativas. Apesar de conhecer o mérito do autor, não conhecia nada sobre esta obra e, tendo lido Angústia há apenas um ano, imaginei que o estilo de romance seria parecido. No entanto, estava errada.
Apesar da linguagem muito direta e seca de Graciliano, ele conseguiu passar com maestria a narrativa de um homem que vive no sertão nordestino, com toda a sua miséria econômica e o impacto que isso traria para sua personalidade.
Paulo Honório é um homem que, depois de crescer em uma realidade bruta e fria, tornou-se exatamente assim. Driblou a miséria entre ações moralmente certas e erradas e, agora, deseja possuir a fazenda de S. Bernardo, da qual foi empregado na juventude e, na idade adulta, tanto estima.
O cenário muda quando Madalena entra na vida do homem, o que o leva ao questionamento: tanta ambição e brutalidade levou, no fim, a algum lugar? Será que as posses materiais e o ego realmente importam?
Mais uma vez, é uma obra em que Graciliano Ramos retrata a decadência mental do ser humano, dessa vez, como se o protagonista decidisse escrever um livro sobre sua própria história.
Ótima obra, recomendo a leitura.
Arthur. Rocha 12/02/2024minha estante
Vou abraçar essa recomendação




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Rimylles.Silva 11/02/2024

São Bernardo
A história de um narrador-protagonista muito tóxico, mas que precisa ser entendido dentro do contexto histórico para que possamos entender algumas de suas ações. Ele cresce na vida de maneira desonesta, segue explorando seus empregados, casa-se, etc.
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Patty Lima 06/02/2024

Por ser uma releitura, a obra traz um sentimento de tristeza que vai do início ao fim. A certeza do desfecho tristemente inevitável. A dor que o Paulo Honório transmite. Ao ler parece-nos estar presente na São Bernardo... chego a ouvir o pio da coruja e o arrastar dos chinelos do protagonista noite a dentro.
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Leitorconvicto 26/01/2024

Quando o amor vira ódio
Paulo Honório é um personagem incrível, complexo, capaz de desumanidade a e ser , ao mesmo tempo, ingênuo em aspectos da vida comum. Uma espécie de D. Casmurro visceral
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qingxin 21/01/2024

Vale a pena ler de novo
O livro é muito bem escrito, a leitura é fluída e personagem principal e o modo que ele narra a história é bastante interessante. A primeira vez que li, apesar de ter gostado muito, não me prendeu tanto como a segunda e cada vez que penso a respeito dele, o livro parece se tornar melhor.

O romance apresenta Paulo Honorário como personagem principal e narrador. O homem é um fazendeiro rico e rude, que quer tudo de seu jeito e não se preocupa com os meios necessários desde que consiga alcançar seus objetivos. É muito interessante observar a construção de Paulo Honório, tanto como personagem como quanto narrador. Ao longo do livro ele irá relatar a história de sua vida, dando enfoque para quando conheceu Madalena, no entanto o livro não se resume apenas a exposição de fatos ocorridos na vida do personagem, mas também nas percepções que ele, como narrador, tem das situações vividas.

É muito interessante observar como o narrador muda sua percepção ao longo do romance. Enquanto inicialmente apresenta uma consciência imutável, perto do final do livro Paulo Honório apresenta muitos questionamentos existências que divergem em muito com o que é incialmente apresentado ao leitor.

Os questionamentos do narrador também criam questionamentos no leitor e isso é sensacional. O livro apresenta situações de violência de classe e de gênero que induz o leitor a questionar os moldes da sociedade capitalista. Uma leitura excelente.
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Titi 17/01/2024

São Bernardo, ou a Terra das incertezas
Graciliano, um dos maiores escritores brasileiros e quiçá do mundo, nesse romance traz a história de um povo que mora em São Bernardo, tendo como personagens principais Dona Glória e seu marido. Uma história sofrida, de uma região onde uns desesperados buscavam esperanças num novo regime, a saber, o socialismo, até o padre Silvestre não ficou fora de ser acusado de defender esse sistema, mas sabiamente, soube responder as acusações. Ao final do livro nos deparamos com um evento trágico, típico da escrita de Graciliano, mas que mesmo assim me deixou desabalado! A terceira obra do autor que tenho contato, e confesso que me apaixonei por ele!
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Pedro1825 13/01/2024

São Bernardo e o retrato brasileiro.
Nascido um ano após a 1ª Constituição republicana, Graciliano Ramos foi quem melhor retratou as marcas até hoje existentes de um Brasil cuja construção social tem como alicerce o poder incomensurável do latifundiário: "Numa nação caracterizada pelo poder de grandes proprietários rurais, autoritarismo e personalismo foram sempre realidades fortes." Propõe as historiadoras Lilia Schawrcz e Heloisa Starling, em _Brasil: uma biografia. O mestre alagoano é contemporâneo de uma era conturbada, seus 60 anos são recheados de idas e vindas, avanços e retrocessos. Isso é _
São Bernardo . É o avança da literatura pautada no retrocesso do homem; do mundo que nesses 60 anos da vida ambivalente de Ramos, agenciou Guerras Mundiais, fascismo, nazismo, comunismo, industrialização e uma urbanização desenfreada. Esse céu carregado de nuvens porosas choveu torrencialmente sobre uma república verde-amarela recém formada, formando um ambiente repleto de diferenças ideológicas, políticas mas principalmente sociais. Graciliano escreve São Bernardo mergulhado numa poça que formou-se nessa atmosfera contraditória e gradualmente transformada.

São Bernardo entrega-nos não somente uma retratação fiel da corrupção política e do já citado poder e autoritarismo nas mãos de um homem dono de propriedades que podiam alcançar tamanho de cidade, como imerge na retratação moral e psicológica dessas sociedades patriarcais dependentes da boa vontade de homens que são "donos" de outros homens.
Paulo Honório, grande nome de Viçosa, dono da fazenda São Bernardo e protagonista, sente na alma as consequências de sua ganância e individualidade. Torna-se bem-sucedido, mas enxerga-se como monstro. Ele que até então soubera dominar sua vida e sobretudo a dos outros, tropeça na sua própria existência e encontra-se submisso ao seu egoísmo e orgulho ofertado pela "vida agreste". Não restando opção, Honório que tanto criticava "a matéria da escrita e literatura" admite-a como salvadora de sua deterioração moral.
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