São Bernardo

São Bernardo Graciliano Ramos




Resenhas - São Bernardo


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Carla 16/12/2014

O melhor narrador em primeira pessoa!
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marianasantosne 17/11/2014

sao bernardo
muito bom
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L.S.D 12/08/2014

Corujas malditas
Livro lindo! Narrativa maravilhosa. Enxuta? Sim. Rispida? Sim. Mas é necessário que seja assim. A narrativa tem de ser assim.
Paulo Honório é homem sofrido. Já passou por poucas e boas por conta de alguns réis. Aprendeu a ler n'Uma cadeia e, logo após sair, deu início a sua vida. Passou por cima de muitos, todas suas atitudes nem um pouco dignas.
É quando conhece D. Glória, e, consequentemente, Madalena. Casa com ela e tem uma vida razoável a seu lado. No entanto, fica louco. Vê algo onde não há algo. Azucrina pobre mulher com suas demências.
E tudo isso, para no fim, não ter uma só alma para lhe confortar. Seus atos, indignos, leva-o à uma vida indigna. Só as folhas secas, trazidas pelo vento nordestino, lhe faz companhia. Sofre.
E escreve um livro porque o ato lhe entrete. E nada mais o entrete. Tudo é silêncio, sofrimento na calada da noite enquanto se mantém firme a suas lembranças.

A narrativa flui muitíssimo bem. Alguns personagem são mais empecilhos do que qualquer coisa. Mas convenhamos, quem vos escreve é um fazendeiro. Não Graciliano. Já há bastante profundidade em si mesmo em sua própria narrativa.

É um dos livros mais lindos que já li. Me tirou lágrimas e me fez ver como alguns atos pode nos levar a um sofrimento irreparável. Um romance realista, do que ocorre, ocorreu e há de ocorrer a muitos outros.
Vanise.Macedo 02/01/2016minha estante
Encontrei alguém que também chorou com eles livro que li e reli...




RebecaaCristina 23/02/2014

Realidade
O livro conta a realidade de um homem que mora no Sertão, la ele se apaixona, fica rico, arruma brigas e etc...

A linguagem é bem antiga, e do nordeste, então as vezes não entendi muito, mas para quem gosta de clássicos... é um bom livro para ler.
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Adriano 05/12/2013

Quando você chega no topo, não encontra nada lá em cima!
São Bernardo narra a vida e ascensão social de Paulo Honório, que foi guia de cego na infância e tornou-se um latifundiário de Alagoas. Depois de alcançar seu objetivo, ele se propõe a escrever um livro, procurando uma justificativa para o desmoronamento da sua vida, do seu fracassado casamento e da distância que separa ele e seu filho.

A confissão do narrador faz com que percebamos que para alcançar sua ascensão ele destrói seu caráter e perde a sua humanidade, tornando-se áspero, mesquinho e rude, fruto da corrente científica do Determinismo.
"Princípio segundo o qual tudo no universo, até mesmo a vontade humana, está submetido a leis necessárias e imutáveis, de tal forma que o comportamento humano está totalmente predeterminado pela natureza, e o sentimento de liberdade não passa de uma ilusão subjetiva". Fonte: Infoescola.
Paulo Honório é o típico capitalista, fazendeiro, ambicioso e que faz tudo para conseguir o que deseja. Ele representa uma força que transcende limites e em função da qual vive: o sentimento de propriedade. Já as pessoas que o rodeiam são apenas frágeis, distantes e nada mais do que objetos, peças que devem estar a disposição do narrador.

Paulo Honório é muito esperto, isso é inquestionável. Ele molda as relações, os negócios e o diálogo de modo a favorecê-lo sempre, ou seja, ele não aceita as derrotas facilmente.
O próximo lhe interessa na medida em que está ligado aos seus negócios e interesses. Até as pessoas a quem desenvolve gratidão e amor são taxadas como objetos e suas relações são quantificadas.

Segundo alguns críticos, São Bernardo nos mostra como a escrita de Graciliano é enxuta, curta, direta e bruta. Essa característica é adotada pelo narrador quando se amesquinha até nas palavras que usa:
"É o processo que adoto: extraio dos acontecimentos algumas parcelas; o resto é bagaço."

Sobre a vida afetiva, percebemos que ela não é intensa e sempre permanece em segundo plano. Paulo não se vê um homem capaz de ser amado. Casa-se por conveniência e passa a descobrir na mulher, Madalena, tudo que ele não é: carinhoso, caridoso, humanitário. Esse conflito entre seres tão diferentes é explorado de forma magistral!

De modo geral, a leitura de São Bernardo é monótona por se tratar de uma confissão, porém nos faz pensar e repensar nossas atitudes em relação ao amor versus dinheiro.

Gostei demais da leitura desse livro e recomendo para aqueles que gostaram de Dom Casmurro (eles são parecidos no modo de contar a estória)!

site: http://geracaoleiturapontocom.blogspot.com.br/2013/11/resenha-sao-bernardo-graciliano-ramos.html
Gu 08/12/2013minha estante
Fiquei encantado com a narrativa do Graciliano nesse livro e como a trama foi construída!
Quero ler!
Abraço, meu amigo


Silvio245 25/06/2016minha estante
Cara, graças ao teu comentário, vou reler...




Ana 11/08/2013

Dromos 3 ano resenha do livro São Bernardo
BIOGRAFIA (Gabriela Gauch)

1892 - Nasceu no dia 27 de outubro na cidade de Quebrângulo, Alagoas, seus pais se chamavam Sebastião Ramos de Oliveira e Maria Amélia Ramos, com 15 irmãos.

1895 - Graciliano Ramos se mudou com a sua faqmília para uma fazenda chamada Pintadinho em Pernambuco na cidade de Buíque.

1899 - A família Ramos se muda para Viçosa situada na cidade de Alagoas.

1904 - O Pequeno Pedinte seu primeiro conto, foi publicado no jornal O Dilúculo, do internato Alagoano em viçosa onde estudou.

1905 - Se mudou para Maceió em Alagoas, e se matricula no colégio quinze de março.

1906 - Escreveu o periódico Echo Viçosense e publica alguns de seus sonetos no periódico O Malho.

1909 - Começa a colaborar no Jornal de Alagoas.

1910 - Se muda para Palmeira dos Índios no interior de Alagoas.

1911 - Colabora no Correio de Maceió

1914 - Por causa da procura de trabalho , mudou-se para o Rio de Janeiro, onde torna-se revisor dos jornais Correio da Manhã, A Tarde e O Século.

1915 - Com a morte de 3 de seus irmãos e um sobrinho, vítimas da peste bubônica, volta para Palmeira dos Índios.

1916 - Casou-se com Maria Augusta de Barros que nasceu em 1894 e morreu em 1920.

1917 - Começa a exercer a profissão de comerciante.

1920 - Sua esposa Maria Augusta de Barros morre, por causa de complicações no parto de seu 4º filho. Ajuda no seminário da cidade O Índio.

1925 - Escreve seu primeiro romance, Caetés, publicado pela editora de Augusto Frederico Schmidt (1906 - 1965), em 1933.

1927 - Se elegeu prefeito da cidade Palmeira dos Índios.

1928 - Casa-se pela 2ª vez com Heloísa Leite de Medeiros (1910 - 1999).

1929 - Nasceu o seu primeiro filho com Heloísa Leite de Medeiros, que depois se tornou escritor, o Ricardo Ramos.

1929 - Seu relatório de prestação de contas do município é enviado ao governador de Alagoas e chega às mãos do poeta e editor Augusto Frederico Schmidt, que se interessa pela produção do autor.

1930 - Renuncia o seu cargo de prefeito e muda-se para Maceió, onde é nomeado diretor da Imprensa Oficial de Alagoas; demite-se do cargo no ano seguinte.

1933 - É nomeado diretor da Instrução Pública de Alagoas e trabalha como redator do Jornal de Alagoas.

1936 - É preso em Maceió, por causa de acusação de subversão comunista, e levado para o presídio da Ilha Grande, no Rio de Janeiro, com essa experiência surge o livro Memórias do Cárcere. Publica Angústia, que recebe o Prêmio Lima Barreto, da Revista Acadêmica.

1937 - Em janeiro sai da prisão. Seu livro A Terra dos Meninos Pelados recebe o Prêmio de Literatura Infantil do Ministério da Educação.

1939 - É nomeado Inspetor Federal de Ensino Secundário do Rio de Janeiro.

1941 -Na Revista Cultura Política, do Rio de Janeiro, publica crônicas que mais tarde foram reunidas no volume Viventes das Alagoas

1942 - Recebe o Prêmio Felipe de Oliveira, pelo conjunto de sua obra. Participa da elaboração do romance coletivo Brandão Entre o Mar e o Amor, (em parceria com Jorge Amado (1912 - 2001), José Lins do Rego (1901 - 1957), Aníbal Machado (1894 - 1964) e Queiroz, Rachel de (1910 - 2003)

1945 - Filia-se ao Partido Comunista Brasileiro - PCB, a convite do líder e secretário-geral do partido, Luís Carlos Prestes (1898 - 1990)

1946 - Redige Histórias Incompletas, que reúne contos e capítulos de Vidas Secas e Infância.

1951 - Torna-se presidente da Associação Brasileira de Escritores.

1952 - Visita países da chamada Cortina de Ferro (Ex-União Soviética e Tchecoslováquia), além de França e Portugal, percurso narrado no livro Viagem, de publicação póstuma, editado em 1954

1953 - Morre de câncer de pulmão, no Rio de Janeiro. Memórias do Cárcere é publicado postumamente

1962 - São lançados os livros de crônicas Linhas Tortas e Viventes de Alagoas e o infanto-juvenil Alexandre e outros Heróis. Nesse ano, o romance Vidas Secas recebe o Prêmio da Fundação William Faulkner, como livro representativo da Literatura Brasileira Contemporânea.

- Suas principais obras foram:

Caetés, romance, 1933
São Bernardo, romance, 1934
Angústia, romance, 1936
Vidas Secas, romance, 1938
A Terra dos Meninos Pelados, literatura juvenil, 1942
História de Alexandre, literatura juvenil, 1944
Dois Dedos, literatura infantil, 1945
Infância, memórias, 1945
Histórias Incompletas, literatura infantil, 1946
Insônia, contos, 1947
Memórias do Cárcere, memórias, 1953
Viagem, memórias, 1954
Linhas Tortas, crônicas, 1962
Viventes das Alagoas, costumes do Nordeste, 1962

ENREDO (Lucas Fregapanni)

A obra e composta por um tom confessional do protagonista, amargo e solitário, Paulo Honório, que decide escrever sua autobiografia para tentar compreender não só os fatos de sua vida como o suicídio de sua esposa Madalena, suas atitudes e seu modo de ver o mundo. A principio, Paulo tenta obter amigos que dominem a arte da escrita, mas por discordar com o estilo e o tom propostos decide assumir a narrativa. Ele descreve sua difícil infância da qual pouco se recorda alegando que a preta velha D.Margarida o acolheu. Por causa da antiga amante foi preso por esfaquear João Fagundes.
Com um dom para os negócios viveu de pequenos trabalhos no sertão ate se aproveitar da fraquezas de um jogador compulsivo, o Luís Padilha, de quem comprou a fazenda São Bernardo onde trabalhara anos antes. Para conseguir oque desejava utilizava meios lícitos e ilícitos pra obter lucro vendo tudo e a todos como objetos para enriquecer sua propriedade.
Por causa da demarcação de terra, trava um embate com seu vizinho Mendonça, que e morto em um dia em que Paulo esta na cidade. Com o progresso da fazenda, Paulo procura uma esposa com o intuito de garantir um herdeiro casa-se então com a professora de escola normal Madalena que aceita o pedido devido as vantagens mostradas por Paulo Honório.
Já no inicio do casamento tornam-se evidentes as divergências entre o dois devido ao leve ideal socialista da mulher sentindo que ela foge de seu controle protagonista passa a ter um ciúme incontrolável dela passando a humilha-la e a reprimi-la, e mesmo com o nascimento do filho a situação continua a mesma. A relação fica ainda mais conflituosa quando Paulo encontra uma carta de Madalena, destinada e ele próprio, julgando ser a carta destinada a outro homem e parte para tirar satisfações com a mulher, que após vida angustiada e perseguida pelo ciúme exagerado se matando.
Depois da morte de sua esposa ele e acometido por um grande vazio e por lembranças em seus pensamentos pouco a pouco, os empregados abandonam São Bernardo, os amigos deixam de frequentar a casa os negócios entram em queda levando a fazenda a ruína. Após a revolução de 30, a profunda crise econômica chega também a fazenda. Desanimado Paulo perde o interesse ate pela questão das divisas da propriedade e por esta época que lhe vem à cabeça a ideia de escrever a historia de sua vida.
Ao final, encerra a obra confessando-se descontente com seu passado e infeliz com seu presente e chega a conclusão de que seu maior erro foi ascender na vida e abandonar a classe sócia a qual pertenceu. Sozinho, vê tudo destruído e considera-se aleijado por ter destruído a vida de todos ao seu redor e procura escrever a historia objetivando com a finalidade de refletir sobre seus atos.

PERSONAGENS (Maria Luísa)
Paulo Honório: Personagem principal, que vive no meio capitalista, rude, mercenário, violento que quando consegue o que quer e alcança uma ascensão pessoal acaba ‘’se transformando’’ e menosprezando as pessoas ao seu redor, só pensa em si próprio e no dinheiro.
Madalena: Esposa de Paulo Honório, mulher sensível, educada, com opinião forte e determinada, luta pelos direitos igualitários para todos, com isso, enfurece e vai ao contrário dos princípios de seu marido.
D. Glória: Tia de Madalena, sempre desprezada por Paulo Honório.
Padilha: Antigo proprietário da fazenda São Bernardo, mas perdeu-a para Paulo Honório por conta de suas diversas dívidas.
Ribeiro: Senhor já de idade, que vem da cidade para trabalhar com Paulo Honório, foi esquecido pela cidade extremamente capitalista e egoísta e por isso se juntou a ele.
Padre Silvestre: Um dos amigos de Paulo Honório, envolvido com política, mas quando se tratava de patamares mais altos, concordava que o artista não pode escrever da mesma maneira que fala, então algumas vezes acabava sendo alvo de desconfiança de Paulo Honório.
TEMPO (Lucas Fregapanni)
A narrativa e marcada por um tempo psicológico, percebido nitidamente pela alteração da ordem natural dos fatos. O personagem sai do tempo presente quando fala do projeto quase frustrado de escrever um livro cm a colaboração de alguns amigos e começa a falar de sua infância e juventude, do caminho que teve que percorrer ate a posse da fazenda São Bernardo, chegando ao casamento e ao suicídio de Madalena. A partir dai o tempo transcorre de forma linear, mas, mais adiante, as reflexões do personagem quebram a linearidade do tempo e começa os conflitos de Paulo Honório, em relação ao tempo passado e presente e em relação a realidade e a memoria.

ESPAÇO (Débora Gonçalves)
O romance se passa em uma fazenda, localizada na região de Viçosa (Alagoas), chamada de São Bernardo. Ao mesmo tempo ocorre a Revolução de Outubro de 1930. A obra Narra a decadência patriarcal e o capitalismo burguês e seus ideais, duas características que com extrema força faziam parte da sociedade na década de 30. Também é presente na obra a força bruta que o ser humano exerce no mais fraco, vivido pelo personagem Paulo Honório.

FOCO NARRATIVO (Ana Paula)
A narração é feita em primeira pessoa e em diversas partes do livro percebe-se a ida e volta entre o passado e o presente do narrador, no qual o narrador-personagem Paulo Honório narra a estória de sua vida, desde sua ascensão até sua decadência. A narração em primeira pessoa atende melhor os interesses do autor, pois assim o personagem consegue interagir melhor com a estória.
ESTILO (Gabriela Ramos)
Graciliano Ramos foi um escritor extremamente cuidadoso, quanto à forma de seus livros. Rescrevia os seus livros sem cessar, procurando retirar deles tudo àquilo que considerasse excesso. De estilo delicado Graciliano sempre foi considerado como exemplo de elegância e de elaboração.
O estilo formal de escrita e a caracterização do eu em constante conflito (até mesmo violento) com o mundo, a opressão e a dor são as marcas das suas obras.

De maneira geral, os seus romances caracterizam-se pelo inter-relacionamento entre as condições sociais e a psicologia das personagens; ao que se soma uma linguagem precisa , “enxuta” e despojada, de períodos curtos mas de grande força expressiva.

Logo pode ser entendido que a obra São Bernardo, de Graciliano Ramos, apresenta além do que foi citada acima, alguns aspectos da poética naturalista. Esses aspectos estão mais ligados ao fator regional, pois a vida agreste da personagem Paulo Honório é contada pelo próprio Paulo Honório, que funciona como um narrador-personagem, quando esse resolve contar suas memórias.

Uma característica marcante é a linguagem seca, bruta e objetiva da narrativa. Através da linguagem coloquial o narrador consegue através da Arte escamotear e esconder as falhas linguísticas da personagem principal que, por conseguinte, se valia da naturalidade abrupta de sua fala, gestos e ações para compor seu emaranhado de ideias em que somente ele pudesse tirar proveito quer seja financeiramente ou socialmente.

VEROSSIMILHANÇA (Maria Luísa)
Por mais que haja um destaque na exclusão social da mulher, e traços marcantes de uma sociedade bastante capitalista, tenha também a discussão do voto secreto e feminino entre outras coisas semelhantes, a verossimilhança (ato de parecer com a realidade) na obra ‘’São Bernardo’’ de Graciliano Ramos tem uma grande dificuldade de ser explícita, pois há uma distância grande entre o ser bruto que é o personagem principal, e também narrador, por ter certas aversões às pessoas que ‘’não lhe caem bem’’ e a riqueza da narrativa.

MOVIMENTO LITERÁRIO (Vitor Gabriel)
Graciliano usa em sua obra alguns elementos de estética modernista, ainda assim, existem traços de realismo, quando a história deixa se levar a crítica social. O "romance de trinta" caracterizou a segunda etapa do modernismo brasileiro, que tinha características como o texto em prosa, critica contraria ao capitalismo e fascismo, além de criticar questões sociais.
CONCLUSÃO (Ana Paula)
São Bernardo, obra de Graciliano Ramos, é o principal nome do movimento literário brasileiro conhecido como Geração de 30, sendo a prosa deste movimento classificada como romance regionalista. Trata-se de uma literatura de caráter construtiva, madura e com legado das conquistas estéticas da geração de 1922. Sua principal característica foi a denúncia social.
A técnica de São Bernardo é marcada por uma linguagem dura, seca, fria e objetiva. Não há rodeios ou grandes momentos de descrição. Graciliano Ramos procura ser o mais objetivo possível, o que combina com a estória narrada no romance.

GRUPO:
Ana Paula, Débora Gonçalves, Gabriela Gauch, Gabriela Ramos, Lucas Fregapanni, Maria Luísa, Vitor Gabriel – Gama Ômega
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AECHJV 09/08/2013

Resenha
BIOGRAFIA:
Graciliano Ramos (1892-1953) foi escritor brasileiro. O romance "Vidas Secas" foi sua obra de maior destaque. É considerado o melhor ficcionista do modernismo e o prosador mais importante da segunda fase do Modernismo. Suas obras embora tratem de problemas sociais do Nordeste brasileiro, apresentam uma visão crítica das relações humanas, que as tornam de interesse universal. Seus livros foram traduzidos para vários países. Seus trabalhos "Vidas Secas", "São Bernardo" e "Memórias do Cárcere", foram levados para o cinema. Recebeu o Prêmio da Fundação William Faulkner, dos Estados Unidos, pela obra "Vidas Secas".

Graciliano Ramos (1892-1953) nasceu na cidade de Quebrângulo, Alagoas, no dia 27 de outubro de 1892. Era o primogênito de quinze filhos, de uma família de classe média do sertão nordestino. Passou parte de sua infância na cidade de Buíque, em Pernambuco, e parte em Viçosa, Alagoas. Fez seus estudos secundários em Maceió.

Graciliano Ramos estreou na literatura em 1933 com o romance "Caetés". Em 1934 publicou o romance "São Bernardo" e em 1936 publicou "Angustia". Nesse mesmo ano, ainda no cargo de Diretor da Imprensa Oficial e da Instrução Pública do Estado, foi preso sob acusação de participar do movimento de esquerda. Após sofrer humilhações e percorrer vários presídios, foi libertado em janeiro de 1937. Essas experiências pessoais e dolorosas de sua vida, foram retratadas no livro "Memórias do Cárcere", publicado após sua morte. O romance "Vidas secas", escrito em 1938 é a sua obra mais importante.

Graciliano Ramos seguiu para o Rio de Janeiro, onde fixou residência e foi trabalhar como Inspetor Federal de Ensino. Em 1945 ingressou no partido comunista brasileiro. Em 1951 foi eleito presidente da Associação Brasileira de Escritores. Em 1952 viajou para os países socialistas do Leste Europeu, experiência descrita na obra "Viagem", publicada em 1954, após sua morte.

Graciliano Ramos morreu no Rio de Janeiro, no dia 20 de março de 1953.

Obras:
Caetés, romance, 1933
São Bernardo, romance, 1934
Angústia, romance, 1936
Vidas Secas, romance, 1938
A Terra dos Meninos Pelados, literatura juvenil, 1942
História de Alexandre, literatura juvenil, 1944
Dois Dedos, literatura infantil, 1945
Infância, memórias, 1945
Histórias Incompletas, literatura infantil, 1946
Insônia, contos, 1947
Memórias do Cárcere, memórias, 1953
Viagem, memórias, 1954
Linhas Tortas, crônicas, 1962
Viventes das Alagoas, costumes do Nordeste, 1962

RESUMO DO ENREDO:
Uma das obras-primas de Graciliano , é narrado em primeira pessoa por Paulo Honório , que se propõem a contar sua dura vida em retrospectiva, de guia de cego a proprietário da Fazenda São Bernardo. Ele sente uma estranha necessidade de escrever, numa tentativa de compreender, pelas palavras, não só os fatos de sua vida como também a esposa, suas atitudes e seu modo de ver o mundo. A linguagem é seca e reduzida ao essencial. Paulo Honório narra a difícil infância, da qual pouco se lembra excetuando o cego de que foi guia e a preta velha que o acolheu. Chegou a ser preso por esfaquear João Fagundes por causa de uma antiga amante.

Possuidor de fino tato para negócios, viveu de pequenos biscates pelo sertão até se aproveitar das fraquezas de Luís Padilha - jogador compulsivo. Comprou-lhe a fazenda São Bernardo onde trabalhara anos antes. Astucioso, desonesto, não hesitando em amedrontar ou corromper para conseguir o que deseja, vê tudo e todos como objetos, cujo único valor é o lucro que deles possa obter. Trava um embate com o vizinho Mendonça, antigo inimigo dos Padilhas , por demarcação de terra. Mendonça estava avançando suas terras em cima de São Bernardo. Logo depois, Mendonça é morto enquanto Honório está na cidade conversando com Padre Silveira sobre a construção de uma capela na sua fazenda. São Bernardo vive um período de progresso. Diversificam-se as criações, invade terras vizinhas, constrói açude e a capela.

Ergue uma escola em vista de obter favores do Governador. Chama Padilha para ser professor. Estando a fazendo prosperando, Paulo Honório procura uma esposa a fim de garantir um herdeiro. Procura uma mulher da mesma forma que trata as outras pessoas: como objetos. Idealiza uma mulher morena, perto dos trinta anos, e a mais perto da sua vontade é Marcela, filha do juiz. Não obstante conhece uma moça loura, da qual já haviam falado dela. Decide por escolher essa. A moça é Madalena, professora da escola normal. Paulo Honório mostra as vantagens do negócio, o casamento, e ela aceita. Não muito tempo depois de casado, começam os desentendimentos. Paulo Honório, no início, acredita que ela com o tempo se acostumaria a sua vida. Madalena, mulher humanitária e de opinião própria, não concorda com o modo como o marido trata os empregados, explorando-os.

Ela torna-se a única pessoa que Paulo Honório não consegue transformar em objeto. Dotada de leve ideal socialista, Madalena representa um entrave na dominação de Honório. O fazendeiro, sentindo que a mulher foge de suas mãos, passa a ter ciúmes mórbidos dela, encerrando-a num círculo de repressões, ofensas e humilhações. O casal tem um filho mas a situação não se altera. Paulo Honório não sente nada pela sua criança, e irrita-se com seus choros. A vida angustiada e o ciúme exagerado de Paulo Honório acabam desesperando Madalena, levando-a ao suicídio. É acometido por imenso vazio depois da morte da esposa.

Sua imagem o persegue. As lembranças persistem em seus pensamentos. Então, pouco a pouco, os empregados abandonam São Bernardo. Os amigos já não freqüentam mais a casa. Uma queda nos negócios leva a fazenda a ruína. Sozinho, Paulo Honório vê tudo destruído e, na solidão, procura escrever a história da sua vida. Considera-se aleijado, por ter destruído a vida de todos ao seu redor. Reflete a influência do meio quando afirma: "A culpa foi minha, ou antes, a culpa foi desta vida agreste, que me deu uma alma agreste."

PERSONAGENS:
Negra Margarida: Protegeu o narrador quando ele era menino. Já rico, traz a negra Margarida (que ele chama de mãe) para morar na fazenda São Bernardo. Azevedo Gondim que descobriu o seu paradeiro.

Tubarão: Cão de Paulo Honório; aparece no livro desde o início.

Dona Glória: Tia de Madalena. Paulo Honório tem aversão por ela.

Salustiano Padilha: Ex-dono da fazenda São Bernardo, pai de Luís Padilha. Morreu sem realizar o sonho de ver o único filho doutor.

Germana: Primeira namorada de Paulo Honório. “Cabritinha sarará danadamente assanhada” de quem Paulo Honório gostava. Ela se enxeriu com João Fagundes e provocou uma tragédia: Paulo bateu em Germana e esfaqueou o rival, indo parar na cadeia por três anos, nove meses e quinze dias. Ali aprendeu a ler com Joaquim Sapateiro.

Luís Padilha: vítima dos planos de posse de Paulo Honório. Após a morte do pai. Por conta das dívidas passou a fazenda São Bernardo para o nome do narrador. “S. Bernardo não vale o que um periquito rói.” (a Padilha quando pretendia ter a fazenda, o que conseguiu sem remorsos;) Como compensação, foi contratado para ser professor por Paulo, apesar das idéias socialistas. "Arredei-o de casa, a bem dizer prendi-o na escola. Lá vivia, lá dormia, lá recebia alimento, bóia fria, num tabuleiro" "Continue a escrever os contozinhos sobre o proletário" desmerecendo o que ele escrevi-a.

“Seu” Ribeiro: Um velho alto, magro, curvado, amarelo, de suíças; viúvo. Tinha setenta anos." Paulo Honório encontrou-o em Maceió, trabalhando na Gazeta do Brito. Simpatizou com ele e levou-o para São Bernardo para ser guarda-livro. “Ouvi a sua história, que aqui reproduzo pondo os verbos na terceira pessoa e usando quase a linguagem dele.”

Joaquim Sapateiro: Na cadeia, ensinou Paulo Honório a ler.

Mestre Caetano: Tomava conta da pedreira. Adoeceu de tanto tra-balhar. Se não fosse Madalena, morreria à mín-gua.

Azevedo Gondim: Lúcio Gomes de Azevedo Gondim é redator e diretor do jornal O Cruzeiro. Jornalista, amigo de Paulo Honório, freqüenta-lhe a casa. Achava que um artista não pode escrever como fala. Por isso, desentendeu-se com o narra-dor

Casimiro Lopes: Amigo de Paulo Honório desde os tempos difíceis. Corajoso, laça, rasteja, tem faro e fidelidade de cão. Executa as ordens de Paulo Honório sem discuti-las

João Nogueira: Advogado, amigo de Paulo Honório, freqüenta-lhe a casa. No início, foi convidado para participar da composição das memórias. Queria compor o livro em língua culta, à maneira de Camões. Provocativo do capitulo 25, "requebrando-se para o Nogueira, ao pé da janela". Ciúmes.

Mendonça: Tinha barba branca e nariz curvo. Dono da fazenda Bom-Sucesso, vizinha à São Bernardo. Certo domingo, quando voltava da eleição, recebeu um tiro de tocaia e morreu na estrada.

Dr. Magalhães: “pequenino, tem um nariz grande, um pincenez e por detrás do pincenez uns olhinhos risonhos”. Juiz de Direito, amigo de Paulo Honório, frequenta-lhe a casa. Na ambição de conquistar mais terras, Paulo indispõe-se com todos os vizinhos, menos com ele.

Marciano: Tomava conta dos bichos. Certa vez, Paulo Honório deu-lhe uns tapas e, por isso, indispôs-se com Madalena.

Costa Brito: Jornalista que tentou extorquir dinheiro de Paulo Honório. Não conseguindo, promoveu uma campanha de difamação na Gazeta contra o narrador. Levou chicotadas, no meio da rua.

Rosa: Casada com Marciano. Mulher com quem o narra-dor se envolvia às escondidas ( "Tive sempre cuidado de mandá-lo à cidade, às compras, oportunamente."). No capitulo 31, faz descrição das atitudes de Rosa ao atravessar o riacho.

TEMPO:
O tempo cronológico do livro se passa durante a revolução de 30, que correspondeu a um período de crise na oligarquia rural do país e que desestabilizou os seus defensores, constitui uma referência temporal importante em São Bernardo. Já psicológico do livro, podemos vê-lo quando analisamos que o romance se envolve totalmente em torno da tensão psicológica de Paulo Honório e este se desenvolverá em dois planos: Paulo Honório narrador e personagem. A história se passa num tempo posterior aos fatos. O personagem passou por varias experiências quando mais moço e agora (no tempo presente do livro) quer relatá-lo e começar a entender a si próprio. Os dois tempos, o presente e o lembrado, se entrelaçam tão perfeitamente e pode ser facilmente confundidos. Toda a narrativa se envolverá num processo de circularidade e alternâncias: no enredo central, teremos Paulo Honório personagem; na narração, aparecerá o Paulo Honório avaliativo, distante dos fatos, buscando entender a si, ao mundo e até mesmo ao seu processo de criação.

ESPAÇO:
A natureza agreste que percorre todo o livro é interiorizada em cada cena, em cada movimento do personagem.
“Eu olhava para a torre da igreja. E o meu pensamento estirava-se pela paisagem, encolhia-se, descia as escadas, ia ao jardim, entrava na sacristia. A sacristia onde, ao som do pio da coruja, conversara a última vez com Madalena, na noite de sua morte. Onde dormira mal essa noite, acompanhando hora por hora a passagem do tempo, a sacristia em cuja torre experimentamos a vaga sensação de ter crescido quinze metros. E quando, assim agigantados, vemos rebanhos numerosos a nossos pés, plantações estirando-se por terras largas, tudo nosso, e avistamos a fumaça que se eleva de casas nossas, onde vive gente que nos teme, respeita e talvez até nos ame, porque depende de nós, uma grande serenidade nos envolve.”
A paisagem do livro se entrelaça com as personagens fazendo com que os dois se completem. Os dois elementos se mesclam de tal maneira que fica da mesma forma do tempo.

FOCO NARRATIVO:
O romance é narrado na primeira pessoa. O narrador conta a sua história depois de a ter vivido - vale-se das lembranças para expor fatos do presente e do passado, dando à história feições de memórias - conta sua dura vida em retrospectiva, de guia de cego a proprietário da fazenda São Bernardo. “Tenciono contar a minha história. (...) Talvez deixe de mencionar particularidades úteis, que me pareçam acessórias e dispensáveis.” Paulo Honório narra a difícil infância, da qual pouco se lembra excetuando o cego de que foi guia e a preta velha que o acolheu.

ESTILO:
A técnica de São Bernardo é marcada por uma linguagem dura, seca, fria e objetiva, características do próprio Graciliano Ramos e que combinaram com a personalidade de seu personagem. Não utiliza-se de rodeios ou grandes momentos de descrição. Graciliano Ramos procura ser o mais objetivo possível. Não há uma palavra a mais ou a menos em cada passagem do livro, somente o necessário para que se chegue à uma compreensão clara e direta. Narrado em primeira pessoa, todo o romance irá se desenvolver centrado em dois planos diferentes: o Paulo Honório narrador e o Paulo Honório personagem. Esses planos ficam evidentes através do tempo verbal utilizado na narrativa por cada um deles: o Paulo Honório narrador é demarcado pelo uso do tempo presente. Já o Paulo Honório personagem é caracterizado pelo tempo pretérito. Nas páginas iniciais do livro podemos observar um texto metalinguístico, em que Paulo Honório explica aos leitores como seu livro seria feito, contando com a participação de quatro personagens que o ajudariam no comprimento dessa tarefa. Ao perceber que a maneira como a escrita estava sendo feita não se aproximava da real fala, Graciliano faz com que o próprio Paulo escreva sua história, fazendo assim com que a linguagem da narrativa se caracterize por vocabulário enxuto, com uma economia nas descrições e a tentativa de incorporar o falar oral à linguagem formal da escrita, como já citado. Vale ressaltar que além de uma narrativa regionalista, o apelo psicológico na obra São Bernardo é muito presente e forte. O narrador utiliza um tipo de escrita que leva o leitor ao presente e, de modo súbito e desorganizado, remete aos acontecimentos do passado. O narrador irá se debruçar sobre seu passado, tentando entender a si mesmo, ao mundo e como ele se relaciona com esse mundo exterior.

Verossimilhança:
A narração se passa entre 1930 e 1940 e muitos artistas faziam suas obras para criticar e mostrar os problemas vividos no nordeste. O plano de fundo da obra “São Bernardo” é esse, mas o autor vai muito mais além. A obra narra a vida árdua e difícil de Honório o qual afirma em suas histórias que se tornou um homem brutal e sem amor por causa de sua profissão. O autor dá para o leitor a oportunidade de viver um universo real e um de mentira se dando nós. A realidade do livro e a vida real naquela época começam a se juntar e ainda se juntam com o mundo de lembranças do protagonista.

MOVIMENTO LITERÁRIO:
Graciliano Ramos é um dos principais nomes do movimento literário brasileiro que ficou conhecido como Romance de 30, constituindo a 2ª geração do modernismo brasileiro. Este movimento contou com algumas características peculiares. A prosa construída durante este período era classificada como romance regionalista, mais focado na região nordeste do país. Possui elementos antifascistas e anticapitalistas e apresenta um ponto de vista vigoroso e crítico. Durante o desenrolar da história (São Bernardo), Graciliano utiliza alguns elementos da estética modernista, embora também seja possível reconhecer alguns traços do movimento realista ao se tratar de questões sociais.

CONLUSÕES:
Dono de estilo contundente e direto, Graciliano Ramos é um dos mais importantes autores da literatura brasileira, cujo interesse estético é inseparável do comprometimento ético. Seja por suas intervenções no campo político, pelo empenho em favor dos oprimidos ou ainda pela defesa do artista no mundo moderno, Graciliano reafirma, de modo inconfundível, o vínculo entre literatura e vida. Foi um autor muito perseguido durante a ditadura de Vargas por escrever enredos em que houvesse algum tipo de oposição à forma de governo instalada no país. Dessa maneira, teve forte papel para a sociedade que estava insatisfeita, principalmente dentre os nordestinos. Sua contribuição para a literatura brasileira foi de extrema importância exatamente por esses pontos de denúncia.

Alunos: Clara Helena, Anna Elizabeth, Lucas Resende, Barbara Galvão, João Victor Neme
Gama Ômega
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Ícone 08/08/2013

[2º RESENHA] São Bernardo - Graciliano Ramos
Afinal, o que torna um livro clássico?
Uma das maiores regras para definir um clássico é ele ser atemporal, importante historicamente, ter linguagem não usada mais e pelo visto ser meio arrastado e ás vezes CHATO de ler. Foram essas as impressões que Graciliano me deu ao ler S. Bernardo.

As palavras diferentes de qualquer livro atual foi a primeira coisa que senti pesar um pouco a leitura, mas nada impossível de continuar. Aos poucos me acostumei.

Paulo Honório, personagem principal e narrador do livro, quer escrever a história de sua vida. No começo pede ajuda a uns colegas, mas depois de ler o que eles escreveram decide fazer sozinho, já que seus colegas usaram, segundo ele, uma linguagem formal de mais. O início apresentando sua infância e juventude é rápido, mas já começamos a ter uma visão mais suja do personagem, que não é bonzinho nem nada. E isso piora ao decorrer do livro, o que foi bom, porque ter sempre o principal bonzinho é bad.

Gostei do jeito manipulador e rude do personagem, mostrado nas partes em que ele compra as terras de São Bernardo, usando golpes sujos e até assassinato para expandir a terra. O cara não mede esforços e só vê as pessoas como objeto para que seu trabalho seja bem sucedido. Mas parou por ai. A metade do livro começa a ficar lenta e arrastada, envolvendo política e ficando chata.

Ele conhece Madalena, uma professora muito boazinha. Convence ela de casar-se com ele e vivem suas vidas. Só que começa o conflito do "ter" (Paulo Honório) e do "ser" (Madalena). Sua esposa se importa com as pessoas, é caridosa e boa, já Paulo não. É rude e antiético com seus funcionários, o que leva os dois a discutirem muito, fora que surge ciúmes da parte dele quando vê sua esposa se importando com outros. E nem tendo um filho com ela ajuda nas discussões. Para piorar, ele não gosta da criança.

O motivo trágico do porquê Paulo decide escrever sua história é contado no final do livro, o que pra mim foi uma reviravolta. Não esperava por isso. Curti o final.

Se não fosse pelo lado político, lento e por ter personagens secundários quase rasos, daria mais estrelas. Deixando claro que reconheço a importância que esse clássico tem na literatura brasileira, mas não é toda essa maravilha que falam por ai.
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Michel 08/08/2013

Colégio Dromos - Grupo: Michel Mendes, Henrique Torres, Henrique Nogueira, Hiago Batista, Cristiano Carvalho, Gustavo Lima, Vinicius
Bibliografia:

Graciliano Ramos de Oliveira nasceu em Quebrangulo, Alagoas, em 27 de outubro de 1892. Terminando o segundo-grau em Maceió, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como jornalista durante alguns anos. Em 1915 volta para o Alagoas e casa-se com Maria Augusta de Barros, que falece em 1920 e o deixa com quatro filhos.
Trabalhando como prefeito de uma pequena cidade interiorana, foi convencido por Augusto Schmidt a publicar seu primeiro livro, "Caetés" (1933), com o qual ganhou o prêmio Brasil de Literatura. Entre 1930 e 1936 morou em Maceió e seguiu publicando diversos livros enquanto trabalhava como editor, professor e diretor da Instrução Pública do Estado. Foi preso político do governo Getúlio Vagas enquanto se preparava para lançar "Angústia", que conseguiu publicar com a ajuda de seu amigo José Lins do Rego em 1936. Em 1945 filia-se ao Partido Comunista do Brasil e realiza durante os anos seguintes uma viagem à URSS e países europeus junto de sua segunda esposa, o que lhe rende seu livro "Viagem" (1954). Artista do segundo movimento modernista, Graciliano Ramos denunciou fortemente as mazelas do povo brasileiro, principalmente a situação de miséria do sertão nordestino. Adoece gravemente em 1952 e vem a falecer de câncer do pulmão em 20 de março de 1953 aos 60 anos.
Suas principais obras são: "Caetés" (1933), "São Bernardo" (1934), "Angústia" (1936), "Vidas Secas" (1938), "Infância" (1945), "Insônia" (1947), "Memórias do Cárcere" (1953) e "Viagem" (1954).

Resumo do enredo:

A história conta a vida de Paulo Honório, um menino órfão, nascido em Viçosa, que trabalhava desde a infância para conseguir algum dinheiro, trabalhalhou duro na roça até os dezoito anos. Aos 18 anos Paulo esfaqueia João Fagundes, um homem que se envolve com a mulher na qual Paulo amava. Durante seu período na prisão, Paulo aprende a ler com o sapateiro Joaquim.
Após sair da prisão, Paulo pega emprestado com Pereira uma quantia em dinheiro e começa a negociar todo tipo de coisas pelo sertão. Após conseguir juntar algumas economias, Paulo retorna a sua terra natal, com o desejo de adquirir a fazenda São Bernardo, onde ele havia trabalhado. Paulo Honório consegue ficar amigo de Luís Padilha, herdeiro de São Bernardo, viciado em jogo. Luís Padilha começa a financiar projetos inúteis incentivado por Paulo (que fazia tudo isso para Luís Padilha ficar falido financeiramente), após obter sucesso em seu plano, Paulo consegue comprar a fazenda São Bernardo.
Após comprar a fazenda Paulo manda matar Mendonça, fazendeiro vizinho,para poder expandir os limites das terras da São Bernardo. Através de empréstimos bancários, investe em máquinas e na plantação. Para obter dinheiro e outros objetivos, ele comete injustiças e conseguindo impunidade através de uma grande rede de relacionamentos (Gondim, o jornalista local; o padre Silvestre; e o advogado Nogueira, que manipula os políticos locais).
Com a fazenda em ótima situação, Paulo resolve se casar. Assim, em um dia qualquer Paulo conhece a professora primária Madalena na casa do juiz Magalhães, Paulo convence Madalena a se casar com ele.
Após o casamento a moça mudam-se para a fazenda após um tempo Paulo percebe que a rotina na São Bernardo começa a se alterar. Madalena estava dando opiniões.
Paulo, incomoda-se profundamente com o comportamento da moça e então começam as brigas do casal, onde Paulo se apresenta como violento. Não conseguindo dominar a mulher como controlava todos, Paulo se torna cada vez mais agressivo com todos e revela um ciúme excessivo. Seu filho nasce, mas Paulo continua violento. Paulo Honório vê a esposa muito abatida escrevendo uma carta e novamente se descontrola exigindo explicações. Ela então rasga a carta e o chama de assassino. Depois, ele se arrepende do que fez, mas não esquecendo o insulto recebido, convenceu-se de que Padilha havia contado algo para Madalena e resolve expulsá-lo. Porém, o professor diz que é fiel e obediente a Paulo e que ela deve ter ouvido as histórias por meio da população local.
E assim Paulo Honório vai ficando cada vez mais paranoico em relação a suposta infidelidade da mulher, Madalena sofria de solidão, sentindo-se humilhada e sem dignidade. Por fim, perde o interesse pelo próprio filho.
Um dia Paulo, vê Madalena escrevendo, achando uma folha no chão ele lê e tem a certeza que é uma carta endereçada para um homem, assim seu ódio aumentava.
Então ele sai atormentado à procura da esposa e a encontra na igreja com uma aparência muito calma. Ele exige explicações, mas ela lhe diz muito desanimada que o restante das folhas estava no escritório. Por fim, ela lhe pede perdão por todos os aborrecimentos e diz que o ciúme estragou a vida dos dois. Paulo Honório passa a noite sozinha.
No dia seguinte, ele ouve gritos e descobre que Madalena havia se suicidado. Ela havia deixado sobre a bancada uma carta de despedida para o marido. Após a morte de Madalena, amigos e operários de Paulo saem da fazenda, por fim, em meio a solidão e somente com a companhia de Casimiro Lopes e seu cachorro, Paulo escreve sua narrativa. Amargurado pelo passado, toma consciência da desumanização por que passou enfrentando a dureza do sertão. Incapaz de mudar, Paulo Honório busca algum sentido para a sua vida refletindo sobre o passado.

Personagens:

Azevedo Gondim: jornalista e amigo de Paulo Honório.
Casimiro Lopes: amigo antigo e capataz de Paulo Honório.
Dr. Magalhães: juiz e amigo de Paulo Honório.
Dona Glória: tia de Madalena.
Joaquim: preso que ensina Paulo a ler.
Paulo Honório: personagem central e narrador do livro. Homem rude e violento, dá sua vida ao trabalho. Para conseguir o que quer, não mede esforços e nem meios, vindo a praticar diversos atos antiéticos.
Negra Margarida: doceira que cuidou de Paulo Honório durante a infância.
Salustiano Padilha: ex-dono da fazenda São Bernardo e pai de Luís.
Luís Padilha: herdeiro da fazenda de São Bernardo.
Madalena: professora e esposa de Paulo Honório.
Seu Ribeiro: senhor que trabalha na fazenda. Fica próximo de Madalena.
Mendonça: dono da fazenda Bom-Sucesso, assassinado para que Paulo Honório possa aumentar as áreas de sua fazenda.

Tempo:

Não dá para saber exatamente quantos anos dura a história e em quantos dias o narrador completou seu romance. Mas percebe-se que alguns dias de escrita e composição foram mais intensos que todos os outros.
''Eu olhava para a torre da igreja. E o meu pensamento estirava-se pela paisagem, encolhia-se, descia as escadas, ia ao jardim, entrava na sacristia. A sacristia onde, ao som do pio da coruja, conversara a última vez com Madalena, na noite de sua morte. Onde dormira mal essa noite, acompanhando hora por hora a passagem do tempo, a sacristia em cuja torre experimentamos a vaga sensação de ter crescido quinze metros.''
Como dá para perceber nesse trecho que o tempo não importa e não é citado, assim o tempo da hitória é o “tempo psicológico”ou “tempo da alma”, em que o narrador se espelha em si mesmo, jogando sua memória para lá e para cá.

Espaço:

O espaço geográfico apresentado é da natureza agreste (clima seco, a seca) no início do livro e também a mudança da flora na fazenda de São Bernardo, onde com o investimento que Paulo realiza em sua fazenda obtem animais, campos verdes e saudáveis. Já no espaço social, temos a questao da fome e da miséria vivida pelos povos sertanejos e pobres. Durante um período da história temos a citação da Revolução de 30 (movimento armado, liderado pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul, que culminou com o golpe de Estado, o Golpe de 1930, que depôs o presidente da república Washington Luís em 24 de outubro de 1930, impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes e pôs fim à República Velha), quando Luís Padilha deixa a fazenda para se juntar os revolucionários.
Foco narrativo:
A história é narrada por Paulo Honório que escreve de si mesmo, falando em primeira pessoa. Apresentando suas ideias, seus sentimentos pessoais, no qual ele tinha medo de falar com os outros personagens da história.

Estilo:

Nas histórias pode se perceber uma linguagem direta com um estilo, tenso e com equilibrio entre os personagens, o tema presente na história é o mundo rural do Nordeste, cujas desigualdades são denunciadas. Graciliano Ramos escevia principalmente sobre temas ligados a realidade Nordestina, assim pode se perceber que Graciliano Ramos mostra a realidade que ele já viu ocorrer em sua vida pessoal.

Verossimilhança:

No romance São Bernardo o autor Graciliano Ramos sugere os fatos como eles deveriam ou seriam. O autor elabora um mundo fictício. Os personagens Paulo Honório e Madalena englobam o universo criacional de Graciliano. A obra narra a vida árdua e difícil do nosso herói Honório, que almejava à posse da fazenda São Bernardo. Os acontecimentos são representados na sua universalidade, o protagonista razinza e voraz afirma na narrativa que foi suas adversidades e profissão que o fizeram se tornar um ser humano sem amor, embora ele mesmo levasse consigo uma paixão por Madalenaqual se casa para ter um filho futuro herdeiro da fazenda São Bernardo. O autor e o seu universo particular permite ao leitor através da leitura um mundo mentiroso e real quando temos e entendemos a verossimilhança. Este afinal é o fundamento da literatura, transportar o leitor a viver ao lado dos protagonistas situações que nunca existiram, mas que se tornam verdadeiras no processo criacional do próprio leitor.





Movimento Literário:

Segunda Fase do Modernismo
Estendendo-se de 1930 a 1945, a segunda fase foi rica na produção poética e, também, na prosa. O universo temático amplia-se com a preocupação dos artistas com o destino do Homem e no estar-no-mundo. Ao contrário da sua antecessora, foi construtiva.
Não sendo uma sucessão brusca, as poesias das gerações de 22 e 30 foram contemporâneas. A maioria dos poetas de 30 absorveram experiências de 22, como a liberdade temática, o gosto da expressão atualizada ou inventiva, o verso livre e o antiacademicismo. Portanto, ela não precisou ser tão combativa quanto a de 22, devido ao encontro de uma linguagem poética modernista já estruturada. Passara, então, a aprimorá-la, prosseguindo a tarefa de purificação de meios e formas direcionando e ampliando a temática da inquietação filosófica e religiosa, com Vinícius de Moraes, Jorge de Lima, Augusto Frederico Schmidt, Murilo Mendes, Carlos Drummond de Andrade.
A prosa, por sua vez, alargava a sua área de interesse ao incluir preocupações novas de ordem política, social, econômica, humana e espiritual. A piada foi sucedida pela gravidade de espírito, a seriedade da alma, propósitos e meios. Essa geração foi grave, assumindo uma postura séria em relação ao mundo, por cujas dores, considerava-se responsável. Também caracterizou o romance dessa época, o encontro do autor com seu povo, havendo uma busca do homem brasileiro em diversas regiões, tornando o regionalismo importante. A Bagaceira, de José Américo de Almeida, foi o primeiro romance nordestino. Rachel de Queiroz, Jorge Amado, José Lins do Rego, Érico Verissimo, Graciliano Ramos, Orígenes Lessa e outros escritores criaram um estilo novo, completamente moderno, totalmente liberto da linguagem tradicional, nos quais puderam incorporar a real linguagem regional, as gírias locais. O humor quase piadístico de Drummond receberia influências de Mário e Oswald de Andrade. Vinícius, Cecília, Jorge de Lima e Murilo Mendes apresentaram certo espiritualismo que vinha do livro de Mário Há uma Gota de Sangue em Cada Poema (1917).
A consciência crítica estava presente, e mais do que tudo, os escritores da segunda geração consolidaram em suas obras questões sociais bastante graves: a desigualdade social, a vida cruel dos retirantes, os resquícios de escravidão, o coronelismo, apoiado na posse das terras - todos problemas sociopolíticos que se sobreporiam ao lado pitoresco das várias regiões retratadas.

Conclusão:

Num primeiro instante pode até parecer uma história de vitória de seu narrador-protagonista, Paulo Honório, que foi de guia de cego na infância até se tornar latifundiário do interior de Alagoas. No entanto, a questão principal é muito mais aguda e amarga.
Para alcançar sua ascensão social, o narrador paga um preço altíssimo, que é a destruição do seu caráter afetivo. Na verdade, a perda de sua humanidade pode ser entendida como fruto do meio em que vivia. Massacrado por seu mundo, acaba tornando-se um herói problemático, defeituoso (parece haver aqui um certo determinismo, na medida em que o homem seria apresentado como fruto e prisioneiro das condições mesológicas).
Há um aspecto que atenta contra a sua verossimilhança, que é um célebre problema de incoerência: como um romance tão bem escrito como pôde ter sido produzido por um semi-analfabeto como Paulo Honório. É uma narrativa muito sofisticada para um narrador de caráter tão tosco.
Quando se menciona que a narrativa é sofisticada, não se quer dizer que haja rebuscamento. A linguagem do romance, seguindo o estilo de Graciliano Ramos, é extremamente econômica, enxuta, mas densa de beleza.
Outra beleza pode ser percebida pela maneira como o tempo é trabalhado. Há o tempo do enunciado (a história em si, os fatos narrados) e o tempo da enunciação (o ato de narrar, de contar a história). O primeiro é pretérito. O segundo é presente. Mas há momentos magistrais, como os capítulos 19 e 36, em que, em meio à perturbação psicológica em que se encontra o narrador, os dois acabam-se misturando.
Com uma história instigante, São Bernardo, embora peque no quesito verossimilhança perante seu narrador Paulo Honório, é um livro que trás a sensação inicial de ser uma história bela e virtuosa, que ao seu desenrolar se revela como uma falsa impressão. Assim, todos esses elementos juntos, fazem de São Bernardo uma obra cheia de surpresas (embora desagradáveis para uns) e emoções.
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ciça 03/08/2013

Resenha - colégio Dromos

1892 Nasce a 27 de outubro em Quebrangulo, Alagoas
1895 O pai, Sebastião Ramos , compra a Fazenda Pintadinho, em Buíque, no sertão de Pernambuco, e muda com a família. Com a seca, a criação não prospera e o pai acaba por abrir uma loja na vila.
1898 Primeiros exercícios de leitura
1889 A família se muda para Viçosa, Alagoas
1904 Publica o conto '' Pequeno pedinte'' em O Dilúcio, o jornal do internato onde estudava.
1905 Muda- se para Maceió e passa a estudar no colégio Quinze de Março.
1906 Redige o periódico Echo Viçosense, que teve apenas dois números
Publica sonetos na revista carioca O Malho, sob o pseudônimo Feliciano de Oliveira
1909 Passa a colaborar no Jornal de Alagoas, publicando o soneto ''Ceptico'' , como Almeida Cunha. Nesse jornal, publicou diversos textos com vários pseudônimos
1910-1914 Cuida da casa comercial do pai Palmeira dos Índios
1914 Sai de Palmeira dos Índios no dia 16 de agosto, embarca no navio Itassucê para o Rio de Janeiro, no dia 27, com o amigo Joaquim Pinto da Mota Lima Filho. Entra para o Correio da Manhã, como revisor. Trabalha também nos jornais Paraíba do Sul e O Jornal de Alagoas
1915 Retorna às pressas para Palmeira dos Índios. Os irmãos Otacílio, Lenor e Clodoaldo , e o sobrinho Heleno, morrem vítimas da epiderme da peste bubônica
Casa-se com Maria Augusta de Barros, com quem tem quatro filhos: Márcio, Júnio, Múcio e Maria Augusta.
1917 Assume a loja de tecidos A Sincera
1920 Morte de Maria Augusta devido a complicações es no parto.
1921 Passa a colaborar com o semanário O Índio, sob os pseudônimos J. Calisto e Anastácio Anacleto.
1925 Inicia Caetés, concluído em 1928, mas revisto várias vezes, até 1930.
1927 É eleito prefeito de Palmeira dos Índios
1928 Toma posse do cargo de prefeito.
Casa-se com Heloísa Leite de Madeiros, com quem tem outro quatro filhos: Ricardo , Roberto, Luiza e Clara.
1929 Envia ao governado de Alagoas o relatório de prestação de contas do município. O relatório, pela sua qualidade literária chega às mãos de Augusto Schmidt, editor, que procura Graciliano para saber se ele tem outros escritos que possam ser publicados.
1930 Publica artigos no Jornal de Alagoas
Renúncia ao cargo de prefeito em 10 de abril.
Em maio , muda- se com a família para Maceió, onde e nomeado diretor da Imprensa Oficial de Alagoas.
1931 Demite-se do cargo de diretor
1932 Escreve os primeiros capítulos de S. Bernardo
1933 Publicação de Caetés
Início de Angústia
É nomeado diretor da Instrução Pública de Alagoas , cargo equivalente a Secretário Estadual de educação
1934 Publicação de S. Bernardo
1936 Em março, é preso em Maceió e levado para o Rio de Janeiro
Publicação de Angústia
1937 É liberado no Rio de Janeiro
Escreve A terra dos meninos pelados, que recebe o prêmios de Literatura Infantil do Ministério da Educação
1938 Publicação de Vidas secas
1939 É nomeado Inspetor Federal de Ensino Secundário do Rio de Janeiro
1940 Traduz Memórias de um negro, do norte- americano Booker Washington
1942 Publicação de Brandão entre o mar e o amor, romance em colaboração com Rachel de Queiroz, José Lins do Rego, Jorge Amado e Aníbel Machado, sendo a sua parte intitulada ''Mário''
1944 Publicação de Histórias de Alexandre
1945 Publicação de Infância
Publicação de Dois Dedos
Filia- se ao Partido Comunista Brasileiro
1946 Publicação de Histórias incompletas
1947 Publicação de Insônia
1950 Traduz o romance A peste, de Albert Camus
1951 Torna-se presidente da Associação Brasileira de Escritores.
1952 Viaja pela União Soviética, Tchecoslováquia , França e Portugal.
1953 Morre no dia 20 de março, no Rio de Janeiro.
Publicação póstuma de Memórias do cárcere.
1954 Publicação de Viagem.
1962 Publicação de Linhas tortas e Viventes de Alagoas.
Vidas secas recebe o Prêmio da Fundação William Faulkner com o livro representativo da literatura brasileira contemporânea.
1980 Heloísa Ramos doa o Arquivo Graciliano Ramos ao Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo, reunindo manuscritos, documentos pessoais, correspondência, fotografias, traduções e alguns livros.
Publicação de Cartas.
1992 Publicação de Cartas de amor a Heloísa.

RESUMO DO ENREDO
Principais acontecimentos:
1- Venda da fazenda São Bernardo para Paulo Honório.
2- Luís Padilha resolve construir uma escola.
3- Reconstrução da fazenda.
4- Como Madalena e Honório se conhecem, que é por D. Glória, e eles brigam por D. Glória gostar de artigos românticas, e em um bar com as duas juntas, Honório conhece melhor e decide se casar com a Madalena.
5- A morte de Madalena.
6- A guerra que começou no Nordeste.

PERSONAGENS
Paulo Honório – Muda ao final do livro, sendo mais sentimental, depois da morte de Madalena. Mas Honório diz que não vai mudar, porque ele já tinha as características, e não conseguiria mudar.
Madalena- Era uma professora, mas quando se casa com Honório, vai para fazenda e trabalha no escritório, as características de como era não se modifica.
Luís Padilha- Ex proprietário da fazenda, e novo administrador da escola na fazenda. É o mais fechado, guardando os acontecimentos para si, e ao longo do livro ele se solta,e discute com o Honório, quando é despedido.
Silvestre- É padre que realiza o casamento de Paulo Honório e Madalena, não muda ao longo da história. Opina em assuntos políticos, mas por vezes alia-se às opiniões do jornal, fora uma das vítimas da desconfiança de Paulo.
Dona Glória- Amante de artigos de romance, tia da Madalena.
D. Magalhães- Juiz.
João Nogueira- Advogado.
Casemiro- Amigo de Honório, escritor, capanga de Honório, que ajuda na morte de Madalena.
Ribeiro- Guarda livros.Um senhor sábio, que tinha certo destaque na cidade onde morava, por centralizar em si a resolução dos diversos problemas do povo, porém, perde tal status com a modernização da cidade. Aceita então o convite de Paulo Honório para ir trabalhar na fazenda.
Goldim- Jornalista.
Mendonça- Vizinho do Honório, de caráter igualmente mesquinho e um tanto ameaçador ampliava suas terras utilizando as cercas para invadir as terras de São Bernardo.

TEMPO
Tempo psicológico, onde Honório começa a contar um fato, e volta para um fato do passado.
A importância desse tempo, é porque começamos a entender a relação do narrador ou personagem principal com os demais personagens, justifica as ações, a forma de como tudo aconteceu.

ESPAÇO
Honório (personagem principal) mora numa fazenda no Nordeste, numa zona rural, por ser zona rural os hábitos e costumes são mostrados constantemente ( acordar cedo, administrar o trabalhadores..), como Honório é rico e por ele ter comprado a fazenda, se torna o patrão e como a fazenda se chama São Bernardo, vai ter muito impacto com a construção da história, ele que vai comandar a história que se passa em sua fazenda.

FOCO NARRATIVO
Primeira pessoa, essa opção de primeira pessoa atende melhor ao autor porque ele entra na história; Em algumas partes da história, o narrador, interfere sim na narrativa, tendo sua própria opinião.

ESTILO
Linguagem muito próxima da coloquial; A linguagem que o autor usa é dura e seca, fria e objetiva. O autor procura ser mais objetivos em suas obras; Classe gramatical: Verbo ( repetição do verbo SER) e utiliza muitos adjetivos; Contém períodos curtos a longos.

VEROSSIMILHANÇA
É um romance social e psicológico, obra de profunda análise das relações humanas.

MOIMENTO LITERÁRIO
Modernismo ( segunda fase); Liberdade de expressão, nacionalismo, historicismo, individualismo, egocentrismo e crítica social.

CONCLUSÕES
Graciliano Ramos é um dos principais autores da literatura Brasileira, escreve política, defendia o artista moderno; Praticava literatura, e vida, estética e ética. A obra e importância para entender melhor sobre a história do Brasil.

Integrantes - Ana Cecília, Gabriel de Sena, Gessyca, Laila, Luíza, Valentina e Yana.
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