Incidente em Antares

Incidente em Antares Erico Verissimo




Resenhas - Incidente Em Antares


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trzbeckman 15/11/2024

5/5
Um absurdo de bom. Escrita fluida, engajante e acima de tudo corajosa por criticar de forma tão pontual problemas políticos e sociais até hoje tão presentes no Brasil em plena Ditadura Militar. Os mortos vivos são o elemento menos assustador de todo o livro.
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Iris.Loureiro 06/11/2024

Sexta dos mortos!
Eu estava muito empolgada para ler sobre como sete mortos voltaram a vida e fizeram o caos pela cidade, entretanto a primeira parte do livro me desapontou muito. Metade do livro só falando da treta das duas famílias ricas na cidade, que no final não serviu de nada mostrar essa guerrilha de um século. Tudo o que os mortos revelaram e causaram em Antares era sobre os cidadãos presentes na hora do incidente, uma coisa ou outra sobre um morto que, recentemente na história, tinha morrido, e não sobre 100 anos de duas famílias que se odiavam.
Os mortos não tiveram muito tempo de parágrafo na história e nem impactaram tanto a cidade, já que a burguesia fez com que todo mundo da cidade cala-se a boca sobre o assunto.
E sobre o final, os últimos três capítulos, bem no finalzinho deles, dava a entender que o livro tinha acabado, mas não, o autor continuou até não ter mais o que falar da história. Claro, tudo isso faz referência ao tempo difícil em que o Brasil vivia na época, mas o "primeiro final" já estava bom pra acabar o livro.
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Joana 04/11/2024

Um grito pela liberdade e uma sátira da sociedade
Veríssimo consegue narrar e introduzir o realismo mágico de uma maneira brilhante, não foge de suas características principais como escritor mesmo em uma história com esse tipo de humor. A história é excepcional pelo seu enredo e o momento histórico em que foi escrito.
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Raissa 29/10/2024

Lembro de ouvir sobre os livros do Verissimo nas aulas de literatura mas nunca tive real interesse em ler sobre, ainda mais sendo sobre temáticas que fogem um pouco da minha zona de conforto, mas um amigo que gosta muito do autor me presenteou com "Incidentes em Antares" e me pediu uma chance. É fácil um dos melhores livros que li esse ano. A narrativa é intensa e no momento que você começa a ler rapidamente se perde nas descrições e história. A primeira parte do livro dando um panorama histórico é fantástica e mostra o cerne da nossa política e construção social de maneira tão envolvente que deveria ser usado em sala de aula. No momento que o desdobramento principal acontece e o inacreditável torna-se possível é gigantesco ver como o autor conseguiu manter a narrativa sem vacilar com seu peso, mantendo o humor e acidez. Me senti extremamente envolvida, com raiva em diversos momentos, vi as situações atuais sendo replicadas em um livro publicado décadas atrás e demonstrando como de fato a história é esquecível mesmo quando a presenciamos.
É uma obra linda, tanto em magnitude quanto em profundidade, e deveria ser experiênciada por todos.
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Flavia 27/10/2024

Incidente em Antares
Dividido em 2 partes, a primeira que descreve a história da fictícia cidade de Antares e a segunda que fala do incidente, o livro, na verdade, nos conta a história do Brasil até 1970.
Em alguns momentos achei um pouco arrastada, mas na maior parte é muito interessante, dinâmica e bem humorada.
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Gabriella.Anderson 21/10/2024

Antares
O livro tem duas partes. A primeira parte é arrastada, pois faz uma retrospectiva do Brasil como era antigamente. A história se passa em Antares, uma cidade fictícia localizada no Sul do Brasil.
Depois de ocorrida uma greve de todos os serviços na cidade de Antares, mortos não são enterrados, e vem reinvidicar seus direitos aos moradores da cidade. Gostei.
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Abduzindolivros 14/10/2024

Após uma greve geral em Antares, sete mortos insepultos se levantam para acertar as contas com os vivos pelo desrespeito com seus cadáveres.

Esta é uma história sobre como os mortos não conseguem mais guardar segredos ? nem os seus, nem os dos vivos. A morte é uma lição para quem fica, mas os vivos não aprendem: ou aprendem tão lentamente que os ventos das mudanças demoram a lapidar a teimosia e arrogância.

A mudança é tão lenta que, quando vocês lerem, ficarão chocados ao identificar que muitas passagens escritas pelo Erico na década de 70 se repetiram quase literalmente no Brasil dos últimos cinco anos. O Erico tinha uma visão muito afiada sobre como as visões políticas e a sociedade brasileira foram construídas, e trouxe essa perspicácia para mais esse romance.

Abordou também a tensão que precede o estabelecimento de um regime autoritário e os pensamentos que levam até esse ponto. A cegueira proposital das classes dominantes aos problemas dos pobres e a tendência de fazer de tudo para reescrever a história de um ponto de vista favorável foram tão bem exemplificadas que esta obra de ficção poderia ser um tratado jornalístico.

Os mortos constantemente testemunham contra as falcatruas dos vivos. Quantas vezes nós já vimos notícias de escândalos surgidos após a morte de alguém? As carnes podres não dão conta de ocultar os podres dos vivos. Mas quantas vezes vocês nos viram esquecer de tudo e simplesmente seguir adiante ? brigas que viram alianças, slogans reutilizados, ideias que sempre voltam, o indivíduo sendo consciente enquanto compõe uma massa que é um monstro com muitos tentáculos e nenhum cérebro ou memória?

Este livro é sobre isso.

Os personagens são vivos, a cara do Brasil, cada um com sua peculiaridade. O meu favorito foi o Padre Pedro-Paulo com sua coragem, sinceridade e compaixão. Mas todos os outros são memoráveis e dançaram muito bem conforme seus papéis.

Sobre a trama:
Erico Veríssimo já começa fazendo graça sobre a vila minúscula que se tornaria Antares, dali uns anos. E mantém esse tom sarcástico enquanto nos apresenta os Vacariano e os Campolargo, e conta como a rivalidade surgiu entre eles.

Esse início logo evolui para a violência, trazendo duas cenas de tortura extremamente chocantes que impressionam minha mente até hoje. Depois disso, a trama fica um pouco chata porque o foco está no cenário político do Brasil, e só se fala disso.

Porém, essa parte ?chata? não dura muito. Logo as peças começam a se encaixar e temos vislumbres do porquê se falou tanto sobre a velha política, e de que forma aquilo vai se ligar com o que foi prometido na sinopse ? os mortos se levantando para um acerto de contas.

A narrativa perde um pouco do horror das primeiras cenas, mas segue sendo irônica e provocativa. Quando os mortos se apossam do centro da cidade, suas falas e atitudes evocam trechos anteriores e nos fazem apreciar ainda mais o momento justamente por causa de sua construção lenta. No ápice da trama, o Érico capricha nas descrições do ambiente, nos transportando para o coreto da praça de Antares no dia 13 de dezembro de 1963. Sentimos o calor, as moscas, a ansiedade crescente?

O acerto de contas dos sete mortos não enterrados me fizeram entender o porquê de aquelas mortes chocantes do início não terem sido mais exploradas. Os mortos são facilmente esquecidos, talvez por não conseguirem mais guardar segredos ? os seus, e os dos vivos.

Erico encerra a trama mostrando os efeitos imediatos que aquele dia com os mortos produziu nos habitantes de Antares e como esse efeito foi se dissipando ao longo do tempo. Ele manteve o sarcasmo e incluiu uma boa dose de melancolia. Seu texto nos faz querer colocar um chapéu na cabeça, dizer ?bom, que é isso?, e nos despedir pensando que é uma pena que as mudanças individuais demorem tanto para surtir efeito no coletivo ? mas não podemos desistir.

O final do livro faz jus ao título ?Incidente em Antares?. Só lendo para sentir.

Talvez a parte na qual Erico falou sobre Antares considerando o cenário político da época seja um pouco arrastada, principalmente para quem já leu ?O tempo e o vento?. Mas é necessário prestar atenção nessas partes para entendermos a sociedade antarense e entrarmos no clima das mudanças provocadas pelos mortos durante o Incidente.

Eu gosto muito da escrita do Erico, do foco que ele dá nas ações dos personagens e em como ele usa o ambiente para ajudar a construir os momentos de tensão. A ironia é outra característica de Erico que eu adoro; mesmo nas situações mais apavorantes ele consegue me fazer rir ? não aquele riso expansivo de piada de standup, mas o riso incrédulo, sarcástico, o rir para não chorar.

Quanto à edição, eu não tenho problemas com isso; se eu quiser ler, vou ler nem que o livro seja impresso num rolo de papel higiênico. Mas tenho que deixar minha reclamação para essa edição de bolso rígida e incômoda para segurar. Não combina com um livro de tantas páginas. E, sinceramente, conhecendo o mercado como é, essas edições acabam desestimulando muitos leitores, infelizmente. Sei lá, parece um descaso com as obras do Erico?

Já vi alguém comentando algo semelhante sobre as edições de ?O tempo e o vento?. Eu até acho que aquelas estão boas, mas esta aqui de ?Incidente em Antares? está sofrida. Triste. Tem uma outra edição em capa dura que está caríssima. Pena. Mas não deixem de ler por causa disso.

Enfim, gente, baita livraço, deveria ser leitura obrigatória! Recomendo fortemente.
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httpsvii 10/10/2024

Incidente em Antares
Conciliando a história com a ficção, a obra nacional de Erico Verissimo conta uma história macabra, porém engraçada de 7 mortos que retornam a cidade para revelar segredos e pedir justiça.
Ótima opção literária para trabalhos escolares pelos fatos históricos narrados ao início da obra.
Trama embora engraçada, possui frases marcantes que nos fazem refletir sobre a vida, ou a morte? como preferir, também sobre a forma que fechamos os olhos para aquilo que não nos convém por puro luxo e nos preocupamos com aquilo que nos agrada por puro prazer.
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Kezices 08/10/2024

Há tempos eu colocava "Incidente em Antares" na lista de futuras leituras e finalmente o li, tornando-se um dos meus livros favoritos. Que livro! A forma como Érico Veríssimo constrói a narrativa, como retrata o uso do poder pelas classes dominantes e como tece críticas à nossa sociedade é excepcional. 

O livro é dividido em duas partes. A primeira parte contextualiza o processo de construção da fictícia Antares, trazendo as violências e disputas de poder que desde o "nascimento" da cidade estão presentes. Essa primeira etapa é essencial para o aprofundamento do desenrolar da segunda parte, quando o incidente do título ocorre. 

Na segunda parte, o recurso do realismo mágico é muito bem utilizado. As máscaras sociais usadas pelos vivos são denunciadas pelos mortos na história, assim como a corrupção, a desigualdade social, o falso moralismo e torturas cometidas pela polícia - em um texto muito corajoso, principalmente quando verificamos quando o livro foi escrito, em plena ditadura militar.

Texto extremamente atual, fluido. O uso da ironia e do humor em vários momentos e a construção das personagens são muito bem executados. A obra também traz em certo momento sobre o quanto apagar acontecimentos da nossa história só tem serventia aos poderosos.

Muito bom!!!
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Hegon Tavares 27/09/2024

Thriller
Eu gostaria bastante que a sinopse desse livro não revelasse o incidente, eu entendo o porquê disso; ele não venderia.
Mas imagina só, você está na primeira parte, vendo personagens políticos reais interagindo com personagens do livro, você no passado... Sem entender bulhufas... Vem a segunda parte e bum!!

A podridão que esses mortos levaram a cidade, foi a verdade.

Quero ler tudo o que esse homem escreveu.
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Andressa.Severo 27/09/2024

Um dos melhores livros que eu li esse ano
Na primeira parte o livro é mais lento, mas é importante ler pra entender sobre Antares. A segunda parte é incrível, as personagens, as críticas, a narrativa.
Livro 5 estrelas favoritado!
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Thays777 25/09/2024

Nothing, just an inchident in Antares
Resumo: O livro é dividido em 2 partes, as primeiras 200 páginas retratam a história de Antares através dos anos, um registro histórico detalhado que entrelaça essa pequena cidadezinha sulista e fictícia (antes mesmo de ser uma cidade) com a história do Brasil. A segunda parte foca no tal do Incidente, 200 páginas que se passam num período de 3 ou 4 dias onde os mortos se erguem em luta pelos seus direitos e escancaram as verdadeiras podridões da cidade.

Pontos positivos: A escrita de Erico como sempre magistral, pesquisa histórica impecável, personagens interessantes juntamente com uma crítica política e social extremamente atual e relevante até hoje, crítica essa que torna esse livro um exemplar perfeito e quiçá o mais importante do realismo mágico brasileiro! As descrições são sempre muito lindas, os personagens mesmo quando caricatos são extremamente humanos e o olhar do Erico como escritor regionalista te transporta para outras eras! O final é agridoce como a vida, a realidade e a política são no mundo, voltando ao tema cíclico da manutenção daqueles que estão no poder (como já diziam As Meninas ?os de cima sobem e os de baixo descem?).

Pontos negativos: O início do livro, apesar de muito interessante e importante para a narrativa, demonstrando que as bases de Antares já foram feitas com madeira podre, é um pouco maçante! Remete a história brasileira e gaúcha às vezes sem dar muito contexto, o que deixa o leitor um pouco perdido (principalmente se ele já saiu do ensino médio e não estuda história há alguns bons anos). O caminhar lento e descritivo do início do livro pode levar um leitor menos pacato e mais agitado a desistir da leitura. Mas novamente digo que tem sim seu mérito e merece ser lido com calma para a segunda metade do livro ser apreciada em sua totalidade!

Conclusão: Uma leitura lenta mas gratificante! O ponto de vista e as críticas de Erico ficam muito claras, porém creio que a interpretação e o sentimento que o livro passa devem ficar a cargo de cada leitor, devem sem analisados e remoídos com calma, e levados como meditação para o resto da vida! Creio que levei mais tempo para escrever essa resenha do que para ler o livro, um ótimo parâmetro, indicando que ele ficou no meu âmago, me fazendo pensar, o que acredito ser o intuito principal de Erico!

Recomendo: 4,0 ??
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Erebin 24/09/2024

Eh, oh, oh vida de gado
Na pequena (nem tanto, pois ainda é maior que a minha cidade) e gaúcha Antares, coronelismo, brigas políticas, vigarices, hipocrisia, absurdos, devassisão e conservadorismo rolam a solto. Tudo é escancarado nas páginas dessa obra prima de livro, e é simplesmente interessante demais acompanhar tudo!

No início, quando vi a proposta da primeira parte do livro, de ser um relato da história de Antares e de acontecimentos anteriores a história principal, fiquei com um pouco de receio, pois pensei que seria chata e maçante. Felizmente, estava bastande enganada! Já nas primeiras páginas ri muito, de uma forma que há tempos um livro não me fazia achar tanta graça.

O livro é bem humorístico; o estilo parece ser de achar graça no rídiculo, com críticas geniais. Os personagens deixam tudo ainda melhor, são caricatos, mas muito longe de serem incompletos. Há figuras que só o conceito, a ideia delas já é encantadora (e na maioria das vezes trágica).

Quero registrar que li esse livro em um momento bastante oportuno, pois:

1° Eu estava passando pela *greve* das Federais

2° O desastre no RS chamou minha atenção para a região

3° Estava pensando em escrever uma história que envolvesse mortos inquietos e queria ver diferentes formas de abordar o tema

4° Sou de uma cidade pequena e vi poderia me indentificar com os antarenseses (demais kkk)

Por último: o livro é cheio de piadas de 🤬 #$%!& ?; padre Pedro-Paulo é um querido; Barcelona melhor de todos; e há gente que é melhor como morto do que como vivo.

"Nesse momento de susto e angústia coletiva, um cético gaiato, desses que costumam menosprezar a terra onde nasceram e vivem, murmurou: 'A troco de que Deus havia de começar o Juízo Final logo neste cafundó onde Judas perdeu as botas?."

"Os dois homens estacaram de repente, frente a frente, olharam-se, mediram-se da cabeça aos pés, e foi ódio à primeira vista". (24)

"-- Tenho a política no sangue
-- Política e sífilis."

"O que ele não sabia era que o pe. Pedro-Paulo também mantinha um diário em que o nome dele, Martim Francisco Terra, agora começava a aparecer com frequência, e sob a mais favorável das luzes. A primeira nota que o sacerdote fez no seu jornal sobre o professor começava assim: Creio que hoje descobri um irmão."

"Pense na História e me diga quando, em que tempo o ridículo não andou de braço dado com o sublime. Acho que vamos entrar numa era de denúncias. Será a 'hora do dedo-duro'. Teremos uma caça às bruxas. E eu sou geralmente considerado uma bruxa!"
.
"Não te iludas. Nem numa ilha deserta poderemos fugir à História. Um dia, quando estiveres estendido na areia, nu e comendo a tua banana gratuita, um país qualquer que está querendo entrar para a "família nuclear", testará uma bomba atômica e te levará pelos ares em pedaços..."

"-- E o nosso Érico Veríssimo?

-- Nosso? Pode ser seu, meu não é. Li um romance dele que fala a respeito do Rio Grande de antigamente. O Zózimo, meu falecido marido, costumava dizer que por esse livro se via que o autor não conbece direito a vida campeira, é "bicho de cidade". Há uns anos o Veríssimo andou por aqui, a convite dos estudantes, e fez uma conferência no teatro. Fui, porque o Zózimo insistiu. Não gostei, mas podia ter sido pior. Quem vê a cara séria desse homem não é capaz de imaginar as sujeiras e despautérios que ele bota nos livros dele.

-- A senhora diria que ele também é comunista?

D. Quitéria, que mastigava uma broinha de milho -- e mais que nunca parecia um pequinês --, ficou pensativa por um instante.

-- O professor Libindo costuma dizer que, em matéria de politica, o Erico Verissimo é um inocente útil."

"-- Estou lhe prevenindo que não são pessoas da sua classe...
-- Bobagem! Morto não tem classe. Além disso, estou curiosa para ver a cara desses viventes, quero dizer desses mortos."

"Cícero cita:

-- A vida é um longo hábito...

-- A vida é um vício --- diz Barcelona.

-- No meu caso -- murmura o professor de piano -- um vício solitário e triste."

"Apresento-me. Doutor Cícero Branco. 🤬 #$%!& póstumo". ?

"Apodrecer é o destino de toda carne... o que é uma bela frase". ?

"Você foi enterrado vivo!"
.
"Não. Sou um defunto legítimo e portanto estou livre da sociedade capitalista e dos seus lacaios como você, seu canalha ordinário, bandido, assassino, filho duma grandessíssima puta!"

QUEBRA TUDO BARCELONA

"Faz meia-volta, encaminha-se para a porta, sai para o corredor e, quando começa a atravessar o pátio, os soldados da guarda, agora entrincheirados no parapeito da galeria, começam a atirar com seus mosquetes contra ele. Sem acelerar o passo, sorrindo e jogando beijos com os dedos para um lado e outro, Barcelona dirige-se para a porta da rua, sob os fogos cruzados". ?

"--Diga logo o nome sem medo. Puta, não é? Pois para mim não vejo muita diferença entre as duas. Mulher sempre mereceu todo o meu respeito, independentemente de sua profissão e da sua condição social." (263)

"Diz pra Deus que me dê uma boa morte, já que não me deu uma boa vida".

"Vossa repulsa e vossa má vontade para com nossos corpos nos outorga a liberdade de dizer o que realmente pensamos de vós".

QUE COMECE O CABARÉ ?????????

"Assim, para as pessoas de idade como nós, morrer não é apenas uma fatalidade biológica como também uma espécie de obrigação social".

"-- Seu canalha, cachorro, calhorda, porco, indecente! Vou agora partir a cara da minha mulher. Se tu és homem mesmo, vem correndo socorrer a tua amásia. Mas vem armado que eu vou te esperar de revólver em punho e te meter uma bala no meio da testa, estás ouvindo, crápula?

Do outro extremo da linha vem primeiro uma risada e depois estas palavras:

-- Olha, 🤬 #$%!& , proponho um duelo à arma branca. Eu vou de adaga e tu usas os chifres, tá?".

"se a morte é a única coisa absoluta da vida, por que não hei de fazer da minha existência também um fato absoluto?".

"O ovo se partiu contra a testa olímpica".

"Sete anos após aquela terrível sexta-feira 13 de dezembro de 1963, pode-se afirmar, sem risco de exagero, que Antares esqueceu o seu macabro incidente. Ou então sabe fingir muito bem".

Para mim, esse foi o final. O último capítulo de verdade foi simbólico, mas parecia um pouquinho inútil

Também,

"Quer dizer que o professor nunca encontrou um morto que se move, que fala e pensa, como se estivesse vivo? Pois agora tem um aqui na sua frente, em avançado estado de putrefação fisica e moral". (478)
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Marina 24/09/2024

Maravilhoso!!
Há muito tempo queria ler esse livro e finalmente consegui e amei! Uma aula de história na parte 1 e na parte 2 relato sobre o incidente. Com pitadas de humor e muitas reflexões, esse livro me ganhou!!
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Jadanni 21/09/2024

Me perdoa Erico Verissimo
O livro é dividido em 2 partes, ambas MUITO interessantes, mas eu não peguei a conexão entre as duas, já que na segunda é desfeita a premissa da primeira, parece um prólogo que não tem a ver com a trama que o livro apresenta. Fora isso, gostei da escrita mas ela não é exatamente fácil não viu. A história é muito bem contata muito bem colocada no período histórico, engraçada, interessante e bem concluída
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