O Evangelho segundo Jesus Cristo

O Evangelho segundo Jesus Cristo José Saramago




Resenhas - O Evangelho Segundo Jesus Cristo


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Lisandro 09/08/2020

Gosto de Paulo Coelho e agora também gosto de Saramago.
Gosto de Paulo Coelho e pela primeira vez li saramago. Agora gosto dos dois. Sei que há uma rixa, se não entre os escritores, entre os leitores de um e de outro. Mas, se há quem goste de um e há quem goste de outro, há também os que gostam de um e do outro. "Não é querer dizer amor e não chegar a língua, é ter língua e não chegar ao amor" — José Saramago.
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Jr. 21/06/2020

Carne, osso e lágrimas

Dos primeiros gestos do Jesus ainda menino, concebido por José e por Maria, aos últimos suspiros do Jesus já homem feito, sacrificado em uma cruz, seguimos os passos do personagem nessa narrativa de José Saramago que reinterpreta o texto bíblico interessado nos dilemas morais que ele, o Cristo, e as figuras parentes que marcam sua trajetória enfrentam diante da inevitabilidade dos já conhecidos desígnios de Deus.

Esse processo, como não poderia deixar de ser, envolve, desde a sua concepção, uma iconoclastia muito pungente, por propor outro olhar, humano, compassivo e por isso mesmo contestador, acerca de figuras basilares de toda uma religião, que assumem diferentes e reveladoras perspectivas, conforme os mitos são revistos nas páginas desse evangelho de um homem, em sua essência, não diferente dos outros homens do mundo, de carne, osso e lágrimas.

O que eu acho mais comovente é como a prosa de Saramago provoca delicadas epifanias no que há de mais humano na trajetória de Jesus Cristo, encontrando nos momentos em que o protagonista mais se parece com cada um de nós – quando sai de dentro da mãe, quando perde o pai, quando conhece o prazer ao lado de uma mulher –, à parte dos milagres que o nazareno operou, que o texto parece estabelecer uma conexão com algo mais divino, uma emoção mais pura mesmo.

Esse efeito que provoca nas descrições dos eventos mais simples diz muito sobre a intenção de Saramago, para além de maiores controvérsias quanto ao seu ceticismo, em propor uma desmistificação que se revela bastante compadecedora sobre esse filho, esse menino, esse homem que, para além de qualquer divindade que lhe fora atribuída, amou, sorriu, sofreu e morreu como todos os outros que vieram a esse mundo, antes e depois dele, questionando suas origens e seus propósitos.


“O filho de José e de Maria nasceu como todos os filhos dos homens, sujo do sangue de sua mãe, viscoso de suas mucosidades e sofrendo em silêncio. Chorou porque o fizeram chorar, e chorará por este mesmo e único motivo” (pág. 83)
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Debora.Vilar 24/05/2020

Escrever resenha de um Saramago é dificílimo, não se trata apenas de tecer sobre o fundo realista, é também entender todas as provocações d' alma. O autor é conhecido por seu sarcasmo, termo tão simplório para sintetizar o conteúdo magistral de suas obras. Saramago questiona o real com real usando como ferramenta o mundo irreal. Sua crítica gera desconforto sequestrando as palavras na hora da resenha, particularmente em O Evangelho segundo Jesus Cristo por tratar-se de uma história transcendental e incorrigível.

Nesta biografia nos damos conta que existe a História da Humanidade a História de Jesus Cristo da bíblia (confronto do real com real), a biografia é a fusão dessas duas Histórias. Para o desfrute da leitura é necessário abandonar toda bagagem, não fazer comparações e entregar-se para emocionar-se com irreal que faz muito mais sentido que a História real da qual fomos ensinados.
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May - @may.book.s 09/04/2020

Genial!
Já tem alguns anos que venho adiando a leitura desse livro, mas nesse ano, finalmente consegui... E valeu total a pena.

É um livro que vai mexer com suas ideias e interver algumas passagens e situações bíblicas. Tornará Jesus mais humano, que erra, sente, se importa e tem problemas familiares como todos nós...

Saramago tira a divindade de Deus e nos mostra uma outra face daquilo que poderiam ser realmente os propósitos Dele.

Leia e tire suas próprias conclusões...
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JFFerrado 19/07/2024

"Homens, perdoai-lhe, porque não sabe o que fez."
Eu acredito que seja impossível ter o mesmo pensamento antes e depois de ler este livro. Não que necessariamente teria o mesmo ateísmo do autor, mas sim com uma outra perspectiva sobre dogmas tão bem estruturados em nossa sociedade. Saramago apresenta um Jesus humano, com dúvidas e até alguns desejos pessoais durante a adolescência, o que vai sendo deixado de lado conforme a narrativa se desenrola. Por mais que diversos momentos se percam na prolixidade do autor, os diálogos sempre nos farão parar e refletir sobre o que acabamos de ver. Repito mais uma vez, é impossível continuar com as mesmas crenças e descrenças prévias.

Minha dica: leia sabendo dos longos parágrafos que passam de 2 páginas facilmente, um português rebuscado, frases subjetivas, diálogos separados por virgula e letra maiuscula, uma temática sensível e, principalmente, uma outra perspectiva do Novo Testamento.
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Henrique Fendrich 26/03/2020

Li esse livro na faculdade há muito tempo, em 2006, e encontrei uma espécie de resumo que fiz à época. Foi o primeiro Saramago que li e a linguagem certamente provocou um estranhamento inicial. É a história de um Jesus humanizado. A história já começa com José e Maria vistos em situações impensáveis pela tradição cristã, como quando o carpinteiro ergue a voz contra a sua esposa, além de ser visto como pecador e culpado pela morte das criancinhas de Belém. Também Jesus tem conversas com Deus inimagináveis pela tradição religiosa, como quando Deus, cansado das muitas perguntas dele, fala "como você é aborrecido" (isso parece a conversa de Deus com Moisés na sarça ardente). A missão de Jesus era simplesmente expandir o conhecimento daquele Deus específico sobre os outros deuses do mundo. Curioso também o momento em que Jesus deixa de ressuscitar Lázaro, ao contrário do relato bíblico, após ouvir de Madalena que "nenhum homem merece morrer 2 vezes". Aliás, para deleite dos conspiracionistas, também aqui Jesus e Madalena são amantes.
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Junior 03/03/2020

Dispensável tecer comentários sobre a maestria da narrativo do autor.
Traz uma visão interessante sobre as principais passagem da vida do Cristo. O diálogo entre Deus, Jesus e o Diabo, por si só, já vale a leitura.
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diaseuller_i 19/11/2022

Vale a pena e deve ser lido por TODOS
Li sabendo que seria bom pois é impossível se dessepcionar com Saramago, mas novamente estou surpreso com o quão bom são os seus livros, os enredos que ele constrói, eu amei esse livro.

"o Senhor deu-nos pernas para que andássemos e nós andamos, que eu saiba nunca homem algum esperou que o Senhor lhe ordenasse Caminha, com o entendimento é o mesmo, se o Senhor no-lo deu foi para que o usássemos segundo o nosso desejo e a nossa vontade"
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pulsaodemorte 18/07/2020

Tragicamente humano, e humanamente divino!
A vida de Jesus de Nazaré foi uma coisa de louco. mas muito bonita apesar de tudo e todos. é com certeza um dos livros mais lindos que eu já li. os diálogos, pensamentos, sensações, absolutamente é descrito da forma mais humana e fiel que poderia ser. depois dessa experiência de leitura passei a gostar mais de jesus e dos seus "defeitos" humanos, afinal, sua verdadeira labuta era seu eu divino; em paralelo desgostei um pouco de Deus, um tanto quando egoísta, ambicioso e mandão, ainda bem que existiu Jesus pra eu não desgostar totalmente da coisa. vida longa!
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Ernani.Maciel 02/06/2019

Ler Saramago é ter a certeza em adquirir mais senso crítico.
Saramago tinha uma visão peculiar sobre o cristianismo. Levanta, neste romance baseado no novo testamento, incongruências pouco discutidas a respeito de uma das maiores, senão a maior religião do mundo.
A leitura torna-se muito interessante quando trata de questões inerentes à vida dos leitores. O cristianismo é um assunto que salta-me aos olhos, tendo em vista minhas experiências pessoais e o fato de estar incrustado em boa parte da vida da população mundial.
As atrocidades cometidas pela igreja católica ao longo dos séculos, especialmente anteriores ao XIX, também são abordadas ampla e chocantemente. Em nome de Deus pode-se tudo, até matar inocentes.
O personagem principal, obviamente Jesus Cristo, é muito mais humano que o do novo testamento. Não passarei disto, caso contrário, praticaria o odiado spoiler.
Há muito que se discutir a respeito desse romance, um ótimo livro para ser lido e discutido em grupo.
A forma como Saramago coloca o bem e o mau, mais precisamente Deus e o Diabo, no antepenúltimo capítulo é o ápice da história.

Ler Saramago é ter a certeza em adquirir mais senso crítico.
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SimoneSMM 27/02/2022

Uma releitura, irônica, sagaz, perspicaz, sobre a vida do homem Jesus.
Detalhada, reconta fatos, sob a ótica humana e profundamente humanista, questionando sua verossimilhança, seu sentido, sua influência, seu objetivo.
Muito crítico e muito divertido. Saramago não economiza a ironia fina e ácida que marca sua obra. Brinda-nos, ao final, com uma inversão dos "acontecimentos bíblicos" verdadeiramente genial!
Um livro para ler e reler sempre. Um livro que faz repensar nossa própria humanidade.
Ricardo.Silvestre 01/03/2022minha estante
Comecei a ler hoje!
Obrigado pela partilha da sua resenha.
?


SimoneSMM 01/03/2022minha estante
Espero que goste! É uma crítica excelente e um chamamento a sermos mais humanos! ?


Josana.Baltazar 15/03/2022minha estante
Saramago é tudo de bom




Lucas 20/07/2023

A história mais conhecida da humanidade recontada não por um ateu, mas por um humanista
Cristão, agnóstico, ateu, judeu, muçulmano e assim por diante: nenhum segmento, credo religioso ou cético desconhece a história (por vezes fabular) de Jesus Cristo, filho de um carpinteiro e de uma dona de casa. A sua origem espiritual, seus ensinamentos, valores e eventuais contradições habitam o imaginário popular há dois milênios através das chamadas "Boas-novas", os Evangelhos, que no cânone oficial da Igreja Católica Apostólica Romana são os quatro primeiros livros do Novo Testamento da Bíblia.

A trajetória terrena de Jesus Cristo, a qual realmente existiu de acordo com fortes evidências históricas documentadas, por mais que seja conhecida em muitos pormenores difundidos em textos bíblicos (que, importante, são textos de fé, não de jornalismo biográfico), gera inúmeras discussões: o que é verdade ou não e o que foi escondido pela liturgia oficial sobre Jesus Cristo são e sempre serão grandes mistérios da humanidade. Prova disso são os vários escritos não aceitos pelo cânone oficial da Igreja Católica, os chamados evangelhos apócrifos. Estas divisões de pensamento sobre quem foi Jesus ou sua renegação definem até mesmo a geopolítica mundial atual, especialmente nas rivalidades existentes no Oriente Médio.

Coube ao português José de Sousa Saramago (1922-2010) tingir com um verniz literário tal tema, previamente revestido dos mais variados enfoques. O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991) é a mais impactante obra do autor, vencedor do Nobel de Literatura de 1998. Ateu assumido, a publicação da obra trouxe um enorme burburinho no conservadorismo católico, muito presente em Portugal desde sempre. Ainda hoje, suas linhas podem incomodar indivíduos incapazes de diferenciar fé de boa literatura. Mas não há argumento que não seja o de discordância dogmática capaz de promover uma crítica mais séria ao livro: Saramago humaniza a vida de Jesus Cristo, seus familiares e conhecidos, legando ao mundo uma rica variação da mais famosa das histórias da humanidade.

Se a vida de nós todos começa na concepção, com Jesus não poderia ser diferente, e é desse acontecimento que se percebe a humanização do personagem: enquanto que os evangelhos tradicionais trazem a Deus o papel de único pai de Jesus, mantendo, apesar da gravidez, imaculada Maria, para Saramago Jesus foi concebido da forma mais tradicional (e humana) possível, a partir da união de um casal, o já citado carpinteiro José e Maria.

Citar outras diferenças entre a Bíblia e O Evangelho Segundo Jesus Cristo seria deselegantemente tonto, pois o fascínio do livro está justamente nesse ar de imprevisibilidade que a vida de Jesus adquire nas linhas de Saramago. De inédito, a obra do escritor português amplifica a oficialmente ignorada adolescência de Jesus, a qual abriga as mais diversas teorias. Adicionalmente, Jesus nem é o protagonista do "seu" evangelho no primeiro terço de suas linhas: este papel cabe a seu pai, José, com suas dúvidas, medos e arrependimentos. José, que possui um papel injustamente secundário nos textos bíblicos oficiais, desenha um arco narrativo lindíssimo, que termina numa das mais emocionantes cenas da obra. Não à toa, ele passa o bastão ao seu filho primogênito. Então com treze anos, Jesus começa a cumprir a sua missão por aqui, mesmo que ele se pergunte frequentemente qual tarefa é esta, num (outro) claro sinal de humanidade dado por Saramago. Afinal de contas, quem nunca se sentiu em dúvida sobre o que fazer da vida, especialmente quando se está na adolescência?

Praticamente todas as "fases" da vida do Jesus de Saramago são permeadas por isso: as incertezas humanas, que nos levam de um lado para outro sem que tenhamos poder de reação ou comando. O Cristo aqui representado é um personagem por vezes cético, renegado e até humilhado, mas muito inteligente e temente a Deus. Acima de tudo, um homem, na plenitude desse substantivo, que somente aos poucos (e por interferências divinas) vai descobrindo seu papel no mundo. Para Saramago, não basta descrever Jesus Cristo como um humano: é preciso que ele seja como qualquer um de nós, com as mesmas dúvidas e medos, capaz de se desentender com a família, que ama uma mulher, que não se importa de reclamar dos fardos pesados nas quais é designado e, nem por isso, deve ser condenado por agir assim.

Talvez o "personagem" mais cutucado pela escrita de José Saramago seja aquele de cuja crença, travestida dos mais diversos nomes ao redor do planeta, tenha o alcance mais universal da humanidade: Deus. A entidade divina de Saramago é aquela do Antigo Testamento, um Deus por vezes cruel, que "impulsiona" massacres, assassinatos e muitas outras barbaridades. Não à toa, é frequente que no livro o autor questione duramente os sacrifícios e oferendas, que visavam a purificação ou perdão mediante a morte e incineração de animais como cordeiros e pássaros. De contundente, é nesse ponto que O Evangelho Segundo Jesus Cristo vai mais longe na provocação aos que são mais conservadores em matéria de fé. De resto, especialmente Jesus e suas andanças, há um cenário bem desenhado de lendas já conhecidas ou que a Bíblia não esconde de todo (como a possível existência de irmãos de sangue de Jesus, mencionada no Evangelho de Marcos).

Um Deus assim diante de um Jesus não tão conformado com o seu destino é um bom embrião para cenas literárias maravilhosas e Saramago não perde essa oportunidade: os encontros entre Deus, Jesus e a presença misteriosa de uma entidade obscura (o demônio) são momentos belíssimos e grande parte deste encanto, inegavelmente, se associa ao estilo de Saramago, que prioriza uma oralidade não vista em nenhum outro lugar. Um fascínio quase doentio por vírgulas, com suas frases enormes sem pontuação, diálogos sem separações gráficas e reflexões práticas e inesperadas fortalecem esse ambiente lúdico que permeia todo o livro. E se isso pode parecer estranho (eu recomendo que o primeiro contato de um leitor com José Saramago não seja n'O Evangelho Segundo Jesus Cristo), basta que a leitura seja feita em voz alta que tudo parece ganhar um contorno sólido (sim, essa tese, tão popular quando se fala do autor, é verdadeira e deve ser considerada pelo leitor).

A famosa passagem citada no parágrafo anterior, do encontro de Jesus, Deus e o Diabo é, narrativamente falando, o ponto alto da obra de Saramago. Ali, têm-se boa parte das razões que fazem O Evangelho Segundo Jesus Cristo um livro memorável, porque as questões debatidas pelos três abarcam os pilares da Igreja, seja em seus simbolismos eternos como também em suas hipocrisias. Nada mais pode ser dito, mas este capítulo, além de encaminhar a narrativa para o seu desfecho, torna a trajetória de Cristo mais consciente da sua missão. Mas num sentido prático isso, contudo, reforça uma percepção particular: o final do livro, por mais que seja obviamente previsto (e se relacione lindamente com a abertura da obra), pareceu-me acelerado em demasia. Muita coisa que está nos evangelhos "oficiais" poderia ser mais bem abordada por aqui, não como fio condutor da narração, mas com intuitos lúdicos ou literários. Isso não ameniza o encanto das linhas finais, pois o último parágrafo do livro, por exemplo, é totalmente inesquecível.

Nada pode desabonar O Evangelho Segundo Jesus Cristo. A obra-prima de José Saramago é a história mais famosa da humanidade despida de auras místicas e vestida com uma roupagem humana, no sentido mais puro e por vezes contraditório desse termo. É também um compêndio pessoal do seu autor: o humanismo de Saramago, comprovado em dezenas de entrevistas suas (inclusive em solo brasileiro, como as várias passagens que ele teve no Roda Viva, da TV Cultura), transcende o seu ateísmo por vezes injustificadamente criticado. Para sermos humanos, não precisamos assumir um lado religioso e por ele lutar, com fé, até o fim dos nossos dias; basta termos humildade, respeito e capacidade construtiva. O Jesus Cristo de Saramago é assim, e, por isso, a abordagem com a qual Saramago o tratou só engrandece este personagem e sua presença universal ao longo dos tempos.
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Suzi 01/11/2020

Minha primeira leitura de Saramago! Confesso que estava com um medinho por causa da forma de escrita do autor, mas foi muito tranquilo e gostei bastante da ficção em torno da vida de Jesus.
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Henggo 13/12/2022

Ousado, provocativo, inspirador
Não, não foi uma leitura agradável. Não pelo conteúdo, pois, como não sou cristão, não houve abalos nesse sentido. Mas sim pelo rebuscamento que Saramago usa como se este "Evangelho segundo Jesus Cristo" só pudesse ser lido perante um esforço digno de grandes milagres. De fato, ler este livro pressupõe sacrifício, entrega, ferir-se a alma, olhos, mente, para mergulhar em texto de tamanho espinhamento. O modo como a história se molda em humanidade é apaixonante. Esse Jesus falível de carne e osso, com um nada de sacralidade, parece (ao meu ver) muito mais condizente com a nossa sociedade que brada palavras sagradas, mas age com base nos atos mais mundanos. "O Evangelho segundo Jesus Cristo" é um tapa na cara instigante, provocativo, ousado e inspirador que desafia o senso comum e nos coloca em outro patamar de leitura, reflexão e absorção de técnicas de escrita. Difícil e maravilhoso.
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Cah 22/08/2020

Esperava mais do livro, acho que a expectativa foi maior. Mas recomendo bastante a leitura.
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