Notas do subsolo

Notas do subsolo Fiódor Dostoiévski




Resenhas - Notas do Subsolo


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PH 27/01/2015

No limite da razão
Dostoiévski é um verdadeiro dissecador da alma humana, e nesse livro ele nos dá mais uma vez provas de que merece o título. A narrativa é cheia de detalhes e o leitor precisa estar atento e um pouco descansado pra ler o livro. O autor, como sempre, não ameniza em nos mostrar o que de mais vil e degradante existe no ser humano, em seu psicológico, no seu inconsciente. Esse tipo de leitura pode parecer um pouco penosa para os leitores que não estão tão acostumados com esse tipo de abordagem, mas garanto que com um pouco de afinco e boa vontade é impossível não mergulhar no conto que tem passagens belíssimas e muito bem trabalhadas, com discursos inflamados e estimulantes que nos evocam inumeráveis discussões filosóficas acerca da nossa própria existência. Enfim, o livro é uma bela porta de entrada para os trabalhos de Dostoiévski, e a minha recomendação é total.
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Ricardo743 19/05/2014

Fantástico!
Como diz Nietzche no comentário na contra capa desta edição do livro '' Notas do subsolo é um verdadeiro golpe de mestre da psicologia''. Bukowski também considera ''notas do subsolo'' um livro genial.
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Lucius 28/01/2014

O inferno são os outros... e nós mesmos
Uma história depressiva, com um personagem que tem ao mesmo tempo delírios de grandeza e complexo de inferioridade, que vive tentando causar boa impressão aos outros e sempre que não consegue, se consola com a ideia de que é superior a todos.
O livro me faz lembrar como a humildade e a autoconfiança são importantes tanto para enxergar as qualidades e defeitos de si mesmo e das pessoas, quanto pra viver sem depender dos aplausos de uma plateia que não está lá.
Lanna Victoria 29/12/2017minha estante
Pq 2 estrelas?




Marcelo 13/01/2014

Há mercados?
Seria o subsolo um recanto para os desprovidos de colo e amas de leite? e a superfície? o antro para os que herdaram geneticamente ou psicologicamente a burrice?

Invertamos os postos de trabalho: o homem de ação para o subsolo e o do subsolo para ação: eis o estrago. Mas quem disse que o estrago não é bom? Talvez, seja a alternativa para mudarmos de supermercado.
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Marcos 25/06/2013

Dostoievski foi um dos mestres em retratar um fenômeno que começou a ocorrer em seu tempo. Escapando do mundo real para a literatura e a tentação de uma vida intelectual autônoma, o homem passava a duvidar de tudo e, principalmente de si mesmo. Era o niilismo dando entrada no coração da humanidade e levando a um triste caminho para a infelicidade e solidão.

Notas do subsolo trata da inadequação de um homem sem ideais com o mundo a seu redor. A vaidade em um homem que adquiriu cultura literária sem conectá-la a si mesmo e ao seu contexto acaba por torná-lo alienado e incapaz de qualquer conexão real com as pessoas, levando-o a viver no subsolo, símbolo para uma existência à margem da sociedade. Mais do que uma representação de sua autonomia,seu isolamento mostra seu profundo ressentimento de um mundo que nunca lhe deu o valor que julgava possuir.
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Leonardo 12/04/2013

"Sou um homem doente... Sou um mau. Não tenho atrativos." Assim começa Dostoiévski a primeira parte do subsolo. Esta é escrita como um monologo "teatral" («o subsolo»), em que o autor expõe o seu mundo, os seus pensamentos e os seus desesperos. Expõe os pensamentos de um homem perturbado e infeliz, ou simplesmente humilhado com a sua condição de humilhado pelo seu insucesso.
Em nota de rodapé, Dosteiévski esclarece que o autor dos cadernos é imaginário, mas contudo certamente existente na sociedade em questão.

Em muitos momentos, Dostoiévski consegue expor vários problemas de um modo simples e direto, com os quais sou obrigado a concordar. Noutros é apenas um homem desencontrado consigo mesmo, infeliz sem coragem para agir. "... ter uma consciência exagerada é uma doença, verdadeira e completa doença". Observando o atual estado da sociedade, terei de concordar infelizmente...

Na segunda parte do livro ("A Propósito da Neve Úmida"), ele conta-nos os episódios do dia a dia do herói ou anti-herói, miserável, incompleto e impotente para agir. Cada dia passa como um tormento de um covarde que quer a todo o custo ser respeitado e amado, principalmente por quem o mais despreza. Mas cada tentativa para ser respeitado, mais o humilha e afunda no seu desespero. No pico do seu desespero humilha quem por fim sente algum amor por ele.

Em resumo, um livro muito bem escrito e uma obra genial de um verdadeiro gênio.
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Ricardo 31/03/2013

Sério, tirando pequenos detalhes,esse personagem podia perfeitamente ter o meu nome!Terminei de ler e me senti até zonzo do tanto que o livro me pensar,e o mais importante:me identifiquei MUITO com o personagem central.Acho que pela primeira vez me identifico tanto com um personagem.Obra formidável!
Lela 13/04/2014minha estante
O fato de ter se identificado com o personagem foi bom ou ruim? Aprendeste algo com ele?


Ricardo 13/04/2014minha estante
Sobre ter me identificado com o personagem,foi bom, como geralmente penso ser bom quando algo reflete a sua personalidade.Dá aquela sensação passageira e boa de ''Ah, não tô sozinho no mundo!''. Sobre aprender algo...Acho que me fez ver o quão mal as coisas estão comigo, e que isso pode durar mais tempo do que eu imagine/queira.




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Peterson Boll 31/10/2012

Uma obra particularmente doente (o personagem digo, não a obra), cheia de raiva, contradição, ressentimentos contra tudo e todos, uma espécie de "Elogio à Loucura" sem ironias. O narrador/protagonista está completemente ébrio de rancor.

PS- a sequência do jantar com os 'amigos' é simplesmente espetacular.
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Deise Santos 02/03/2012

Questões humanas em questão...
Até onde o ser humano pode ir para não ficar por baixo? Até que ponto a posição social influencia na vida de alguém? Humilhar alguém é a maneira mais fácil de sentir-se bem e, além disso, poderoso, dono da verdade? Quando o ser humano reflete sobre suas atitudes e atos e o quanto isso influencia na vida do outro? Dostoiévski e as questões humanas. As falhas, dúvidas, guerras internas, questionamentos do caráter e do SER humano. Apesar de ser um livro pequeno, Notas do Subterrâneo é denso como qualquer outra obra de Dostoiévski. È o existencialismo ganhando as páginas de um romance, publicado em 1864, onde um funcionário público aposentado narra sua vida através de um diário. O subterrâneo aqui é a posição humana em relação à sociedade, é ao quê o homem se submete durante sua existência.

Deise Santos
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Rômullo 29/01/2012

Verdade escrita em sangue
Uma introspecção tremenda. Aqui há uma inversão de conceitos, no qual é "o livro lê o leitor".

Considerado 'a primeira obra sobre existencialismo' (ainda que não teve tal objetivo), o livro trata das crises de identidade do protagonista, de sua aflição aos perigos morais, das suas escolhas e conseqüências.

No monólogo do personagem, vamos mergulhando no seu subsolo. No nosso subsolo. No inconsciente, onde habitam nossas vontades e desejos, nossa essência, as nossas verdades que escondemos do mundo e que escondemos até mesmo de nós.

É através dessa profundidade do 'homem consciente' que Dostoiévski é capaz de levantar certos questionamentos. Dentre eles, o dilema acerca das escolhas baseadas na razão frente às escolhas da vontade humana, dos desejos individuais.

"A razão é uma coisa boa, sem dúvida, mas razão é apenas razão e satisfaz apenas a capacidade racional do homem; já a vontade, esta é a manifestação da vida como um todo, ou melhor, de toda a vida humana, aí incluindo-se a razão e todas as formas de se coçar. E, mesmo que a nossa vida pareça às vezes bem ruinzinha do ponto de vista acima, ela é vida, apesar de tudo, e não apenas a extração de uma raiz quadrada.

Eu, por exemplo, naturalmente quero viver para satisfazer toda a minha capacidade de vida, e não para satisfazer apenas minha capacidade racional, ou seja, talvez a vigésima parte de toda minha capacidade de viver."

Ou seja, o que não se entende é a imprevisibilidade das nossas escolhas. O homem vê o mundo pela moldura da racionalidade, do que é certo ou errado. 2+2 = 4. Das tabelas e das fórmulas prontas. Do exato. Mas para o autor, o que importa para as escolhas do homem são as vontades e os desejos, ainda que eles não sejam vantajosos ou tragam algo de ruim.

Também vale destacar a infinidade de sentimentos ao redor do protagonista. É pessimista, irônico, cruel. Bom e mau. É altamente paradoxal e contraditório. Inteligente e consciente, mas trata-se como idiota no convívio social. É defensor da liberdade, mas vive recluso, flagelado pela incompreensão dos outros. Torna-se niilista pelos medos e pelo comodismo de ser 'culto demais'.

Por esse bombardeio de pensamentos e pela gama de interpretações, "Notas do Subsolo" é uma obra de arte. Nietzsche disse ao lê-lo: "chorei verdade a partir do sangue". A definição que se tem aqui do homem do século XIX permanece atual.

No limiar da filosofia do "Penso, logo existo", Dostoiévski vem nos lembrar que a vida não se divide em atitudes boas ou más, em aceitações ou reprovações, acima disso está o que verdadeiramente rege a condição humana: a simples liberdade da existência.
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Gian 08/01/2012

Ótimo!
Dizer o quê de um livro no qual o autor, um russo do século XIX, descreve o Homem de Ciência e de consciência de uma maneira em que nós, do século XXI podemos nos encaixar perfeitamente?
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Gustavo 13/12/2011

Os Paradoxos de um anti-herói
O autor desenvolve um monólogo sobre um sujeito que cria suas próprias teórias, sobre o seu papel em uma sociedade que não o valoriza, trazendo questionamentos paradoxais de um verdadeiro anti-herói. Com linguagem extremamente sarcástica Dostoiévski mergulha nos sentimentos paradoxais do homem e a sua volatilidade na sociedade na linha tênue entre uma racionalidade destruidora e amarga e o sentimento impulsivo de uma situação enfrentada pelo seu personagem.


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Toni 23/08/2011

O homem subterrâneo
Do ponto de vista da psicologia, a construção esmiuçada de tipos é, provavelmente, uma das maiores contribuições que a literatura pode dar àquela esfera do conhecimento. Shakespeare, Cervantes, Balzac e Machado de Assis, só para citar alguns dos autores mais exponenciais nesse campo, são responsáveis por dezenas de figuras que hoje habitam nosso cotidiano e são sintomáticos de determinados traços de personalidade e comportamento capazes de encontrar ecos em indivíduos de qualquer sociedade. O avarento, o vingativo, o ciumento, a amante incondicional, o desvairado são freqüentemente referidos no dia a dia por personagens célebres da literatura mundial, isso quando não atingem o auge da fama ao emprestarem seus nomes a famosos complexos da psiquiatria.

“Uma solução brilhante para o problema do conteúdo filosófico no interior da forma literária”, nas palavras de Steiner, com Notas do Subsolo (1864), Dostoiévski logrou ainda construir um sujeito essencialmente amotinado contra as leis naturais, um tipo que ao mesmo tempo em que é resultado da sociedade em que vive, não pode aceitar nem consegue ser aceito por ela. Desta forma, a consciência aguçada deste homem subterrâneo não possui lugar nas engrenagens sociais do século XIX e, por conseguinte, resta-lhe viver em seu canto provocando a si mesmo com a “desculpa rancorosa e inútil de que o homem inteligente não pode seriamente se tornar nada”. Para ele, “o homem do século XIX que possui inteligência tem obrigação moral de ser uma pessoa sem caráter; já um homem com caráter, um homem de ação, é de preferência um ser limitado”. Amargurado, desconfiado e ressentido, o homem subterrâneo se regozija na autoflagelação, na afronta moral e perversa de si mesmo e dos outros, ainda que, em seu desejo de maldade, nunca consiga tornar-se verdadeiramente cruel, nem seja capaz de se vingar: “eu não conseguiria me vingar de nada e de ninguém, porque provavelmente não me decidiria a fazer o que quer que fosse, mesmo se pudesse.” Em seu subsolo abjeto, humilhado, abatido e ridicularizado, ele rapidamente mergulha num “rancor frio, peçonhento e, principalmente, perpétuo”. Caçoa perversamente de si mesmo, provocando-se com a própria fantasia —exagerando os efeitos de suas ações e subvertendo os motivos para que sirvam de alimento a seu ódio. Sua inteligência aguçada lhe rendeu um amor-próprio exagerado, que lhe faz o “principal culpado de tudo, mesmo sem culpa”. Inventa motivos para se sentir ofendido até o ponto de realmente acreditar em seu capricho. Contradizendo-se continuamente, num jogo estilístico e argumentativo capaz de lograr o leitor seduzido por sua prosa, o homem subterrâneo não se respeita: afinal, “um homem com consciência pode ter algum respeito próprio?” Como mais tarde ecoará em Brás Cubas—um dos mais bem desenvolvidos exemplares do homem subterrâneo nas letras brasileiras—em toda a sua vida nunca conseguiu começar nem terminar coisa alguma, e é acima de tudo “um tagarela, um tagarela inofensivo e enfadonho”, pois “o único e evidente destino de todo homem inteligente é tagarelar”. É capaz de jurar que não acredita em uma palavra sequer do que escreveu. Ou talvez acredite, ainda que ao mesmo tempo desconfie que esteja mentindo desbragadamente.

Organicamente expelido da engrenagem social por sua inutilidade prática, o homem do subsolo criado por Dostoiévski — neste autoflagelante monólogo sobre o paradoxo do livre arbítrio e da lei natural — se rebela contra todo materialismo e conformismo de sua época, gracejando à medida que range os dentes como um anti-herói desumanizado, sem possíveis leitores e desacostumado com a vida, completamente obcecado com a própria impotência para lidar com a realidade que o cerca.
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Hudson 21/02/2011

Notas do Subterrâneo não é um livro fácil e muito menos simples.


é um livro que eu já li algumas vezes, porém cada leitura é
completamente nova, fazendo com o que o leitor sempre perceba algo de novo.


O Homem do Subsolo, assim como o Sonhador de Noites brancas não tem nome
acho interessante essa forma estilística de "Dostô" acredito que para
ter uma dimensão ora limitada, do personagem e se ater realmente ao que
importa, ou seja acho que é uma forma de se fixar mais na história do que
no personagem.


o Homem do Subsolo talvez seja um personagem único na literatura, é um retrato de muito do que acontecia na Rússia no aspecto histórico das transformações sociais advindas, visto que a política vigente na época sofria um séquito sem fim de protestos.



O Grande pavor sobre tudo, a inadequação social extremada a crítica aos
padrões sociais, e até mesmo muitas vezes contra a própria natureza humana
são algumas características desse grande personagem.



o fato é que ainda sim O Homem do Subsolo é um personagem muito dúbio,
apesar de ter poucas relações pessoais, ainda sim elas discorrem de um modo
muito estranho, e por incrível que pareça muito necessário apesar de muito
estranho e algo quase que vital para o personagem.



a Existência, mesmo que efêmera porém ainda sim se faz necessária
nesse jogo quase infinito de supremacia sobre o próximo e sobre si
mesmo o homem do subsolo, desafia a todos, e se desafia continuamente.

Ainda sim ele também parece Cérebro o cão guardião da porta do inferno de 3 cabeças com hidrofobia em seu nível extremo...

mas sempre brilhante...



Dostoievski construiu um dos maiores livros escritos, e um personagem
forte, implacável seria o melhor termo, o Homem do Subsolo por mais
que se seja tão pleno em suas convicções, também mostra-se um ser humano
muito pleno em um visão reflexiva pós leitura do livro, analisando acredito
que cada um chegará as conclusões acerca da estranha "humanidade" desse
Homem implacável.


Um dos melhores livros, já escritos sem sombra de dúvidas.



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