O sol é para todos

O sol é para todos Harper Lee




Resenhas - O Sol é Para Todos


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Natália 29/04/2021

Leitura necessária.
O livro é incrível e atemporal. Nos traz reflexões e nos ensina lições para a vida, mostrando como é nos colocar no lugar do outro antes de julgá-los, independente de credo, cor ou classe social.
A Scout apesar de levada, é maravilhosa e me apaixonei por ela.
Vale muito a pena, um clássico extremamente necessário ! Todos deveriam ler.
manu 29/04/2021minha estante
é uma leitura difícil ? a escrita


Natália 29/04/2021minha estante
Não é difícil, porém é mais densa por não tem muitos diálogos. Então, demora um pouquinho mais pra ler. Mas vale a pena ?


manu 30/04/2021minha estante
brigada. Quero muito ler mas acho que vou ter dificuldade cm a escrita, ent vou esperar um pouco pra ler


Rafa.Meyer 30/04/2021minha estante
amoooo




Tayla sarges 05/12/2023

Esse livro é uma obra de artes,há muito tempo eu queria ler, quando comecei me deparei com um livro magnífico.
Bianca 05/12/2023minha estante
um dos meus favoritos?


Tayla sarges 05/12/2023minha estante
Meu também.


jeonsmafioso 05/12/2023minha estante
eu tenho esse livro na estante, comecei e nunca terminei ?


Tayla sarges 06/12/2023minha estante
No começo ele é parado depois fica incrível




Julia Agnes | @pontoparagrafoo 16/08/2021

Um dos meus favoritos
Publicado originalmente em 1960, por Harper Lee, O Sol é Para todos é um título que traz uma riqueza de detalhes impressionante, que vão desde reflexões sociais necessárias e atemporais, à estrutura do âmbito jurídico em que se passa a história. Apesar de conter jargões jurídicos, o texto é de fácil compreensão ao leitor, sendo necessária apenas uma vez ou outra recorrer ao dicionário jurídico.

O livro é contado pelo ponto de vista de Jean Louise, conhecida por Scout, uma menina de apenas 8 anos que relata as aventuras em sua vizinhança e sua casa, através da companhia e proteção do irmão mais velho, Jem. Contando com momentos divertidos e com a inocência de uma criança sobre os fatos da vida, nos impressionamos com a intensidade que sentimos perante situações intensas sendo vistas através dos olhos de Scout, como se fossem experiências próprias. É possível voltar a ser criança e ao mesmo tempo ver com clareza as más intenções e interesses pessoais dos adultos, sobretudo entre si.

A trama se passa em torno do julgamento de Tom Robinson, um cidadão americano negro, nos Estados Unidos dos anos 30, que é acusado de estuprar Mayrella, moça de uma das famílias mais antigas da cidade, gerando a capacidade de fazer os jurados ponderarem entre a verdade e a justiça ou o preconceito cultuado e suas consequências.

É admirável toda a sabedoria e o posicionamento do pai das crianças, Atticus Finch, não só perante a sociedade e o tribunal através de seu dever como advogado de defesa de Tom, e como consequência por isso enfrentando todas as represálias dos vizinhos, mas também como pai. Com certeza, o discurso de defesa elaborado por ele, antes de sair a decisão dos jurados, foi uma das minhas passagens favoritas do livro.

Cheio de ironia, percebemos como há contradições em relação ao preconceito quando as personagens secundárias passam a não compreender e até detestam Hitler pelo que ele começava a fazer na segunda guerra mundial com os judeus, alegando que os perseguidos eram pessoas como as outras e do bem, e enfatizando ainda, o quanto é errado menosprezar e destratar alguém por ser diferente de você em alguma coisa. Enquanto de forma hipócrita, era exatamente o que estavam fazendo com os negros de Maycomb.
Um dos momentos mais intrigantes é quando Jem, irmão de Scout, especula a existência de membros da Ku Klux Klan com o pai. Atticus menciona então que a seita acabou há muito tempo, porém o assunto encerra por aí e é de livre interpretação do leitor através da observação do forte orgulho e atitudes violentas e ameaçadoras dos descendentes dos confederados, entender se é de fato isso que aconteceu ou não.

Conforme lia, não consegui deixar de simpatizar com a personagem conhecida por Boo Radley. Tantas pressões em cima do rapaz, que chegaram ao ponto de fazer com que o mesmo se isolasse por anos dentro da própria casa, não tendo contato mais com a vizinhança para que assim não falassem mais dele. Porém, foi inevitável. Já que especulações acerca de seu paradeiro não cessavam nunca. Mesmo assim, Arthur (Boo) Radley consegue provar que o preconceito, seja ele de qualquer forma, só envenena.

Não é em vão que o livro é vencedor do prêmio Pulitzer de Literatura e é considerado um clássico, pois além de retratar um caso de intolerância e racismo, que infelizmente continuam sendo assuntos tão atuais, nos faz pensar o quanto de bom em nós mesmos não perdemos ao crescer, por medo do julgamento dos outros ou pelo que exigem que sejamos.

Recomendo à todos que querem um pouco de calor no coração através de pensamentos e atitudes inocentes de uma criança, perante o mundo de forma nua e crua.

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site: https://www.pontoparagrafo.art.br/post/resenha-o-sol-é-para-todos
Paulo Ricardo 22/08/2021minha estante
Pela sua resenha, parece ser uma leitura muito interessante. Me lembrou uma série atual que eu estou assistindo. Se chama Them e está disponível no Amazon vídeo prime. A história se passa nos anos 1960, e gira em torno de uma família de pessoas negras que vão morar numa vizinhança "de brancos". É uma das séries mais difíceis de assistir que eu já vi, mas vale a pena assistir.


Julia Agnes | @pontoparagrafoo 25/08/2021minha estante
Paulo, tenho muita vontade de assistir essa série. Deve ter um impacto muito grande mesmo. Obrigada pela recomendação, ansiosa para assistir


Lelouch_ph 20/09/2021minha estante
Amo essa obra.


Julia Agnes | @pontoparagrafoo 20/09/2021minha estante
É linda mesmo... Apaixonante. Até hoje penso no livro




Cesinha ð 29/07/2020

Empatia
Às vezes por mais difícil que seja nossas vidas, colocar-se no lugar do próximo será o ápice principal em nós, devemos não apenas olhar tudo ao nosso redor somente pelo ponto de vista próprio e essa obra sem sombra de dúvidas faz com que venhamos entender o real sentido da EMPATIA " Por isso indico este livro, por mais que a leitura não seja envolvente no início, porém no seu desenvolver você já estará envolvido.
Viih 29/07/2020minha estante
??????


Viih 29/07/2020minha estante
Quero muito ler!!


Roneide.Braga 29/07/2020minha estante
Adorei sua resenha. Quero muito ler ?


Cesinha ð 12/09/2020minha estante
Obrigado gente pelo carinho, o livro é ótimo!




Ulisses San 22/07/2024

Inocência Avassaladora.
Uma história densa contada por uma criança, creio que esta frase seja a mais adequada a esta obra. Um clássico, mas mantém sua atemporalidade.

O livro é divido em duas partes, narrada em primeira pessoa por Scout Finch, uma garota de apenas 08 anos.

Na primeira parte a história é demonstrada de forma leve, descontraída. Lembrando a infância de muita gente, seus perrengues, forma de pensar e como lidam com os adultos.
A Scout e seu irmão Jem se aventuram no pacato condado de Maycomb, e suas peripécias com os vizinhos.
A forma descontraída da narração da Scout tira certos risos do leitor.

Destaque também para o pai de Scout e Jem e sua forma não habitual (para a época) de criar os filhos. Um homem de valor, e que acima de tudo tentou de todas as formas demonstrar princípios aos filhos.

Na segunda parte, a história toma um tom mais sombrio, com um pano de fundo a discriminação de algumas regiões americanas com os negros.
A Scout durante sua narração dos fatos nós dá vários "tapas" na cara e em alguns momentos até emocionantes.

Um livro brilhante.

"Os senhores sabem a verdade: alguns negros mentem, alguns negros são imorais, alguns negros não merecem a confiança de ficar perto das mulheres, sejam elas brancas ou negras. Mas essa verdade se aplica à raça humana, sem distinção. "
Mireille 22/07/2024minha estante
Quero muito ler


Adriana791 22/07/2024minha estante
É um dos meus livros preferidos.


Ulisses San 22/07/2024minha estante
@Mireille, pode ler, ótima história.


Ulisses San 22/07/2024minha estante
@Adriana, difícil não favoritar um livro destes.




debora-leao 03/06/2024

A impotência do humano frente ao mundo e o que podemos fazer
Li O Sol é para todos para fugir de uma ressaca literária (a minha primeira) após ler Autran Dourado. Nada me parecia ser igual. Queria algo leve E realista, o que me parecia impossível. E foi aí que lembrei de O Sol é para todos.

Isso já deixa claro que entrei com expectativas. Não sobre a execução ou sobre profundidade, mas sobre ser algo leve mas não superficial. E o livro, mesmo assim, com tanta expectativa, não me decepcionou.

Sim, a obra é atual. Sim, ela é muito inteligente e sensível ao mostrar horrores e complexidades sociais pelo olhar de uma criança. Mas ela também tem algo de diferente: ela é misericordiosa. Ao fazer isso, ela te poupa. Ela permite fingir que você não entende o que está acontecendo.
Ela é misericordiosa na linguagem: é rápida, engraçada, ferina, no ritmo da fala. No ritmo da reflexão que vem do mundo aplicado. Scout pensa, reflete, mas o faz à flor da pele: sua reflexão ocorre enquanto ela anda, enquanto ela vê o mundo.

A história, ou seja, os eventos, o que acontece, é o mais importante nesse livro, mas eu destacaria também dois elementos de peso e muito idiossincráticos ao livro: o tempo, que é o tempo da infância, de longos períodos que passam rápido, e de pequenos momentos que são minuciosos, pormenorizados em nossa mente e em nossas lembranças... o livro faz isso também; e os pensamentos de Scout, que se misturam aos fatos, viram quase diálogo, enquanto os diálogos às vezes não revelam os pensamentos...

Amei os personagens de maneira geral. Atticus estará sempre em meu coração. Mas os demais também são reais em suas ficções: são partes de pessoas, são aspectos do humano, representam o conflito entre o mundo externo e interior, que muitas vezes apenas não sabe o que fazer, como ser. A tia de Scout, a vizinha, a professora, a vizinha idosa resmungona, a família Radley. Todos falam da nossa impotência na vida humana e de decisões difíceis que tomamos, mesmo quando são decisões impensadas, para lidar com o mundo dentro de nós.

Fica o aviso: apesar de recortado, os
acontecimentos do livro, contudo, são realistas. Você gostaria que terminassem de maneira diferente, mas é a vida como é. Não é só triste, é plausível. Continua cabendo a nós mudar isso e dar a chance da história ser apenas trágica um dia, quando o racismo deixar de ser uma questão. Mas hoje o que essa obra consegue fazer é falar do real sem deixar de ter esperança, falar do que é triste e também real antes dele ser inevitável, supremo, inexorável.

Que possamos todos olhar a vida como a Scout. Encaixar as coisas na sua justa medida, olhar as pessoas além das suas paixões, saber falar e saber não falar. Que não matemos um passarinho sem razão.
Débora 03/06/2024minha estante
Resenha impecável!??


debora-leao 03/06/2024minha estante
Obrigada, xará ???


DIRCE18 04/06/2024minha estante
Sua resenha me deu vontade de revisitar essa obra.


Vania.Cristina 05/06/2024minha estante
Excelente resenha, Debora! Amei.




eversincerafa 01/05/2020

Terminei de ler agorinha e já vim escrever sobre!
Sei que ele é um clássico e muitas vezes via as pessoas falarem bem dele, por isso não perdi tempo em ler quando tive a oportunidade. Eis minha confusão quando acabou sendo um livro que passou longe de ser meu favorito! Admito que esperava um pouco mais pela quantidade de coisas boas que as pessoas falam sobre este livro, mas mesmo assim não deixou de ser uma experiência boa lendo ele.

No começo fiquei um pouco confusa, mas conforme o decorrer do livro, você vai entendendo alguns pontos. Não é um livro que fala sobre racismo, ao contrário do que muitos dizem, mas é um livro que aborda o racismo na visão de pessoas brancas e eu acho que é uma experiência válida mesmo assim.

PS: É estranho que, no final de tudo, um dos personagens que mais gostei acabe sendo Arthur Radley?! hahaha.
Paulo Felipe 03/05/2020minha estante
Olá,estou com grande interesse em ler o livro....Queria saber,se a escrita é de fácil entendimento?


eversincerafa 03/05/2020minha estante
oi, paulo! tem algumas palavras difíceis mas nada muito grande. eu consegui ler normalmente, mas ás vezes, por ser um romance de época, pode ser um pouco maçante. mas eu gostei sim, vale a pena ler!


Paulo Felipe 03/05/2020minha estante
Muito obrigado ?


eversincerafa 03/05/2020minha estante
de nada!




Natália 12/03/2020

A história é narrada por Scout, uma menina de 8 anos, esperta e aguda, filha de um advogado designado para defender um negro perante o tribunal do júri, pela prática de um crime que não cometeu. A defesa do caso inflama a cidade contra o pai de Scout, Atticus, a figura que de tão lúcida e razoável pela paciência e contenção estóica, em muitas passagens de preconceito e injustiça flagrantes, nem parece gente de verdade e, por isso, é uma inspiração de resiliência e, de certa forma, fé na humanidade. De início, achei que a escrita em primeira pessoa, sendo a personagem principal uma criança, embora muito madura e avançada para a pouca idade e a época que retrata, seria um recurso narrativo utilizado para suavizar os contornos do julgamento, mas ocorre o oposto. A história deixa claro que apenas pessoas ainda não corrompidas pela sociedade são capazes de enxergar com clareza e ver de forma genuína onde há injustiça, e as únicas capazes disso, no cenário proposto, são as crianças. Sou suspeita, pois tenho um fraco por livros que falem da injustiça praticada por aqueles que deteriam, em tese, o poder de fazer a justiça, e esse é um deles. Realmente gostei muito.
Krishna.Nunes 12/03/2020minha estante
Por enquanto, esse foi o melhor livro que eu li este ano.


Natália 13/03/2020minha estante
Também gostei muito, Krishna. É daqueles livros que depois de acabados continuamos a pensar, né? Gosto muito de histórias que tenham por temática a justiça sendo injusta, sabe? Rs Mas o melhor do ano pra mim, até o momento, foi ?Ratos e Homens? do Steinbeck, não tem nada a ver com a temática da justiça, mas realmente tocou fundo.


Krishna.Nunes 13/03/2020minha estante
?Ratos e Homens? está na minha lista, mas não li ainda.


Natália 13/03/2020minha estante
Recomendo muito! Isso porque ainda não li o ?classicão? do Steinbeck que é Vinhas da Ira, mas tudo dele entrou pra minha lista. Rs Depois que ler me conta o que achou :)




Coruja 02/05/2017

Publicado no início da década de 60, no auge do movimento por direitos civis nos Estados Unidos, O Sol é para Todos é considerado um dos mais importantes romances do século XX e um pilar da própria identidade americana. É um livro que estava há bastante tempo na minha estante e ao qual vim dar prioridade mês passado, vez que ele foi indicado para debate no Clube do Livro - tendo rendido um dos melhores debates do grupo, com direito a risos nostálgicos e olhos embargados. E que também me fez criar uma nova categoria de livros na minha cabeça: a de “títulos que eu gostaria de ter lido na faculdade”, pois o romance de Harper Lee ensina mais sobre ética e justiça que muitos dos seminários que tive de assistir sobre o assunto quando estudante.

A história se passa numa cidade do interior do Alabama - Maycomb - abarcando um período de três anos no início da década de 30. Narrada por Jean Louise “Scout” Finch, que inicia a história com seis anos é primeiro uma série de aventuras de verão, com Scout seguindo fielmente o irmão mais velho, Jem e o melhor amigo, Dill nas tentativas de atrair para fora de casa o ermitão Arthur “Boo” Radley; para então se transformar num drama de tribunal cuja injustiça do veredicto contrasta com a figura calma e centrada do pai de Scout, o advogado Atticus Finch. O julgamento do negro Tom Robinson, acusado de estuprar uma jovem branca, Mayella Ewell (inspirado em fatos reais, no que ficou conhecido como Caso Scottsboro, em 1931) torna-se o centro da narrativa quando Atticus aceita defender o rapaz. Numa comunidade extremamente racista - estamos falando do interior sulista dos Estados Unidos afinal - essa decisão afeta as vidas de Scout e Jem, que a princípio não conseguem entender nem o porquê das acusações que sofrem nem os motivos do pai para ir contra o que o resto da cidade crê ser certo. Pouco a pouco, contudo, Scout começa a entender que Robinson foi acusado injustamente e que há muito mais acontecendo ao seu redor do que se aparenta.

Há quem critique a forma como Lee retratou os afro-americanos em seu romance, como ‘vítimas indefesas’ que precisam constantemente da proteção dos brancos. Talvez eu pudesse concordar que a tragédia de Robinson estava servindo apenas de escada para o desenvolvimento de Atticus não fosse o fato de que a história é narrada por Scout e isso dá um foco diferente para a narrativa: não se trata simplesmente de apresentar uma história sobre injustiça; mas de demonstrar a ideia de que preconceito é algo que se aprende, que se reproduz por exposição ao grupo, e que pode ser mudado, desaprendido quando confrontamos a realidade do medo do Outro, do diferente, do estranho - algo que é também explorado na curiosidade das crianças em relação a Boo Radley.

Scout entende que o que está acontecendo não está certo, mas ainda não tem compreensão do tamanho da injustiça que está sendo feita; mas é possível enxergar, em sua narrativa, o preciso momento em que Jem entende, em que sua inocência de criança termina. É quase possível ouvir seu coração se partindo quando o veredicto dos jurados é lido. Embora Scout amadureça ao longo da história, é Jem que faz de O Sol é para Todos um romance de mudança, ‘coming of age’.

O julgamento de Robinson é um aprendizado para as crianças, e o é, também, para a sociedade de Maycomb. Como bem observa Miss Maudie, embora o resultado não seja perfeito, é certo que Atticus, em sua defesa, fez os jurados - todos eles brancos - refletirem por um momento para além de seus preconceitos e criação. A justiça, aqui, não é um direito, mas um privilégio. Apesar disso, de um sistema criminal bastante imperfeito, ele ainda é a melhor alternativa. Do contrário, o resultado seria o linchamento público, o triunfo da histeria coletiva e do padrão moral da sociedade contra a consciência individual - e esse confronto gera uma das cenas mais impactantes do livro.

Nesse contexto, Atticus Finch é mais que um herói: é pilar de ética e moral de Maycomb, um dos bastiões do panteão literário americano. E ele conquista essa posição não com atos de grandiosidade, mas na consistência de suas atitudes. Atticus vive seus princípios no dia a dia e é isso, como nos observa Miss Maudie, que o faz admirável. A lição de Atticus para seus filhos e para os leitores do romance, é praticar a empatia, colocar-se no lugar do outro para enxergar a situação antes de começar a fazer julgamentos. É reconhecer que a vida pode não ser justa, mas que isso não nos exime de fazer o certo, ainda que seja doloroso.

A despeito das difíceis lições e do final agridoce, O Sol é para Todos é um livro que se encerra com esperança, que nos deixa com lágrimas, sim, mas também com um sorriso. É uma leitura que não queremos largar, que passa rápida e que nos força a refletir sobre nossas próprias atitudes e consciência. Em tempos de Lava-Jato e escândalos diários no noticiário, é uma lição valiosa sobre ética e justiça.

site: http://owlsroof.blogspot.com.br/2017/05/desafio-corujesco-2017-um-livro-que.html
Marcelo Caniato 02/05/2017minha estante
Olá Coruja, uma curiosidade: que Clube do Livro é esse? É algum grupo aqui no Skoob?


Coruja 02/05/2017minha estante
Não, o clube do livro é um grupo que se reúne presencialmente a cada dois meses no Recife.


Key 03/05/2017minha estante
Melhor resenha que li desse livro.


Cíntia Costa 10/03/2020minha estante
Ótima resenha.




Vic 06/04/2021

Amei, mas...
Terminei. Não entendi porque esse livro é visto como algo necessário no combate ao racismo, achei bem mediano nesse sentido, tocante, importante, mas bem rotineiro (posso estar falando besteira). E também não entendi o título em português. Matar um Rouxinol faz mais sentido. Enfim, livro incrível que me prendeu muito. Lendo-o lembrei de vários filmes, livros músicas e personagens que se basearam nessa obra, claramente um dos maiores clássicos estadunidenses. Amei!
Carolina.S.M 06/04/2021minha estante
Ajuda a entender pemsando que esse livro foi lançado em 1960, período da luta pelos direitos civis pela população negra nos EUA... também tem o mito do homem negro estuprado, uma construção mto forte e intencional feita pra aterrorizar as mulheres brancas. Muitíssimos homens negros foram presos lá acusados de estupros que não cometeram, unicamente por causa desse mito. Isso vai ser abordado pelo James Baldwin no Se a rua Beale falasse, muitas décadas depois, mostrando a força do encarceramento dos homens com base nessa alegação. Quanto ao título, não sei ao certo, mas me evoca a ideia de "o sol nasce para todos, mas brilha para poucos"...


Vic 06/04/2021minha estante
Obrigado, Carolina! Me ajudou a esclarecer muitas dúvidas à respeito do sentido de algumas passagens do livro.


Carolina.S.M 06/04/2021minha estante
Que bom! Vc já viu o filme? Eu gostei bastante; é das antigas, em preto e branco.


Vic 06/04/2021minha estante
Não! Sabe onde acho fácil?




oz. 19/06/2023

"Para começar, este caso não deveria ter ido a julgamento. É tão simples quanto preto no branco."

Uma história sobre a desigualdade racial em uma sociedade baseada na ideologia supremacista branca. Além do racismo cru presente na narrativa, são tecidas críticas aos modos sociais de uma cidade dos Estados Unidos na década de 1930, desde a injustiça judiciária ao conservadorismo da época.

Aqui, temos a perspectiva de Scout. Ela começa a contar fatos a partir de seus 7 anos de idade, e na medida que segue sua narrativa, podemos vê-la tentando entender todas as questões daquela comunidade, mesmo sua compreensão sendo finita a de uma criança. Tendo um pai pendendo para o lado do liberalismo, Scout se vê em conflito com seu papel como dama, afinal, ela ainda não entendia como as mulheres eram privadas socialmente. Nisso, existe um momento no qual percebe que não teria escolha, ela acabaria como uma dama de qualquer maneira e abandonaria suas amadas calças.

É um livro marcante, mesmo sem grandes reviravoltas. O esperado é o que acontece, pois os acontecimentos se passam em uma cidade onde os cidadãos não adotam "escrúpulos".

O livro tem várias situações as quais Scout presencia que nos faz refletir. Porém, a maior concentração da trama está no julgamento de um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca. Nesse meio tempo de interrogatório no tribunal, Atticus - o advogado de defesa do réu - apresenta argumentos tocantes que nos faz esperar que o acusado seja absolvido. No fim, o racismo é mais audível. "To Kill a Mockingbird".

Uma história excepcionalmente bem escrita, impactante em cada palavra. Quando parei para pensar que a obra foi publicada originalmente em 1960... cara, é muito surreal, porque reflete nossa atual sociedade.
Paula1735 19/06/2023minha estante
?Bela Resenha ;)


Paula1735 19/06/2023minha estante
?Bela Resenha ;)


oz. 19/06/2023minha estante
fico feliz que tenha gostado :)


Regis2020 20/06/2023minha estante
Sua resenha ficou perfeita! ????




Juliete Marçal 10/07/2020

"Só existe um tipo de gente: Gente."
"O Sol é para todos" nos transporta para o sul dos EUA no início dos anos de 1930, quando o país passava pelos efeitos da Grande Depressão e sentia os conflitos de uma sociedade pós-escravagista. A história se passa em Maycomb cidadezinha situada no Alabama e retrata de forma crítica o ser humano e seus preconceitos, dogmas e crenças enraizados.

"A única coisa que não deve se curvar ao julgamento da maioria é a consciência de uma pessoa."

Acompanhamos o cotidiano de Scout, uma menina de seis anos de idade que cresce junto com a história, assim como o seu irmão Jem. Mas será através dos olhos dela e sua narrativa que vamos saber todos os acontecimentos da história. Até certo ponto, o fato mais impressionante no dia a dia de Scout, é o seu vizinho que nunca sai de casa, e isso muda a partir do momento que o seu pai Atticus, um advogado, é designado para fazer a defesa de um homem negro. Porém, a sociedade da "época" extremamente preconceituosa e racista já considerava esse homem culpado antes mesmo de acontecer o julgamento, apenas pela cor da sua pele. Assim, os irmãos Flinch passam a ser hostilizados na escola e o pai deles enfrenta represálias da comunidade racista quando assume a defesa de Tom Robinson. Vemos as crianças crescendo em uma sociedade injusta e preconceituosa, conhecendo o pior das pessoas: o preconceito, o racismo, a crueldade e a hipocrisia.

"Se existe um tipo de gente, por que as pessoas não entendem? Se são todos iguais, por que se esforçam para desprezar uns aos outros?"

A delicadeza da narrativa vinda de uma criança torna esse livro único e especial. A inocência de Scout e seu irmão mais velho Jem, junto com a sua visão do próprio pai trouxe momentos emocionantes e uma certa leveza para a leitura, apesar de falar de assuntos sérios. Outro ponto que vale destacar da obra são as falas do Atticus e os ensinamentos dele aos filhos. Harper Lee não nos deixa sem esperança, ao vermos a educação que Atticus dedica aos filhos, o que fortalece a ideia de que, apesar de tanta maldade, sempre há esperança no meio do conflito.

"Coragem é fazer uma coisa mesmo estando derrotado antes de começar - prosseguiu Atticus. - E mesmo assim ir até o fim, apesar de tudo. Você raramente vai vencer, mas às vezes vai conseguir..."

A autora não traz uma história apenas sobre preconceito racial, mas também trata o preconceito de uma forma bem ampla e faz o leitor refletir sobre o conceito de justiça. Infelizmente, a desigualdade e a injustiça social, o racismo e o conceito de supremacia racial não ficaram no passado. E mesmo sendo uma obra fictícia, "O Sol é para todos" consegue de maneira dolorosa descrever o racismo socialmente aceito naquele recorte histórico. Por ser contada através dos olhos de uma criança, a narrativa parece um pouco mais leve, mas, ainda assim, o leitor pode ficar em certos momentos emocionado diante da inocência de uma criança que não teve o olhar corrompido, e portanto, apenas consegue enxergar que "só existe um tipo de gente: Gente".

"O Sol é para todos" é agora um dos meus livros favoritos! A Scout é inesquecível!

^^
Deni Cruela 11/07/2020minha estante
Esse vou ler!!!


Juliete Marçal 11/07/2020minha estante
Leia! ;)
É um livro que desperta muitas reflexões!
A primeira parte pode parecer um pouco lenta, mas não deixa de ser emocionante e a partir da segunda não dá mais pra largar o livro!
Super recomendo! ?


Juliana Rodrigues 12/07/2020minha estante
Muito amor por esse livro! ??

Amei a resenha ?

Vontade de ler novamente hahaha


Juliete Marçal 12/07/2020minha estante
Obg, Juliana! ?
Com certeza eu vou reler algum dia! ?
Hahaha ??




Nado 14/09/2020

Traído pela expectativa
Mais uma vez fui traído pela minha alta expectativa. O livro é ótimo, leitura atemporal e necessária, ainda mais quando o tema está mais em alta do que nunca.
A obra traz uma comovente história que infelizmente ainda acontece MUITO na sociedade atual.
Porém, eu fui com alta expectativa para a leitura de uma história que só começou a acontecer de verdade na página 200 e "terminou" apenas 100 páginas depois.
Nanda.Fagundes 15/09/2020minha estante
Foi exatamente isso que aconteceu comigo. O livro é ótimo, mas eu tinha outras expectativas.


Nado 15/09/2020minha estante
Que bom saber que não estou sozinho nessa. É isso mesmo, o livro é bom, mas dependendo da expectativa criada... a experiência pode ser outra. Mas recomendo muito.


Indjeans 15/09/2020minha estante
Eu achei bem divertido e fofo a introdução das crianças, e acho bem importante ter a noção de que é um livro narrado sob a visão simples e infantil de uma criança. E te garanto que tem bons conteúdos nessas pgs sem história klkkk


Nado 15/09/2020minha estante
Sim, tem um ótimo conteúdo e importantíssimas mensagens e interpretações nessa história que a própria sinopse já diz que é narrado por uma criança. Porém, eu fui com outra vibe e expectativa pra leitura e me decepcionei nesse quesito. No mais, é uma leitura maravilhosa.




Carolina.Romeo 09/04/2021

Um clássico
Toda vez que eu leio um clássico eu penso "ah, por isso que ele é clássico". Esse foi o primeiro livro que eu li e que realmente me escorreu uma lágrima como quando eu vejo uma série ou filme. Ele não é um livro extremamente triste, mas a autora sabe muito bem tocar os sentimentos com as palavras. Gostei muito.
Thalia.Silva 09/04/2021minha estante
Mds , um livro bastante aclamado que eu ainda não li, sou aquela julgadora de capas....não gosto dessa, mas tem em outra edição e a história é extremamente necessária!


Isabela 09/04/2021minha estante
Thalia, esse livro a gente julga (eu pelo menos heheh) pelo nome que parece frase motivacional. Mas a tradução é ruim, o nome original é "to kill a mockingbird" que significa "matar um passarinho".


Isabela 09/04/2021minha estante
Entendo muito essa sensação de "ah, por isso que ele é clássico" ?


Thalia.Silva 09/04/2021minha estante
Skkakakakaka , psé, a tradução original é bem mais interessante




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