O gênio e a deusa

O gênio e a deusa Aldous Huxley




Resenhas - O Gênio e a Deusa


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dani y 18/10/2024

"E esta é a biografia oficial?"
"A ficção oficial", corrigiu. "Um inesquecível retrato melodramático do cientista ? você conhece o tipo ?, o bebê babão de intelecto gigantesco; o gênio enfermiço combatendo impávido as enormes adversidades; o pensador solitário que não obstante era o mais afável homem de família; o alheado professor que andava com a cabeça nas nuvens mas tinha o coração no devido lugar. Os fatos, infelizmente, não eram assim tão simples."
"Está dizendo que o livro contém imprecisões?"
"Não, até aí é tudo verdade. Depois, é tudo bobagem ? ou melhor, é inexistente. E talvez" , acrescentou, "talvez tenha que ser inexistente. Talvez a realidade completa seja indigna demais para ser registrada, insensata demais ou horrível demais para permanecer desficcionalizada. Mesmo assim, é exasperante; para quem calha de conhecer os fatos, é até ofensivo ser bombardeado com tanto melodrama."
"Então você vai nos dar a versão correta?", presumi.
"Para o público? Deus me livre!"
"Para mim, então. Confidencialmente."
"Confidencialmente", repetiu ele. "Afinal de contas, por que não?" Deu de ombros e sorriu. "Uma pequena orgia memorialística para celebrar uma de suas raras visitas."
"Quem o ouve pensa que se refere a uma droga perigosa."
"Mas é uma droga perigosa", respondeu. "A gente se
embriaga de memórias assim como se embriaga de gim ou de amobarbital."
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Fernanda.Canseco 22/07/2024

É um devaneio erudito, romântico e ritmado. O tamanho é uma delícia e o desfecho tem um engate maravilhoso. Talvez eu esteja sendo precipitada, pois o meio da leitura não foi tão anuviante, mas estou afligida pelo final repentino, então é isso
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Mare25 13/06/2024

Penúltima das doze ficções de Aldous Huxley
?"O problema da ficção é que ela faz muito sentido. A realidade nunca faz sentido". Cintando essa frase, John Rivers atiça o leitor ao iniciar o relato sobre seu relacionamento com um dos mais relevantes físicos da época, Henry Maartens e sua esposa, Katy; a qual para o brilhante físico era mãe e amante, entretanto para o jovem e aprendiz cientista era uma deusa, a quem amava metafisicamente.
?Narrado em primeira pessoa, cujo enredo o leitor acompanha o protagonista analisando, com brevidade, numa noite de natal, os fatos ocorridos no pretérito; expondo seu ponto de vista sobre aquele período em que residiu no domicílio do seu mentor e coabitou com sua parentela. Em várias passagens John Rivers ironiza a intelectualidade, indaga-se e faz com que o leitor também se indague acerca da lisura dos credos e princípios.
?Curiosíssima tenho ficado para realizar as leituras desses livros não famosos do autor, sobre os quais sequer li comentários ou visualizei nas livrarias. E você já leu outra obra do autor além de "Admirável Mundo Novo"? ?
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Diego627 10/06/2024

Mais um do mestre
Livro é contado na perspectiva de dois colegas, um narrando e outro ouvindo, ele conta sua experiência com uma família com a qual passou um tempo. E temos um final um tanto inusitado.
Livro rápido de ser ler, porém difícil pra quem não tem hábito de leitura e nem conhece o autor.
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Ize 14/02/2024

Rivers era um jovem acadêmico de 28 anos, refém de uma educação sufocante por parte de sua mãe. Ele era dividido entre ela e os princípios e exatidões da física enquanto ciência quando é indicado por um antigo orientador para vaga de assistente no laboratório de Maartens. É a deixa para ganhar o mundo é então que sua história começa.
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Elaine Messias 24/10/2023

Memórias ficcionais
"O problema da ficção (?) é que ela faz muito sentido. A realidade nunca faz sentido." Com essas palavras, o personagem e narrador John Rivers inicia O gênio e a deusa, um dos últimos romances de Aldous Huxley.
Há trinta anos, êxtase e tormento tomaram esse jovem e inexperiente cientista - filho único, educado pela mãe viúva dentro de rígidos princípios morais e religiosos -, arrancando-o da imbecilidade da candura para algo que lembrava melhor a forma humana. Na época, ele era pupilo de Henri Maartens, o gênio: físico ilustre, prêmio Nobel, dotado ao mesmo tempo de uma personalidade infantil e de um temperamento explosivo que o tornam completamente dependente de sua esposa, Katy. Esta, que para o brilhante físico era também mãe e amante, para o jovem cientista era uma deusa, a quem amava de modo metafísico, quase teológico.
Agora, na noite de Natal, enquanto seu neto dorme no andar de cima, John Rivers corrige a
"ficção oficial" sobre a vida de Henri Maartens, ao contar sua versão da época em que viveu na casa de seu mentor e conviveu com sua família.
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Duarda10 09/01/2023

Shakespeare gostaria de ler esse livro
Um clássico de narrativa única e direta. Sem capítulos, uma história com muitos detalhes e conversa que te prende. Huxley retrata a verdade nua e crua em muitas famílias. Um romance proibido que termina em uma tragédia shakespereana. Eu adoraria tomar uísque e fumar um cigarro com Rivers e falar da vida e trocar experiências.
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Teteu 22/11/2022

?O problema da ficção (?) é que ela faz muito sentido."
Ao início do enredo, acompanhamos John Rivers, um senhor já de idade que ao receber a visita de um amigo, vai então contá-lo de forma mais aberta sobre sua relação com a família Marteens.
A trama retratada vai ser passar décadas antes, quando John recebe a oportunidade de estudar numa universidade que ele desejava. Não bastasse isso, teve também a chance de morar e ser acolhido na casa de seu mestre, o gênio Henri Marteens.
Na casa de Henri, um longo fio irá se passar para que você possa acompanhar bem de perto.


Uma questão que eu adorei sobre o gênio e a deusa é o caráter questionador. Ter em mente um rapaz jovem e, de certa forma, inocente vindo de família religiosa (seu pai era pastor) se juntando à uma família que seria quase o posto disso gera perguntas sobre a vida, sobre amor, sobre fé, e uma séries de outras questões que ao meu ver, ganham uma construção ao mesmo tempo complexa e brilhante nas mãos de Aldous Huxlery.

E mesmo que haja de fato muita reflexão, a trama não perde em nada, é dramática e instigante na medida certa.

Recomendo demais!
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Liz Silva 23/06/2022

A ficção é muito mais real do que a própria realidade
História simples e de leitura fácil, porém repleta de sutilezas.

A escrita sofisticada de Huxley nos apresenta a ficcionalização da vida cotidiana em uma história sobre valores, moralidade, família, sexo, religiosidade, relacionamentos, dependência emocional, ciúmes, admiração e muito mais.

Ao fim, percebemos que os gênios e as deusas são ficções, sendo grandiosos justamente por sua humanidade, mas sempre sujeitos às fragilidades e fraquezas do humano.
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Lrfatima 24/04/2022

Tão sem noção que parecia que eu tava chapada
Gente que surto foi esse? No começo não entendi nada e no final parecia que tava no começo, alguém me devolve as 3 horas que gastei lendo isso
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Gabi 27/07/2021

Uma feliz surpresa
Primeiro vez que leio uma obra do Huxley, o livro trata sobre um dos assuntos que mais me interessam, valores e moralidade. Gostei muito da trama familiar.
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Marlo R. R. López 31/03/2021

Leitura ótima!
Aqui temos um livro que é menos um romance e mais uma novela: 120 páginas, narrativa direta de um só fôlego, ausência de capítulos ou pausas e pouquíssimos personagens. Trata-se de uma grata surpresa para os fãs do criador de 'Admirável mundo novo' e pode ser facilmente considerada uma pérola escondida na vasta obra do escritor inglês.

A trama é simples: dois homens, velhos amigos, se sentam à beira de uma lareira na véspera de Natal, bebericando scotch, e um deles, o dono da casa, se propõe a narrar um período muito particular de sua juventude: a época em que viveu na casa de Henry Maartens, um brilhante físico que era também seu orientador de pesquisa. O fato é que a permanência do rapaz na casa do eminente professor lhe dá a oportunidade de se envolver com toda a família que mora lá: a esposa e bela matriarca (a deusa do título), a filha do casal (uma adolescente metida a poetisa), o pequeno caçula e a empregada doméstica. Esse envolvimento com pessoas tão diferentes do mesmo núcleo familiar dá o tom da história e dos conflitos da trama, que vão crescendo em espiral.

O livro é um estudo delicioso sobre conflitos familiares, puberdade e comportamento moral. Assim como em grande parte de seus outros escritos, aqui temos um Huxley que se propõe a criticar aquele intelectualismo pomposo que descamba para uma falta total de inteligência prática para enfrentar os problemas da vida. Embora curto, o livro é profundo e rende excelentes reflexões sobre as relações humanas e os determinantes de nossas condutas - meu exemplar está todo sublinhado.

Publicado em 1955, 'O gênio e a deusa' foi a penúltima das ficções do autor, que morreu em 1963 (a última seria 'A ilha', um ambicioso libelo utópico).

Vale a leitura, tanto para quem já está familiarizado com o autor quanto para quem está conhecendo sua obra agora.
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Juliana 22/03/2021

Transformação de um homem
Creio que muitos já ouviram falar de Aldous Huxley, cuja obra principal como escritor é o livro Admirável mundo novo, uma distopia incrível que tive o prazer de ler. Confesso que esperava algo parecido, porém O gênio e a Deusa é um romance totalmente diferente, com um estilo de escrita mais rebuscada mostrando que o autor evoluiu em suas obras posteriores.
O enredo conta a estória de John Rivers, um jovem pesquisador que vivia com sua mãe viúva, extremamente religiosa na qual obrigava o filho a viver nos preceitos morais e religiosos.
John recebe uma oportunidade de viver e trabalhar com a família de Henri Maartens um gênio ganhador do prêmio Nobel de física.
Ao se deparar morando com os Maartens, John começa a questionar os valores que foi imposto durante sua vida, já que os Maartens eram uma família nada ortodoxa. A "Deusa" expressa no título é comparada a figura da Sra. Maartens (Katy), no qual John a vê como algo santificado, uma Deusa do Olímpio e se apaixona de forma platônica. Katy além de ser representada como figura de uma Deusa, é também o alicerce da família, cuidando e educando seus filhos e zelando pelo seu marido. Um evento inesperado ocorre e Katy precisa partir e deixar sua família por um tempo, nesse momento que Jonh repara que sem a presença de "sua Deusa", a família começa a ruir, Henri apesar de ser dotado de um intelecto genial não passa de uma personalidade infantil e mimada, que sem a esposa não tem a capacidade de cuidar das crianças e da casa, de forma que adoece propositalmente. As crianças sem a figura da mãe por perto se tornam desordeiros, e John sem a figura celestial fica sem bases para segurar essa situação.
Bom, não irei me aprofundar nos detalhes, mas é com essa retórica mesclando preceitos filosóficos com dogmas teológicos que o autor constrói um romance cheio de simbologias sobre a transformação de um homem contrapondo sua fé
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Nati 18/02/2021

Confuso
Minha primeira experiência com o autor. Achei denso, porém válido. O final é meio triste mas não vou dizer que é imprevisível.... em alguns momentos eu achei a leitura chata, porque na verdade eu achei o narrador chato! Eu podia ouvir a voz dele meio monótona, arrogante, irritante em alguns momentos... enfim, acho que vou ter que pegar nesse livro daqui a alguns anos pra ter outro ponto de vista.
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