Fran 19/10/2012Um país sem degolados!
Quinze anos desde o golpe militar, Augusto Pinochet ainda está no comando do Chile. Desaparecidos, presos e assassinatos sem explicação. Uma população apática e silenciada.Sobre forte pressão internacional, o ditador anuncia um plebiscito onde a população poderá decidir se ele, Pinochet, concorrerá ou não a um novo mandato. É o ano de 1988.
Este é o pano de fundo do livro de António Skármeta. Um período decisivo na história do Chile contado sobre o ponto de vista de duas famílias.
A história se inicia com Nico Santos, que narra à prisão de um professor de filosofia enquanto dava sua aula. Rodrigo Santos, seu pai. Esse tipo de prisão era comum no país. Sem ter o que fazer e já orientado por seu próprio pai ele segue o silogismo Baroco, combinado entre eles. Telefona para dois números que, já os sabia de cor, e fala com pessoas de quem jamais ouviu falar contando o que aconteceu. Agora restava apenas esperar e tentar seguir com sua vida da forma mais normal possível.
“- Pode-se dizer que nós, chilenos, somos na ditadura de Pinochet como os prisioneiros da caverna de Platão. Olhamos só as sombras da realidade, enganados por uma televisão envilecida, enquanto os homens iluminados são trancados em calabouços escuros.”
Nico é um adolescente de dezessete anos cursando seu último ano no colégio. Ele tem uma namorada, Patrícia Bettini, a qual vai apoiá-lo nesse período. Seu maior desafio é tentar encarar toda aquela situação com a normalidade exigida por seu pai.
Paralelo a isso é anunciado o plebiscito. Entra na história Adrián Bettini, publicitário renomado antes do golpe militar. Era a favor do governo de Salvador Allende. Desde que foi instaurado o regime ditatorial de Pinochet está desempregado, fazendo parte de uma lista negra que circula pelo país impedindo que, ele e outros mais, consigam emprego.
Ele também é pai de Patrícia Bettini, namorada de Nico. Com o plebiscito, Bettini é convidado a assumir o comando da campanha do “Não” a Pinochet. Ele terá quinze minutos na televisão contra os quinze anos de ditadura.
“Havia remado contra a sensatez e a sua certeza de que desta vez David não venceria Golias. Que a força da poesia era menor do que a do pulmão de um canário e, portanto, não conseguiria ferir o ogro.”
O Dia Em Que A Poesia Derrotou Um Ditador irá falar de um povo apático, sem esperanças. Onde a maioria já havia desistido de lutar. Bettini tem nas mãos a responsabilidade de convencer essa população a reagir, tirá-los da estagnação.
O romance é narrado em primeira e terceira pessoa, alternadamente.
Em primeira pessoa quando é narrado por Nico Santos que, fala sobre seu pai, seu relacionamento com Patrícia e a escola. Como viver aos dezessete anos em meio a uma ditadura? O autor...
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