Márcia 06/12/2009 Um romance delicado e reflexivoPara Sempre Alice foi amor à primeira vista. Literalmente. Quando vi a borboleta azul na capa, tão delicada e feminina, logo me encantei e não descansei até levá-la para casa. E não poderia haver capa mais apropriada.
É uma leitura apaixonante. Importantíssima para pessoas que conhecem e/ou convivem com a doença de Alzheimer. O texto da autora é envolvente, nos contando de uma maneira prática todos os sintomas da doença que acabariam por levar Alice ao fim de sua jornada como grande e conceituada Dr. de Psicologia em Havard. Uma mulher forte, com uma familia tradicional, filhos criados e um casamento de anos já um pouco desgastado pelo tempo, porém, de amor, que de repente vê tudo o que acredita ser desmoronar.
Imagine de repente saber que amanhã você pode acordar sem saber onde está, não ter noção de tempo nem de espaço, SABER que pode acordar um belo dia e simplesmente nada fazer sentido. Absolutamente nada. As coisas que você tanto aprecia - lamber um sorvete de casquinha pelas beradas; correr sozinha, livre, pela praia; ler seus romances prediletos; fazer planos para o futuro ao lado de quem ama. Imagine SABER que vai perder tudo isso e que vai continuar vivendo e nem sentirá falta de nada. Num futuro assustadoramente próximo.
Para Sempre Alice fala mais do que somente na doença de Alzheimer. Fala de como o ser humano, que por mais sofisticado, controlado e inteligentes que sejam, sempre pode perder tudo. de uma hora pra outra podemos perder tudo o que achamos importantes.
Por isso, é importante admirar muito aquilo que não é importante pro dia-a-dia. É mais importante executar os planos que fazê-los porque na data daquela viajem tão esperada por tanto tempo, podemos não estar mais lúcidos para apreciá-la como antes.