Esconderijos do Tempo

Esconderijos do Tempo Mario Quintana




Resenhas - Esconderijos do Tempo


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Arsenio Meira 30/06/2014

."... o destino daquelas nossas primeiras viagens era sempre o horizonte."

Mario Quintana nunca seguiu as modas literárias. Ele sabia que nunca sairá da moda o poeta que estiver despido, ou seja, quem estiver apenas comunicando-se através da sua própria verdade, com arte. Esse é o motivo que chancela o autor a não considerar mais ninguém no momento da sua (re)criação:

"...muita vez o poeta é induzido a modas, quando na
verdade não há nada tão ridículo como os figurinos da
última estação. Só nunca sai da moda quem está nu."

Ou, escaldado pela fina ironia, sem levar-se a sério, soube dizer aos denominados poetastros:

"Esses poetas que tudo dizem
Nada conseguem dizer:
Estão fazendo apenas relatórios... "

Manuel Bandeira, Cecilia Meireles, Vinicius de Moraes, Paulo Mendes Campos e Carlos Drummond de Andrade conseguiram arrancar o poeta de sua querida Porto Alegre, ainda que por poucos e raros momentos. Mas cada um desses nomes estelares, reconheceu em Quintana um irmão. Aprovação da crítica? Ora, com o reconhecimento do pessoal citado acima, a crítica é que foi reprovada.

Fez poemas banhados de delicadeza, em cada palavra que tocou soube transportar essa espécie de signo que só os poetas parecem possuir. Em cada verso tecido na penumbra que ele tinha por companheira , a espontaneidade de um sentimento atemporal: bem-querer. Ajudou-nos a compreender os mistérios da vida e da morte, provocando-nos a buscar reflexões que só nós podemos resolver. Ora, se o texto não nos ajuda a pensar e a resolver os seus enigmas,será simplesmente um amontoado de palavras sem utilidade. O poeta gaúcho foi um grande observador do mundo, das coisas e dos pequenos (sempre grandes) gestos.

Deu luz a esse mundo segundo a sua sensibilidade, ou seja , segundo a sua percepção da realidade. Ele apalpou a realidade,entendeu o caminho e foi essencial. E ainda lecionou sem saber e sem pedir nada em troca:

"Um poema não é quando páras no fim,
porque um verdadeiro poema continua sempre...
Um poema que não te ajude a viver e não saiba
preparar-te para a morte
não tem sentido: é um pobre chocalho de palavras!"

Eis Mario Quintana e o seu modo de fazer poesia. Como se diz: um poeta definitivo.
Ren@t@ 30/06/2014minha estante
Uma bela resenha!


Renata CCS 04/07/2014minha estante
De Quintana, apenas li poemas soltos, encontrados aqui e ali... e este livro está na minha lista há alguum tempo. Sua resenha só veio confirmar que é leitura obrigatória para amantes de poesia!


Arsenio Meira 04/07/2014minha estante
Para as duas Renatas: não percam tempo! Quintana fascina pela simplicidade; seu próprio semblante foi um reflexo da poesia que escreveu: em silêncio, com tons sutis, sem estardalhaço (no entanto aqui e ali, alguns estilhaços...) e delicados, ora azuis, ora cinzentos, ora irônicos, sobretudo amorosos, saudosos de si próprio, o olhar voltado para as coisas que achamos banais, mas que nas mãos de um poeta como ele, jamais são. São raríssimas. Abraços


Maria Ferreira / @impressoesdemaria 06/07/2014minha estante
Ah, Arsenio! Como me encantam suas resenhas! São verdadeiros manuais de sensibilidade, essa não foge à regra.
Gostei do seu "poetastros".


Arsenio Meira 06/07/2014minha estante
Maria, obrigado!
A sensibilidade é ainda maior de quem lê e é tão generosa como você. Um beijão


J@n 07/07/2014minha estante
Suas resenhas são tão poéticas que dá vontade de comprar todos os livros que você comenta aqui!


Arsenio Meira 07/07/2014minha estante
Janine, obrigado pelo seu olhar generoso. O Quintana é desse poetas únicos, que marcam a gente, e não saem mais das nossas vidas. Grande Abraço. Arsenio




Cleber 04/01/2023

Poesia de Quintana
Como não gostar e apreciar a poesia do Quintana? Com palavras simples ele nos faz refletir e nos deleitar. E como disse a Clarice - "Que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de muito trabalho".
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Alberto 25/01/2022

Reflexões sobre o tempo
Eu achei este livro mais reflexivo que outros que li do autor. Talvez pela questão do tempo abordada e da maturidade de Quintana. O cotidiano ainda aparece e a linguagem, como sempre, é bem acessível.
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Katia Rodrigues 21/03/2021

Há um grande silêncio que está sempre à escuta...
O descortinamento do dia a dia, a mistura de tendências estéticas, o que acaba por resultar em um certo efeito humorístico bastante peculiar, um lirismo alicerçado na subjetividade do senso comum, são alguns dos traços que marcam a poesia do poeta do cotidiano.

Seus versos domésticos, por assim dizer, são encantadores, reflexivos e ao mesmo tempo carregam um tom irônico que, na minha interpretação, não causa distanciamento, ao contrário, acolhe. Seus versos deslocam o nosso olhar do macro para o micro.

Bilhete
Se tu me amas, ama-me baixinho
Não grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...

Esse singelo volume é uma excelente pedida para aqueles que querem desanuviar a mente e acalentar o coração em tempos tão opressores.
Guilherme.Maia 22/03/2021minha estante
Que resenha ?


Katia Rodrigues 22/03/2021minha estante
Valeu, Gui ? Suas resenhas são uma inspiração pra mim.




Max 10/04/2024

Um fofo...
Quando da primeira vez que li seu mais famoso poema o "Poeminho do Contra" que diz assim:
"Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!"
Foi amor à primeira vista, como acessório vinha também aquele seu olhar de criança e bochechas de neném, Quintana sempre foi uma fofura, uma figura!
Nesse livro, de poeta maduro, fala das coisas findas, daquele seu jeitinho conciso.
Adorável!
Léo 11/04/2024minha estante
Só li um poema dele quando estava na escola, acho que o nome é Esperança.
Gostei da resenha, Max! ?


Max 11/04/2024minha estante
Obrigado, Léo!


Fabianne 15/05/2024minha estante
Adoro suas resenhas. Leio todas.


Max 16/05/2024minha estante
Que honra, Fabianne!
Obrigado!?




Dani 22/03/2021

Poesia
Não costumo ler muito poesia, mas esse livro é ótimo. Com uma leitura fácil e rápida.
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Quinho1 14/04/2024

Pô, Mario Quintana é um poeta tão honesto, tão claro, tão sincero. Ele não te esconde o tema, a mensagem do poeta, ele enfeita até determinado ponto evitando tirar a clareza dos seus versos. Ninguém vai ler o autor e precisar da ajuda de um especialista para entender o que o poeta quis dizer e isso não é demérito, é o estilo dele, o que conta é o conteúdo, é os versos que vem como um aconselhamento de praticamente um amigo.
E imaginar que não foi chamado para a Academia Brasileira de Letras só depõe contra a academia!
Quinho1 14/04/2024minha estante
Se o poeta falar num gato

Se o poeta falar num gato, numa flor,
num vento que anda por descampados e desvios
e nunca chegou à cidade...
se falar numa esquina mal e mal iluminada...
numa antiga sacada... num jogo de dominó...
se falar naqueles obedientes soldadinhos de chumbo que
[morriam
de verdade...
se falar na mão decepada no meio de uma escada
de caracol...
Se não falar em nada
e disser simplesmente tralalá... Que importa?
Todos os poemas são de amor!


Max 14/04/2024minha estante
Ótima, resenha!




Luisa Cruz 03/11/2021

Perfeição
O poeta que mais me cativa com certeza é o Mário Quintana! Como sempre ele conseguiu tocar com suas palavras,me fazer rir e sentir exatamente o que ele esperava dos leitores. Amo demais!
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Jujubinha0 18/01/2022

?Um velho relógio de parede numa fotografia ? está parado??

Fiquei decepcionada, esperava mais, bem mais deste autor. Vou dar outra chance lendo outra obra dele.
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Maisa 22/02/2023

A Simplicidade de Quintana
Quintana é considerado o poeta da simplicidade, e como a simplicidade é cativante através de sua poesia, esse fato foi o que sempre me encantou e me conectou em suas obras, e essa não poderia ser diferente.
Em Esconderijos do Tempo, temas corriqueiros como a vida, o tempo, o amor e a morte são tratados com genialidade e o que seria óbvio nos é entregue em uma roupagem única alá Quintana.
Os meus poemas favoritos desse livro são:
? Bilhete
? Seiscentos e sessenta e seis
? Inscrição para uma lareira
? As mãos de meu pai
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bazola 15/05/2021

sinto-me supreendida, com a linguagem bem compreensível, assim como todo o livro, poesias que tratam sobre a vida, o cotidiano, o próprio poema. é repleto de figuras de linguagem, mas não o deixa um livro cansativo, pelo contrário, bem gostoso de ler. vale a pena.
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João Lucas 14/04/2020

O 1º lido do Mário Quintana
Os poemas deste livro são curtos e cheios de sentimentos. Gostei do que li e gostei mais ainda de saber que o Mário Quintana era fã de Ray Bradbury. Tão fã que fez até poema para o autor. O livro é curtinho, você termina em poucas horas e ainda fica com o gosto de querer mais.
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Beto | @beto_anderson 25/09/2020

Mario Quintana
A delicadeza de falar de amor, das pessoas, da vida. O livro traz alguns belos poemas que mostram a genialidade do autor.
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david andriotto 26/08/2021

que importa restarem cinzas se a chama foi bela e alta?
quintana foi o poeta mais importante em minha vida e estou tentando gabaritar a obra dele, esta já é de 1980.

neste, "bilhete" e "elegia número onze" são meus favoritos.
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julia6248 02/04/2021

Um lindo livro de poesias. Mário Quintana te faz olhar de fora o que é óbvio, para descobrir coisas novas. O significado dos Esconderijos é o mais interessante da obra.
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