Thaisa 05/08/2024
Após um asteroide passar muito perto da Terra em 2077, desencadeando diversas catástrofes naturais, danificando a audição de muitas pessoas e causando até mesmo mortes, líderes de múltiplas nações resolvem criar a Guarda Espacial, um grupo formado por astrônomos cujo objetivo é observar o universo afim de evitar novos desastres.
Depois de 50 anos, a Guarda descobre um novo objeto celeste que parece ser um asteroide e não está tão longe da órbita terrestre... Mas o mais intrigante é sua forma perfeitamente cilíndrica e com o núcleo oco. É então que descobrimos que este objeto, batizado de Rama, é, na verdade, uma nave alienígena.
Após chocantes descobertas, um grupo de exploradores é mandado até o local para desvendar os segredos que Rama guarda em seu interior - mas eles não estão preparados para o que vão encontrar...
Arthur C. Clarke é meu autor de ficção científica favorito e, apesar de "Encontro com Rama" ser o livro que menos gostei dele, ainda assim foi simplesmente maravilhoso!
É única a forma como Clarke consegue capturar e demonstrar o medo do desconhecido, os conceitos extraterrestres, o ser humano explorando um novo território e a indiferença de outros mundos para conosco.
Através de uma escrita simples e fluida, acompanhamos esses personagens (que são secundários, já que o grande protagonista é, na realidade, Rama), os segredos que a nave esconde, as bizarrices de seu interior, as mudanças que ocorrem assim que as pessoas pisam no lugar...
Dezenas de perguntas são levantadas ao longo da narrativa que é impossível, como leitor, não cogitar a existência de Rama, as motivações de quem construiu a nave, o destino do objeto, o que se esconde em sua falta de habitantes contrastando com suas gigantescas cidades, o grande objetivo por trás de tudo... Mas já adianto que muitas respostas não virão, pois, como os personagens, somos apenas humanos presenciando um rápido acontecimento que, na escala universal, é um mero segundo - e a curiosidade não ser saciada torna Rama ainda mais interessante em seu cerne.
É difícil sair dessa leitura sem um sabor agridoce na boca, questionando nosso valor e nosso papel como ser humano; e esse era exatamente o que Clarke queria que contemplássemos: a magnitude do que existe além da Terra e a nossa pequenez perante tudo isso.
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