Carla 06/01/2017
Um guia para Übermensch
Que livro, senhoras e senhoras, que livro para iniciar 2017! Tem certos autores que vão se aproximando de nós sem percebermos e, de repente, estamos apaixonados! Nietzsche está tendo esse efeito sobre mim. Confesso que ainda não li nenhum de suas obras, comecei suavemente: com filósofos, juristas e psicanalistas que utilizam-se de seus ensinamentos até me deparar, finalmente, com essa obra prima de Irvin D. Yalom. Hoje, portanto, me sinto amiga íntima de Fritz, quase uma discípula dele.
O livro de Yalom, utilizando-se de personalidades reais - e geniais -, mistura verdade e ficção para nos ensinar um pouco, ou melhor, muito, sobre filosofia e, principalmente, sobre o ser humano. Vivendo as angústias, aprendendo com os erros e percebendo os defeitos de pessoas tão geniais como Nietzsche, Josef Breuer e Sigmundo Freud, descobrimos que, no fim das contas, todos sofremos das mesmas dores, somos feitos da mesma matéria e estamos todos terrivelmente fadados a mesma morte infinita e solitária.
O que o livro tem de especial, então? Ele nos ensina a entender o que podemos fazer com essa vida que temos, com a verdade terrível e maravilhosa de que a nossa liberdade depende de nós mesmos a conquistarmos, e de que para sermos quem realmente somos precisamos de coragem.
Depois dessa leitura, enfim compreendo que, para 2017, não quero paz de espírito. Quero o desespero de lutar para me tornar quem eu sou.
Pra finalizar, uma citação (dentre as inúmeras maravilhosas citações que merecem ser lembradas):
"Você viveu sua vida? Ou foi vivido por ela? Escolheu-a? Ou ela escolheu você? Amou-a? ou a lamentou? Eis o que quero dizer quando perguntou se você consumiu sua vida. Você a esgotou?".