As benevolentes

As benevolentes Jonathan Littell
Jonathan Littell




Resenhas - As Benevolentes


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Claudio.Berlin 16/08/2024

Realismo impressionante
Dizem que uma imagem vale mais que mil palavras.
Aqui , numa linguagem vívida , o autor nos traz um nível de detalhamento que praticamente transforma o texto em realidade .
Maximilien Aue , , o principal personagem do livro um oficial SS, nos conduz desde a invasão da Rússia na segunda guerra mundial , até a queda do Reich alemão.
A filósofa Hannah Arendt , no julgamento do nazista Adolf Eichmann, descreveu os acontecimentos nos campos de concentração, como "A banalidade do mal " . ( Foi pessimamente traduzido como o "mal banal " nesse livro )
O livro do início ao fim mostra as atitudes exército alemão , e da SS exatamente por esse ângulo.
A naturalização do absurdo .
A história tem basicamente três "tempos"
1-Uma matança indiscriminada de judeus no front russo , com os grupos de "limpeza" da SS atuando de forma sádica e cruel .
2- A organização por trás dos assassinatos em massa nos campos de concentração
3- A queda do Reich .

Max Aue , um jurista que acabou na SS , é o fio condutor que nos leva a passear na loucura coletiva que acometeu as tropas alemãs .
Embora inteligente, não consegue perceber a insanidade.
Somatiza a vontade, mas persevera.
Max , tem um complicado caso de amor mal resolvido com a irmã que chega a ser doentio .
É um oficial homossexual, que tem um casamento de conveniência, que lhe é repulsivo.
Enfim , um sujeito complicado, que merece ser estudado por um psiquiatra.
Eu acho que essa leitura não é fácil .
É um livro longo e pesado, com um grande número de termos em alemão que dificultam a leitura .
( Comprei um dicionário de alemão para kindle ) .
Dá para ler sem o dicionário.
Eu quis ter uma experiência mais ampla .
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Gláucia 15/08/2024

As Benevolentes - Jonathan Littell
O livro é impressionante no sentido de ser um verdadeiro dossiê da 2ª guerra, contado em primeira pessoa por um ex carrasco da SS, mesclando a narração dos terrores da guerra e como isso o afetava, ao mesmo tempo que traz suas memórias de um passado perturbador.
Temos personagens fictícios interagindo com alguns dos terríveis protagonistas desse período.
Li até bem rápido pelo volume, movida pela necessidade de descobrir o motivo do título.
Pasmem, isso se revela apenas na última frase, após 896 páginas com espaçamento mínimo e parágrafos infinitos!
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RayLima 13/06/2024

A guerra sob o olhar do carrasco
?Então, qual é a coisa mais atroz que já viu?? Agitou a mão: ?O homem, claro!?

As Benevolentes é uma ficção histórica escrita por Jonathan Littel, escritor norte-americano com educação francesa (tanto que o livro foi escrito originalmente em francês). Neste livro o autor vai narrar um período obscuro da humanidade: a Segunda Guerra Mundial, mas diferentemente da maioria das obras que abordam esse tema, ele o faz sob o ponto de vista dos nazistas, através do nosso protagonista é narrador Max Aue, que foi um oficial alemão da SS, um intelectual, jurista de formação, que acaba por ficar no front em Stalingrado e assim viu (e fez) coisas horríveis, narradas aqui em detalhes perturbadores. No presente, Max é um empresário no ramo das rendas, vive uma vida pacata, mas atormentado por uma doença constrangedora. Lançado em 2006, o livro recebeu o Prix Goncourt e Grande Prêmio do Romance da Academia Francesa.

?[?] comecei a soluçar: lágrimas enregelavam no meu rosto, eu chorava pela minha infância, pela época em que a neve era um prazer que não tinha fim, quando uma cidade era um espaço maravilhoso para se viver e uma floresta ainda não era um lugar confortável para se matar as pessoas.?

Esse foi um dos livros mais desafiadores que já li, por três motivos. Primeiro por ser um calhamaço o que já nos assusta e foi esse o motivo de eu ter postergado tanto essa leitura, visto que comprei o ebook há mais de um ano atrás. Segundo por ser um livro denso, tanto na linguagem (muitos termos em alemão) como no tamanho dos capítulos, o que pode tornar a leitura um pouco cansativa e lenta. Terceiro pela própria história, como você pode imaginar, um livro sobre guerra é cheio de violência e aqui o autor escancara as maiores atrocidades que um ser humano é capaz de fazer. Tudo isso sob o olhar frio do protagonista. Um homem que apesar de não se considerar um nazista exemplar e de muitas vezes questionar as ideologias às quais segue, consegue justificar tudo o que faz pela ótica do dever que ele tem com a nação alemã.

?Era isso que eu não conseguia entender: o fosso, a inadequação absoluta entre a facilidade com que se pode matar e a grande dificuldade que deve existir em morrer. Para nós, era mais um dia sujo de trabalho; para eles, o fim de tudo.?

Este é um livro marcante, não pelas passagens chocantes e de embrulhar o estômago, mas pelas reflexões que eles nos causa. A escolha de narrar sob o ponto de vista dos carrascos foi genial. Muitas vezes eu pausava a leitura para refletir sobre conceitos que muitas vezes preferimos não refletir, pois são assuntos ?incômodos?. Como por exemplo pensar que ?os maus? existem e eles são tão humanos quanto ?os bons?, não são monstros, eles tem família, amigos e valores. Ou até mesmo pensar que pessoas boas também são capazes de fazer coisas ruins, assim como pessoas ruins podem fazer coisas boas. Pensar que a maioria dos soldados alemães estavam na guerra porque não tinham opção, seja por questões financeiras ou por terem sido bombardeados pela propaganda de Goebbels até que aquilo se tornasse a sua verdade. Pensar que se eles tivessem nascido em outro país eles não estariam matando judeus. Tudo isso é incômodo de pensar, pois tendemos a ?vilanizar? o outro, pois é mais fácil. Não gostamos de pensar que seres humanos comuns são capazes de fazer tais crueldades de forma tão banal. Ao mesmo tempo em que acredito na teoria de que ?o homem é fruto do meio e da época em que está inserido? que é defendida por diversos pensadores, este livro me fez pensar em ?até onde acreditar nisso não é também tirar a responsabilidade do homem sobre seus próprios atos??.

?Muito se discorreu, depois da guerra, para tentar explicar o que acontecera, a desumanidade. Mas a desumanidade, me desculpem, não existe. Existe apenas o humano.?

A escrita de Jonathan Littell merece destaque, a riqueza de detalhes históricos e geopolíticos demonstra o quanto o autor estudou para dominar o tema. Sem falar nas referências do protagonista, que é um intelectual e convive com outros estudiosos e teóricos e sempre estão citando filósofos, escritores, músicos, etc. Algumas passagens inclusive se tornam maçantes, mas depois você entende porque ele se estendeu tanto sobre aquele assunto. Você se sente na guerra, vendo aquelas cenas horríveis, sentindo aquele frio cortante, o mau cheiro, tudo é muito real. Ao mesmo tempo ele traz, em alguns momentos, passagens de delírios do protagonista, é nessa parte que saímos do realismo da história e entramos no mundo da ficção, onde há espaço até para um pequeno suspense envolvendo a vida pessoal de Max Aue. Um personagem intrigante, ele nos causa sentimentos conflitantes, pois apesar de não nos causar empatia, em várias ocasiões nos pegamos concordando com ele e em outros momentos ele nos causa repulsa. É fascinante, ele é uma incógnita que nós queremos desvendar. Até a última página é impossível prever o que ele vai fazer.

?Eu conseguia distinguir então três temperamentos entre os meus colegas. Havia em primeiro lugar aqueles que, mesmo tentando dissimular, matavam com volúpia; já falei deles, eram criminosos, revelados graças à guerra. Em seguida vinham aqueles que se sentiam enojados e matavam por dever, superando a repugnância por amor à ordem. Finalmente, havia os que viam os judeus como animais e os matavam como um açougueiro degola uma vaca, tarefa alegre ou árdua segundo os humores ou a disposição. [?] eu, então? Da minha parte, não me identificava com nenhum desses três tipos.?

?Observo e não faço nada, é minha postura preferida.?

Enfim, foram muitas as reflexões que tive ao longo dessa leitura e posso passar horas discutindo sobre isso. O que posso dizer para resumir é que esse livro é um dos melhores que já li, me marcou como poucos e eu o indico para todos que buscam livros que nos engrandecem. Espero que essa resenha te convença a lê-lo.

?Eu estava triste, mas não sabia muito bem por quê. Senti de repente todo o peso do passado, do sofrimento da vida e da memória inalterável [?] sozinho com o tempo e a tristeza e a dor da lembrança, a crueldade da minha existência e a minha morte ainda por vir. As Benevolentes haviam encontrado meu rastro.?

Obs.: Na mitologia grega são chamadas erínias, na mitologia romana são as fúrias, também chamadas benevolentes, conhecidas por sua aparição na tragédia grega Eumênides (do grego, bondosas ou benevolentes), de Ésquilo: as três divindades que punem os mortais que derramam do próprio sangue.
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Felipe.Magalhaes 26/05/2024

Fantástico
Este livro é um monumento. Um ?novo guerra e paz?, como se disse quando foi lançado e virou rapidamente best seller na França. A ideia de tratar o holocausto e a segunda guerra sob o ponto de vista de um militar alemão gay é muito original. O dia a dia da guerra é mostrado de forma crua. Leitura forte, valeu muito a recomendação.
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fev 25/12/2023

As Benevolentes é um livro com muitas partes boas, discussões interessantes e com partes curiosas. Não é um livro fácil. Não só pela temática, mas também pelo tamanho e complexidade. Com certeza deixei de pegar inúmeras referências. Littell fez uma pesquisa grandiosa e colocou o que pode no livro.

O livro poderia ser menor, mas não sei o que o autor poderia tirar. Sinceramente, nem se consigo analisar direito. Mas tenho certeza que ninguém sai ileso da leitura.

É uma história que pode ser várias coisas e pode não ser uma leitura agradável. Nem todo mundo vai gostar (isso é uma certeza), mas sinto que aprendi algo lendo o livro.

Não sei se recomendo.
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FellipeFFCardoso 03/12/2023

Que jornada de resistência! Não apenas porque, de forma muito engenhosa, reconstrói momentos históricos a partir da visão do carrasco, mas pelo fato de nos colocar diante de um espelho cru, cínico, nos levando não apenas a imaginar atrocidades, como de alguma forma nos familiarizar com elas, torcer pelo narrador que é amoral e antiético. É um livro graficamente narrado, muitas vezes ao ponto de se refestelar em minúcias, ainda que fluido e bem costurado. Quase 900 páginas de angústias e reflexões sobre as misérias da guerra, buscando - para além da desumanidade do fato - aquilo que nos transforma todos em seres complexos diante da dor, da violência, do sofrimento. Saio, de certa forma, perturbado (mas é para isso que a literatura existe).
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Julio.Almeida 28/11/2023

Indigesto
Que livro MALUCO
que leitura pesada
pensei em desistir a leitura diversas vezes mas continuei, visceral demais
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Geovani 20/07/2023

Leitura impactante
Este é um livro difícil de ler pelo que ele conta e a forma que ele conta, expondo toda a crueldade do período mais nefasto da História mundial recente. Apesar disso, a leitura é fluida e fácil. O autor consegue envolver na história com facilidade, apesar das atrocidades.
Romance histórico com personagens bem construídos e excelente nível de pesquisa histórica para embasar a narrativa.
Você vai percebendo com o passar do livro, a deterioração do personagem principal, com as atrocidades cometidas e vivenciadas. E percebendo o pano de fundo que propicia essa perversão mental. Embora o autor deixe claro que está explicação é válida para o personagem principal, não para a sociedade alemã.
Livro extenso e leitura complicada pelo que expõe, mas válida para uma compreensão deste período nefasto em forma de narrativa.
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Nina 02/06/2023

Cinema e a banalidade do mal
Romance histórico: nota 5 para a revisão histórica (exceto para a única parte não confirmada).

Já a parte ficcional tem alguns vícios para mover (ou travar) o enredo.
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Eduardo1304 03/05/2023

As Benevolentes
O livro retrata a saga de um oficial da SS nazista, durante a Segunda Guerra Mundial.
A leitura não é fácil, mas trás a reflexão o tempo todo.
Livro longo , mas vale a pena ler cada página , por apresentar as atrocidades e contradições do nazismo.
Um livro que mexe com o emocional o tempo todo.
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Demes0 19/03/2023

Eu levei mais de 6 meses para concluir essa obra! Talvez pelo calhamaço que é, talvez pelas histórias intragáveis tanto de Aue como do cenário e situação em que ocorrem. Toda a história é contada por ele no transcorrer do início ao fim da segunda guerra! O narrador singra por diversos episódios dantescos do (mau) nazista. E vemos tanto o início avassalado e cruel do nazismo como sua queda.

A despeito de tudo, Aue consegue sobreviver no final. Talvez tenha como uma parábola. E tal como são denso é complexo as circunstancia pelas quais ele passa, seus fantasmas pessoais os cercam do início ao fim: problemas de relacionamento e identidade, incesto com a irmã e outros graves problemas pessoais!

Como eu disse, é um livro forte, com descrições cruas e sem filtros de muitas cenas que impactam profundamente! Leia o livro esperando que pode acontecer de tudo! E saiba que você vai ter que parar em algum momento por acontecimentos horripilantes como de fato foi a segunda guerra!

Além disso, o livro é uma fantástica e bruta jornada de história da segunda guerra mundial, narrando os principais diversos acontecimentos: invasões nazistas, batalhas (stalingrado), campos de concentração, tentativas de golpes a Hitler entre outras.

Posso reiterar que As benevolentes não são apenas um livro. É uma biblioteca de várias histórias contadas por um narrador embebido de muito questões pessoais não resolvidas que o afligem igualmente as estórias narradas!
Ana Carol 19/03/2023minha estante
Gostei da resenha! Apesar da observação inicial do tempo de leitura e do "calhamaço", instigou a curiosidade!




Andre.S 04/03/2023

Um livro muito difícil, não pela escrita, mas pelo tema: mergulha na segunda guerra mundial pela visão da Alemanha, através da narrativa do Dr. Aue, personagem extremamente complexa. Com uma narrativa crua, violenta e , as vezes repugnante, um livro espetacular.
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Fraoliveira180 09/02/2023

Muitos gatilhos
Uma narrativa forte ambientado na segunda guerra mundial, que tem como protagonista um indivíduo com suas práticas Homoafetivas E da mesma forma o mesmo trabalha Na questão administrativa, mas ainda assim no auxílio à execução de centenas de milhares de judeus.
O livro é repleta de gatinhos que vão de coisas como insisto, estupro, assassinato, genocídio, violência extrema e entre outros.
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