O deus das pequenas coisas

O deus das pequenas coisas Arundhati Roy




Resenhas - O Deus das Pequenas Coisas


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Margô 06/12/2023

A Índia que não se vê...
"O Deus das pequenas coisas", é uma obra de beleza única.
A narrativa não é rebuscada, ou cansativa, é uma verdadeira obra da arte escrita, como um intricado bordado!
As palavras traduzem cenários, aromas, fisionomias, paladares, movimentos, etc. de uma forma tão viva, tão rica em detalhes que até parece se estar respirando o mesmo ar das personagens.

É uma história de amor e frustrações. O que advém destes dois aspectos é que fazem Arundhati Roy ser uma exímia narradora, uma mágica das palavras...e é bem assim mesmo. Como o nosso ilustre Guimarães Rosa, ela também cria palavras!

E a Índia, com o seu clima quente e abafado, cores, temperos e danças se exibe nas palavras de Roy , com sua cultura preservada, e principalmente com a postura terrível diante dos intocáveis .
É um livro que você pára de ler, e as cenas ficam dançando na sua mente. Fermentando... exercendo uma expectativa do que está por vir!
É, como deve ser uma excelente obra ?. Imprevisível... fantástica.

Recomendo.??
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Reader Marla 26/03/2009

Sem dúvida uns dos melhores livros que eu já li. A narrativa não-linear faz com que queiramos chegar logo ao final, para montarmos a história. A autora faz descrições com imagens quase surreais e belíssimas. Não é à toa que é o tema de uma pesquisa minha.
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Alyne 27/10/2023

Roy é primorosa em sua escrita. Repleta de simbolismos, sinestesia e metáforas, quase temos uma narrativa poética (quase?). E ela consegue isso ao mesmo tempo em que critica a hipocrisia no âmbito familiar (micro) e em um sistema misógino e bruto (macro). Entrelaça, de forma brilhante, a sucessão de acontecimentos, "as pequenas coisas", que podem mudar o rumo da "História" e sobre a qual nenhum "Deus" tem controle.
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Henrique Fendrich 15/08/2020

O livro dessa indiana me provocou muitas reações diversas e mesmos opostas ao longo da leitura. De início, ele me pareceu interessante. Depois, enfadonho. Depois, belíssimo. Depois, arrastado. Depois, empolgante. E cheguei a alguns momentos realmente brilhantes, embora nem sempre a linguagem mais poética da autora tenha penetrado nas minhas emoções.

É a história de dois gêmeos, um menino e uma menina (Estha e Rahel), mas também a história da mãe deles (Ammu), que as cria sozinha, e de Velutha, um “intocável”, vindo de casta tão desprezível na Índia que as pessoas sequer poderiam tocá-lo. Toda a história tem como pano de fundo a vinda de uma prima, Sophie Mol, porque é a partir da sua vinda e dos trágicos acontecimentos que se sucederam que a “História” se manifestou sobre essas vidas e definiu os destinos de todos da família – isso e também a perfídia da tia-avó Baby Kochamma.

Em meio à poesia da autora, sobressam-se características como o uso de letras maiúsculas para determinados substantivos, querendo-se com isso, aparentemente, expressar o grau de importância que teriam para crianças como os gêmeos – a autora se sai muitíssimo bem ao expressar o mundo infantil. Também há certos “refrões”, repetidos ao longo da trama e que, igualmente, expressam as ilações que as crianças são capazes de fazer entre as situações que vivenciam.

A trama também não é linear, as pessoas estão continuamente indo do passado ao futuro, e mesmo da morte à vida, o que também serve para “presentificar” a realidade e a consistência que eventos antigos ainda tinham para os personagens.

Um momento muito marcante é o encontro do menino Estha com o vendedor de refrigerantes no cinema, porque ali, naquele perturbador abuso que se verificou, também foi fechado mais um elo importante da terrível cadeia de acontecimentos que estava para se formar.

Entre os momentos que considero brilhantes está o da surra que Velutha leva de policiais, porque ali são feitas considerações psicológicas e sociológicas altamente revelantes, como se a autora tivesse conseguido desnudar as motivações ocultas por trás daquilo que, do lado de fora, nos pareceria apenas uma ocorrência banal da sociedade – e não é preciso viver em uma sociedade marcada por uma divisão tão estreita de castas para perceber o acerto das suas observações, já que também nós lidamos com situações similares.

O encontro entre Velutha e Ammu, entre um intocável e uma tocável, mas uma tocável de história pessoal tão sofrida, tem algo de apoteótico, e as descrições que a autora dá são algo de arrebatador.

Há ainda alguns dramas perpendiculares, que não chegam a desenvolver em sua totalidade, o do irmão paralítico de Velutha, o do líder comunista do local e mesmo o de Chacko, o tio dos gêmeos, o pai da pobre Sophie Mol, mas isso não é necessariamente algo ruim, antes mostram que a autora tem bastante a oferecer.

Dito isso, considero que vale a pena a leitura, pois, embora ela possa, de vez em quando, chegar às duas estrelas de avaliação, com frequência chega a quatro.
Helder 18/10/2020minha estante
Ótima resenha. Senti tudo o que vc descreveu. Foi uma leitura complexa. Muitas vezes achei que a autora tinha se perdido, mas tudo ali era necessário e todas as pontas se juntaram. Se a narrativa fosse linear, talvez não nos emocionassemos do mesmo jeito. Para mim foi 5 estrelas.




Brito 15/04/2021

O Deus das pequenas coisas- Arundhati Roy
Falar deste livro é falar de histórias que, como pequenos rios, vão engrossando o caudal da história grande: a descida à infância, o lirismo, a Índia, as coisas grandes que nunca são ditas, a amargura, a fealdade, o mal, a prepotência, a brutalidade, a alegria, a luta dos pobres, os medos, o amor, a capacidade de criar uma família, de tudo quanto existe como pano de fundo na Índia, como as castas, o lugar das mulheres, a violência de género; tanta coisa terrível de que não se fala, que é como se não existisse, mas existe, está lá, e como o mar, volta e meia, assenhoreia-se do modo de viver que é o seu e mata, destrói, rebenta com tudo, implacável.
Fala-nos de tanta coisa este livro riquíssimo que nos aproxima das diferentes realidades de uma forma quase inocente, traz-nos e leva-nos num labirinto de frases que são peixes prateados com pedaços de infância colados à barriga.
Três gerações, três visões, três contextos diferentes, três formas diferentes de sentir, ser, amar e estar na família.
E as histórias vão se desenrolando, histórias trágicas: um rapazinho que sofre violência, uma menina que morre afogada, uma mulher que obrigam a morrer em vida, um homem assassinado pela lei, e como pano de fundo, vermelho vivíssimo, as extremas desigualdades sociais e de género, a prepotência mais visceral e uma pretensa moral que justifica o injustificável; tudo escondido debaixo do prato das atrocidades sem fim.
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Pedro 10/01/2023

Arrebatador
O livro, a história, tudo é incrível e a forma que é escrito engrandece mais ainda. Uma vivência para não se esquecer.
A gente se adapta ao estilo da autora rapidamente e sem perceber já estamos capturados. A obra prende do início ao fim, impossível sair do livro sem ser tocado. Até coloquei no meu radar o outro livro de ficção da autora.
Arrebatador, única palavra possível que posso dizer sobre a experiência com essa obra.
Recomendo que mergulhe nessa aventura.
Obrigado por ler até aqui, abraços.
Natália 31/01/2023minha estante
Deu vontade de ler hein


Pedro 02/02/2023minha estante
super recomendo! livraço!!


Lili 02/04/2023minha estante
Comecei a ler e já estou bem envolvida


Pedro 02/04/2023minha estante
que bom que está gostando! Depois que terminar, divide com a gente o que achar dele, se curtiu só começo, ele todo...?




fev 13/01/2021

É importante alertar que há abuso sexual/pedofilia.

Tem muita coisa em O Deus das Pequenas Coisas. E eu não sei se consigo explicar qualquer coisa. Só sei que posso dizer que amei as analogias, as críticas. Acredito que muitas pessoas podem não gostar do vai e volta da estória e ficar até meio perdido no início, mas a jornada dessa família é muito instigante. O livro tem passagens lindas. Eu indico demais a leitura.

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Valério 03/08/2017

A inocência em meio ao caos
O Deus das pequenas coisas traz duas crianças fortemente unidas atravessando as desditas de suas famílias.
Contado em fragmentos de épocas diferentes, é um livro em que, por mais cliché e mamão com açúcar que possa parecer contando assim, o amor supera o mundo e suas idiossincrasias, sofrimentos e injustiças.
Em uma prosa delicada e de grande sensibilidade, mostra o dia a dia da Índia na década de 60.
Não foi à toa que o livro ganhou o Booker Prize. A história é comovente e convincente. O personagem Velutha, um intocável (a menor casta da Índia. São chamados de intocáveis porque ninguém os toca, por considerá-los imundos) nos deixa perplexos com o quanto a humanidade pode demonstrar-se cruel.
Um livro carregado com a pureza das crianças, mesmo em meio aos males do mundo.
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Carolina Salles 12/05/2023

Perfeito
Um dos livros mais lindos que já li.
Não estava preparada para me despedir dele e, por isso, prolonguei a leitura o máximo que pude.
É absolutamente perfeito.
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Vinder 27/09/2023

E em apenas um dia, tudo pode mudar na vida dos gêmeos Estha e Rahel? Livro muito bem escrito, triste e profundo.
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Anderson 05/08/2022

Permeado pela máxima de que tudo pode mudar em um dia, "O deus das pequenas coisas" começa, de pronto, nos contando um trágico acontecimento. Com sua prosa que em muitas passagens se confunde com poesia, o desenrolar da história vai nos revelando as circunstâncias que culminaram no fato que nos é revelado no início, assim como outros acontecimentos na vida e no declínio de uma família indiana.
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Bruna 04/07/2023

O Deus das Pequenas Coisas
A escrita é muito poética e carregada de sentimentos. Gostei tanto da forma que foi narrada a história que acabei engolindo o livro em um dia.
É difícil achar defeitos nessa história!
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Mariana 02/01/2021

Nauseante
Comecei a ler o livro na Índia, comprado em uma banca de rua no caos de Delhi, em 2015. Não consegui concluir a leitura então, o Deus das pequenas coisas precisava de tempo para assentar. Agora, cinco anos depois, com a saudade da Índia que nunca arrefece, pude com Roy mergulhar nas amarras, dores e sutilezas de uma Índia sul, cristã e quente e umida, tão marcada pelas regras da grande História quanto as outras partes do subcontinente indiano, mas à sua maneira, que nos apresenta uma realidade diversa dos arranjos de tradição, hierarquia e luta de classes. Impossível de não fazer um paralelo com o racismo e desigualdade à brasileira experimentado no norte do Brasil.

Através de uma escrita nauseante, que nos leva e traz no tempo dos acontecimentos, a autora consegue nos colocar em uma certa embriagues do tempo em que as coisas já haviam se sacramentado, mesmo quando ainda estamos conhecendo as minúcias dos corações de cada personagem. Entre a família Kochamma, seus empregados, contatos e relações, um dos personagens que se insinua com grande força é a História, deixando as marcas da sua presença além do tempo. Seus filhos, o colonialismo, o machismo e a misoginia, bem como o duro sistema de castas indiano, também ocupam seu lugar central nessa história, sem deixar de serem apresentados nas minucias mais profundas, aquelas que se desenvolvem nos corações através do tempo. Um último destaque ao desenvolvimento do pensamento e atos das crianças, em geral colocadas em segundo plano, mas que nesta obra são desenvolvidas com lealdade e reverência aos seus universos particulares, atravessados também pelas grandes regras e pela grande História. Sem dúvida uma grande leitura para quem quer sair do lugar, desconstruir seu olhar e se emocionar diante da complexidade e sutileza com que a vida se inscreve em cada um de nós.
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