Dri Ferraz 01/07/2021Muito além de "não seja mãe, você vai sofrer"Ouvi muito sobre este livro, já havia assistido ao filme, mas nunca tinha me atentado as minúcias e sim reproduzido as falas sobre ser uma história para você desistir da maternidade.
Essa leitura foi um sobressalto para a minha condição atual de gestante e me fez enxergar ele de outra forma. Durante a leitura descobri a minha gestação e confesso ter ficado com receio de continuar, mas ainda bem que segui com a leitura; tudo caiu por terra e os pensamentos de que "Precisamos falar sobre o Kevin" é ódio à maternidade (isso era o que eu ouço de 90% das pessoas que falam sobre ele comigo).
O buraco é mais em baixo, aqui temos uma narradora sofrendo por perdas em sua vida e pensando sobre várias questões de sua decorrência, desde os primórdios de onde ela acredita ser o início de toda a sua desgraça. A maternidade salta aos olhos, mas veremos dois momentos com gestações distintas e pensamentos distintos. Então será mesmo que o principal foco do livro é o "não seja mãe"?
Eva sempre vai nos apontar sentimentos que por vezes a mulher não pode falar, pois a maternidade é sacramentada pela sociedade, na qual não podemos dizer que não curtimos tal situação. Mas ao final o que temos? O encontro de mãe e filho, mesmo depois do filho dela acabar com tudo que ela mais amava (marido e filha).
O final do livro citando o quarto com o exemplar de Robin Hood e que ela aguarda seu filho sair da penitenciária, me mostra que o elo sempre esteve e esse livro era um elo genuíno entre os dois: mãe e filho.