joaopvgus 11/11/2020
Devolvido o fascínio da infância
Faltam-me palavras para expressar a qualidade desta obra. Posso, de certo, afirmar ter sido uma das minhas melhores experiências literárias, apesar dos verdadeiramente cansativos termos referentes à fauna e à flora marinha, porém, percebo qual era o intento de Verne ao se utilizar tão exaustivamente destes termos: o de conceder veracidade ao relato feito por um naturalista e também, creio, de incitar a curiosidade nos leitores, talvez, para que pudessem se tornar naturalistas, cientistas e exploradores.
Me diverti muito. Acompanhar o misterioso capitão Nemo, o curioso professor Aronnax, o amável Ned Land e o divertido Conselho foi fantástico; me senti novamente como quando criança, quando cria que tudo era possível e até senti aquela vontade de construir o Náutilus e viajar para o fundo do mar e conhecer suas maravilhas, maravilhas pelas quais sempre fui apaixonado. E o que, a princípio, me deixou levemente irritado ao concluir a leitura, se mostrou na verdade como a cereja do bolo. Não falarei do que se trata para não privar os futuros leitores da experiência, mas vá por mim, o livro foi fiel aos personagens, Verne tratou com dignidade cada um deles.
Por fim, recomendo a todos que não leram a obra a se aventurar nesses mares, garanto que não vão se arrepender, e com certeza guardarão o livro no intento de poderem lê-lo para seus filhos antes de dormir e povoar-lhes a imaginação com as aventuras à bordo do libertador Náutilus.
Boa leitura!
Adendo: se você, assim como eu, for fascinado por vida marinha, perceberá, além do fantástico, o teor dedutivo de Verne. Muitos dos problemas que vemos hoje em dia como a falta de baleias e superpopulação de lulas já são sugeridas como consequências dos atos praticados na época.