Sam Regis 11/07/2020
Divertida e Misteriosa Aventura pelo Mar
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Jules Verne, considerado um dos "pais" da ficção científica, nasceu em 1828, filho de advogado, criado para seguir os passos do pai, acabou preferindo o caminho da literatura; foi amigo de Alexandre Dumas e Victor Hugo (autor ao qual tece elogios nessa obra da foto), tem sua carreira consolidada depois de conhecer o editor Pierre-Jules Hetzel, com quem trabalhou por mais de 10 anos, publicando grandes sucessos, um deles, Vinte Mil Léguas Submarinas.
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Em seu livro, nos trás as aventuras de um naturalista, professor francês, Aronnax, e seu fiel ajudante, Conselho (que nunca dá conselho nenhum), e o adorável (divertidíssimo) arpoador Ned Land, embarcam numa expedição que busca capturar uma espécie de narval que vem dando sérios problemas aos navios mercantes que atravessam o atlântico. Lá, quando finalmente enfrentam o monstro, descobrem que na verdade se trata de um espetacular submarino, e vivem mil situações incríveis que nenhum homem antes teve a chance de viver.
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Com um dom de narrativa como poucos, Verne nos envolve em sua narrativa e seus personagens, e por mais que algumas coisas parecem absurdas, ele encaixa tudo de forma tão perfeita, que nos faz acreditar que tudo aquilo é possível. Jules que gostava de embasar seus escritos de acordo com os fatos de sua época, não só cogitou a possibilidade de uma embarcação submarina(que já tinha, inclusive, seus esboços e precursores), mas também do uso da eletricidade na condução desta (hoje, os submarinos são movidos a energia nuclear), transformação dos átomos da água do mar em energia, e etc. Ele sabe como ninguém, nos envolver nos mistérios do Nautilus e seu capitão Nemo (que em latim, significa Ninguém), que eu não sei se gosto ou não (está mais para "não"), sua tripulação, e nos perguntar a razão pela qual esse homem tão inteligente e rico, de origem desconhecida, não só resolveu viver no mar e se afastar para sempre da humanidade, mas também porque ele deseja tanto uma vingança.
Confesso que esse capitão Nemo é o tipo de personagem que me intriga. Um momento, ele parece ter uma boa índole quando em determinado instante, ajuda alguém que poderia ter tido sérios problemas numa situação bem específica. No entanto, ele mantém aquelas três pessoas confinadas, reféns de seus caprichos, e quase sem chances de fuga. Ele toma a liberdade dessas pessoas para si, acha que é certo (olhando pelo ponto de vista do capitão, até certo ponto, não tiro sua razão), e pensa que as maravilhas do mar vão distrair seus reféns do que são: presos do Nautilus. Apenas um desses homens parece se indignar com a situação, que é o arpoador Ned Land, personagem que tanto me cativou, por parecer ser o único com senso nessa embarcação (além de me divertir muito com esse marujo).
Em outro momento, ainda falando sobre Nemo, ele deixa de ser aquela pessoa capaz de misericórdia, se torna um carniceiro quando lhe convém. Ele está nesse limiar de homem incompreensível que, ao menos para mim, não sei se julgo totalmente, ou se compreendo. Eu gostaria de saber mais sobre ele, pois me intrigou, mesmo que na maior parte do tempo ele me irritasse enormemente: mas, por não conhecer seu passado, ficou difícil defender/justificar as atitudes dele, por isso foi que passei raiva com ele. Admito. Ainda assim, também confesso que as maravilhas apresentadas por ele para nós, que acompanhamos tudo pelos olhos do professor Aronnax, eram de tirar o fôlego. Em alguns momentos, quando eles se vêem presos entre enormes camadas de gelo, senti claustrofobia e falta de ar junto com eles; e voltei a respirar melhor e aliviada quando o perigo se afastou. Quase pulei da cadeira quando um tubarão veio atrapalhar uma pescaria submarina, ou índios canibais perseguiram nossos queridos personagens, ou as lulas gigantes atacaram o Nautilus quase o arrastando para o fundo do mar.
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Aventura deliciosa, divertida, e assim como o mar, cheia de segredos que só aguardam você, para serem descobertos.
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site: https://www.instagram.com/p/CCg9C6ZjPGE/