Os Sertões

Os Sertões Euclides da Cunha
Walnice Galvão




Resenhas - Os Sertões


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heloisa helena 07/01/2022

"O sertanejo é, antes de tudo, um forte."
Considerado o primeiro livro-reportagem da literatura brasileira, "Os Sertões" é uma obra escrita pelo jornalista Euclides da Cunha sobre a Revolta dos Canudos, um conflito armado que envolveu o exército brasileiro e membros da comunidade sociorreligiosa liderada por Antônio Conselheiro no Arraial dos Canudos, no interior da Bahia.
Sendo correspondente do jornal o "Estado de S. Paulo", Euclides passou quase dois meses observando de perto o conflito nordestino. No final de sua cobertura, temos um completo relato das condições de vida dos sertanejos e a organização da comunidade liderada por Antônio Conselheiro. É interessante ressaltar que durante sua expedição no Nordeste, a visão do jornalista sobre as comunidades independentes, como o Arraial de Canudos, foi totalmente mudada: o Sertão que Euclides relatava em seus textos acadêmicos era totalmente diferente da realidade que conheceu — o que ele pensava não passar de um fajuto imperialismo, era na verdade, uma comunidade com pessoas que lutavam e cooperavam entre si para sobreviver da miséria.
Falando sobre a estrutura do livro, o mesmo se divide em três partes: "A terra", onde é descrito o relevo e o clima do sertão nordestino; "O Homem", em que temos uma descrição do sertanejo através de uma visão determinista, onde o escritor demonstra como a influência do meio, raça e momento histórico são exercidas na vida daqueles pobres homens; e "A Luta", quando finalmente, a guerra dos militares com os sertanejos é relatada.
Por ser um livro com cunho jornalístico, "Os Sertões" não é de fácil compreensão. É difícil, com palavras rebuscadas e diversos termos científicos, que requerem o uso de um dicionário enquanto sua leitura. Entretanto, conforme os capítulos vão fluindo o leitor se acostuma com o polido vocabulário e cada vez se prende mais na história. Além disso, é o tipo de obra que existe uma grande recompensa para quem a lê: uma bagagem cultural gigante sobre o país em que vivemos.
Concluindo, posso dizer que concordo com todos os méritos que a obra de Euclides da Cunha possui. Apesar de "Os Sertões" ter sido escrito há quase 130 anos, sua escrita ainda dialoga muito com o nosso país — trata-se de uma imensa reflexão sobre a nossa brasilidade, que é moldada desde o tom terroso de nosso solo à nossa luta pela sobrevivência e pelo direito de existir.
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Henrique 04/01/2022

Um evento dramático descrito pelo parnasiano.
Foi um livro que quase abandonei, mas fico feliz em ter seguido. a ler. O início, extremamente longo e descritivo sobre a geografia e as gentes pode maçar o leitor. Euclides escreve de uma forma rebuscada, com esmero e com um vocabulário rico, mas de forma bastante técnica onde se percebe umas pitadas de poesia. Parece, fazendo um paralelo, a prosa parnasiana. Dos escritores que li, coloco-o como um dos mais eruditos.
Dito isso, a história da guerra é muito bem contada quando se passa dos capítulos iniciais de geografia e antropologia. Mas a narrativa não busca, parece-me, emocionar o leitor; simplesmente descreve fatos. Quando absorvemos o estilo do texto a leitura se torna muito prazerosa e, de fato, surge a vontade de ler mais e de saber mais. Não há personagens a quem se apegar, a trama é global, quase como uma visão aérea de um evento que cresce diante dos olhos.
Euclides gozou da fama de sua obra, mas, morreu cedo, aos 43 anos, em um confronto de pistolas ao tentar matar o amante da esposa num acontecimento ultradramático que vale a pena ler a respeito.
caio.lobo. 08/01/2022minha estante
A primeira parte, justamente a geográfica, foi uma das que mais gostei. Começa quase silente, com uma nota única, da geologia, e vai tomando cor. No meio do livro já estamos numa polifonia, até chegar na parte trágica que é toda cacofonia, música moderna.




Pedro.Henrique 02/01/2022

Um gosto adquirido
Assim como grandes clássicos brasileiros, ?Os Sertões? não é uma leitura fácil. Euclides da Cunha tem uma escrita jornalística que detalha cada parte da terra (o que pode ou não ser interessante) e dos aspectos regionais-culturais. O livro ganha força ao falar da guerra e da rotina dos sertanejos, principalmente ao falar sobre Antônio Conselheiro.
Apontar problemas em um clássico é um campo minado, mas a visão do carioca sobre os nordestinos apresenta muito racismo, principalmente na maneira como descreve os comportamentos dos sertanejos.
Mas, mesmo sendo longo e detalhista demais (para os tempos atuais), ainda é uma experiência de leitura relevante.
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Alberto 26/12/2021

Único do seu gênero, um Everest literário que recompensa os que o vencem.
Difícil de resenhar, de classificar e de explicar. Mais que um livro, é uma experiência. Euclides não tinha medo de ser ambicioso, e tentou abraçar o mundo, por assim dizer. Quis escrever uma rapsódia que enfocasse o fenômeno de Canudos sob a ótica de todas as áreas do saber. Como ninguém pode ser ao mesmo tempo bom em botânica, geologia, meteorologia, história, antropologia, psicologia, filosofia e literatura, é claro que a obra tem falhas, muitas e bem evidentes. E é óbvio, também, que o autor estava preso às ideias e preconceitos da sua época, e não tem como escondê-las. Creio que pretender tirar do livro alguma lição de psicologia, antropologia, etnologia, filosofia seria frustrante, toda essa parte está obviamente datada e superada (abstenho-me de palpitar sobre a parte geológica e botânica, por desconhecer).

À parte esses defeitos, previsíveis num livro que queria esgotar um assunto inesgotável, o que resplandece, para quem lê até o fim e de mente aberta, é a descrição de um drama humano pungente e grandioso, narrado com paixão e destreza. Euclides nunca pretendeu ou fingiu ser imparcial mas seu texto consegue mostrar as grandezas e misérias dos dois lados do conflito. A incapacidade dos que comandam, a estupidez da guerra, as múltiplas utilidades da fé para o bem e para o mal, a capacidade incalculável do homem para se superar na grandeza e no horror, tudo isso é documentado ali, com fartura de imagens dolorosas e memoráveis. Merece o nome de clássico, nem que seja porque é o único do seu gênero.

A prosa de Euclides é, sim, barroca, rebuscada, e acho que pretendeu se elevar para ficar à altura épica do drama que relata, que pareceria só uma matança grotesca e sem sentido se descrita num linguajar coloquial. Um dicionário é indispensável, e ler em ebook com acesso a um dicionário eletrônico é ótima ideia. Mas as imagens poéticas do ambiente e das pessoas, a descrição pintoresca das cenas recompensam o leitor esforçado.

Indicado para estudiosos do Brasil e sua história, para quem gosta do Nordeste, para quem se interessa pela religião como manifestação do espírito humano, para quem ama de verdade os livros.

Não indicado para leitores iniciantes, nem para pessoas muito frágeis que têm problemas com "gatilhos" ou não conseguem separar as partes boas das ruins de um texto. Nem para pessoas que procuram um autor que concorde com elas em tudo.

Dica muito útil: comece a ler pela parte 3 (a luta). A parte 1 é uma descrição pesadíssima de clima, geologia, etnologia, dificílima de ler e provavelmente supérflua. A parte 2 começa também muito descritiva, está cheia de ideias superadas e pseudocientíficas (e preconceitos, claro); mas da metade para a frente narra a saga da família do conselheiro, que é um verdadeiro faroeste caboclo que jorra sangue e fúria, vale a pena. A parte 3 é a reportagem propriamente dita, é movimentada e mais fácil de ler.

A edição que li, da Ubu/SESC, é muito bela, bem acabada, e fartamente documentada com fotos, mapas e posfácios muito instrutivos.
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Rodrigo 10/12/2021

Mais uma história triste do Brasil
Que biografia da Guerra de Canudos o autor nos entrega!
Durante alguns anos protelei essa leitura por comentários de que era difícil, mas para mim foi incrível.
Amei passear pela geografia do sertão, conhecer os heróis dos rincões do Brasil e entender melhor o massacre que ocorreu em Canudos.
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Rodrigo 30/11/2021

Início de uma viagem aos rincões do país
Uma imersão aos rincões do país de maneira magistral, passando pela terra, o homem e a luta. Nesse primeiro volume a apresentação à terra é forte, dura e espinhenta, mas repleta de conhecimento. O homem precisa ser forte para sobreviver a isso tudo e chega a luta, que ainda está no início, mas muito intensa.
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Livros e Pão 09/11/2021

Um marco na nossa literatura
Quando comecei a ler Os Sertões, não sabia se ia gostar. O livro é dividido em três partes - A terra, o Homem, e a Luta - e todo mundo sempre me dizia para aguentar até chegar na terceira, que deveria ser a melhor. Para a minha surpresa, apesar de ter sido uma leitura difícil, foi a primeira parte, A terra, que mais permaneceu comigo após o final da leitura. Esse livro é um marco muito importante para a nossa literatura e, apesar da linguagem difícil, é um clássico que acredito que todo/a brasileiro/a leitor/a deveria ler. Gosto especialmente da questão do "desviver", sob a qual me desdobrei melhor em um vídeo para o youtube. Caso tenha interesse em assistir esse vídeo-ensaio, segue o link abaixo :)

site: https://youtu.be/eQYM_qPIAY8
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Chele 21/10/2021

Dividido em três partes ( a terra, o homem e a luta ) essa obra de Euclides da Cunha traz um relato do que foi a guerra de Canudos cheio de detalhes técnicos como a descrição a respeito do solo, clima e geografia do sertão nordestino. Mas vai além, trazendo também uma análise antropológica do sertanejo com viés sociais, políticos e culturais. Se pondo como um narrador observador o autor detalha a luta armada de seu começo até o seu desfecho numa mescla de jornalismo e romance.
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Lyvia Maria 17/10/2021

A leitura é muito complicada, tive que procurar muitas palavras no dicionário (KKKKK), a achei razoável, só que preguiça tive que ler para escola
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Betânia 12/10/2021

Os sertões (II)
O livro narra em ricos e impressionantes detalhes a guerra de Canudos, com trechos de matérias de jornais e depoimentos da época. Com linguagem não de toda fácil, a narrativa ainda assim prende o leitor e o leva no tempo. Uma verdadeira aula de história. Não é meu estilo de leitura preferido mas é sem dúvida uma valiosa obra.
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Betânia 08/10/2021

Os sertões (I)
A primeira parte do livro fala sobre as características do sertão, sua análise geográfica, clima, seca, entre outros pontos. Devo confessar que foi um desafio a leitura, visto a quantidade de detalhes e cansativa narrativa. A segunda parte trata das características do povo do sertão, a formação das raças, os jagunços, vaqueiros, sertanejos, além da história de Antônio Conselheiro e o início de Canudos. Em geral, um livro denso e laborioso.
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Igor 29/09/2021

Um clássico
Euclides da Cunha trás um poderoso relato sobre um genocídio histórico do nosso país, chama atenção como o interior do Brasil sempre foi repleto de misticismos e negligenciado pelas autoridades. A figura do Antônio conselheiro é algo que habitará a memória do leitor por muito tempo, assim como as imagens das pessoas que lhe seguiam.
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Naa 16/09/2021

Os sertões II
Tenho que admitir que essa segunda parte foi bem mais Interessante do que a primeira parte (?).

A descrição feita das pessoas é de suma relevância até hoje para refletirmos sobre o que é ser brasileiro. Além de que saber sobre a Guerra de Canudos é de extrema importância.

Entretanto não foi um livro fácil de ler e duvido que me lembre muito sobre daqui à algum tempo.
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Luiz.Goulart 15/09/2021

"O nordestino é antes de tudo um forte"
Um dos meus orgulhos: ter lido na íntegra a obra prima de Euclides da Cunha. A leitura é difícil. As duas primeiras partes têm parágrafos inteiros com termos científicos de botânica e geologia e muitas pessoas não conseguem ir adiante na leitura. Há edições que só trazem a terceira parte que é a luta em si. A história sobre a conquista do arraial de Canudos no sertão baiano foi publicada em 1902 é o primeiro livro-reportagem do Brasil. Foi adaptado para o cinema e também é tema de outro livro maravilhoso: A Guerra do Fim do Mundo, do peruano Mario Vargas Llosa.
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Naa 07/09/2021

Os sertões I
Eu ouvi o audiobook, mas vou considerar como leitura pq o skoob é meu e eu faço o que eu quiser.

Enfim, só estou me torturando com esse livro pq a escola está me obrigando. Essa primeira parte foi chata demais. Analise geográfica do sertão? super importante para geógrafos e historiadores, não para mim. Realmente não é o tipo de coisa que eu leria por espontânea vontade.
Atenasis 07/09/2021minha estante
?O skoob é meu e eu faço o que eu quiser? KKKKK AMEI


oviajantedasestrelas 11/11/2021minha estante
"...o skoob é meu e eu faço o que eu quiser."

A-D-O-R-E-I

hahahahaha


Liu 30/12/2021minha estante
O Enem mandou lembranças hehe




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