Os Sertões

Os Sertões Euclides da Cunha
Walnice Galvão




Resenhas - Os Sertões


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Natália Ranhel 01/06/2020

Clássico é clássico. Preferi Grandes Sertões Veredas, e esse tem sérias questões racistas mas vale a leitura.
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Antony.Trindade 01/06/2020

 "O sertanejo é, antes de tudo, um forte."

Conhecer um pouco da história do Brasil nos ajuda a compreender o momento atual. A guerra de Canudos e tantas outras revoltas civis que ocorreram na primeira república mostra que desigualdade social, opressão policial, medo, sempre foram as armas usadas pelos poderosos.
Euclides, antes de relatar a guerra de Canudos (1896 - 1897), começa a obra falando da terra, mostrando todas as características do lugar, o clima, as secas e explica sobre algumas árvores e plantas.
Depois, ele escreve a figura do homem, o habitante do lugar, sua relação com o meio, sua gênese etnológica, seu comportamento, crença e costume.
Já no final é narrada a luta ocorrida em Canudos, a resistência de um povo (jagunços) e o massacre dos militares, com o fim a morte de mais de vinte mil sertanejos, entre eles Antônio Conselheiro.
Uma ótima leitura para se falar sobre nordeste e política.
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Eduardo 30/05/2020

Eis o porquê de o nordestino ser tão discriminado pelo resto do país até hoje. É porque o temem.
"Fechemos este livro.
Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até ao esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente 5 mil soldados."

Aquele que não conhece o Nordeste e suas gentes, leia este livro. É o testemunho eloquente do porquê de um povo causar tanto pavor e pânico no restante do Brasil à simples menção do seu nome, especialmente no Sul e Sudeste e Distrito Federal. Porque o que é o preconceito? é o medo do outro. Porque quem discrimina o faz porque teme o outro. E por isso o povo do Sul, Sudeste e Distrito Federal discriminam tão barbaramente o nordestino.
O livro fala da cidade de Canudos, um refúgio contra a opressão e a crueldade dos grandes terratenentes nordestinos, a chamada "indústria da seca". Seu líder, Antônio Conselheiro, assim como dezenas de outros país afora, como o monge José Maria em Santa Catarina, o fundou como um refúgio para sua seita religiosa, e nunca quis problemas alguns com autoridades terrenas. Acontece que, em um país com uma desigualdade social tão pornográfica como o Brasil, sua pregação atraiu centenas de milhares de nordestinos, encantados com a nova opção de um alívio de sua injusta vida terrena. A elite e a classe média nordestina, como é óbvio, sentiram-se ameaçados em seu poder quase divino sobre a sociedade, e eis aqui um testemunho incrível de quão antiga é a indústria de fake news com fins políticos no Brasil. Espalharam-se dezenas de teorias mirabolantes sobre Canudos, todas sem fundamento algum, mas feitas sob medida para incitar uma comoção primeiro local, depois nacional contra a cidade. Mesmo com armas rústicas, sem preparação militar ou absolutamente nada de estudo militar, o povo canudense conseguiu rechaçar três expedições do exército profissional brasileiro até que, por fim, como era de se esperar, acabaram derrotados, aliás, derrotados não, massacrados covardemente. Mulheres, crianças, velhos, todos degolados friamente por este exército brasileiro, tão decantado e querido pelo povo brasileiro.
Em 2017, Canudos e Antônio Conselheiro seriam tardiamente reconhecidos como heróis do povo brasileiro, e ele teria seu nome inscrito no livro dos heróis da pátria, como símbolo da resistência secular do povo brasileiro contra os desmandos selvagens de sua elite e classe média estrangeira. Mas Canudos nos fala até hoje.
Não darei cinco estrelas ao livro pois, como todo livro escrito no século XIX e início do XX, o autor acredita religiosamente na verdade do racismo científico, que pregava o extermínio dos negros no Brasil devido à suposta "inferioridade" dele perante outras raças. Mas sem dúvida, o livro, ainda que imperfeitamente, é um clássico e, como tal, uma ode ao povo brasileiro, a quem o pessoal dos grandes centros urbanos do litoral tantas vezes despreza, como se fossem um povo estrangeiro. E Euclides da Cunha toca exatamente nesta ferida, tão atual ainda hoje.
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Yasmin_Azevedo 26/04/2020

Os Sertões
Publicado pela primeira vez em 1902, "Os sertões" de Euclides da Cunha é um retrato do Brasil da época. A obra trata da Guerra de Canudos que aconteceu no interior da Bahia. O autor, que era correspondente do jornal O Estado de São Paulo, presenciou parte dos acontecimentos na região e os descreveu de forma fiel. Além de desenvolver um romance histórico que mistura uma narrativa literária, sociológica e geográfica. Euclides da Cunha nos deixa uma obra que se baseia em três pilares: a terra, o homem e a luta. Um livro telúrico
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Vinicius.Ferreira 20/04/2020

Caso ainda não tenha lido Dom Casmurro, prepare-se para uma leitura difícil. Do início até um pouco mais da metade do livro, o autor apresenta os personagens e fundamenta informações, que podem parecer até desconexas para alguns, mas serão exploradas mais à frente, no entanto o leitor ainda desconhece tal fato. Esta primeira leitura deve ser feita com bastante atenção, para evitar futuras consultas a páginas anteriores quando a leitura estiver mais avançada.
Do meio do livro para o final, os fatos se desenrolam numa velocidade agradável, tudo se encaixa e a atenção do leitor fica grudada na história.
Insta ressaltar a caracterização dos personagens, é sensacional, a exposição deles é tão completa que em partes do livro, diante de algumas perguntas, o leitor já prevê o que certos personagens responderão.
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Emile 18/04/2020

Histórico e realista.
O livro retrata a figura nordestina de uma forma incrível, mostrando que mesmo em meio ao sofrimento, são pessoas fortes e resistentes.
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Clube Tripas 26/03/2020

[Resenha]
Conteúdo: Jovem/adulto
Livro: Os sertões
Autor: Euclides da Cunha
Editora @sesispeditora
Páginas: 928
Avaliação: Adorei (5/5)
Mes: Novembro/2019
Bibliotecária: Lúcia Mesquita/ Indaiatuba-SP

A leitura deste livro foi uma sugestão da minha Diretora, @Vivilaperuta, daí criamos um grupo e um cronograma para isso. Foi uma ótima oportunidade de ler na integra uma obra que eu até então tinha lido apenas fragmentos e também para estrear a belíssima quinta edição revisada da Editora Sesi. Como dito na FLIP19, Os Sertões deveria ser lido todos os dias...

O que Euclides da Cunha nos oferece é a obra de um gênio. Não é à toa que já foi comparado à Guerra e Paz. Temos a impressão que inicialmente Euclides queria mesmo era desmontar toda a mistificação em torno de Antônio Conselheiro, mas acabou se rendendo diante do despreparo do Exército brasileiro e da feroz resistência dos conselheiristas.A obra se divide em três partes: a Terra, o Homem e A luta.

A primeira parte abre para o leitor a paisagem árida e bela com todas as suas características; o Homem, retrata o sertanejo, sua força e suas fraquezas; para mim essa parte é onde o preconceito e o elitismo Euclidiano se faz mais presente, embora não esconda a força e sabedoria do sertanejo no trato da sua terra. A luta é o desfecho das diversas campanhas montadas pelo governo federal para destruir Canudos, considerado um reduto monarquista e um perigo para a jovem república.

A importância da obra para o povo brasileiro é perceber o quanto a nossa história se repete, em mais de 100 anos de república aprendemos pouco. Desde o começo da nossa história, o povo adora compactuar com a elite mesmo estando à margem dela e buscamos heróis, sem perceber o heroísmo da sobrevivência diária.

Durante toda a campanha de Canudos ninguém tinha interesse em saber a realidade de Canudos, o que movia aquela gente pobre e crente. Euclides com sua linguagem rebuscada e esnobe acabou tendo de render-se à coragem e valentia do sertanejo. A história todos conhecem mas a tristeza daquele lugar, a resistência do povo humilde e religioso é de cortar o coração. Enfim, um livro inesquecível!

site: https://www.instagram.com/p/B-NiATcj9Eh/
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Maria3427 21/03/2020

Uma guerra desconhecida
Primeiramente é necessário falar acerca do empreendimento que foi a guerra contra Canudos, uma parte da nossa história esquecida e negligenciada. A visão do autor é completamente embasada em esteriótipos, tipos: o jagunço, o negro, o branco, etc. As descrições, por vezes exaustivas, dão uma imagem completa do cenário, clima, vegetação, batalhões, guerrilheiros, e por fim, Antônio Conselheiro, a mente por trás de tudo o que Canudos representou.
O livro não é nem um pouco fácil de ler, a escrita segue a norma culta padrão da época e somado a isto ainda possui diversos termos técnicos acerca de solo, clima, temperatura, etc, o que dificulta ainda mais manter o fluxo de leitura, no entanto é uma narrativa extremamente enriquecedora. Esse livro me fez apaixonar ainda mais pelo nordeste, sua história de luta e sua gente forte. Euclides da Cunha deixou para a nossa literatura um livro difícil, porém necessário.
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Caser 19/03/2020

Vi, li e venci Os Sertões
Livro difícil, intrincado, arrastado e sofrido como a própria campanha de Canudos (a guerra).

Afirmo isso mais pelo uso castiço do vernáculo e um texto rebuscado, lento e cheios termos técnicos empregados pelo autor, quase fechando a obra num buraco hermético, do que pelo número de páginas ou pelo tema duríssimo sobre uma guerra nos recantos sertanejos e então inauditos à altura. Linguisticamente falando, a obra é genial. O vernáculo impecável. Foi feito para ser assim e o autor obteve muito êxito.

Trata-se de um documento histórico, sociológico, antropológico de uma era no Brasil e, sobretudo, linguístico, modelo esmerado de nosso vernáculo, essa último flor do Lácio, a língua portuguesa. No entanto, ao final, pelo menos a meu ver, quem busca entretenimento literário per si, é melhor escolher outro livro.

Os Sertões saiu a cara do autor, assim, racional, frio até, instável, conflituoso, contraditório e pesado de ler. É o espelho do criador, Euclides da Cunha. Esse mesmo homem que com a palavra denunciou o crime da guerra de Canudos, a estupidez da morte pelas armas, pela "degola", pelo uso irracional da força, acusando os homens sertanejos de primitivos, mas terminou a vida com uma atitude irracional, indo à forra, com uma arma a tira colo, para matar ou morrer pela sua "honra". Acabou vitimado pela sua estupidez. Eis a contradição do homem em relação a sua obra. Humano, demasiadamente humano.

A obra foi lançada, originalmente, em volumes: I, II e III. A primeira e a segunda parte do livro - "A Terra" e "O Homem" - são as mais penosas de ler, mas acho que quem se atreve a desbravar Os Sertões acredito que pare logo no início ou pelo meio de "A Terra". É a parte mais hermética, com amplo uso de termos técnicos, geológicos, muito difícil de ler. Na verdade, com tudo isso, é deveras chato. Para o leitor mais sem paciência e sem muito tempo disponível, mas quer ter uma ideia do que se trata, aconselho a ler apenas o último volume "A Luta". Nessa parte o autor trata da guerra em si, das quatro expedições à Canudos, ou seja, no último volume estão reunidas características das outras partes e mais a narrativa e descrição do que foi a campanha de Canudos, sobre a terra, o homem e a luta.

Enfim, vi, li e venci as 624 páginas de os Sertões.
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Claudia 16/03/2020

Difícil de ler, mas importantíssimo para nossa história
Este livro foi um dos que eu mais tive dificuldade para ler, pois a leitura é muito arrastada. Mas é um livro de extrema importância para a história da nossa literatura. Para quem é da área, é leitura imprescindível.
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Luciano Luíz 15/03/2020

Um dos eventos históricos mais importantes (senão o mais importante em questão militar) do século 19 no Brasil foi a Guerra de Canudos. EUCLIDES DA CUNHA foi um jornalista que cobriu a maior parte do conflito. E sendo assim, enviava as informações (quase) diariamente pro jornal e desta maneira quem tinha interesse acompanhava. E quem não tinha, mas lia jornal, sempre ia encontrar algo relacionado a este marco.
OS SERTÕES é um daqueles livros que desde seu lançamento rende uma quantidade sem fim de críticas construtivas e destrutivas. E ambas são bem-vindas. Mas o que diabos foi a Guerra de Canudos?!
Naqueles dias a monarquia tinha ido embora e a república ganhava força em apoio político e militar além de outras fontes. No sertão da Bahia, um sujeito que ficou conhecido como Antônio Conselheiro (ou Bom Jesus Conselheiro) vinha fazendo papel de profeta, falando da palavra de Deus, mais especificamente de maneira católica, só que ele não era bem visto por padres e parte da população. Além de pregar, também fazia esforço para reformar igrejas, cemitérios e se possível erguer novos templos. O tempo foi passando e o número de seguidores aumentou explosivamente e resolveram fixar moradia no arraial de Canudos.
Conselheiro não curtia a república e via sentido na monarquia, mas sua missão real era outra: criar uma comunidade independente do mundo exterior (Brasil) e assim esperar que o Messias, Filho do Homem, um dia aterrissasse na localidade aparentemente santa...
Então o governo considerou a turma de Canudos perigosa, já que muita gente vinha se desfazendo de seus bens para ampliar fisicamente a comunidade de Conselheiro. Então lá foi o exército com pouco mais de 100 homens dispostos a botar abaixo essa nova realidade centrada na tal da fé.
Porém, devido a falta de conhecimento do sertão, mais especificamente, na questão geológica e outros detalhes mais, os sertanejos, jagunços, homens de Conselheiro derrotaram com facilidade os soldados treinados. E assim foram feitas outras campanhas com um número cada vez maior de soldados que chegavam em batalhões de milhares. Impressiona o quanto o exército teve de baixas. Até que um dia finalmente conseguiram adentrar Canudos, que mais se assemelhava a uma favela com mais de 5 mil residências. Obviamente devido ao cerco militar, ficava impossível manter provisões. Muita gente passando fome, crianças, adultos, velhos, adolescentes. A coisa não era fácil pra nenhum lado, pois até o exército não tinha condições de se manter de forma decente sob o forte sol que judiava com facilidade.
No fim, quase um ano de guerra, com tiros de canhões como trovões, depois de 100 mil mortes, sim, cem mil. Só em canudos estima-se que houvesse uma população entre 10 e 25 mil. Portanto, quem mais se lascou em números foram os militares.
Os soldados quando pegavam os inimigos, não perdoavam, cortavam-lhes a garganta, atiravam na barriga, passavam a faca sem dó. Os jagunços quando pegavam soldados, eram igualmente impiedosos. Afinal, é uma coisa chamada guerra. E pra piorar todos ali são vulneráveis.
Muitas crianças ficaram deformadas, mutiladas, como um menino que teve os dois lados da boca rasgados com um tiro e os soldados riam dele. Uma menina sem o lado esquerdo do rosto com o maxilar à mostra devido aos estilhaços de uma granada. Coisa triste. Mulheres, homens, velhos. Eram inimigos e deviam ser detidos. As crianças em Canudos (em parte) sabiam manejar armas e diziam que lutariam sem exitar.
Mas, tem uma coisa curiosa. Por que Canudos era considerada uma terra perigosa?! Eles não saíam matando. Apenas fizeram sua comunidade. Queriam viver ali longe dos demais. Provavelmente o estopim, Conselheiro, era o que assustava o governo. Líder que era mencionado em diversos lugares, o homem que sabia das coisas, temido por dizer palavras que atacavam a república e glorificava Jesus Cristo. Em resumo, era considerado o líder de um grupo religioso fanático que crescia velozmente.
Isso chega a ser engraçado em alguns aspectos quando mencionado em pleno século 21. Hoje em dia há pessoas que fazem o mesmo que Conselheiro com igrejas em diversas cidades. São charlatões, criam comunidades com legiões que exaltam o fanatismo e dizem ser os escolhidos de Deus e que o restante da humanidade está condenada. Tá cheio disso por aí. Alguns inclusive são conhecidos como terroristas. Outros são silenciosos e causam estragos financeiros e morais... mas, enfim...
Canudos foi destruída. Mesmo hoje boa parte das ruínas são visíveis. Virou ponto turístico onde dezenas de milhares morreram em troca de pouco ou nada...
O que teria acontecido se a Guerra de Canudos não tivesse ocorrido?! Ninguém sabe e nunca saberemos. No máximo hipóteses de que a região seria uma coisa alicerçada por uma crença e nada mais ou então que teria ruído por dentro...
Mas deixando de lado parte do enredo, o livro de Euclides é considerado como um romance histórico. Há quem diga que na verdade ele é um amontoado de crônica jornalística. Tem quem até o momento não sabe como classificar.
Comprei em 2010 e quando comecei a leitura, mais parecia que era apenas um livro sobre geologia, pois a narrativa extremamente detalhada praticamente mostra tudo sobre pedras, rochas, minerais, a terra, etc. Depois sobre a flora e a fauna. É uma riqueza impressionante. Não sei se existe outro livro em qualquer idioma que seja tão volumoso, pois é preciso persistir na leitura que consome muitas páginas sobre a região onde se dá o conflito. O autor percorre o solo com obsessão para que nada fique de lado. Cada pedra e folha se torna uma história que vai enriquecendo de maneira assustadora a narrativa que mescla ciência e poesia de um jeito que se torna única.
O livro é dividido em três partes: a terra, o homem e a luta. A segunda parte é também ricamente detalhada quanto as etnias que dominam o sertão. Para efetivo de comparação, o autor busca mostrar como são os gaúchos em relação aos sertanejos. Aliás, aqui tem aquela frase clássica que muito se é utilizada em programas de televisão:
O sertanejo antes de tudo é um forte.
Vale lembrar que em vários momentos Euclides afirma que há diferenças entre raças. Que ali não se vê brancos e negros puros. E que o sertanejo é inferior se comparado com outros de localidades distantes. Tanto na questão física quanto intelectual. É uma forma de preconceito e racismo, mas que naqueles dias ninguém parecia se importar. O autor aqui mais uma vez coloca todo tipo de informação, desde alimentação, vestuário, etc.
Apesar de ser um relato grande desse momento da História, há uma quantidade chata de repetições. Principalmente das expedições, pois não muda em praticamente nada. Ou se preferir, todas as cenas de batalha são cópias umas das outras. E convenhamos, isso realmente cansa...
Ao final do livro há algumas notas do autor, mais precisamente relacionadas à críticas ou erros sobre informações técnicas e ele em alguns pontos arruma e em outros deixa do jeito que está. Também fala sobre o uso de certas palavras, até então desconhecidas do público.
Há afirmações de que Os Sertões é o maior livro da literatura brasileira. Sem dúvida é um documento histórico único. Mas não é uma leitura de massa. Ou que venha a ser importante que todos os leitores e leitoras o tenham na estante. A começar que é preciso insistir em suas páginas para ir além da geografia inicial.
O que me deixou decepcionado é que há poucas informações de Antônio Conselheiro. Outra coisa que seria interessante é se existisse relato de alguém do lado de Canudos. Mas como sabemos desde o princípio dos tempos, a história é registrada pelos vencedores. Os perdedores são só uma sombra pouco pesquisada. O próprio Euclides comenta que seu livro é sobre ataque e não defesa.
É bem comum as pessoas comentarem que O Senhor dos Anéis é rico em detalhes de sua geografia, uma ficção de fantasia maravilhosa, mas se comparado a Os Sertões, se percebe que J. R. R. Tolkien fica muito distante em se tratando de observar detalhes de cenários. Esta é a única forma de comparar dois livros tão diferentes. Com seus cenários ricamente ilustrados em palavras que fazem a imaginação dos leitores se esbaldar.
Essa é aquela leitura recomendada para quem curte História. Pois se quiser buscar menos que isso, então vai ter de procurar outra leitura.
Lembro que em 1997, na Globo passou uma microssérie de 4 capítulos sobre Canudos. Desde que assisti tinha vontade de ler. A série apesar de pequena, é muito boa. Valeu ter esperado tanto tempo.

L. L. Santos

site: https://www.facebook.com/lucianoluizsantostextos/
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Ana Seerig 18/02/2020

Saga homérica a la Tolkien
"Os Sertões" foi o primeiro livro de 2020. O primeiro que comecei a ler, mas passaram-se 48 dias até terminar e, nesse meio tempo, foram lidos quase três outros livros. A obra de Euclides da Cunha é de leitura pesada, não apenas por ter sido lançada há mais de cem anos, mas porque o autor fazia questão de ser um intelectual. Não é à toa que a edição da Martin Claret tem mais de 40 páginas de notas, cujas referências ocupam quatro páginas, em sua maioria de enciclopédias.

A parte inicial, sobre a geografia e a população da região de Canudos, foi especialmente exaustiva para mim. Não sou uma leitora visual e as dezenas de páginas não me disseram nada. Me lembrou muito Tolkien e a insuportável saga de Frodo n'As Duas Torres. O que me levou ao livro de Cunha foi sua fama, o fato de ser considerado o primeiro livro-reportagem brasileiro e, claro, o interesse por História, mas foi difícil chegar ao fim. Acredito que a obra poderia ter sido facilmente cortada pela metade, mas isso seria um sacrilégio para o autor, que faz uma referência à história européia para explicar a razão de ter uma pedra no meio do caminho.

Ou seja, é mais uma leitura obrigatória que antes mata a possibilidade de alguém se tornar leitor do que a incentiva. Não desvalorizo a obra, mas é o tipo de livro que deve ser lido mais de uma vez para ser completamente absorvido - e deve ser lido por quem quer lê-lo. É absurdo torná-lo referência para provas e trabalhos de ensino médio. Sério, antes peçam para os alunos escreverem uma monografia sobre o crescimento da grama, será mais proveitoso.

Sobre a edição, não gostei do fato de misturarem notas do autor (as quais poderiam estar no rodapé), esclarecimentos de termos (dicionário serve pra isso, no máximo poderiam ter feito um no final, já que alguns termos se repetem no decorrer do livro) e notas explicativas (quem foi quem, referências históricas, etc). Ter uma nota a cada duas palavras, muitas vezes a custo de nada, foi desgastante pra mim, que espero encontrar algo significativo nas notas explicativas.

O livro tem seu valor, mas foi antes um peso do que um prazer.

site: https://www.instagram.com/anaseerig/
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Flávia Pasqualin 02/05/2019

#DesafioLiterárioSkoob2019
Abril - Um livro nacional

Sempre tive curiosidade em ler a obra por conta da fama que ela carrega. Existe um áurea negra que a permeia pois muitos dizem se tratar de um livro de difícil compreensão. Achei um equívoco. Não é esse bicho de sete cabeça. De fato ate a história engrenar de vez é bastante maçante, mas nada que um pouco de insistência não resolva e seja recompensada pela belíssima história. O livro é divido em três partes: a terra, o homem e a luta. Em a terra o autor faz uma descrição minuciosa dos aspectos climáticos e geográficos do sertão. Em o homem há uma aula de antropologia e sociologia da região, assim como o surgimento de Antônio Conselheiro, personagem chave nessa história. Por fim em a luta, Euclides narra a guerra de Canudos, desde o inicio do conflito, todas as expedições enviadas a Canudos, ate o seu desfecho. Uma obra riquíssima e de extrema importância.
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