spoiler visualizarGiovana 20/04/2021
É uma obra de 1902 escrita por Euclides da cunha, e retrata o acontecimentos histórico que foi a guerra dos canudos e também a figura fanática de Antônio conselheiro, e representa um pensamento típico do século 19 que é chamado de determinismo, que diz que o homem é condicionado a fatores anteriores a ele, então começa com o conflito de canudos, onde o povo se revolta e Euclides da cunha é chamado pra noticiar esse fato, e ao longo da leitura a gente pode perceber que ele se surpreende porque quando chega lá e notícia o que estava acontecendo, ele se dá conta que mora em um Brasil muito diferente, que é o Brasil litorâneo, civilizado e carregado com os valores da elite da sociedade, mas há também o Brasil árido, desértico e inexistente pra sociedade do litoral, então o Euclides se vê diante de um país bem dividido pela cultura e sociedade, e relata todos os aspectos que ele percebeu mas com a visão desse Brasil litoral, influenciado pelo determinismo, onde ele lê aquele povo através da terra, se a terra é ruim e desértica o povo tende a ter uma postura ruim também, então por isso o livro é dividido em três partes, a terra, o homem e a luta, e com os quatro anos que ele passa noticiando, ele começa a perceber a injustiça que tá acontecendo naquele lugar e muda a visão dele sobre o povo que antes ele achava medíocre e selvagem e passa a ver o homem sertanejo como um símbolo de luta, apesar de tudo, uma figura forte. O que eu pude perceber ao longo da leitura é que não dá para classificar de que área específica é o livro, ou pelo menos eu não conseguiria dizer, porque Euclides faz uma mistura de sociologia, biologia, falando da forma do homem, geografia quando descreve a caatinga, referências a literatura. Por fim eu gostei porque li esperando que ele contasse só sobre a guerra mas me surpreendi porque não é uma história, e sim, uma investigação que descreve com uma visão científica dele sobre as coisas, então na minha visão de leitora de romance e ficção científica, o livro é chato, a leitura é pesada, tem detalhes que não seriam necessários, e eu não conseguiria reler ele por vontade própria, mas na visão crítica, eu achei um livro importante e ele chega a ser bonito de ler porque a mudança que Euclides passa a ter sobre o povo e a maneira de descrever esse homem do sertão como um sobrevivente apesar das condições, é bem legal de acompanhar.