Laura Finesso 23/10/2022Um mártir da palavra Estava curiosa para ler esse livro, desde que ele foi citado milhares de vezes nas minhas aulas de História, seja em relação ao Menocchio e sua morte em decorrência do Santo Ofício, seja em análises sobre como a cultura oral influencia drasticamente a leitura/cultura escrita. Ainda assim, não esperava que fosse gostar tanto desse livro.
Normalmente, livros de História e historiografia são densos e me tomam muito tempo. Mas esse fluiu tão bem, tão naturalmente, que li rapidíssimo. O "quê" romanceado do autor favoreceu essa leitura mais dinâmica, um ponto fortíssimo em comparação com quaisquer outros livros do mesmo tipo que eu tenha lida.
Enfim, creio que todos, até mesmo não sendo historiadores ou da área de humanas em geral, deveriam ler esse livro. É excepcional a forma como o Ginzburg disseca o pensamento e o processo da construção deste do Menocchio, e nos faz refletir sobre como as pessoas à época liam as coisas de sua forma; além, é claro, de nos fazer pensar sobre o poder coercitivo da Igreja sobre aqueles que pensavam minimamente diferente do que o estabelecido pelo Concílio de Trento.
Leiam! Vale cada página.