Luciano Luíz 30/07/2015
É comum escritores se basearem em fatos históricos (ou seriam lendas em alguns casos) para dar vida a sua ficção. Usando de personagens que realmente existiram em algum século. Geralmente pessoas vivas ou mortas recentemente também entram nesse esquema.
Ao que tudo indica existiu um Dr. Fausto que vendeu a alma ao Demônio em troca de sabedoria, conhecimento profundo e tudo o mais que desejava...
Aí devido a essa história, diversos escritores ao longo do tempo foram criando suas versões faustianas. Mas a que se consolidou de maneira imortal, foi a de GOETHE.
FAUSTO é um poema épico em duas partes. Na primeira, vemos a relação do protagonista (e antagonista?!) com Mefistófeles, um dos muitos demônios. Nosso personagem faz seu acordo (ainda que de forma nada clara) e assim o cotidiano vai indo e nada vemos dele usar a tal sabedoria. Apaixona-se por uma bela moça, e então quer fazer de tudo para com ela viver. Assim pede ao diabinho que lhe dê uma força... e aí me pergunto onde foi parar o pacto...
Ela, Margarida, tem seus segredos, e por isso teme que não possa vir a ter um amor real. Seu irmão não gosta de Fausto logo a primeira vista e então um assassinato ocorre. Mais tarde Margarida é presa devido a maternidade e Fausto aparece junto na cela graças ao poder de Mefis...
Aí termina a parte um.
Depois temos uma quase nova saga, onde visitamos um palácio que de uma forma a dar a melhor interpretação, se oculta no Inferno, e lá, Fausto com seu amigo, está pronto a tecer uma guerra, onde conta até com o apoio de Helena de Troia.
Próximo do fim, três poderosos cavaleiros são convocados para lutar ao lado dos nossos heróis (vilões?!) contra todo aquele poderio...
Até que vemos Fausto velho, e os anjos arrebatando sua alma...
Finis...
Bem, O poema em verdade é uma peça teatral, com um teor de erudição extremo. Não é uma leitura fácil. Exige tempo e dedicação. Não com relação a dicionários, mas sim, a interpretação. A quantidade de informações que as entrelinhas ocultam são muitas, e dessa forma pode deixar leitores e leitoras bem ocupados.
Lembro que em 2009, eu estava indo ao Banco do Brasil, mas tinha uma fila enorme. Aí fui na livraria procurar algo que pudesse me levar pra longe do tédio da espera. Vi a edição de FAUSTO. Já ouvira falar, mas nunca me interessara de fato. Catei o pocket e me mandei pro banco. Mas de alguma forma, a leitura não fluiu com prazer naquele ano. E somente agora em 2015, o fascínio apareceu. Valeu o investimento e a espera na estante.
Nota: 10
L. L. Santos
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